Meus Discos e Nada Mais

Meus Discos e Nada Mais DJ Zé Pedro




Resenhas - Meus Discos e Nada Mais


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Luis 28/11/2010

Disco Arranhado.
Bem antes de se tornar a atração mega trash de hoje, o "Superpop" era um programa interessante que misturava assuntos do cotidiano e entretenimento de razoável qualidade, sob o comando de Adriane Galisteu.
A estrutura do show previa a participação intensa de um DJ, que interagia o tempo todo com a apresentadora, fazendo a trilha sonora de acordo com o tema de cada edição. Foi ali que o DJ Zé Pedro apareceu nacionalmente.
Com a nova versão do "Superpop", Zé Pedro sai do programa e passa a trilhar outros caminhos, desta vez restritos à música.
" Meus Discos e Nada Mais" é uma obra confessadamente criada para ser uma espécie de "memória" musical do DJ e produtor. Zé Pedro enumera vários discos, exclusivamente brasileiros, que foram ou são importantes na sua formação. A idéia é relevante nesses tempos em que a música julga prescindir da sua atmosfera artística, reduzindo os antigos álbuns à uma coletâneas de canções, sem qualquer relação ou propósito mais enriquecedor. A grande questão é que, fora as suas excelentes intenções, o livro pouco acrescenta nesse aspecto.
Para começar, há o próprio projeto gráfico. Editado pela pequena e desconhecida Jabuticaba, "Meus Discos" estranhamente não traz qualquer informação na capa. Nem o título do livro, que só aparece na lombada. Todo o miolo da publicação é impresso em preto e branco, o que reduz e muito o impacto de reprodução das capas das obras selecionadas, fator que seria primordial em um livro dessa natureza. Os textos, apesar da levada memorialística explicada na introdução e no sub título, em sua maioria são pobres de informação e repletos de elogios repetitivos e vazios, com farta recorrência à citação de letras de canções.
Por fim, há uma incoerência difícil de explicar em um detalhe pequeno mas revelador. Nas duas últimas páginas há fotos de Zé Pedro com boa parte dos citados no livro : Roberto Carlos, sua musa mór Maria Bethânia, Caetano, Bebel Gilberto, Zélia Duncan (que assina a orelha), Gal, Zizi Possi, Ângela Rô Rô, Marisa Monte, Alcione, Adriana Calcanhoto, Leila Pinheiro, Miúcha, Vanessa da Matta, Leny Andrade e...Tati Quebra Barraco (???). Nada de preconceito, mas não consegui atentar para o sentido da presença da funkeira em meio às fotos que ilustrativas. Tati não é lembrada em uma linha de "Meus Discos" e, de mais a mais, representa uma franca contradição ao espírito geral da obra. Parece mais um erro de edição...
De qualquer forma, a iniciativa de Zé Pedro de discutir, ainda que subjetivamente, a música brasileira sob a ótica de alguns de seus grandes álbuns (no julgamento do autor), pode dar origem a uma nova edição que conjugue a originalidade da idéia à uma execução que a valorize. Por ora, o disco soa arranhado.

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