Aline 18/12/2017No Aguardo da EpifaniaEu não tinha nenhum livro do gênero fantástico em casa (francamente não é dos meus favoritos) e resolvi ir ao sebo para adquirir um e poder participar do desafio literário do mês. Chegando lá, apesar de uma grande prateleira com numerosos títulos e capas cheias de efeitos surrealísticos e brilhísticos, nenhum livro me chamou atenção. Perguntei, então, sobre os autores clássicos - Jorge L. Borges, H. G. Weels e etc - e o dono do sebo me levou até outra prateleira. Finalmente me decidi por “Diário da Guerra do Porco”, de Adolfo Bioy Casares, que me foi vendido como Realismo Fantástico, mas que não achei tão fantástico assim. Aliás, não achei nada fantástico. Dessa forma, se a leitura não valer para o desafio, eu não vou ficar triste (sem ressentimentos, de verdade, galera leitora do coração).
“Diário da Guerra do Porco” conta o que aconteceu na semana fatídica em que os jovens de Buenos Aires criam um certo ódio pelos velhos (que são vistos como seres inúteis e execráveis) e passam a persegui-los e exterminá-los. A despeito da ótima escrita e do enredo interessante, faltou alguma coisa para eu gostar do livro: achei o desfecho vago, sem uma moral ou alguma emoção que prevaleça. O bem não ganha no final, tampouco o mal; não tem uma boa sacada, nem mesmo aquela epifania que te acende uma fagulha. Finalmente, o ápice da minha falta de posicionamento foi eu não ter criado o mínimo de empatia por nenhum dos personagens. Nenhumzinho . No final das contas, essa experiência literária teve seu valor, mas o livro não me fedeu, nem cheirou.