Mêe 31/03/2024
?Eu sou o caminho, Sarah. Siga-me.?
Eu ia tentar escrever sendo totalmente imparcial e sem mencionar Deus, mas isso é impossível.
A obra faz uma analogia muito bonita sobre o amor de Cristo por nós, ao mesmo tempo em que aborda temas como perdão e o significado do casamento diante de Deus.
Michael e Sarah são personagens extremamente complexos e cheios de nuances. A forma como Michael é temente a Deus, ouve Sua voz e fala sobre Ele, mas ao mesmo tempo é apenas um ser humano com momentos de fraqueza, raiva, dúvida e angústia, é muito bem retratada. O que mais me encantou sobre o personagem foi a forma como ele busca direcionamento de Deus o tempo todo para saber como agir, o que dizer e como se comunicar com Sarah.
Também fiquei impressionada com a transformação na vida de Sarah. Ela teve um passado muito difícil e carregava uma enorme carga emocional. Sentia-se indigna de amor, suja e sempre achava que tinha que dar algo em troca. No entanto, o fato de ela não acreditar em Deus não significava que Ele não estivesse atuando em sua vida o tempo todo.
O livro tem uma escrita muito boa; eu o li em um dia. No geral, é um livro muito bom, com uma história fantástica e personagens bem desenvolvidos. Recomendo para todos, especialmente para os cristãos, pois é impossível Deus não falar com você através desse livro.
No entanto, há alguns pontos negativos que me incomodaram (contém spoiler a partir daqui).
? O enredo da família Altman é bastante monótono e poderia ter sido facilmente substituído por algo mais interessante. Compreendo que o objetivo era mostrar uma nova perspectiva sobre família e Deus para Sarah, mas acho que isso poderia ter sido feito de forma mais envolvente.
? Paul é um personagem insuportável, e o relacionamento com Miriam, sendo ela tão diferente dele, torna toda a história em torno desse casal (mesmo quando separados) extremamente chata e superficial. Entendo que a autora manteve Paul na trama para abordar questões de perdão, mas a forma como ele e Miriam se relacionam pareceu forçada.
? Embora o contexto histórico e social da época seja relevante, o momento em que Michael expressa o desejo de agredir Sarah me deixou incomodada. Ainda que Angel tenha sido injusta com ele inúmeras vezes (pobre coitado), nada justifica. Acredito que a autora quis mostrar que, apesar de Michael ser temente a Deus e tentar honrar a esposa, ele ainda é humano e sujeito a erros. Mas essa cena ainda me deixou ???.