O Macaco e a Essência (Ape and Essence)

O Macaco e a Essência (Ape and Essence) Aldous Huxley




Resenhas - O Macaco e a Essência


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Cesar AS 12/02/2009

Não é a toa que o cara usava ácido
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Fernando Almeida 26/01/2024

"Os macacos escolhem os fins, só os meios são dos homens"
O livro narra a história de dois amigos que encontram um roteiro rejeitado por uma produtora, e o resto da história é a apresentação dele.
O roteiro inicia com uma guerra entre macacos, que são usados no sentido figurativo para nos remeter à ideia de bestialidade na qual o homem foi subemetido pelo uso irresponsável da ciência e de outros intrumentos de poder. O ápice da crítica de Huxley ao uso irresponsável da ciência se dá na cena em que Albert Einsten aparece como um animal de estimação enjaulado pelos macacos.

Após o fim da guerra, a história foca em Dr. Poole, que adentra na cultura dos homens que restaram após a Terceira Guerra Mundial, deformados e alterados pela radiação do solo e dispersão das armas químicas. Assim, procurando justificar as atrocidades cometidas pela humanidade, é que essa nova raça passa a responsabilizar e cultuar o Diabo pelo que aconteceu. Mais críticas são tecidas, sobretudo a religião e a misoginia instaurada no cerne da maioria delas. Assim como Padonra nos mitos gregos, e Eva no Cristianismo, a mulher do culto ao Belial aqui, é responsável por dar à luz a bebês deformados, pois se deixa possuir pelos desejos do Diabo. E todas as explicações sobre a genética alterada pela radiação são abandonadas em prol da culpabilização das mulheres.

Huxley apresenta uma história que parece extremamente pessimista em relação ao futuro e que ao mesmo tempo não se situa tão distante da realidade do mundo atual.
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Diego / @blogdiscolivro 31/03/2022

"Mas o homem, o orgulhoso homem, munido de breve e pouca autoridade - muito ignora o que ele mais assegura. Sua vítrea essência - qual um raivoso macaco prega peças tão fantásticas perante o alto firmamento, que aos anjos faz chorar."
Nascido no condado de Surrey, Inglaterra, em 1894, Aldous Huxley foi um dos maiores escritores e pensadores de seu tempo. Antes de se dedicar a escrita, formou-se em medicina. Uma doença oftalmológica o tirou da Primeira Guerra Mundial, experiência essa que acabou sendo fundamental para que, enquanto assistia de longe aos horrores da guerra, o autor desenvolvesse seu senso crítico político e social. Publicou sua primeira obra em 1921 e, entre contos, poesias, ensaios e romances, deu a luz a clássicos como "Contraponto" (1930) e "Admirável Mundo Novo" (1932). Foi nomeado nove vezes para o Nobel de Literatura, mas não chegou a levar o prêmio. Faleceu em 1963, depois de uma luta contra o câncer. Em sua hora fatal, pediu para que a esposa lhe injetasse uma overdose de LSD.

Publicado originalmente em 1948, "O Macaco e a Essência" capta o exato espírito de sua época: uma geração que havia recém-descoberto o poder da bomba atômica e que vivia sob a sombra da Guerra Fria. "Nada de novo", você pode estar pensando. Mas Huxley consegue, mesmo nesse breve romance, trazer muitos elementos diferentes. O livro abre com dois amigos caminhando pelos estúdios de Hollywood, quando são surpreendidos por um caminhão carregado de roteiros à caminho do incinerador. Após um incidente, alguns desses roteiros ficam pelo chão e entre eles está "O Macaco e a Essência", de um certo William Tallis. Intrigados com a obra, os amigos decidem ficar com ela e começam a investigar suas origens. Mas a busca se mostra infrutífera e o roteiro nos é apresentado na íntegra.

"O Macaco e a Essência" se trata de uma distopia pós-Terceira Guerra Mundial, na qual o mundo foi devastado por uma guerra nuclear. Poucas regiões foram poupadas e uma delas foi a Nova Zelândia. No século XXII, uma expedição é organizada e um grupo de cientistas parte rumo ao redescobrimento da América. Chegando lá, encontram uma terra desolada e dominada por símios, onde os poucos sobreviventes sofrem com os efeitos da radioatividade e praticam o culto a Belial. Não vou dar muitos detalhes aqui, pois é interessante irmos desvendando os segredos dessa terra junto com o grupo de exploradores, mas é como se a humanidade houvesse mergulhado em uma nova Idade das Trevas ali naquela região.

Mesmo em poucas páginas, Huxley tece suas críticas com maestria, e ninguém escapa: o avanço tecnológico desenfreado, a ciência a serviço da política, o uso imprudente dos recursos naturais, a superpopulação, a histeria coletiva política e os dogmas religiosos; sua lista de alvos é extensa. A obra traz ainda inúmeras referências artísticas, como a pintura de Goya, a ópera de Wagner e o poema de Shelley, compondo um rico fundo cultural. Referências bíblicas também podem ser observadas. Não bastasse tudo isso, Huxley ainda nos presenteia com uma experiência de leitura completamente diferente. Em formato de roteiro, o livro apresenta elementos de cinema, como de cortes de câmera, fotografia, trilha sonora, narrador integrado, etc. Com isso, a leitura se torna extremamente visual e sensorial. Um verdadeiro deleite para os amantes de cinema!

Apesar de não tão famoso quanto seu irmão mais velho ("Admirável Mundo Novo", publicado 16 anos antes), "O Macaco e a Essência" é uma leitura tão impactante quanto. Huxley mais uma vez escancara os podres da nossa sociedade e nos convida a uma profunda reflexão sobre a condição humana e aquilo que chamamos de "progresso". É um livro curtinho, mas muito rico e denso em conteúdo. Leitura mais que recomendada!

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Layla.Ribeiro 12/08/2020

Somos inseridos nesse livro em um futuro pós-apocalíptico causado por uma bomba atômica na qual apenas a Nova Zelândia não foi atingida e é de lá que nosso protagonista vem sem saber o que se passa ao resto do mundo. A escrita do livro é em formato de roteiro cinematográfico um jeito bem diferente e interessante, sendo assim esse roteiro que nos é apresentado é inserido na história como um real roteiro encontrado por trabalhadores de Hollywood, sendo assim a primeira parte do livro vai nos explicar como foi encontrado esse roteiro e quem foi o que escreveu e somente na segunda parte que vamos conhecer o roteiro, no caso, a história principal do livro. Devo alerta-los que assim que o roteiro é finalmente exibido a narrativa fica bastante confusa, com reflexões do autor bem surrealista o que me fez se perder e imaginar que a história seria ruim, porém posteriormente isso não acontece e o livro me surpreende positivamente, carregado de critica a sociedade, sobre o meio ambiente e o fanatismo religioso que é a essência principal do livro. Destaque para o narrador do roteiro que fazia criticas e reflexões maravilhosos. Até o momento foi a melhor distopia que li, super recomendo.
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Helena Solo 30/11/2020

O Macaco e a Essência
Gostei bastante do livro. Eu sempre adorei as críticas que Aldous Huxley faz sobre nossa sociedade e esse livro é a prova disso. Suas críticas sobre o futuro da humanidade e as crenças nessa obra são muito bem elaboradas.
Sinceramente acho que para algumas pessoas pode ficar confuso algumas partes, pois por ser um "roteiro" (pq não tem a estrutura de um) os termos de enquadramento e movimentos de câmera que tem na obra podem fazer o leitor ficar perdido (como travelling, plano americano...), mas nada que uma rápida pesquisa no Google não resolva
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Caroline Vital 25/10/2023

Lido em 2018
Uau! Que livro foi esse? Se tornou um favorito. Huxley mostra sua genialidade (e loucura) em apenas 160 páginas.
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zeoskar 24/02/2020

Resenha O Macaco e a Essência
O livro é dividido em dois capítulos. O primeiro nos apresenta dois personagens que trabalham em um estudio de cinema, encontram um roteiro e tentam encontrar seu autor, Tallis. Já o segundo é a historia que Huxley quer realmente nos mostrar, um mundo distópico devastado pela guerra e radiação onde a população sobrevivente vive de forma primitiva e com bizarrices religiosas.
Lucas Brandão 24/02/2020minha estante
Essa capa é ridícula de tão perfeota! Af!


Lucas Brandão 24/02/2020minha estante
Essa capa é ridícula de tão perfeita! Af!




natália rocha 01/05/2021

Mais um livro escrito por Huxley que me deixou completamente extasiada. São tantos pontos que julguei interessantes que tenho dificuldade de organizar as ideias e colocá-las nos papel.

O enredo do livro tem início no dia 30 de janeiro de 1948 – dia em que Gandhi foi assassinado. Não é por acaso que Huxley escolhe essa data: o autor já começa o livro engrenando discussões sobre política e sobre a índole humana. Como pretexto, ele usa a conversa de dois amigos cineastas que andam pelos estúdios de cinema.

Nessas andanças, a dupla quase é atropelada por um caminhão que levava roteiros cinematográficos rejeitados para a incineração, o que resultou em vários desses manuscritos derrubados pelo caminho. Curiosos, eles começam a lê-los e deparam-se com um intitulado ‘’O macaco e a essência’’, escrito por William Tallis. Esse roteiro particularmente os interessou muito, e a dupla resolve fazer uma viagem – infrutífera – em busca do autor.

Assim começa e termina a primeira parte do livro. Parece algo banal, mas Huxley conseguiu encaixar tantas referências – artes de Goya, Gandhi, elementos bíblicos – que fizeram com que essas poucas páginas se tornassem interessantíssimas.

A segunda parte do livro é o enredo do roteiro de O macaco e a essência sendo contado para nós, leitores. Utilizando termos do cinema sobre enquadramento e movimentos de câmera – como travelling, plano médio, plano americano – e com o auxílio de um narrador estilo filme antigo, Huxley nos conta a história do nosso mundo no ano de 2108, pós 3º Guerra Mundial, completamente devastado por armas nucleares.

Alguns milhões de seres humanos sobreviveram e sofreram por décadas os efeitos das radiações que por ali pairavam – o que resultou em uma espécie humana com mutações, que Huxley chama de babuínos. Esses seres vivem em uma sociedade caótica e crente em Belial – sim, pois é.

Um lugar do mundo não sofreu as consequências desse evento catastrófico – devido à distância e a pouca relevância geopolítica no ocorrido – que foi a Nova Zelândia. Assim, um grupo de cientistas resolve partir rumo aos EUA para uma expedição de redescoberta do mundo, deparando-se com o show de horrores mediados pelos ‘’sobreviventes da consumação do progresso tecnológico’’.

O trecho acima deixa clara a crítica do autor presente nesse livro: o progresso tecnológico desenfreado e egoísta, mediado pela ganância, sem considerar o meio ambiente e a humanidade.

É um livro de poucas páginas, mas de uma genialidade difícil de colocar em palavras.
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Isis.Borges 28/12/2020

distopia - pós 3ª guerra
A história de sobrevivência da humanidade depois da guerra nuclear e suas consequências horríveis. Miséria, solo infértil, deformidades e uma nova religião (macabra) dominante.
Huxley escreveu este livro logo após as explosões de Hiroxima e Nagasáqui, não admira tamanho pessimismo na humanidade, mas é como toda distopia, uma advertência sobre o destino do homem.

"Toda vez que o mal é levado até ao limite, ele destrói-se a si mesmo. Após o que, a Ordem das Coisas retorna à superfície."
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May 22/12/2021

Pessimismo e crítica
É um livro curtinho, que prende o leitor de tal forma... Mas o que mais me chamou atenção foram as digressões sobre a ciência e essa vontade do progresso a qualquer custo, essa prosa entra muito nesse tema e parece ser bem ligada aos horrores da primeira metade do século XX, mas se encaixa perfeitamente ainda em 2021, com a pandemia, a crise econômica, a fome, o lucro, os debates contra a ciência...
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none 31/01/2020

Num futuro distante & pós-nuclear, a Nova Zelândia é um dos poucos lugares habitáveis -beneficiada pela distância dos conflitos entre as grandes potências. Um grupo de cientistas desse país resolve redescobrir o continente americano dizimado. Desejam pesquisar a existência e resistência de espécimes vegetais e animais. Chegando na América, mais precisamente na Califórnia, o cientista puritano Dr. Alfred Poole, é aprisionado pelos sobreviventes americanos que seguem uma seita satânica. Esse é o enredo da estória principal. Trata-se de um roteiro de um filme descartado que roteiristas encontram durante um acidente de trânsito. Trata-se de mais um clássico de Huxley criticando o estado das coisas no mundo no ano em que o livro foi publicado 1949. Critico do capitalismo, do comunismo, das religiões: em suma, o autoritarismo, o autor usa o roteiro/enredo para mostrar o caminho torto da civilização, que evolui tecnologicamente mas que perde a consciência, o amor e a alma em troca de bens materiais, perde a humanidade espezinhando o próximo.
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Fabio.Filho 10/07/2020

Criativo e inesperado
Huxley possui uma excelente visão crítica dos nossos costumes e cultura.
Em o macaco e a essência o autor nos faz refletir sobre a "natureza humana", a religião e como o homem reage em situações extremas, com enfoque nas táticas de controle social.
Os assuntos abordados com certeza são interessantes, mas o diferencial do livro é a forma em que foi escrito: um roteiro de filme.
Ao ler, por causa das descrições dos movimentos de câmera, é possível ter a impressão de estar assistindo filmes antigos retratando futuros distópicos, como as primeiras versões de Mas Max, por exemplo.
Essa é uma boa leitura para quem está em busca de uma ficção apresentada de forma não convencional!
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anjapsi 07/09/2010

Meu Deus... é muito bom!
"PROGRESSO e NACIONALISMO -essas foram as duas grandes idéias que Ele lhes incutiu... Progresso - a teoria de que você pode ganhar num terreno sem pagar pelo seu ganho num outro...a teoria que a Utopia se encontra um passo à frente e, desde que fins idéias justificam os mais abomináveis meios, é seu previlegio e seu dever roubar, defraudar, torturar, escravizar e assassinar todos aqueles que, na sua opinião (que é por definição, infalível) obstruem a marcha avante para o PARAÍSO terrestre... Progresso parteiro da força... Força é a Parteira do Progresso (Marx e Huxley)" (p.114)

Duplamente parteira... o progresso técnico fornece instrumento de destruição indiscriminada, enquanto o mito do progresso político e moral serve de pretexto para o uso desses meios até o último limite. Eu lhe afirmo, meu amigo, um historiador incrédulo é um louco. Quanto mais se estuda a história moderna, tanto mais evidente se encontra da Mão guiadora... Depois houve o NACIONALISMO [item que incluo no meu tcc sobre IDENTIDADE!) a teoria de que o estado do qual por acaso vc é súdito é o único deus verdadeiro, e de que todos os outros estados são deuses falsos; de que todos os deuses, quer verdadeiros, quer falsos, têm a mentalidade de delinqüentes juvenis; e de que cada conflito por prestígio, poder ou dinheiro, é uma cruzada pelo Bom, pelo Verdadeiro e pelo Belo. O fato de que tais teorias vieram, num dado momento da história,a ser universalmente aceitas é a maior prova...(115)

"a característica peculiar do parasitismo... é que o organismo vive às expensas de outro... A relação entre o homem moderno e o planeta do qual, até tão recentemente, ele se considerou o senhor, foi não a de parceiros simbióticos, mas a que existe entre a tênia e o cão infestado, entre o fungo e a batata pragada. (p.150)"

"Amor inextinguível/ que através da trama do ser, cegamente tecida/pelo homem, pela besta, pela terra, pelo ar e pelo mar,/ arde brilhante ou débil, pois cada qual é o espelho/ da chama por que todos anseiam, fulge agora sobre mim,/ consumindo as derradeiras NUVENS DA FRIA MORTALIDADE (P.B.Shelley - Adonais, est. LIV). (N. do T.) Há um silêncio..." (Huxley, p. 175)

terminado em 07 de setembro de 2010!
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Clara 28/01/2022

Distopia hegeliana
Com um formato de roteiro cinematográfico, "O macaco e a essência" retrata um futuro pós-apocalíptico - depois da Coisa, um desastre de natureza incerta, que representa a vitória do Diabo sobre o mundo.
Escrito em 1947, a obra critica diretamente os valores científicos do século XX: o progresso e o nacionalismo. Além disso, temos a oportunidade de ler sobre Einstein acorrentado por um babuíno - tamanha é a acidez de Huxley para com o cientista responsável pela bomba atômica.
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