Mudança estrutural da esfera pública

Mudança estrutural da esfera pública Jürgen Habermas




Resenhas - Mudança estrutural da esfera pública


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@KrolChacon 14/04/2014

CAPÍTULO VI – MUDANÇA DE FUNÇÃO POLÍTICA NA ESFERA PÚBLICA
No capítulo sexto do livro Mudança Estrutural da Esfera Pública do autor Jürgen Habermas é onde podemos ler uma discussão sobre a mudança de função política da esfera pública. Nele o autor fala da mudança ocorrida de um jornalismo literário de pessoas privadas para os serviços públicos de mídias e ele também atribui as mudanças na esfera pública à imprensa. Num novo momento, torna-se uma imprensa de opinião, com um jornalismo literário, evoluindo em seguida para uma imprensa comercial interessada em gerar lucro. “A imprensa foi inicialmente organizada em forma de pequenas empresas artesanais; [...] o interesse do editor por sua empresa era puramente comercial.” (HABERMAS, p. 213).
Ainda no mesmo capítulo é relatado que o editor, que anteriormente dispunha de autonomia, passa a ter seu espaço limitado; que a imprensa também vê o seu espaço reduzido pelos novos formatos de mídia que atingem rapidamente as camadas de status inferiores e que a indústria da publicidade toma conta de órgãos publicitários. Nesse processo, há o desenvolvimento de diversos meios de comunicação e a publicidade invade a esfera pública, o que, consequentemente, provoca sua modificação. Tal mudança também ocorre com a função política da esfera pública, que passa a presenciar forças sociais manipularem a grande massa.
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A publicidade ganha nova face, com isso ela passa a ser uma mediação
imposta, o que inquietou alguns que viram isso como uma exposição desnecessária
que serviria apenas para aqueles que estariam diretamente ligados ao processo
político do momento. Com o tempo foi visto que a publicidade era um espaço de
formação de opinião livre e não poderia ser manipulada de tal forma, foi então
preciso voltar aos princípios publicitários ligados à formação de imagem pública e a
atuação mais afetiva da população antes, durante e depois do período eleitoral.
Habermas finaliza o capítulo esclarecendo que a relação entre sociedade e
Estado, primeiramente, não é uma participação política, mas um relacionamento que
espera atendimento sem impor decisões, uma posição apolítica. O comportamento
eleitoral da população ainda é delineado pela esfera pública burguesa; ou seja, um
público de pessoas privadas pensantes assume funções críticas e legislativas. Esse
público restrito que votava delineou, de certa maneira, o perfil dos eleitores do
Estado moderno.
Outro fator demostrado é o uso da propaganda como forma de influenciar
decisões eleitorais; é a mídia dominando a esfera pública e ganhando força
introduzida em comerciais, manchetes e notícias jornalísticas e a sociedade ficando
cada vez afetada de forma indireta com isso através de manipulações comerciais
políticos. A lei do direito público baseou-se na exclusão da esfera privada e de uma
esfera pública politicamente ativa em relação à intervenção imediata do poder
público.
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