Thiago 07/04/201610 lições do livro O mundo assombrado pelos demônios"O mundo assombrado pelos demônios - A ciência vista como uma vela no escuro", de Carl Sagan, foi publicado originalmente em 1995.
Nele, o autor nos guia pelo caminho da ciência explicando os perigos das superstições e da pseudociência.
Sagan nos mostra também a importância de sermos céticos, mas com a mente aberta para novas ideias.
Depois de separar 54 trechos que mais me chamaram atenção, reuni as principais lições da obra em uma lista de 10 ensinamentos que você confere agora:
1. A realidade nem sempre é confortável e tranquilizadora como a superstição e a pseudociência geralmente são, mas entendê-la é preferível a persistir em enganos. Através da ciência, buscamos compreender a realidade como ela é, com base em observações, evidências, experimentos.
2. Nossos sentidos não são perfeitos. Podemos ver coisas que não existem, ter alucinações ou ilusões. Nossa memória também não é confiável. Podemos ter certeza que passamos por uma situação quando na verdade era apenas uma falsa memória. Por isso, nenhum depoimento ou testemunho é uma evidência boa o suficiente.
3. A ciência está em constante aperfeiçoamento. É o melhor instrumento de conhecimento que temos, mas não é perfeito.
4. Não podemos ser totalmente céticos. O pensamento científico é imaginativo e disciplinado. É uma mistura de abertura e ceticismo. É uma forma de estimular a diversidade e o debate.
5. É possível sim relacionar ciência com espiritualidade. A descoberta científica é um misto de admiração e prazer. É um assombro. Ao fazermos essas descobertas relacionadas à sutileza da vida e do nosso planeta, nos sentimos pequenos e portanto mais humildes diante da imensidão do Universo.
6. Quando não conseguimos invalidar uma hipótese, não quer dizer que provamos a veracidade dela. A ausência de evidência não é a evidência da ausência. Não somos obrigados a inventar uma explicação se não temos evidências suficientes. Está tudo bem em não ter certeza.
7. Um estado de consciência de convicção/esperança/fé/pensamento positivo pode ajudar a aliviar os sintomas de certas doenças e até a curar algumas delas. Testes com pílulas de açúcar que imitam remédios de verdade (placebo) em pacientes que acreditam que estão tomando uma droga eficaz mostram casos de melhora para gripes, dores e depressão, por exemplo.
8. Podemos mostrar o caminho da ciência, usar argumentos racionais, comparar explicações bem fundamentadas com hipóteses sem boas evidências, mas jamais dizer às pessoas o que devem pensar. É uma abertura para a censura de ideias.
9. A realidade não precisa ser intuitiva. E nem é. A relatividade especial e a mecânica quântica explicam fenômenos aparentemente absurdos. O Universo é como é, quer você queira ou não.
10. A ciência gera benefícios para todos os níveis da sociedade. Muitas vezes as grandes descobertas que beneficiam a humanidade são fruto da pesquisa científica de base, aquela que não tem um objetivo prático em vista e é movida pela curiosidade dos cientistas. Aos que dizem que devemos direcionar os investimentos para a solução de problemas mais graves, como a fome, devemos lembrar que reduzir a pesquisa em ciência de base não vai resolvê-los.
Apesar de Carl Sagan ter escrito este livro há mais de 20 anos, os insights compartilhados conosco continuam atuais.
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