Vencendo o desafio de escrever um romance

Vencendo o desafio de escrever um romance Ryoki




Resenhas - Vencendo o desafio de escrever um romance


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PabloAGomes 13/06/2020

Frustrante! Não compensa o tempo investido lendo. Só cumpre parcialmente o prometido e só no fim.
Quero deixar claro, preliminarmente, que não tenho nada contra o autor, nem duvido de sua incrível capacidade de escrever. Seu recorde de mais de mil e setenta e nove livros escritos, bem como o livro escrito em menos de seis horas, por exemplo, são grandes indicativos de sua competência em fazer o que o livro promete ensinar (escrever um romance). Também não duvido da qualidade dos livros do autor, que tenho muita curiosidade em ler, e que teria enorme prazer em apreciar.

Mas, não posso me furtar em observar que este livro em particular comete uma série de erros que me soam mais graves do que se gostaria de admitir:
1. Perde muito tempo falando de temas que podem ser interessantes, mas, não são essenciais para a escrita de um romance (informações sobre editoração, formatos de livro ou distribuição, por exemplo).
2. Promete ensinar a escrever "best-sellers", o que pode ser feito com base em ciência (há estudos sobre o que faz um livro ser um best-sellers) ou na própria experiência. A primeira opção é descartada pelo próprio autor, que diz não ser sua pretensão e mantém tão postura na atitude durante todo o livro, como quando apresenta classificações confusas e imprecisas e informações que não são tecnicamente as mais acuradas (p. ex., limita todas as opções de narração a duas, ignorando diversas alternativas possíveis de exploração da narração, ou quando demonstrou claro desconhecimento sobre a diferença entre best-sellers e long sellers). Sobra então a opção da experiência do autor e, salvo engano (pesquisei rapidamente, na intenção de comprá-los), o autor não tem livros figurando entre os best-sellers. De onde, então, ele tira essas informações? E por que ele mesmo não as usa? Se tem o segredo para um best-seller, e mais de mil livros publicados, era de se esperar que tivesse uma dúzia ou dezena de best-sellers para chamar de seus, não?
3. Apresenta ideias que não são retomadas, aprofundadas ou mesmo aproveitadas mais adiante, nem para o objetivo do livro, e que só servem para mostrar a erudição do autor
4. Não apresenta uma boa unidade. Na segunda metade do livro, resolve começar a cumprir a promessa do título e melhora bastante. Mas, retoma ideias apresentadas (e não introduzidas de maneira satisfatória) da primeira metade, fazendo parecer que a primeira metade do livro foi adicionada depois fazendo referência a elementos da segunda metade. Por acaso, o conteúdo do livro dá pistas disso, ao mencionar que o livro parte da obra O Caminho das Pedras, do mesmo autor. Em vez de ampliá-lo atualizando a estrutura, parece ter sido colado um pedaço no outro.
5. É extremamente determinista sobre diversos assuntos, obrigando-me a adotar a nada elegante expressão "caga-regra" para definir sua atitude sobre diversas questões em que os escritores deveriam ter mais liberdade (e em que muitos foram bem-sucedidos não seguindo a regra por ele proposta para aquele aspecto).

Não quero que se pense, no entanto, que o livro é completamente inútil. É bem verdade que, apesar de todas as minhas críticas, há proveito em informações preciosas e dicas nele apresentadas, e o defeito é o tanto que se tem que garimpar para encontrá-las. Ouso mesmo a dizer (a equipe editora que me perdoe a arrogância, por isso) que se durante a edição se lhe tivesse sido aconselhado retirar as gorduras, a "cagação de regra" e as repetições desnecessárias (o livro seria sumariamente reduzido à sua metade), se ao autor fosse pedido reestruturar e organizar as informações em uma cadência mais lógica, sequenciada e, por fim, fosse demandado que o autor pesquisasse um pouco sobre o que estava dizendo de modo a limpar as imprecisões técnicas e para que os conteúdos fossem um pouco mais aprofundados, o livro daria ao escritor uma orientação prática para vencer o desafio de escrever um romance, o livro valeria cada centavo que se paga por ele (talvez até mais!), mesmo se tivesse menos páginas.
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karpenoktem 15/03/2022

Idiossincrático
Exposição curta e idiossincrática de um autor que, malgrado o quase anonimato em sua própria pátria, ostenta o respaldo de mais de 1000 títulos publicados sob diversos pseudônimos (feito alcançado ainda nos primeiros anos de carreira, diga-se de passagem). A despeito de o leitor validar ou não todas as ideias e procedimentos defendidos por Ryoki Inoue, fica a lição de extrema disciplina que permeia sua abordagem ante a escrita.
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