ritita 16/06/2021Tudo continua como dantesE na contínua saga de de querer saber mais, sempre mais, sobre nossa história, percebo que os tempos mudaram, os personagens também, mas infelizmente, ela se repete.
A história do papel das forças armadas no Brasil é a de uma relação mal resolvida de autoritarismo, estado de exceção, golpes e violações de direitos humanos contra a sua própria população.
João nasceu preto e pobre nos confins do R. Grande do sul, aos 14 anos, ingressou na Marinha, como grumete (recruta).
Como marinheiro, João Cândido navegou por três continentes — Europa, América e África — e aprendeu a operar quase todos os instrumentos a bordo, do leme ao canhão, e em conversa com marinheiros de outros mares soube que a chibata não era usada em nenhum navio do mundo
Naquela época, ofensas graves contra o oficialato eram castigadas com 25 chibatadas à frente dos outros marinheiros para servir de exemplo.
Não se sabe porque a sentença imposta a Marcelino, amarrado a um mastro do convés e nu da cintura para cima foi de 250 chibatadas, deixando-o quase sem vida. O que revoltou um grupo de marinheiros negros que cansados de sofrer castigos físicos de seus oficiais brancos, resolveram organizar um motim, comandado por João Cãndido, que tinha o dom da palavra.
Daí a conhecida (ou não), "Revolta da chibata". Mais um episódio nefasto em nossa história.
A narrativa dá-se em terceira pessoa, indo e voltando da infância de João e as contações do avô até sua morte - esquecido e pobre.
Delícia de escrita. Horrível saber que nossos governantes continuam com as mesmas ideias.
Belíssima homenagem de Aldir Blanc e João Bosco:
♪♫H muito tempo nas guas da Guanabara, o dragão do mar reapareceu, na figura de um bravo feiticeiro, a quem a história não esqueceu.................Salve o navegante negro, que tem por monumento as pedras pisadas do cais.
Mas faz muito tempo♪♫