Dilalilac 29/12/2022Não é ruim, mas o mais fraco do autorApós ler todos os livros do Zafón, sendo ele um dos meus autores favoritos, sou da opinião de que esse livro é o mais fraco. Isso não quer dizer que seja um livro péssimo, só que não atinge o nível dos demais.
Por tópicos:
-Muitos personagens e que não são nada bem trabalhados, cada um com uma função genérica
-Muitas pontas soltas e argumentos fracos pra justificar
-O fato de se passar na Índia ao invés da Espanha (país do autor, que ele narra com toda perfeição) também não digeri direito
-Ele é um autor descritivo, mas aqui eu acho que ele teve momento em que pesou a mão
Agora... Vamos defender também...
Esse é o segundo livro do autor (eu particularmente gosto bem mais do primeiro), ele era bem menos experiente e claramente estava em fase de experimentação, ele mesmo no início explica que é um livro de quando ele tava começando, é um livro da série de juvenis dele (Ps. A Trilogia Juvenil do Zafón não tem interligação entre os volumes, é considerada trilogia por todos serem da leva de juvenis do autor).
Não é um livro péssimo, só é fraco para o autor, com todas as ressalvas do mundo, e com certeza leitores menos experientes e mais jovens podem amar o livro, principalmente pelo Q mais aventureiro e menos macabro. Tem carisma, a escrita é boa, só não é muito profundo.
Toda a minha crítica aqui é baseada sobre de quem é o livro, porque nem chega perto do pior livro que li no ano. É um livro ok pra passar o tempo e eu li super rápido.
Outra coisa é que já ouvi dizer que o Zafón procurava atingir sua grande obra prima, e nisso ele fez vários livros com elementos muito similares, reorganizando e alterando sempre no mesmo viés para tentar fazer funcionar. E isso ele conseguiu ao atingir um público enorme em A Sombra do Vento, fazendo então sua tetralogia impecável (fico muito feliz de ele ter conseguido isso antes da morte). As obras dele nunca tiveram adaptação cinematográfica por opção dele, ele estava completamente satisfeito com o que conseguiu atingir. Ver as obras dele me remete a entrar em uma casa dos espelhos, onde todas se refletem distorcidas umas nas outras. Enfim...
Não é por ser o mais fraco dele que é um desastre, é apenas um degrau da construção e experimentação do autor.