A ingênua libertina

A ingênua libertina Gabrielle Sidonie Colette




Resenhas - A Ingênua Libertina


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Claire Scorzi 13/02/2009

Uma Madame Bovary escrita por mulher
Escrito em 1909, este romance lembra "Madame Bovary" ao apresentar outra jovem esposa frustrada e romântica. Talvez, por causa de algumas distinções - "Bovary" foi escrito no século XIX, e seu autor era um homem, Flaubert - a visão e a conclusão aqui são mais nervosas, mais explícitas, mais concentradas (em "Bovary", existe o mundo exterior a Emma, a esposa insatisfeita; neste, só o mundo de Minne tem espaço, e é examinado à exaustão). Também aqui, como em outro clássico francês ("A Mulher de Trinta Anos", de Balzac) o cerne do sofrimento da heroína é sexual: Minne nunca se realiza sexualmente, sendo esse o motor das suas infidelidades.
Contudo, Colette escolhe outro destino para sua protagonista: ela não se suicida e nem morre, mas irá encontrar a satisfação onde menos esperava; diferente dos romances de Flaubert e Balzac, "A Ingênua Libertina", se mais franco no que toca à sexualidade, afirma-se como uma história de amor.
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Nara 10/04/2022

Sendo bem sincera, não sei se foi um livro que fez alguma diferença na minha vida de leitora. Não senti empatia por nenhum dos personagens e o enredo não me conquistou.
O fim foi ok. Achei até bacana ela ter encontrado o q procurava num lugar q nunca imaginou, mas foi só isso.
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Thamiris.Treigher 11/12/2022

Liberdade e desejo feminino
Uma grata surpresa! O livro "A ingênua libertina" foi publicado por Colette em 1909, e conta a história de Minne, uma menina totalmente diferente do que exigiam as regras machistas da época. Ela é atrevida, louca, irreverente, tem vontade de se juntar a um grupo criminoso da cidade, sedenta por aventuras e, principalmente, pelo verdadeiro amor.

O nome do livro pode parecer ambíguo: como alguém pode ser ingênua e libertina ao mesmo tempo? Mas, no decorrer da leitura, percebemos que Minne é exatamente as duas coisas, e que certas situações em sua vida, é até o contexto social e familiar em que vive, a fizeram absorver essas características.

Ela busca em situações "libertinas" o amor que seu lado ingênuo nunca encontrou. Por isso mesmo, nunca está satisfeita. Ela sente um imenso vazio. Até que um dia, tudo muda.

O desenrolar da história é muito interessante, apesar de ter um ritmo mais lento, até pelo contexto da época (o que não me incomoda, mas sei que muitos não gostam). O romance, que aborda muito sobre a liberdade, o desejo feminino, a maternidade e o casamento, fala também sobre a biografia da autora que, assim como Minne, desafiou convenções da época.
Carolina.Gomes 26/12/2022minha estante
Quero ler.




Tatiana 21/04/2022

A ingênua libertina
Esse é um clássico da literatura francesa escrito por Colette, que é bastante conceituada em seu país. Para mim, foi importante conhecer um pouco da história de vida da autora e sobre o contexto histórico para apreciar melhor esta obra. Este livro se divide em duas partes: na primeira acompanhamos a protagonista, Minne, ainda adolescente, enquanto na segunda parte acompanhamos sua versão adulta. Minne não é um tipo de personagem fácil de se gostar, muitas vezes não me simpatizei por suas atitudes, mas a construção da personagem é bem interessante e congruente. De forma geral, gostei de ter conhecido uma obra de Colette, que traz muitas reflexões sobre a condição feminina de sua época, sobre os papéis sociais impostos dentro da sociedade e sobre a sexualidade feminina, principalmente no que diz respeito às mulheres conhecerem e explorarem os próprios prazeres.
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Lisa 18/07/2021

A Ingênua Libertina e a sexualidade feminina
Esse livro carrega tantos pontos que fica difícil escolher e fazer cabê-los aqui. Encontrei Colette após meu entrave com Flaubert, conheci Chéri e amei, fui em busca de A Ingênua Libertina. Esse livrou tomou rumos diferentes de todos os que eu imaginava e o li com tanto receio, veja, eu tinha medo da Colette rumar para o caminho dos homens da literatura e suas mulheres histéricas e suicidas. Colette não me decepcionou nem por um segundo.
Minne é elevada a uma deusa, bela, fria e intocável. Loira beirando a prata, frágil beirando a porcelana, mas com dois olhos negros que consomem tudo que vêem, sem retribuir ou espelhar, foscos como Minne. A medida que lia buscava os traços que formaram o título. Minne foi uma criança cruel, fantasiosa, indiferente. Adulta, traia o marido, não se importava com os outros nem com os amantes que a aborreciam. E porque então ingênua? Entra analista aqui, se a traição não é mantida por odio ao marido, por vingança, pelo flerte, conquista ou posse, tampouco por ideias românticas flaubertianas, qual a função desse comportamento, "Minne, querida"?
Colette foi uma mulher e tanto, Minne não sente prazer, poucas são as mulheres que poderão discordar de Minne. E em seu caso isso nunca lhe ocorreu, buscando o prazer que ouve falarem e se pune por pensar que "está doente, quebrada". Não pude deixar de lembrar de Jorge Amado em Gabriela e o famoso "vou lhe usar". Não é preciso explicar a história da sexualidade feminina e como o machismo a poda hoje e a podava ainda mais antes. Colette é honesta, que sexo que vcs homens escrevem em suas histórias? O seu prazer falocentrico é quase sempre provido por nós, mas não devolvido. E Minne amarga proclama "o desmaio que ele não sabe lhe dar: Esse prazer, ele o rouba de mim! É minha, é minha essa fulminação divina que o derruba em cima de mim! Eu a quero! Ou então, que ele deixe de conhecê-la por mim!"
Mas é também sobre mais do que isso, feminista que era, Colette inverte os papéis, quantas mulheres submissas sofrem em casa sob o controle do que pensam ser amor e são traídas e maltratadas? Embora Antoine tenha crescido em meu afeto, me diverti com a inversão do lugar comum. Minne é mais do que isso, contudo. Ela é solitária e sua ingenuidade vem daqui, ela oferece o corpo, o corpo de "criança prostituída" como diz Maugis, mas é virgem no campo dos afetos. Não sente, e sofre por não sentir nem ao menos a infelicidade. Me recordei de um poema ao ler isso que dizia "esse tempo eu não ando sentindo nada e é isso que me assusta".
Embora muito amada e cuidada, sempre esteve distante de tudo. Criada como mais do que o resto, com interesses distantes as moças, Minne cresce segregada do mundo e diz "me acostumaram tão pouco a amizade", compartilhando quem é somente consigo mesmo e ocasionalmente com Antoine. Mas eis um ponto: amada por sua beleza difere de amada por quem é. E quando sente pela primeira vez a ternura de ser ouvida e não sexualizada, quando busca olhar o outro fora de si, o outro enquanto também completude de sofrimentos e abnegações, o fio parte. E agora Minne? Será que tudo sempre esteve ali ao alcance de seu coração? Quando as contingências mudam, as respostas também tendem a mudar.
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Maíra 23/09/2021

Não deu
Entediante do começo ao fim, o livro só tem valor pela época que foi escrito, e por ter sido escrito por uma mulher.
Mas a história é ó: uma b..
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Stella F.. 16/09/2022

Procura do amor
A Ingênua Libertina – Colette – Editora Nova Fronteira - 2019

Sidonie-Gabrielle Colette nasceu em 1873, na França. Foi casada com um famoso escritor e editor parisiense chamado Henri-Gauthier Villars. Começou a escrever uma série de romances Claudine, que fez muito sucesso na época, que foi assinada por ele. Fazia parte da elite parisiense, e conheceu muita gente. Já era avançada para seu tempo, já tratando da questão de gênero, e discutindo costumes sexuais. Após o divórcio ela mesma teve relações questionadas com uma mulher e ditou moda, usando calças. Viveu muito tempo viajando para se manter, e seu livro A 🤬 #$%!& , retrata essas suas andanças. Viveu lutando para reaver os direitos autorais de sua obra.

Já A Ingênua Libertina vai nos apresentar uma menina com muitas fantasias em relação ao amor e o que seria um amor verdadeiro. Minne é muito mimada e muitas vezes irritante, mas muito disso é culpa da mãe que a compensou, dando de tudo, por ela não ter um pai. Tem também um tio, pai do primo Antoine, muito doente, ao qual ironiza, e trata com desdém, maneira quase frequente de ela tratar os outros.

Um dia, ao ler os jornais, tem notícias de uma gangue que assalta pelas ruas de Paris, e fantasia que um dos criminosos a está esperando para fazê-la feliz nas noites e nos becos. Chama-se Cabelo de Anjo e tem no grupo uma mulher meio ruiva. Ela, Minne, a protagonista, fantasia-se e sai em busca desse Anjo, mas é apenas uma menina de 15 anos que ao se ver ali no escuro, toda rasgada, dá-se conta que parece que teve um surto e ao voltar para casa todos a repreendem e deduzem que ela foi seduzida. Ela tem como '"amigo/inimigo" seu primo Antoine que a conhece como ninguém. “Ele sabe que ela mente, que o instiga, que sabe usar suas armas, mesmo tão nova. “Sabe muito bem que não irá e não é somente a timidez que o impede, é que tudo o que vem de Minne é sagrado para ele. Confidências, mentiras, confissões: as preciosas palavras de Minne a Antoine devem morrer com ele, depósito inestimável que ele guardará e defenderá contra todos.” (posição 786)

Em um segundo momento, sabemos que para reduzir os danos da saída de Minne pelos becos, ela casou-se com Antoine, mas não é feliz. Não encontrou o tão sonhado amor, não encontrou a completude, literalmente não encontrou o prazer. Aqui ela sairá em busca do tão alardeado "prazer" que todas falam e gritam que é maravilhoso. Ela sente-se defeituosa, com um problema sério de saúde. Só ela não tem esse dom? Começa a ter amantes, e brinca com todos eles, seduzindo-os, mas nunca ficando satisfeita. Vive pela noite com amigos, os mais variados: escritores, socialites, gente mais nova e mais velha. Ela bebe, joga, vai à patinação de gelo, mas está sempre usando uma máscara social. Até que o marido, que só queria sua felicidade, a conhecia bem apesar de ela enganá-lo, era um cachorrinho segundo a própria Minne, coloca um detetive, ruim, para segui-la na única vez em que ela foi feliz somente conversando com um amigo, Maugis. Para esse amigo ela falou francamente do que a consumia, de suas questões mais profundas, e ele, muito sensato, resolve que não deve tê-la em seus braços. Só a partir desse desabafo e dessa generosidade, é que ela percebeu que o amor podia ser de outro modo. E ficando mais leve, ao chegar em casa, o marido confessa ter mandado segui-la, mas que está arrependido e somente quer vê-la feliz, mesmo que esteja em jogo, sua própria dignidade. Nesse dia ela descobre o prazer com o próprio marido, e satisfeita, encontra o tão desejado e misterioso “Amor”. “Mas nenhum deles disse: “Seja feliz, eu não quero nada para mim; eu lhe darei enfeites, doces, amantes.” (posição 2766)

Recomendo o filme Colette para conhecer um pouco da história da autora.

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may.reader 01/04/2022

O livro é bom, o enredo é até ok, mas não gostei de como a história desenrolou.
Achei que foi excessivamente descritivo em em umas partes e em outras simplesmente cortou a cena e foi pra outra. Até reli umas partes achando que tinha me perdido.
Existiu toda uma construção da personagem tentando se encontrar, se satisfazer e no fim acontece do nada, parece que o final foi apressado, sei lá.
É um livro que vale a experiência de ser lido.
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Juca 18/08/2020

Contextualize-o.
Para apreciar esta obra, há que se contextualizá-la; assim, ver-se-á sua importância literária.
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Rbk 14/03/2021

Ela era mais ingênua q libertina....
Esperava o contrário... não gostei muito do final mas era esperado baseado no período que foi escrito. Não chega a ser ruim mas ficou a desejar.
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Carlos Nunes 17/03/2023

Mais libertina que ingênua
Primeira leitura dessa escritora considerada um ícone do Feminismo, e um livro que me surpreendeu. Até cerca da metade, estava achando apenas mais um romance escandaloso para a época em que foi lançado, mas nada de mais para os dias de hoje. A protagonista, até então com cerca de 14 anos, alterna fantasias românticas com um bandido perigoso enquanto flerta descaradamente com o primo mais velho. Mais tarde, já casada, tem como objetivo colecionar amantes mas, para sua própria surpresa (e do leitor), a realização de seus desejos vem de uma forma totalmente inesperada. Sem entrar no mérito do caráter da personagem, e me atendo apenas ao livro, uma boa história, que prende a atenção, sem dúvida é muito bem escrita e, portanto, merece ser conhecida.
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Karla 16/07/2021

Nem tão ingênua, nem tão libertina.
A ingênua libertina conta a estória de Minne. Uma adolescente mimada pela mãe que se torna uma esposa infiel ao marido.

Escrito em 1909, porém muito atual. Minne, na verdade, só quer sentir o prazer sexual que os homens que ela se relaciona sentem. E ela descobre esse prazer com quem menos imaginaria sentir.
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Luciana Klanovicz 10/05/2021

Uma literatura que entrega tudo e não nega nada
Fiquei fascinada com a escrita de Colette por vários motivos. O primeiro do ponto de vista histórico: as questões que ela traz - dos sonhos burgueses imaginativos de uma pequena jovem envolvida em uma redoma de vidro na adolescência até a vida insatisfeita depois de casada. Aquilo que não é dito, mas sentido.
Ser ingênua e libertina é um paradoxo se pensarmos na somente na semântica, no entanto, tratando-se da personagem apresentada, que encarna muito do espírito de época em tintas enfatizadas pela autora, não é uma premissa real. Minnie nos ensina os percalços de ser mulher no início do século XX, desafiando os estereótipos vitorianos que costumamos cultivar como verdades absolutas. Ela não é uma personagem fácil, e isto é intencional porque a autora quis mostrar o incômodo, a inacessibilidade, de vestir a própria pele e sentir bem. Havia sempre pairando no ar, sensações não compreendidas, informações dispersas que causavam um mal sem nomenclatura. E não tem a ver somente com o sexo, conforme a autora vai nos mostrando. A beleza da complexidade se insere aqui e Colette foi brilhante neste sentido.
O curto livro traz uma escrita descritiva que acentua a construção da redoma de vidro em torno das mulheres de uma classe vigiada. Tudo que é dito se encaixa neste projeto de opressão lenta e inexorável. A vantagem é que Minnie é protagonista da própria e consegue, a partir de erros e acertos, enxergar além dos ditames que ela foi construída e que construiu para si mesma.
No fim temos a sensação de uma literatura que entrega tudo e não nega nada. Com a plena vantagem de que era possível encontrar o prazer e o amor, tudo que era perseguido e almejado, bem diante do seu nariz.
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