Azul corvo

Azul corvo Adriana Lisboa




Resenhas - Azul-Corvo


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Elineuza.Crescenci 26/02/2024

Menina aos treze anos vai morar nos EUA
Leituras de Fevereiro 2024 – 17
Título: Azul Corvo
Autoria: Adriana Lisboa
País: Brasil - RJ
Páginas: 304
Alfaguara – RJ -2014
Avaliação: 4/5
Início da Leitura: 25/02/2024 Término da leitura: 26/02/2024

Autora
Nasceu no Rio de Janeiro. Ficcionista, poeta, ensaísta e tradutora.
Seus livros foram traduzidos em mais de vinte países.
Seus poemas e contos saíram em publicações como Modern Poetry in Translation, Granta, Asymptote e revista Casa de las Américas.
Sobre o livro
Evangeline tem 13 anos, a mãe morreu. Seu pai está em algum lugar do planeta. Não se sabe bem onde.
Vai então para a casa do padrasto, Fernando, em Lakewood – EUA e descobre que ele participou da guerrilha no Araguaia aqui no Brasil e por conta disso há alguns relatos das atrocidades contra ele e amigos acontecidas no período.
Fernando também lutou em Pequim.
Aos dezoito anos Evangeline consegue emprego na biblioteca Pública de Denver.
Volta ao Brasil para rever os amigos e retorna aos EUA.
Carlos o amigo, não volta com os pais para sua cidade natal e se muda para viver na mesma casa de Fernando com Evangeline.
Azul-corvo - um dos livros do ano do jornal inglês The Independent.
O livro é curto.
A estrutura do livro é um fluxo de consciência.
Não me agradou.
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Tuca 17/10/2022

“Enquanto isso, os moluscos do mar de Copacabana silenciavam o mundo dentro de suas conchas azul corvo. E os corvos sobrevoavam a cidade de Lakewood, Colorado. Os corvos azul concha.”
Ao perder a mãe aos doze anos, Evangelina, ou melhor, “Vanja” se vê em meio a decisões. Do Brasil, ela parte para os Estados Unidos a fim de morar com o ex-marido da mãe, Fernando, para onde foi em busca de seu pai biológico, Daniel. Ela nunca conhecera Fernando, salvo quando bebê, já que sua mãe pedira para Fernando registrar Vanja como filha. Assim, Vanja foi viver com seu pai no papel para encontrar seu pai de sangue sem saber que iria encontrar uma família afetiva especial. Sem saber que iria encontrar além, iria conhecer as memórias de Fernando, ou melhor, de “Chico Ferradura”, ex-guerrilheiro do Araguaia.

As lembranças de Vanja se misturam às de Fernando. A dureza do passado dele e a melancolia do passado dela formam a ternura do relacionamento dos dois, que ainda é acrescido da inocência do pequeno Carlos, o vizinho de dez anos e imigrante indocumentado. “Azul Corvo” foi publicado em 2010, depois de a autora ter ganhado o Prêmio José Saramago em 2003 pelo livro “Sinfonia em branco” (2001), e alguns anos antes da instauração da Comissão Nacional da Verdade e de outras Comissões da Verdade, um dos pequenos passos de justiça transicional no Brasil. Sendo ele um dos países que mais tarde realizou políticas de justiça transicional e pouco faz uso de práticas de valorização da memória histórica. No contexto de uma crescente onda negacionista da nossa História, “Azul corvo” e tantos outros livros que tem como fundo histórico esse período sombrio do país, se fazem extremamente relevantes.

Narrado majoritariamente em primeira pessoa, em um discurso indireto livre, vemos um ir e vir de memórias que fogem da linearidade. Assim como talvez Fernando fuja às vezes das deles; e Vanja queira encontrá-las. É a voz de Vanja, aos 22, lembrando-se do seu eu de 13 anos, e ocasionalmente misturando e relembrando os pensamentos infantis com sua versão que já sabe onde vai parar que cria uma narrativa poética e dramática. Seu exílio se perde no de Fernando, que se junta ao de Carlos, e conta não só a história de pertencimento, mas da ausência dele. Esse é um livro para quem está preparado para ler um amontoado de tudo e nada ao mesmo tempo. Nada de grandes reviravoltas, mas o voo da vida como ela é, sendo aproveitado pela beleza da vista e pelas tantas tristezas que nos constroem. O final é rápido, poderia ter sido mais detalhado, mesmo assim, foi o suficiente para que se o leitor ainda não tivesse concluído isso, concluísse naquele momento: que nossa família somos nós quem fazemos, que nossa história somos nós que a tornamos memorável, que nosso lar não é o terreno, apesar de ser parte da constituição, nosso lar são os laços que nos unem para a construção do nosso alicerce. Somos memória, lar e família.


site: IG: https://www.instagram.com/tracinhadelivros/
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k.j. 24/08/2022

sobre a saudade e a materialidade do talvez
as coisas poderiam ser melhores do que ela são, fato, mas elas só são o que são por serem dessa forma ~

Adriana Lisboa equilibra o passado cruel, o presente impassível, um futuro presente incerto e futuro em que permanecerão todas as coisas da nossa existência
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Yas 08/02/2022

Ótimo livro!
Cheio de brasilidade, críticas à ditadura e referência às guerrilhas comunistas durante a ditadura militar no Brasil, além das referências aos EUA, o que mais me tocou é que é um livro essencialmente sobre laços, não só de família de sangue mas principalmente daqueles que se tornam abrigo e família de coração.
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ElisaCazorla 11/10/2021

Uma leve decepção
Eu desejei este livro por causa da sua capa maravilhosa e depois de ter lido um pouco sobre a autora. Ficou na minha lista de desejos por meses até aparecer como disponível novamente pela Companhia das Letras. Comprei e já furei a fila da leitura. Não foi uma leitura ruim mas também não foi lá grande coisa.
O primeiro livro que lida Adriana Lisboa foi Sinfonia em Branco e foi sensacional. Livro belíssimo e maravilhoso! Não foi a toa que Sinfonia em Branco venceu o Prêmio José Saramago.
Tentei não criar muitas expectativas com Azul Corvo porque sabia que naõ seria tão bom. Mas foi pior do que eu esperava. Foi bemm bege e sem graça.
Uma capa tão majestosa e uma autora tão grande não conseguiram me surpreender aqui.
Mas isso é muito comum, não é mesmo?
Tenho vários outros dela na estante que serão lidos em breve.
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@ALeituradeHoje 05/05/2020

Muitas vezes uma poesia
Quando ele chegou em Albuquerque eu dormia em meu quarto algum sono de sonhos pequenos, sonhos do tamanho da minha vida, que cabiam (que cabia) com sobras entre as grades do berço. Ele e minha mãe se abraçaram com a força da falta que sentiam um do outro. Ele foi para a cama com ela. Mais tarde, no meio da madrugada, ela preparou uma sopa e os dois se sentaram diante da árvore de Natal para tomar a sopa.
Era para ser definitivo. E foi.
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Guilherme Rodrigues 12/03/2020

É bacana
Azul Corvo conta as divagações de uma garota de 13 anos, chamada Evangelina, com sua mãe, o ex-marido da mãe,a irmã adotiva da mãe e uma porção de outras personagens.

A história se passa entre Rio de Janeiro e Estados Unidos, onde a narradora e protagonista vive com o padrasto. Há uma sucessão de passado, presente, passado, presente, futuro até chegar ao que realmente importa, a busca pelo verdadeiro pai, do qual apenas sabe que é americano. Ela quer encontrá-lo a qualquer custo.

Essa falta de objetividade me perturbou bastante. Ela vai em busca do pai e pronto, não. A garota está com o ex-marido da mãe e no parágrafo seguinte está conversando com a irmã adotiva da mãe para logo em seguida estar por aí com a mãe. Sem atenção, é fácil se perder. Voltei algumas vezes, outras, passei direto.

Comecei a gostar do livro quando ela vai realmente em busca do verdadeiro pai, mas logo era surpreendido por outra história no meio do caminho. Eu posso compreender essas variações de assuntos. Minha leitura, o livro mais do que tratar da busca pelo pai é sobre pertencimento. As personagens estão ali sem um lugar fixo e indo conforme a maré os leva. Tanto faz. Eles buscam um lar como o crustáceo faz da concha a sua casa, estão tentando encontrar a sua concha.

Fernando é o nome do ex-marido da mãe (já falecida), ele acolhe Vanja como um pai, a registra como filha e é fundamental na busca de ela encontrar seu verdadeiro pai, coisa que nem todo mundo faria.

A passagem mais significativa para mim, Colocou música e estendeu no ar ganchos invisíveis que nos aproximavam, laços de uma trama de crochê na ponta da agulha. Éramos um mundo de compatibilidades, estávamos irmanados, nos equivalíamos — e onde não nos equivalíamos, nos compensávamos.

Se eu recomendo a leitura? Claro que sim. É sempre bom ler coisas diferentes, principalmente se você tiver um grupo de leitura para dialogar sobre a obra. E no fim até que acabei gostando do livro.
ElisaCazorla 11/10/2021minha estante
A narradora não é uma garota de 13 anos. A narradora conta uma parte da vida dela de quando ela tinha 13 anos mas já está bem mais velha no momento que conta. Isso faz muita diferença.




><'',º> 04/04/2019

O quinto romance da escritora carioca é um pouco fruto da vivência da própria autora. Adriana se mudou para os Estados Unidos há quatro anos para atuar como pesquisadora convidada nas universidades do Novo México e do Texas. Decidiu ficar por lá quando encerrou o trabalho e maturou a ideia de escrever um romance cujo cenário fosse a região de Denver e o ponto de partida, uma amizade improvável entre dois personagens. A economia da escrita de Adriana, tão precisa em romances como Sinfonia em branco e Os fios da memória, é fundamental em Azul corvo.

Fonte:

site: correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2010/10/31/interna_diversao_arte,220736/azul-corvo-narra-o-encontro-de-uma-adolescente-e-um-ex-guerrilheiro-nos-eua.shtml
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Pandora 16/03/2019

Uma garota perde a mãe aos 12 anos e aos 13 decide mudar de cidade e país em busca de seu pai biológico e narra com densidade, lirismo e um viés despretensioso e existencialista toda a experiência.

Estou absurdada com a narrativa da Adriana Lisboa, com a forma dela de entrelaçar fatos históricos ligados a Ditadura Militar vivida no Brasil, os climas meteorológicos do Rio de Janeiro e do Colorado, a experiência da imigração legal e ilegal com o esforço de uma adolescente construindo seu mito de origem individual.

Estou surpresa, emocionada e louca para descobrir onde "Azul Corvo" vai me levar em suas linhas finais.
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Biblioteca Álvaro Guerra 13/06/2018

"Fernando já tinha dado tantas voltas depois de sair de casa que já não lembrava mais qual o caminho. Claro: a casa já não estava mais lá, portanto o caminho não podia estar.[...] Não é que a casa estivesse em toda parte: a casa não estava em parte alguma."

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788532525987
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Renata (@renatac.arruda) 06/12/2016

Livro muito sensível de Adriana Lisboa, que confesso ter arrancado umas lagriminhas aqui.

A narradora conta as memórias do início de sua adolescência, que se inicia na mesma época em que ela perde sua mãe - uma mulher independente que, por algum motivo que nunca chegamos a ficar sabendo, não hesita em abandonar os homens de sua vida (pai, companheiros) sem olhar para trás. Com a ausência da mãe, a menina Evangelina sente que precisa preencher certas lacunas e, para tanto, decide pedir o auxílio de Fernando, um homem de seu passado já há muito esquecido, que vive nos Estados Unidos.

A história é marcada pelas impressões, pelo o que é intuído, pelo o que é observado e não dito, e pela sensação de não pertencer a lugar nenhum que, por isso mesmo, abre a possibilidade de se pertencer a qualquer um e a todos. 'A gente se acostuma', é o que Fernando costuma dizer a ela. Os capítulos se alternam entre o então presente de Vanja e o passado guerrilheiro de Fernando, cujas passagens admito que achei um pouco cansativas, embora elucidativas. No todo, é um livro muito bonito e foi uma grata surpresa para mim.

@prosaespontanea: https://www.instagram.com/p/BNmnGm_Dj6b/

site: https://www.instagram.com/p/BNmnGm_Dj6b/
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fsamanta (@sam_leitora) 12/07/2015

Um belíssimo livro, com personagens apaixonantes. Conseguiu a proeza de falar da ditadura militar de uma forma singela e não pedante. Uma escrita que flui beirando o poético.
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marcelo 22/06/2011

Azul-Corvo
O livro é narrado por Evangelina,a Vanja, e a estória gira em torno de suas lembranças.Vanja narra o período em que perde a mãe e parte para os EUA para procurar o pai desconhecido,contando com a ajuda de Fernando,ex guerrilheiro e ex marido de sua mãe e do menino Carlos, imigrante salvadorenho que idolatra os EUA.Entre suas lembranças, intercala o período em que Fernando esteve na guerrilha do araguaia.
O livro falo de perda, de conformismo,de adaptação a situações inesperadas e de amizades improvaveis.Ler Adriana Lisboa foi uma grata surpresa.
Solange 22/01/2013minha estante
Também gostei bastante do livro Azul-corvo,além da história de Vanja nos inteiramos um pouco sobre a Guerrilha do Araguaia.


Thaís Venzel 06/02/2015minha estante
Estou fazendo meu prijeto de iniciação científica com este livro!
Esse,tanto quanto os outros livros da Adriana que eu já li, me surpreendem com a leveza e intensidade que a leitura nos causa. Excelente!




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