Cem anos de solidão

Cem anos de solidão Gabriel García Márquez




Resenhas - Cem Anos de Solidão


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Lola444 07/03/2019minha estante
Meme e as borboletas amarelas me deixaram de coração partido.
E concordo sobre a paixão e a solidão. Talvez justamente por sua enorme paixão, é que eles sempre estariam solitários.


ElisaCazorla 04/04/2019minha estante
Que relação interessante essa que você construiu entre a paixão e a solidão. Bom pra pensar :)


Tay 25/04/2019minha estante
Me arrepiei toda quando acabei de ler. Que livro !!!


ElisaCazorla 26/04/2019minha estante
Maravilhoso, não!! É o livro da minha vida :)




Vivi 15/12/2021

Quase não consegui terminar.
Alguns dizem ser o melhor livro que já leu na vida. Mas, pra mim não rolou. Eu achei a leitura arrastada e muitas vezes chata. Talvez não tenha sido o momento certo para lê-lo, mas não sei se eu voltaria a tentar no futuro. Quem sabe?
Krishna.Nunes 15/12/2021minha estante
Eu vejo algumas pessoas dizerem exatamente isso que você falou. Eu não entendo como pode ser arrastado se cada capítulo tem 3 traições, 5 nascimentos, 9 assassinatos e 2 guerras e se passam mais de 100 anos em 450 páginas, mas gosto é gosto. Parece que ele é muito ame ou odeie. A maioria ainda ama, tanto que ele é considerado o maior livro escrito em espanhol junto com Dom Quixote.


Vivi 15/12/2021minha estante
Eu cheguei a me sentir mal por não ter gostado. Hahahaha. Eu acho que minha cabeça não tava preparada para esta história.


@julianapena.books 17/12/2021minha estante
Eu já tentei ler por duas vezes (Livro emprestado) e não conseguir. hehehehe
Mas ganhei o exemplar e espero um dia ter o "momento certo" para lê-lo.


Joao366 22/12/2021minha estante
Para quem não conseguiu finalizar ou não teve boa impressão (ou pegada), a dica é ler sobre a história da América Latina e as dificuldades enfrentadas pelos povos, oprimidos por ditaduras de esquerda e de direita. Além da contextualização é importante saber, desde o começo, do gênero fantástico da obra. Por fim, uma última coisa: a edição com a árvore genealógica ajuda demais!




Krishna.Nunes 01/03/2021

Um reflexo (ou miragem) da América Latina
O ritmo melífluo como as frases se derramam para narrar as mais insólitas tragédias. A beleza de suas longas sentenças e a sensação de que estamos lendo poesia em forma de prosa. A naturalidade como a fantasia e a loucura mesclam-se ao cotidiano enquanto o normal ganha ares de extraordinário. Personagens que inspiram paixão, comiseração, repulsa e, quando se vão, deixam saudade. Mas, especialmente, uma estirpe destinada à mais inexorável solidão. Tudo isso nos enreda numa narrativa labiríntica a uma família condenada a não ter uma segunda oportunidade sobre a face da Terra.

Nada nesse livro é trivial. Da intensidade das paixões à violência das mortes, da inocência das crianças ao amargo arrependimento dos idosos. A espiral do tempo que se repete em círculos como os nomes das personagens. A barbárie sangrenta dos golpes, as traições e os massacres onde reconhecemos um pouco da história da nossa própria nação. O vazio das guerras. Suas mulheres vigorosas como muralhas de pedra e seus homens instáveis e decadentes. Nossa própria identidade como povo latino-americano e colonizado, nossas próprias dores e nossos próprios preconceitos, nossos rostos, cores e sentimentos estão em cada parágrafo, como se toda palavra intimasse à reflexão e ao encantamento.

Nada que se possa dizer está à altura dessa obra. Para compreendê-la é preciso senti-la, absorvê-la, mergulhar nela e afogar-se em cem anos de puro espanto.

O melhor livro já escrito.
Rafa P. 02/03/2021minha estante
Quero reler muito em breve. Essa edição é boa?


Krishna.Nunes 02/03/2021minha estante
Rafa, no começo a tradução de alguns termos me incomodou um pouco e eu cheguei até a comparar com a tradução mais antiga de Eliane Zagury e com o original em espanhol. No fundo acaba não sendo nada demais, mas eu sou chato com isso. O estilo não é afetado, foi só a escolha de certas palavras que eu estranhei.

Também tem uns errinhos. Por exemplo, a palavra Singapura aparece 3 vezes no texto, sendo duas grafadas com C e uma com S. Noutro trecho, estava escrito 'vaso' onde deveria ser 'copo'. E outros detalhes assim, que podem facilmente passar despercebidos.

Essa edição é impressa em papel off-white (não é pólen) e a impressão não é das melhores, mas isso é comum a todos os livros da Record. Na maioria das páginas, o bloco de texto da página da esquerda não estava perfeitamente alinhado com o da direita e isso me incomodava muito (um mais baixo que o outro ou um mais à esquerda que o outro, tornando as margens desiguais). Nas edições dos anos 2000 (de capa verde escura) havia ilustrações de Carybé no início dos capítulos, que essa edição não traz. Porém aquela era papel branco e essa não. Enfim, cada uma tem vantagens e desvantagens.


Rafa P. 03/03/2021minha estante
Eu super te entendo . Perguntei sobre a edição , pois li da biblioteca e agora quero comprar uma edição pra mim. De uns tempos pra cá tenha dado bastante atenção para a tradução, que é algo tão importante e por vezes menosprezado aqui no Brasil. Eu vou dar uma boa olhada nas edição disponíveis antes de comprar. Obrigada pelas dicas. Um abraço.


Romilda.Rodr 03/03/2021minha estante
Estudei a análise dessa obra na faculdade de espanhol, do jeito que nos foi passado não despertou nenhum interesse de ler a obra. Lendo seu resumo já quero degustá-la pra ontem! Obrigada!




Roger Ruiz 27/01/2018

Uma bela viagem!
100 anos de solidão conseguiu me prender de tal forma que em certos momentos esqueci de tudo e a minha vida era a estória. Os contornos das palavras e os detalhes das personagens trouxeram uma fantasia misturada com realidade difícil de explicar. Certamente relerei este livro, pois ele merece mais do que uma leitura.
Clara 12/02/2018minha estante
Tive a mesma sensação de fantasia misturada com a minha realidade! Ainda não terminei de ler, mas já tenho a certeza de que o lerei de novo!


Roger Ruiz 15/02/2018minha estante
Claro, com certeza uma segunda leitura proporcionará uma experiência diferente, afinal, a cada minuto que passa, não somos mais a mesma pessoa.


Roger Ruiz 15/02/2018minha estante
Clara, com certeza uma segunda leitura proporcionará uma experiência diferente, afinal, a cada minuto que passa, não somos mais a mesma pessoa.


Clara 17/02/2018minha estante
Verdade!




Ber 09/09/2020

Solidão, mundo e nostalgia
Nascido na Colômbia, Gabriel García Márquez que, ao escutar as histórias de sua avó, acabara por herdar uma ampla bagagem de narrativas sobre o imaginário da região em que morava, e em Cem anos de solidão, pôde colocar o tema como um elemento crucial na narrativa. Além disso, em sua obra, as representações de mundo feitas pelos habitantes de Macondo e seus protagonistas, são constantemente concatenadas com os sentimentos conflitantes dos Buendía, ou seja, elementos fantásticos, como os relatos sobre viajantes de 200 anos, a confirmação da existência de tapetes voadores, e também, observar que na narrativa a ressurreição é possível, traz ao leitor uma sensação instigante, e dessa forma, a leitura fica fluída, apesar de tratar de temas densos, como por exemplo, solidão, nostalgia, paixões, etc.

No que tange a ambientação da narrativa, temos um vilarejo fundado por José Arcádio, o patriarca da família, e desde esse ponto inicial, percebe-se o forte laço entre a estirpe dos Buendía com o local que fora nomeado Macondo, tendo em vista que, em diversas passagens da obra, a cidade prosperar ou não, pode ser facilmente relacionado com o estado da família, desse modo, a cidade age como uma forma de personificação da circunstância em que os Buendía se encontram.

Além disso, partindo para uma abordagem mais introspectiva sobre os personagens, temos a constante problemática que, resolvi organizar da seguinte forma: solidão, mundo e nostalgia. No caso da solidão, sentimento principal que assola os Buendía, ela se desenrola por causa de uma constante dificuldade de se relacionar com o mundo, tanto externo (Macondo e o exterior), quanto o interno (com os próprios familiares), que acaba intensificando-se, a partir do momento em que as personagens voltam o olhar para um acontecimento do passado que fora marcante, culminando em um forte saudosismo, tendo um efeito paradoxal, pois ao mesmo tempo que a nostalgia serve como escape de uma realidade problemática, também relembra que os bons momentos estão distantes, o que acaba intensificando o sentimento de solidão que paira por toda a estirpe dos Buendía, pelos mais variados motivos.

Então, se eu fosse oferecer um dos vários motivos para os Buendía acabarem entrando em um ciclo vicioso de solidão, diria que é por causa da dificuldade de se relacionar com o mundo. Não somente isso, não quero de forma alguma limitar as diversas facetas da obra, mas é o ponto no qual cheguei, após minhas reflexões. Portanto, creio que para os leitores que gostam de temas universais, intrínsecos à natureza humana, recomendo fortemente a leitura, pois além de trabalhar tais temas, há uma narrativa formidável, embasada em um imaginário muito rico, fazendo ser possível que ocorra tanto o choro, quanto o riso, ao ler esse romance.
paula1344 10/09/2020minha estante
vc faz tudo!


Jany 10/09/2020minha estante
NEM AVISA NÉ MANO


Jany 10/09/2020minha estante
QUE RESENHA MEUS AMIGOS, QUE RESENHA!


Ber 10/09/2020minha estante
awwwn obrigado pelo carinho amigass, agradeço mt por terem lido. Espero ter conseguido passar, mesmo q só um pouco, a experiência q eu tive com essa leitura. E EU POSTEI LA NO TT Q EU TINHA FINALMENTE CONSEGUIDO TERMINAR




Cássia Agapito 07/04/2021

Meio pornográfico
Inegável que GGM escreve maravilhosamente, mas usa de alguns artifícios sensuais para entreter o leitor.
Tiago.Boaventura 07/04/2021minha estante
Meia estrela só ?


Cássia Agapito 08/04/2021minha estante
São muitas páginas, então é um tempinho que gostaria de ter gastado em outro livro.


Tiago.Boaventura 08/04/2021minha estante
As vezes eu sinto isso também, que poderia estar ?perdendo? tempo lendo outra coisa. Mas pense pelo lado bom, agora você tem uma opinião formada sobre o autor.




CarlosLopeSh 24/10/2017

Uma saga familiar cheia de esquisitices e viés ideológico
O autor é notoriamente adepto à ideologia da Esquerda Latino-Americana, por isso, a sua obra é chapiscada de elementos marxistas. Na saga familiar em questão, ele transforma os personagens de forma abrupta, criando, por exemplo, um herói revolucionário que luta contra as forças opressoras de um exército cruel, assassino; cria um líder sindical que é assolado por tiros de metralhadora durante uma manifestação pacífica de trabalhadores descontentes com seus patrões.
Além das características ideológicas, encontramos por toda a obra o tal Realismo Mágico. Confesso que conhecia apenas o Realismo, onde geralmente os personagens têm um final trágico, comendo o pão que o diabo amassou. O que altera, nessa nova classificação? elementos lúdicos, ou mágicos. Exemplos? Uma personagem que é arrebatada ao céu; ou mortos que interagem com os vivos; ou mesmo um personagem sensitivo que recebe avisos do além, do que lhe acontecerá. Além disso, encontramos situações bem fora do comum. Exemplos? Uma moça pedófila que luta para tomar o namorado da irmã e depois, quando consegue o seu intento, dispensa o cara, preferindo buscar prazer em dormir nua com o seu sobrinho de poucos anos de idade; ou mesmo uma outra personagem que, parecendo demonstrar um grande amor pelo noivo, aguarda anos pela oportunidade de casar-se com ele. De repente, ao conhecer o seu irmão de criação, vendo-o passar pela porta do seu quarto, simplesmente entrega-se a ele. Casam-se e, anos depois, ela o assassina sem motivos, findando a sua vida em uma velhice solitária.
O livro é tão movimentado, a vida e as emoções dos personagens são tão voláteis que acabam por banalizar a leitura, sempre levando o leitor a pesquisar a árvore genealógica da família para não perder-se em meio às sete gerações de cargas-tortas (haha) que vivem entre si um círculo vicioso de personalidades hereditárias e destinos trágicos, numa distorção do tempo para que o presente se repita ou se pareça com o passado.
Ah! Um ponto também interessante é que o autor capricha nos spoilers, dando uns toques de como será o final de alguns personagens, geralmente enquanto os apresenta na história.
Talvez pela expectativa enorme que se formou em mim sobre o autor tão aclamado, senti uma grande frustração em relação à falta de construções textuais bem elaboradas, como encontramos, por exemplo, nas obras de Machado de Assis. Sabe aquelas tiradas que demonstram um raciocínio perspicaz e que gostamos de guardar para usar como citações? Praticamente inexistem! O Gabo é um bom contador de histórias, ok, mas acho que essa obra é aclamada de uma forma desproporcional. Será por causa do viés ideológico de esquerda que tornou-se elemento tão valorizado pela crítica acadêmica e exigido nas manifestações artísticas? Bem, a leitura vale pela dinâmica e pelo conteúdo lúdico (esquisitices) da obra. Dá pra classificá-lo como um livro bom.
Livroseliteratura 07/01/2018minha estante
Uma das melhores resenhas que já li na vida!


Aline.Araujo 18/09/2018minha estante
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CarlosLopeSh 18/09/2018minha estante
Vlw




Michael Jordan 12/08/2017

"Choveu durante quatro anos, onze meses e dois dias" em Macondo, um vilarejo que desapareceu da face da terra. Escrita pelo colombiano Gabriel García Marques, Cem Anos de Solidão completou 50 anos de publicação em 2017. De uma poesia irremediável e dilacerante, a obra retrata a história da família Buendía durante um século de guerras e tragédias, formigas ruivas e repetições violentas, incestos e fantasmas, loucuras, traumas e borboletas? amarelas, sete gerações de um família marcada por efêmeros resquícios de alegria e traços de abandono, "ligados até a morte por um vínculo mais sólido que o amor: uma dor comum de consciência", que só um século de solidão em diferentes formas deixa nos olhares e entranhas de uma família e da América Latina. Todos os dias em que li estava completamente só e em frias madrugadas de julho. Não sei se lia por que era noite e era frio, ou se era frio e noite porque eu lia. Mas a obra, que indicada por professores, por meu analista e alguns amigos, soube como me sacudir por inteiro. Repleto de uma crítica social ácida, revela também a realidade do povo colombiano durante a ditadura e guerra civil entre 1948 e 1958, e do povo latino americano que ainda busca por sua identidade e independência. "Poetas e mendigos, músicos e profetas, guerreiros e canalhas, todas as criaturas desta indomável realidade, temos pedido muito pouco da imaginação. Porque o nosso problema crucial tem sido a falta de meios concretos para tornar as nossas vidas mais reais. Estes, meus amigos, é o cerne da solidão", disse o autor no discurso ao prêmio Nobel de Literatura em 1982. Ressalto às personagens femininas da obra, que são de personalidades tão fortes quanto o vento que levera a casa ao chão. Em tempos, que parecem dar voltas intermináveis sobre o mesmo eixo que nos imobiliza, a busca por nossa própria identidade é tão árdua e sangrenta pra nós como foi para os Buendía, mas que possamos lutar sempre em busca de novas oportunidades de existência sobre a terra. Essa segunda chance que eles não tiveram. Um dos melhores livros lidos esse ano e com certeza um dos melhores da vida. Aqui ainda chove, dentro desse coração Macondo.
Pri.Viscardi 12/08/2017minha estante
Perfeito!!


Taty Vasconcelos 16/08/2017minha estante
Uau!!!


Day 21/09/2017minha estante
Esplêndido!




Maria.Britto 12/12/2017

das permanências fluidas do tempo
[...gritava Ursula. "É como se o tempo desse voltas redondas e tivéssemos voltado ao principio."]

Ainda estou envolvida no tecido feito de tempo que esse livro costurou ao redor de mim.

Nesses cem anos de destinos desenhados pelos descaminhos da família Buendía, a minha noção de passagem de tempo foi mudando: com a maestria da escrita de Gabriel García Márquez, consegui sentir o ritmo dele se alterando. E foi justamente nele, no tempo, que senti a solidão mais apegada, a solidão irremediável em que se engendram os personagens.

Na Macondo dos fundadores, onde chegavam os primeiros ciganos com as mais novas invenções do mundo e os delírios de Jose Arcádio Buendía começavam, o tempo passa devagar. Os primeiros personagens e suas histórias têm um ritmo mais lento, muito diferente daquele que começa a surgir quando o coronel Aureliano Buendía inicia a guerra e mais ainda daquele de quando a empresa de Mr. Brown se instala na cidade.

Mas o tempo redondo que Úrsula intuiu se revela, lavado pela chuva de quatro anos, onze meses e dois dias e torna a escorrer lento. Escorre lento até parar, encerrado, irrepetível desde sempre e para sempre. Talvez no princípio de outra estirpe, que não essa, condenada a cem anos de solidão.

Para além disso, o livro é permeado de cenas inesquecíveis e de referências históricas marcantes. Nesse sentido, as palavras do próprio autor, que aparecem nas primeiras páginas sob o título de "A solidão da América Latina", me fizeram entrar com outro olhar na leitura (deixo aqui um trechinho e recomendo que leiam o texto completo): "...Este é, amigos, o tamanho da nossa solidão. E ainda assim, diante da opressão, do saqueio e do abandono, nossa resposta é a vida. Nem os dilúvios, nem as pestes, nem a fome, nem os cataclismos, nem mesmo as guerras eternas através dos séculos e séculos conseguiram reduzir a vantagem tenaz da vida sobre a morte."

Ah, e essa edição, em especial, nos ajuda bastante a não confundir os personagens (que são muitos e de nomes muito parecidos) porque tem a árvore genealógica dos Buendía.

Que livro!
Renato 27/01/2018minha estante
Ótima resenha. Cem Anos de Solidão é para mim, como acredito para tantas pessoas, um livro que passa a sensação que sua narrativa não se encerra na última página. O texto, coordenadas de solidões, persegue aqueles que inclinaram os olhos no seu significado. Um mergulho.


Renato 27/01/2018minha estante
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Maria.Britto 01/03/2018minha estante
é bem essa a sensação mesmo, Renato! Não é todo dia que a gente conversa assim com a solidão (a da narrativa, a nossa, a do tempo).




Bocca 26/08/2021

Buendía
Macondo já se fixou em minha memória literária sem nem fazer força.
Realmente o conjunto da obra que, agora meu íntimo Gabo, nos apresenta, é marcante.

Uma família de colonos, um ambiente tropical e fantasioso, e uma sina que acompanha a estirpe, recheado de personagens envolventes em uma trama espetacular.

Amores e desastres são um círculo vicioso que, profetizado em pergaminhos indecifráveis, se fará verídico pelo destino ao qual toda a trajetória familiar do Buendías completaria sua maldição e seu ciclo.
brunaponce 26/08/2021minha estante
Vou imprimir a árvore genealógica, emoldurar e pendurar na parede hahahaha amei o livro também!


Bocca 26/08/2021minha estante
Ótima idéia heim!? Apoiada! ;)


brunaponce 26/08/2021minha estante
Obs: achei sua resenha muito bem escrita!




José Ricardo 26/05/2013

Os meus "Cem anos de solidão"
Impossível traduzir com palavras os dias em que estive em Macondo. Creio que nunca, em minha vida, a literatura foi tão usada para transpor-me a uma realidade absurdamente diferente desta onde eu existo. Gabo pegou-me pela mão e a mim mostrou as sete gerações dos Buendía, como um narrador bíblico que coloca diante dos nossos olhos infantes um mundo onde tudo é possível. Um mundo não ainda contaminado pelas ideias de Descartes — e os que vieram antes e depois dele —, que puseram ordem e razão em nossas mais lindas criancices. E foi assim que me senti: criança. Dessas que aceitam o tudo o que lhe contam, sem que este tudo tenha que ser provado, mensurado, atestado, mas apenas vivido.

A primeira vez que tentei ler “Cem anos de solidão” fora na adolescência. Devia ter uns 16 ou 17 anos, era um leitor afoito, desses que deixam de lado o estudo acadêmico da gramática, dos números, das datas, dos mapas e dos organismos vivos para devanear horas e horas pelo mundo da leitura. Achei o livro difícil, pesado mesmo, principalmente por causa dos muitos Arcadios e Aurelianos que já apareciam logo nas primeiras páginas. Mal sabia eu que as Amarantas, as Remedios e até mesmo as Úrsulas também se repetiriam pelas laudas afora, de maneira cíclica e labiríntica. Mas ouvindo uma voz interna que me isentava do fardo de ser um leitor precoce, eu simplesmente deixei o livro para depois.

E o depois se fez agora, no momento em que decidi mergulhar na Literatura latino-americana e provar de todos os seus sabores. É claro que Gabriel García Márquez figura nesta categoria no rol qualquer leitor, até mesmo dos mais desavisados. Eu já tinha lido o Gabo através de uns contos esparsos, muitos entre os “Doze contos peregrinos”. Mas sentir os cheiros de Macondo e ouvir seus sussurros foi realmente uma experiência única e indizível.

O livro realmente nos arrasta. Coloca-nos personagens, ao lado de outros tantos. Suga-nos de um modo abrupto e nos seduz, de tal maneira que somos nós que pedimos para sermos enganados pelo realismo mágico do autor. Mágico! Creio que a mágica bem define o tema de “Cem anos de solidão”. É a magia das palavras. Aquelas palavras escritas em pergaminhos, com códigos (quase) indecifráveis... Aquelas palavras destinadas aos médicos invisíveis, aos mortos que nos assombram, aos amores inconfessáveis, aos silêncios com os quais nos punimos.

Durante este tempo, eu fui um Buendía e descobri que eles têm um pouco de todos nós, humanos. Que são nossos ancestrais comuns... E imaginei que ao morrer um Buendía, sempre nasceria outro, com os mesmos repetidos nomes e os mesmos repetidos fados. Mas para meu grande susto, a última verdade assentada na última página dizia o contrário, pois tudo o que estava escrito nos pergaminhos de Melquíades “era irrepetível desde sempre e para sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda chance sobre a terra”.

ALGUNS TRECHOS QUE ME EMBEVECERAM:


"... 'Já que ninguém quer ir embora, nós iremos sozinhos.' Úrsula não se alterou.
— Nós não iremos — disse. — Ficaremos aqui, porque aqui tivemos um filho.
— Ainda não temos um morto — ele disse. — A gente não é de um lugar enquanto não tem um morto enterrado nele.
— Se é preciso que eu morra para vocês ficarem aqui, eu morro."

***

"A casa se encheu de amor. Aureliano expressou-o em versos que não tinham princípio nem fim. Escrevia-os nos ásperos pergaminhos que lhe dava Melquíades, nas paredes do banheiro, na pele dos seus braços, e em todos aparecia Remedios transfigurada: Remedios no ar soporífero das duas da tarde, Remedios na calada respiração das rosas, Remedios na clepsidra secreta das mariposas, Remedios no vapor do pão ao amanhecer, Remedios em todas as partes e Remedios para sempre."

***

“—Porra! — gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
— Onde está — perguntou alarmada.
— O quê?
— O animal! — esclareceu Amaranta.
Úrsula pôs o dedo no coração.
— Aqui — disse.”
José Ricardo 26/05/2013minha estante
POSTAGEM ORIGINAL: http://www.literaturaeshow.com.br/2013/05/os-meus-cem-anos-de-solidao.html


Renata CCS 19/06/2013minha estante
Uma bela resenha! Apaixonada!


minhananny 10/02/2014minha estante
Eu também esperava outro final! Achei primeiro que os filhos da Renata que foram embora não voltariam mais. Depois, quando a Amaranta Úrsula voltou, amou de verdade o Aureliano e ele a ela, e ela disse que seu filho se chamaria Rodrigo, achei algo piegas: a espontaneidade e cumplicidade deles libertaria a família da solidão.




Talita 24/08/2020

Um tesouro em forma de livro
Meu primeiro contato com Gabriel García Márquez não poderia se dar da melhor forma.

A escrita do autor é primorosa demais, nos prende, envolve e é gostosa demais para deixar de ler.

O livro tornou-se meu favorito por me mostrar uma história que facilmente seria contada por minha avó, senti que ela estava comigo mais uma vez.

Para mim, é difícil fazer um resumo digno sem me estender por horas falando sobre cada detalhe. Então vou parar por aqui deixando essa indicação de leitura de vida! :)

(Ah, gente, amo Úrsula Iguarán
Fábio Nogueira 11/09/2020minha estante
Quando puder, leia Crônica de uma morte anunciada. Sou fã de Gabo e esse é o meu preferido.


Talita 11/09/2020minha estante
Anotado! Obg.


Fábio Nogueira 11/09/2020minha estante
Depois me conta...




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mari 10/12/2020minha estante
acabei de perceber que escrevi "marques" ao invés de "marquez". vou culpar o word :)


Lorena.Mireia 10/12/2020minha estante
Parabéns pela resenha! Nunca tinha analisado a obra sob essas perspectivas, bem interessante.


mari 11/12/2020minha estante
Obrigado, Lorena. É um livro muito complexo, cabem bastante análises :)




Melaine 06/07/2020

Cem anos intermináveis.
Um grande clássico,confesso que fui com muita expectativa para ler,muito por ser um livro extremamente elogiado.
Li com pressa,ávida pelo término,algo que lamento,não deu para saborear Macondo como gostaria.Os personagens dessa linhagem cíclica,foram maçantes e pouco atrativos no final das contas. Um ótimo início e bom desfecho,claro que não poderia ser injusta e deixar de ressaltar os pontos positivos e dentre eles,posso dizer que a escrita do García Márquez é riquíssima,ponto inquestionável.
Cem anos de solidão foi uma leitura pouco saborosa,eu que iniciei encantada por aquilo que viria por essas páginas,encerro a jornada cansada pela narrativa se estender tanto para finalmente entregar algo.
Marcio Fabula 06/07/2020minha estante
De bonito fica só o começo e o final. E essa linda edição. No mais quem sabe outras obras do autor nos der mais prazer na leitura.


Melaine 10/07/2020minha estante
E a capa né? Lindíssima.


Marcio Fabula 10/07/2020minha estante
Uma das melhores capas de um livro.




amandaoliare 09/04/2021

Após dois meses do término da leitura, ainda me pego refletindo sobre esse livro.

Confesso que no início achei um pouco maçante e me perdia em meio a tantos José Arcádios e Aurelianos, mas no decorrer da história acabamos nos identificando de alguma forma e até desejamos ter um pouco de cada um dos personagens, seja na sabedoria e força de alguns, na liderança de outros ou até mesmo no jeito belo de alguns outros de enxergar a vida em meio a tanta solidão.

Solidão essa não apenas por tantas perdas e por viver em um lugar esquecido por todos, mas solidão de si, dos sonhos abandonados, de quem gostaria de ter sido.

Um livro que merece ser lido e refletido novamente daqui a alguns anos.
Nêssa 09/04/2021minha estante
tenho muita curiosidade de ler Gabo!! Mas vi alguns reclamações quanto a edição do livro... fiquei na dúvida, agora haha


amandaoliare 09/04/2021minha estante
Eu também fiquei na dúvida na hora de comprar por causa desses comentários referentes à edição, mas acho que a história e a reflexão que ela me trouxe compensaram tudo hahaha


Nêssa 09/04/2021minha estante
aaah! bom saber, obrigada!




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