Thaís | @analiseliteraria 29/04/2020Cem anos de solidão é um romance latino-americano escrito por Gabriel García Márquez, ou Gabo, como é conhecido no seu país natal Colômbia. A história se passa na cidade fictícia de Macondo, fundada pela família dos Buendía, e usando do realismo mágico na obra, constrói-se na história uma árvore genealógica complexa que irá protagonizar uma das melhores obras latino-americanas. São setes gerações da família que conhecemos, os nomes vão se repetindo, temos incontáveis Aurelianos e Josés Arcadios, o que às vezes causa confusão, mas não prejudica a experiência da leitura. A partir dessa família, a história se desenvolve, mostrando sua ascensão, sua transformação e sua queda, cujo o destino de todos encontra-se entrelaçado com sua origem. Os personagens são fascinantes, o ponto comum entre todos é a solidão, como diz o livro “...porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra.”. Durante a narrativa, diversos personagens, além dos Buendía, chamam a atenção, entre eles o cigano Melquíades, que traz para a aldeia de Macondo as invenções de diversos lugares do mundo e escreve pergaminhos que preveem a história dessa família. As diversas guerras também são centrais na obra, trazendo uma reflexão que podemos levar para as guerras civis que ocorreram pela América Latina. No mais, é uma escrita impecável, desde a contextualização, a criação dos personagens, dos ambientes, dos entraves e do desenrolar da história de cada um.
Essa obra foi uma das responsáveis por entregar o prêmio Nobel de Literatura, em 1982, para o Gabo. Trata-se de uma leitura que possui muitos ganchos com a realidade, desde as guerras inúteis, as lutas internas por poder, a solidão tão presente em uma América Latina esquecida e subdesenvolvida.
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