Cem anos de solidão

Cem anos de solidão Gabriel García Márquez




Resenhas - Cem Anos de Solidão


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skuser02844 29/11/2022

É melhor do que imaginava... mas não é bom
Tentei ler este livro anos atrás, mas abandonei ali pela metade. Mas este livro foi escolhido para discussão no Clube do Livro aqui da cidade, li inteiro pela primeira vez, e detestei menos, mas passei longe de gostar
Moony 29/11/2022minha estante
Fiquei curioso pelos motivos


Vanea 29/11/2022minha estante
Ele também foi escolhido no meu grupo de leitura no Whatsapp, esse mês, mas eu não teria vontade de ler no momento ??


Guinho 29/11/2022minha estante
Rudi tá revoltado hoje! ?




Elton.Oliveira 03/02/2024

A saga de uma família castigada
Entendi perfeitamente o motivo de tanta reverência e merecidamente vencedora de um nobel de literatura! Gabriel Garcia Marquez o fantástico "GABO" nos presenteou com essa obra de arte!

O texto remonta a história de uma família que será castigada , como Gabo sacramentou , não terá uma segunda vez na terra !!! Putz ... Que frase marcante e arrepiante, a forma que ele nos joga no peito essa sentença!!

O romance familiar será o início de toda a desgraça anunciada dos Buendia , cada filho , cada nova família, trará na genética, a semente da solidão e do pecado inicial !

Os Buendias fundaram uma cidade, Macondo , que também brilhará nessa obra com suas fantasias faraônicas, desastres , maldições, tudo pode acontecer em Macondo....

Sinceramente, estou sem palavras.... Nunca havia lido um livro dessa magnitude ... Uma história tão bem amarrada que encerra não só o livro mas toda a estirpe dos Buendia e também uma cidade !!


Leiam Cem Anos de Solidão!!!! Gabriel Garcia Marquez.... Você é um gênio!
Ana Carol 03/02/2024minha estante
Adoro ler as resenhas pq elas dão outras dimensões aos livros além daquela que as editoras é o próprio autor "vendem". Tenho o livro em espanhol pq sempre que viajo para algum lugar compro um livro de um autor famoso local ou que tenha relação com a cidade. Este está na estante parado há anos esperando... Depois da resenha, acho que chegou a hora! ??


Elton.Oliveira 03/02/2024minha estante
????... Ana , eu ainda estou digerindo o final ! Geralmente nos decepcionamos com os desfechos dados mas o Gabo não estava pra brincadeira nesse livro .... É de cair o queixo da cara ! ??... Se vc domina bem o espanhol, leia o seu original pois a tradução tem algumas notas explicando algumas aproximações feita .. Que às vezes é até bom, pq tem um contexto específico do autor.


Elton.Oliveira 03/02/2024minha estante
Sim , Ana , fico feliz em te empolgar e despertar o interesse, obrigado ?...
Leia logo !!! ??


Fabio 03/02/2024minha estante
Elton, excelente resenha!
Muito bem sintetizada!


Elton.Oliveira 03/02/2024minha estante
Obrigado Fábio !
Quando lemos uma obra dessa ,parece que temos que derramar todo sentimento e emoção nessas resenhas .... Algo tem que ser escrito para partilharmos essa euforia ! ?


Fabio 03/02/2024minha estante
Exato , Elton!?




Rodrigo.Macedo 09/10/2023

Não entendi pq escolheram essa borboleta amarela para a capa
As frases do Gabo me transportaram para um mundo de sonhos. Chegou num momento da leitura que não estava esperando ser conduzido por uma trama intrincada. Apenas deixei-me levar pelas palavras.

Apreciei cada momento. Li sem pressa. Sem esperar nada. Não me preocupei com os nomes repetidos. E a experiência foi excelente.

Muito feliz com essa leitura. Feliz por ter conseguido apreciar essa história. Desenvolvi um carinho especial por esses personagens.
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Emmilyvaladarescabral 31/12/2022

Genial. Divertido. Melancólico. Sátira. Realismo mágico.
Cem anos de solidão de Gabriel García Márquez, é um dos maiores clássicos da literatura latino-americana. É um romance lindo que versa sobre a incrível e triste história da família Buendía, os quais fundaram o vilarejo de Macondo e por lá vivem.

O livro é perfeito. Sério. Amei o enredo; os personagens, embora os nomes sejam repetidos ? há vários José Arcádios, Aurelianos, Amarantas e Úrsulas, mas isso em nada prejudicou a leitura; os saltos temporais; a história da família Buendía; o cotidiano de cada um com suas idiossincrasias... Ou seja, amei tudo!! Fascinante o quanto Gabo é genial.

Ao longo do livro nos é apresentado as sete gerações da família, de como fundaram o vilarejo e viveram tempos de bonança e de como decaíram até não terem mais nenhum descendente vivo, eis que tratam-se de uma ?estirpe de solitários para a qual não será dada uma segunda oportunidade sobre a terra? ? graças a maldição de Melquíades.

Um dos personagens que mais gostei foi da matriarca, Úrsula, uma mulher forte que viveu entre 115 e 122 anos de idade e batalhou até a morte pela sua família, sendo ela a ?voz da razão de uma família de loucos?. A história de vida dela é maravilhosa e chorei quando ela partiu.

Todavia, confesso: não é um livro fácil de ler, eu mesma tentei ler a obra no ano de 2021 e interrompi a leitura por achar tudo "muito complexo", denso e difícil. Mas nesse ano de 2022 retomei a leitura e achei o livro magnífico, sensacional, uma obra prima muito bem construída, tudo estava tão conectado e fluiu tão bem que o conclui em cinco dias.

Enfim, em que pese tenha sido publicado em 1967, a escrita não é complicada, mas muito simples, além de ser atemporal, pois aborda temas como a estupidez humana, solidão, guerras e política... Se tornou um dos meus livros preferidos da vida e pretendo ler muito mais obras de Gabo.

? Citações:

?O mundo era tão recente que muitas coisas não tinham nomes, e para mencioná-los era preciso apontar o dedo para eles.?

?Você não morre quando deveria, mas quando pode.?

?A solidão havia selecionado suas memórias e incinerado os amontoados entorpecentes de lixo nostálgico que a vida havia acumulado em seu coração e purificado, ampliado e eternizado os outros, os mais amargos.?

?Uma vez mais estremeceu com a comprovação de que o tempo não passava, como ela acabava de admitir, e sim dava voltas redondas.?

?O segredo de uma boa velhice nada mais é do que um pacto honesto com a solidão.?

?Na verdade, ele não se importava com a morte, mas com a vida, por isso a sensação que experimentou ao pronunciar a sentença não foi de medo, mas de nostalgia.?

?Só ele sabia então que seu coração atordoado estava para sempre condenado à incerteza.?

?Ele teve que promover trinta e duas guerras e violar todos os seus pactos com a morte e chafurdar como um porco no monturo da glória, para descobrir quase quarenta anos depois os privilégios da simplicidade.?

?O mundo terá acabado de se foder no dia em que os homens viajarem de primeira classe e a literatura no vagão de carga.?
ouija 31/12/2022minha estante
A capa é pra lembrar um dragão ou eu tô vendo coisa?


Emmilyvaladarescabral 31/12/2022minha estante
Dragão chinês ou do tipo Game of Thrones?


ZusBR 31/12/2022minha estante
Foi por essa porta que passei, para logo depois me encantar com o Gabriel.




Luan Rocha 31/10/2021

Sobre a solidão
É difícil de explicar esse livro. Por um lado toda a história, por mais confusa que pareça, ela consegue ser muito agradável de ser linda, mesmo assim sinto que não fui capaz de compreender bem esse livro, talvez eu deva lê-lo novamente.

E sobre a solidão, pude perceber que não precisa estar sozinho, basta ter a vocação.
Igor Del Rey 31/10/2021minha estante
Oi. Eu confesso que tenho esse livro na estante há anos! Mas tenho um certo bloqueio para pegar e ler. Acho que tenho esse medo de ainda não estar intelectualmente evoluído para conpreender essa obra. Rs


Gustavo.Rubim 31/10/2021minha estante
A palavra para essa obra seria MONUMENTAL. É quando nos damos de frente com um grande escritor e tudo que lemos durante a vida parece uma coisa menor, Aureliano, José Arcádio, Úrsula, todos ficam conosco para sempre, inclusive um pouco da solidão. A leitura é relativamente fácil, como constima escrever o García, a complexidade está no número e nome dos personagens, nada que não seja superado com um pouco de atenção a mais!




Alessandra 11/06/2023

Realmente Cem anos de muita solidão
Eu achei o livro sensacional, gostei muito do realismo mágico, da história da família, dos personagens e da comunidade retratada. Dizem que as história do Gabo são um retrato da América Latina e esse livro é extremamente América Latina. Ri horrores de certas coisa, fiquei espantada com outros, fiquei triste com o final, mas vou carregar essa história comigo por longos anos ainda.
Fafhy 11/06/2023minha estante
Eu também gostei muito!




Talita 24/08/2020

Um tesouro em forma de livro
Meu primeiro contato com Gabriel García Márquez não poderia se dar da melhor forma.

A escrita do autor é primorosa demais, nos prende, envolve e é gostosa demais para deixar de ler.

O livro tornou-se meu favorito por me mostrar uma história que facilmente seria contada por minha avó, senti que ela estava comigo mais uma vez.

Para mim, é difícil fazer um resumo digno sem me estender por horas falando sobre cada detalhe. Então vou parar por aqui deixando essa indicação de leitura de vida! :)

(Ah, gente, amo Úrsula Iguarán
Fábio Nogueira 11/09/2020minha estante
Quando puder, leia Crônica de uma morte anunciada. Sou fã de Gabo e esse é o meu preferido.


Talita 11/09/2020minha estante
Anotado! Obg.


Fábio Nogueira 11/09/2020minha estante
Depois me conta...




emily674 21/01/2023

A vida é um ciclo visioso de amor, desilusão, pobreza e riqueza, o destino pode causar estranheza, mas nunca é diferente do que estamos acostumados.
Isabela2703 21/01/2023minha estante
Por que o 3,5? ?




Elisa 01/02/2022

Ganhei esse livro em 2018 e na época demorei três meses para chegar na metade, acabei por desistir de terminar. Confesso que fiquei com receio de tirar esse edição linda da estante, mas depois de quase quatro anos criei coragem para enfrentar o livro, uma tarefa nem um pouco difícil.

É difícil pensar em uma melhor parte do livro, mas a construção dos personagens é um destaque sem dúvida. A medida que a família Buendía aumenta a história vai se reinventando e, apesar dos nomes repetidos e do ar de solidão que todos compartilham, cada um tem características muito únicas. As múltiplas personalidades que compõem Macondo, inicialmente uma pequena aldeia que se converte em um povoado ativo, te cativam do início ao fim. Vale destacar que o final da história não desaponta, pelo contrário, surpreende.

Aproveitando o restante das minhas férias, Gabriel García Márquez preencheu minhas tardes vazias com uma história sem igual. Sua escrita me fez devorar esse livro de um jeito que nunca imaginei, não é atoa que é um clássico.
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Layla.Ribeiro 04/12/2023

Considerado o livro mais importante da América Latina e o segundo na língua espanhola (atrás de Dom Quixote), este clássico é leitura obrigatória para os amantes da literatura. O livro percorre cem anos da vida da família dos Buendia e da fictícia cidade de Macondo, localizada em algum lugar da América Latina. Foi uma leitura que me arrebatou já no seu primeiro capítulo, com um enredo envolvente e imersivo. O livro possui uma narrativa com várias alegorias e alusões a eventos bíblicos. Recomendo que esqueçam e ignorem tanto a razão quanto a tentativa de entender as metáforas exploradas pelo autor. Muitos falam sobre a dificuldade de relacionar os personagens masculinos, visto que os nomes se repetem, ora se chamam Aureliano, ora José Arcadio. Eu não tive essa dificuldade; ao longo da leitura, consegui identificar e lembrar de cada Aureliano ou José Arcadio. No entanto, caso sintam-se inseguros, recomendo que criem sua própria árvore genealógica.
Enquanto os personagens masculinos se repetem, as femininas são únicas e muito bem desenvolvidas. Destaque para a matriarca Úrsula e a Remédios, a bela. No entanto, de maneira geral, todos os personagens são muito bem construídos. De fato, este livro é uma obra-prima da literatura mundial, e recomendo imensamente que o leiam. Sentirei muita falta de acompanhar a vida dos Buendias e o desenvolvimento de Macondo.
emmeline_ 04/12/2023minha estante
Vi mt gente falando bem desse livro, mas infelizmente larguei pela metade quase kkkkkkk quero tentar terminar um dia??


Layla.Ribeiro 04/12/2023minha estante
Dê uma chance no futuro, eu ouvi relatos de pessoas que não conseguiram de primeira, mas garanto que vale a pena.




va 18/05/2020

Uma viagem pela solidão
O livro narra a história da família Buendía, desde a fundação de Macondo, lugar fictício onde se passa a história e fundada por eles. O incrível da história da família é a roda de acontecimentos, que ao mesmo tempo que se diferenciam de uma geração a outra, se assemelha na medida dos nomes. É notável a solidão que perpassa toda a família, sobretudo a dos Aurelianos, os que já nascem com os olhos abertos. ?[...] Tudo que estava escrito neles [os pergaminhos] era irrepetível desde sempre e para sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda chance sobre a terra.?
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Fabio Shiva 24/01/2015

Viva Gabo!
CEM ANOS DE SOLIDÃO – Gabriel García Márquez

Foi com profunda emoção e reverência que cheguei, pela segunda vez, à última página dessa obra magnífica. Dá orgulho pertencer a uma espécie que é capaz de construir foguetes que viajam até a Lua e além, de investigar as entranhas dos átomos e de escrever livros como “Cem Anos de Solidão”!

Embora o próprio Gabo afirme que a literatura é o melhor brinquedo já inventado para zombar das pessoas, creio que seu realismo fantástico é tão poderoso justamente por evocar uma das mais sagradas funções da literatura, que é despertar a consciência humana para o maravilhamento e a magia da vida.

Entendo – e respeito – que algumas pessoas odeiem esse livro com a mesma intensidade com que eu o amo. O que me causa a mais profunda pena é imaginar que exista também quem seja apenas indiferente a ele. É mesmo de dar dó...

Viva Gabo! Viva a Literatura! Viva a Arte!


site: http://caligoeditora.com/catalogo/sincris/
Moreira 26/10/2020minha estante
Antes de ler ?Cem anos de Solidão?, pensava que só poderia ser um exagero comparar uma obra literária com a chegada do homem à lua e as descobertas físicas sobre as partículas da matéria. Porém, lendo e tentando refletir sobre toda a genialidade da escrita de Gabo nesta obra, posso dizer com convicção: eu estava errado. Mais homens chegarão à lua, pisarão em Marte e fundaram colônias espaciais, mas obras como essa permanecerão únicas.


Fabio Shiva 01/11/2020minha estante
Linda reflexão, amigo! Viva Gabo!




Leonardo.H.Lopes 10/01/2021

Livros que mudam leitores: Cem Anos de Solidão
Muitos anos depois, diante da imensa pilha de livros a ler, a lombada de Cem Anos de Solidão haveria de me lembrar aquela tarde remota em que o li pela primeira vez. Faz alguns anos e, tomado pelo espanto que tive com ele na época e pela importância que esse livro teve em mim por, pela primeira vez, me mostrar o que realmente é possível se fazer com palavras no que tange a um patamar supremo da riqueza de um tipo de arte, decidi reler. Já fui a Macondo, portanto, duas vezes: aos 15 anos e agora, aos 22. Está tudo lá, intacto. Sempre hei de me lembrar a primeira vez que o avistei numa prateleira da biblioteca da escola, na segunda feira após o domingo em que deu no telejornal a morte de Gabriel García Márquez - Gabo, para os mais íntimos de seus textos. Ouvi por cima que esse era um livro revolucionário, que tinha sido decisivo para que seu criador tivesse sido laureado com o Nobel de Literatura em 1982. Na época, empolgado com o início de uma jornada pelos livros, já cheguei decisivo e me encaminhei direito para a prateleira dos M, atrás de MARQUEZ, Gabriel G. Após passar alguns, achei o bendito livro que tinha saído no jornal, tão comentado em face do falecimento de quem o concebeu. Era esse tal de Cem Anos de Solidão. O que eu esperava dele? Não sabia, o exemplar não continha orelhas, onde geralmente tem comentários e breves comentários sobre a obra e atrás continha apenas um trecho ao invés da sinopse. Caí de cara e o mergulho que dei foi tão profundo que se tornou um divisor de águas no meu eu leitor.

Em poucas palavras, e de um modo que de forma alguma pretende alcançar a real dimensão e extensão do enredo, esse livro se trata de uma narrativa real, mas fantástica, e episódica que nos conta a saga do povoado Macondo e de uma família, os Buendía por 7 geração e aproximadamente um século inteiro. Vemos a espetacular ascensão e o trágico declínio desses personagens, incluindo a aldeia que começou com “vinte casas de pau a pique e telhados de sapé, construídas na beira de um rio de águas diáfanas, que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como óvos pré-históricos.” A vida cotidiana é marcada por acontecimentos fantásticos de uma forma mitológica em que os eventos extraordinários são completamente críveis, parte daquela imaginação e vivência da realidade. Gabo trabalha em cima do gênero de forma tão ímpar que esse fica conhecido posteriormente como um tipo de literatura essencialmente latinoamericana, coisa que não é inteiramente verdade, embora seja verdadeira a sentença que que dita que aqui esse gênero alcançou um novo patamar nesse livro, responsável até por trazer os holofotes do mundo literário para a América Latina como um todo.

Em consequência, temos a poesia e casa oração utilizada. Quando um dos personagens morre de forma misteriosa por um tiro, escorre de seu ouvido um fio de sangue que passa por debaixo da porta atravessa a rua e todos os obstáculos e entra numa casa até a mãe que, já sabendo o que ocorreu segue de volta o fio de sangue até encontrar o filho caído envolto num cheiro de pólvora que persiste nas proximidades do cemitério até muitos anos depois do sepultamento. E numa outra passagem que, após um massacre que remonta um acontecimento real durante uma greve na Colômbia nos anos 1940, chove por exatos quatro anos, onze meses e dois dias, o que nos alude ao dilúvio Bíblico em que, estando a humanidade tão perdida, Deus acaba por começar de novo. Uma das Buendía, já para o meio das gerações, era tão bela que não era deste mundo, e não o era mesmo, fato que fica comprovado quando, literalmente, ascende aos céus quando um dos mais importantes falece, chove pétalas de flores a ponto de tornar a saída de casa impossível. Todos esses acontecimentos, e os muitos outros, transbordam poesia e simbologia, demonstram a genialidade e sensibilidade por trás da mão que os escreveu. Ademais, à medida que a história avança temos a destruição desses mitos pela modernização dessas gerações e eventos que retomam o cenário de extrema violência que se instaurou na América Latina nos idos da metade para cá do século XX, demonstrando assim uma politização da técnica que torna esse livro interessante para todos, tanto para ampliar horizontes dos novos leitores ou propiciar outras perspectivas para leitores de longa data.

Nessa segunda aventura pela obra, depois de amadurecido, o que mais me chamou a atenção foi a questão do tempo. Podemos estabelecer uma linha cronológica de acontecimentos, mas que se torna confusa, intencionalmente, pelas idas e vindas do narrador, pelas digressões e intercalações de tempos verbais que, quando está sendo escrito algo no presente também é recuperado algo do passado e antecipado algo que ainda vai acontecer. Esse estilo já fica claro de cara, na primeira frase do romance: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”: o narrador no presente fala dos sentimentos de um passado remotos situação que ainda vai acontecer, mas que já aconteceu, trabalhando também a questão da memória/esquecimento (aliás, essa cena do fuzilamento e da memória do gelo vai ser retomada várias vezes ao longo do texto). Além disso e de questão de estilo, essa técnica faz com que passado, presente e futuro se misturem e virem um amálgama só, intensificando a concepção de circularidade temporal que o autor estabelece, a lei do eterno retorno de Nietzsche. Os nomes dos personagens se repetem através das gerações, assim como as características, as sinas e o ar melancólico e de solidão mesmo. Todas as pessoas dentro do texto têm um fim triste, solitário, que evidencia que apesar de fazermos coisas diferentes, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais, ao ritmo da canção de Belchior.

Dessa vez, quando fechei a quarta capa do livro, o abracei e chorei uma lágrima, que não sei ser de satisfação pela catarse ou de tristeza pelo fim, mas tive cuidado para que essa lágrima solitária não caísse na capa e a manchasse. Chorei não porque o livro seja triste ou emocionante, o que de fato ele o é, mas porque nas últimas linhas me reconectei com o momento em que estava lendo o livro no passado e a grandeza da história como um todo me levaram a uma verdadeira catarse que não acontecia há muito tempo. Já li, não que isso seja algo que realmente importe, mais de 250 livros até hoje, mas nenhum será igual a Cem Anos de Solidão que, entre todos, merecem várias outras chances de ser relido por mim sobre a terra.
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Richer 28/01/2022

"O segredo de uma boa velhice não é mais que um pacto honrado com a solidão."
"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo."

Acho que dentre os livros que já li, nunca antes tinha entrado em contato com uma história e uma narração tão bem caprichadas como a do Gabriel García Márques em Cem Anos de Solidão. O Gabo, através de uma narrativa poética tão maravilhosa, mágica, me fez sentir tristeza, alegria, compaixão e, é claro, uma inexplicável, desesperadora, porém compreensível solidão. Em umas tantas páginas que por vezes não parecem suportar a tamanha grandiosidade que a história de Macondo e das sete gerações dos Buendía aparenta ter, me vi imenso em seu mundo fantasticamente real. É um livro um tanto difícil, mas gratificante. Absolutamente profundo, mas muito corriqueiro. Enfim, me deu muito prazer, me fez pensar muito, rir e também chorar. Leiam!!!
Rafael Kerr 28/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




Agnaldo 25/08/2021

O nome e o sobrenome carregam uma maldição
Minha primeira leitura do Gabo e já estou apaixonado pela sua escrita. O livro é excelente, mas é facinho se perder ou se confundir com os personagens. Pensa numa família criada para sofrer nesse mundo, e em meio ao ciclo dos Buendías podemos viver, sonhar, pensar, sofrer, chorar, revolucionar e aceitar o seu final, traçado quase como se tivesse uma ampulheta do destino feita a partir do nascimento de cada personagem. A história é muito rica em detalhes, o desbravamento e o surgimento de Macondo é magnífico, sem contar o tanto de fatos históricos que ocorrem em meio a sucessão de acontecimentos. Um grande livro que todos deveriam conhecer.
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