92360 06/05/2012
Parem de falar mal da rotina - Elisa Lucinda
“Parem de falar mal da rotina” é um livro de auto-ajuda baseado na peça de teatro homônima, nele a autora Elisa Lucinda reflete sobre a condição do homem no mundo e dos fatos que ocorrem a sua volta, utilizando para isso histórias e poemas, alguns cômicos outros pesarosos. As situações narradas pela autora têm como tema principal situações cotidianas, seja de pessoas ricas ou pobres, tanto material quanto espiritualmente.
O enredo do livro não necessita de linearidade, pois Elisa Lucinda o aborda como uma espécie de conversa entre ela e seus leitores, de forma parecida como a utilizada em suas apresentações teatrais. O que existe são capítulos com um assunto central discutido, com destaque para os temas: infância, feminilidade, família e maternidade (tema pelo qual a autora parece nutrir certa obsessão, como pode ser visto em seus monólogos, poemas e metáforas).
Elisa Lucinda faz com que leitor reflita sobre o modo como lida com as escolhas apresentadas pela vida e as consequências delas, o que é ótimo, pois induz a uma saudável e natural autocrítica, que pode culminar um uma pessoa mais consciente de si e mais otimista com a vida. No entanto, as tentativas poéticas da autora são falhas e cansativas, tanto que, ao chegar ao início de um novo poema, frequentemente eu contava as páginas para ver o quão longo era, o que não é sinal de uma boa leitura.
O interessante, e também o diferencial do livro, é a discussão aparentemente sem compromisso que causa, pois critica de forma suave, mas com seriedade, o preconceito social e racial (inclusive aquele contra tipos de cabelo), o descaso dos pais com seus filhos, a violência doméstica, os estereótipos e a alienação das classes altas.
Em suma, “Parem de falar mal da rotina” não é apenas um livro de auto-ajuda que ressalta como cada um de nós deveria se alegrar com o nascer de um novo dia, mas também, e o mais importante, sobre como cada um de nós deveria se comportar de uma forma mais altruísta e nobre, mais humana.