Resenhas - O que é Ciência, Afinal?

Clio0 16/09/2015

Ok, esqueça aquela série o O Que É? da coleção Primeiros Passos - que é muito boa - mas esse livro aqui não tem nada a ver com ela.

Se essa obra de Alan Chalmers veio parar na sua mão, o provável é que você seja o primeiranista de alguma faculdade. Então, meu chapa, é melhor correr atrás dos livros do resto da grade e prestar muita atenção na sua aula de teoria ou metodologia, pois esse livro também vai te fazer suar.

O que é Ciência, Afinal? Não é exatamente um livro introdutório, embora seja uma introdução. Estranhou? Bem, vamos dizer que o autor escreveu um livro de análise-crítica bem resumido sobre ciência, sua história e propostas mais populares sobre o que é teoria. Logo, é uma introdução ao assunto, mas se você achar que vai flanar nesse livro, ledo engano.

É uma apresentação sobre um assunto extremamente abstrato. Assim, para qualquer um que esteja começando nesse mundo e tenha dificuldade com conceitos e convenções, talvez seja melhor lê-lo pouco a pouco.

Enfim, é um bom livro, mas restrito ao seu público proposto.

Daniele 22/05/2021

O que é ciência, afinal?
Infelizmente, o principal movedor em massa do conhecimento se baseia no senso comum. Entender o que é a ciência, como ela surge e seu "passo-a-passo" seguem o mesmo caminho. A metodologia cientifica é pouco clara, e não, metodologia cientifica não é ABNT*.
Tem-se a ideia de que o conhecimento científico provém do conhecimento empírico; a observação resultará em dados, que serão testados e, caso afirmadas, se tornarão teorias e leis. Essa afirmação é apresentada e discutida logo no início do livro, "simplesmente não existe um método que possibilite às teorias científicas serem provadas verdadeiras ou mesmo provavelmente verdadeiras". Nos seus capítulos seguintes, apresentará as principais teorias de diversos filósofos, como Popper, Kuhn, Lakatos e Feyerabend, também as discutindo e pautando suas problemáticas.
A linearidade do livro ajudou muito a sua compreensão, que não é lá muito simples. Durante a leitura, senti a necessidade de pesquisar vários termos e assistir vídeos no youtube, então, caso leia esse livro, não se preocupe em terminá-lo rápido, mas entender com calma cada capítulo (quem sabe lendo-o novamente). Foi dessa forma que me senti motivada e consegui terminar sem ficar perdida (obviamente, quem já tem uma base sólida não terá esse problema).
Apesar do provérbio apresentado pelo autor "Nós começamos confusos, e terminados confusos num nível mais elevado" (pausa pra risos), 'O que é ciência afinal?', conseguiu esclarecer muita coisa, deixando uma leve vontade de ler as infinitas sugestões de leitura deixadas no final de cada capítulo. Um livro não tão tranquilo de entender, mas muito gratificante de terminar, e claro, especialmente necessário no meio acadêmico.

Ps; Tem uma resenha desse livro aqui no skoob, se não me engano anterior a minha, que está muito boa ( são poucas, então é fácil de achar), recomendo que leiam :)

*Frase tirada da bio do instagram da Bibi Bailas (05/2021)

Vinicius39 17/06/2023

O livro é bom, apesar do título te enganar (um pouco).
Pelo título do livro e a proposta que se encontra na sinopse de tal. Esperamos, obviamente, a resposta para a pergunta ué o livro se propõe à responder. E tal pergunta "o que é ciência afinal?" É realmente respondida pelo livro, mas de forma imparcial e resumida, pois mais de 80% da obra se dedica à falar mal de métodos de se fazer ciência ao invés de explicitar o que é ciência afinal.

misy 22/08/2023

Li só pra faculdade ?? bem fácil de entender, uma introdução à ciência, com exemplos bem interessantes. só não é exatamente o que eu gosto de ler no meu tempo livre...

Valaleitor 07/06/2020

Ciência como ela é
Uma das primeiras coisas a me incomodar quando entrei na academia científica, foi ver quantos cientistas consideravam-se arrogantemente superiores por acreditarem e utilizarem o método científico. O que nunca ficou claro, era qual é exatamente esse método científico, além das cartilhas do ceticismo propagado na divulgação científica em geral.
Esse livro respondeu muito bem a essa questão. Afinal, o que é a ciência e o método científico, e como isso se difere de outras opiniões?
O autor parte de um "indutivismo ingênuo", que é o padrão na comunidade científica, de considerar que a ciência é realizada pela observação e, a partir dela, a indução. Três capítulos iniciais são realizados apenas para apresentar esta ideia e por que ela não funciona. Um dos argumentos mais importantes pra demonstrar a falha do indutivismo é considerar, de forma positivista, que o Universo não necessariamente é aquilo que se é observado.
A partir disso, o autor apresenta uma alternativa, o falsificacionismo de Popper. Outra ideia de lugar comum na comunidade científica, essa é a noção de que a verdade nunca pode ser verdadeiramente alcançada (como prevê o indutivismo), mas que pode ser constantemente aproximada. Assim, uma ideia é verdadeira até que se prove o contrário, até que algo a falsifique.
Apesar do falsificacionismo ter sua validade lógica, ele é limitado para explicar o que é registrado no desenvolvimento da ciência. Assim, o autor apresenta as alternativas de programas de pesquisa, em especial de Lakatos, a princípio, e posteriormente de Thomas Kuhn. Estas teorias dizem que a ciência não é feita através da evolução de enunciados, mas de adequação à programas (ou modelos) científicos.
A partir daí o autor entra num debate mais filosófico entre o realismo e o racionalismo, e posteriormente um debate entre o objetivismo e o individualismo.
Como última teoria a ser analisada, o autor fala sobre o anarquismo de Feyerabend, e sua ideia de que a ciência não é privilegiada em relação a outras formas de pensar, apenas é mais adequada à sociedade ocidental capitalista.
Por fim, o autor volta ao debate filosófico, dessa vez distinguindo entre diferentes visões do realismo.
O livro, no fim das contas, parte de uma simples pergunta ("o que é ciência, afinal?"), e ao tentar responder isto, chega a diversas outras perguntas, muitas delas sem resposta definitiva. De fato, não há uma visão comum do que é ciência. Cada filósofo da ciência trata essa questão de forma diferente. O que o autor faz, no livro, é apresentar essas diferentes perspectivas, sem dar uma resposta afinal à pergunta.

Martony.Demes 21/02/2022

Filosofia da ciência.
O que é ciência afinal?, de Alan Chalmers. É um interessante livro que trata sobre a filosofia da ciência.

O livro aborda sobre Indutivismo, o falsificacionismo e suas limitações, sobre programas de pesquisa, os paradigmas de Kuhn, objetivismo, a anarquia de Feyerabend, realismo entre outras.

Os conceitos são tratados à luz dos principais estudiosos da área, do século XX: Popper, Kuhn, Lakatos e Feyerabend.

Popper caracteriza o saber cientifica como a possibilidade de se provar que uma teoria é falsa e substitui-la por outra melhor! São as possibilidade de provas experimentais poderem falsear as hipoteses cientificas.

Alem disso, as observações nunca podem provar positivamente que uma teoria é verdadeira mas podem provar que ela é falsa. Popper defende o método hipotético dedutivo, substituindo o método indutivista. Assim, o método hipotético dedutivo é formado por quatro etapas: Problemas, hipóteses falseáveis, experimentação/testes e lei/teoria

Popper tinha um falsificacionismo ingênuo e Lakatos tem um falsificacionismo sofisticado.

Kuhn e Lakatos rejeitam os falsificacionismo de Popper. Kuhn: apresenta que a ciência progride por meio de acumulação e revolução.

Já Feyerabend defende o anarquismo metodológico! Defende também: a violação das regras, o pluralismo metodológico, o vale tudo na ciência!

Vale a pena entender esses conceitos. E este livro auxilia bastante nisso.

Felipe 26/01/2012

Muito interessante.
Recomendo àqueles interessados em ciência. Obriga o leitor a refletir sobre a ciência pregando peças à qualquer que se atreva lê-lo imerso no senso comum do assunto.

matheus.mdahora 19/03/2016

Ótima introdução à filosofia da ciência
Alan Francis Chalmers dá uma visão ampla da filosofia da ciência e das metodologias existentes no ramo. Seu livro constitui uma boa introdução à filosofia da ciência ao passo de que o mesmo não se mostra ideologicamente inclinado a discutir apenas uma metodologia, apresentando muitas críticas às diversas metodologias e explicitando diversos outros pontos de vista em suas discussões. Comenta sobre o indutivismo, o falsificacionismo de Karl Popper, os programas de pesquisa de Emri Lakatos, a teoria sobre os paradigmas da ciência de Thomas Kuhn, entre outros.
O único ponto negativo em relação à obra é que o autor, em algumas partes, não consegue transmitir de maneira clara o seu pensamento. Mesmo com exemplos, a sua linha de raciocínio se torna um pouco enevoada em alguns poucos trechos. Talvez esse problema seja devido ao grau de profundidade do assunto abordado que quer transmitir e a sua complexidade respectiva.

Ramalho 02/08/2022

Epistemologia, fácil, descomplicado
Estudei a fundo epistemologia. Apesar de complexo no começo, é algo que nunca sai da cabeça de um estudante universitário. Afinal, saber que os conceitos que existem entre o que é de fato ciência nos deixa questionando sobre o que parece ser inquestionável a primeira vista.
Chalmers consegue simplificar isso de uma forma muito gostosa de ler aqui em "O que é ciência afinal?". Questionando e colocando os pontos positivos e negativos de cada uma das formas de se ver ciência.
Recomendo para qualquer estudante universitário, pois é uma área que questiona o que parece inquestionável, mas que de toda forma é necessário.

PETROS 21/03/2020

Resumo do capítulo 01 – O que é a ciência afinal? Alan Francis Chalmers.
O autor inicia falando da concepção de senso comum da ciência que é amplamente aceita. Nessa concepção a ciência é objetiva e deriva suas verdades da experiência. Nas palavras de Francis Bacon: “se quisermos compreender a natureza, devemos consultar a natureza e não os escritos de Aristóteles” Uma tentativa de formalizar essa concepção de ciência é feita com o uso derivado da lógica matemática, muito embora o autor considere lógica apenas o raciocínio dedutivo. Nessa formalização entra em cena o “indutivismo ingênuo” onde um observador neutro (livre de preconceitos) estabelece proposições acerca das observações. O autor define dois tipos de afirmações: as afirmações singulares e as afirmações universais. Todas as proposições que o observador retira das observações são do tipo singulares e consistem em observações específicas: uma ocorrência específica, um estado de coisas num lugar específico e em um tempo específico. Já as afirmações universais, são informações gerais que afirmam coisas sobre as propriedades ou comportamento de algum aspecto do universo, válido em todos os tempos e lugares, e sob uma ampla variedade de condições. A questão é: como a ciência consegue fazer a passagem —— e agora o autor deixa claro o uso do termo indutivismo —— das afirmações singulares para as afirmações universais. O autor diz que essa generalização só é considerada legítima se seguir três condições: O número de proposições de observação que forma a base de uma generalização deve ser grande; As observações devem ser repetidas sob uma ampla variedade de condições; e nenhuma proposição de observação deve conflitar com a lei universal derivada. Mas a ciência não se limita somente a isso, pois também tem a capacidade de explicar e prever a natureza. Então se o caminho lógico levava fatos adquiridos através da observação, por meio da indução, a leis e teorias, essas mesmas leis e teorias podem, por meio da dedução, prever e explicar a natureza. O autor mostra que a ciência, para prever e explicar, não toma por verdade algo somente derivado de premissas lógicas, mas é necessário que as premissas lógicas tenham sido estabelecidas por observação e indução. Na ciência as previsões e explicações são formalizadas por meio de um sistema onde a primeira premissa são as leis e teorias e a segunda premissa são as condições iniciais resultando como conclusão nas previsões e explicações. Esse método explica as impressões popularmente mantidas a respeito do caráter da ciência: seu poder de explicação e previsão, sua objetividade e sua confiabilidade superior quando comparada a outras formas de conhecimento. No entanto o autor ressalta: o “indutivismo ingênuo” como sendo muito errado e perigosamente enganador, por razões a serem explicadas nos próximos capítulos.

ifyouseelare 01/09/2021

Interessante!
Livro muito interessante, que traz exemplos muito detalhados sobre tudo o que o autor se refere. Li por conta de um trabalhado, mas gostei muito da leitura.

nany 25/11/2022

ok
tive que ler pra faculdade, é um bom livro pra entender sobre ciência, podemos dizer que serve como introdução.

laurinha 31/08/2023

Só li pq era obrigatório na faculdade
achei bem repetitivo para tratar um tema em que um capítulo poderia ser bem explicado (e ainda caberiam exemplos)

Bruno.Lacerda 20/09/2023

Não se iluda pela capa!
O livro, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, é profundo e destinado a um público que tenha algum contato com metodologia e filosofia. Uma leitura objetiva, profunda e muito interessante.