Resenhas - Demian

olivmalu87 12/08/2024

é um livro denso sobre um menino conhecendo a si próprio, qual é seu papel no mundo e as interações sociais e psicológicas.

Conrado Lourenço 10/08/2024

Demian: O Despertar Interior
A obra acompanha o desenvolvimento psicológico e espiritual de Emil Sinclair, o protagonista, desde a infância até a juventude. Narrado em primeira pessoa, o livro explora temas profundos como o dualismo entre o bem e o mal, a busca pela individualidade e o processo de autoconhecimento.

Sinclair vive inicialmente em um mundo de inocência e pureza, que ele chama de "o mundo luminoso". No entanto, ele começa a se sentir atraído por um outro lado da vida, mais sombrio e desconhecido, o "mundo das trevas". Esse conflito interno é desencadeado por experiências marcantes na infância, como o encontro com Franz Kromer, um colega que o chantageia, e que representa o início da percepção de Sinclair sobre o mal.

A vida de Sinclair muda quando ele conhece Max Demian, um jovem misterioso e intelectualmente avançado, que o ajuda a confrontar suas dúvidas e medos. Demian se torna um mentor para Sinclair, ensinando-o a questionar os valores tradicionais da sociedade e a buscar sua própria verdade. A relação entre os dois é central na narrativa, com Demian sendo uma figura quase messiânica que guia Sinclair em sua jornada de autodescoberta.

Ao longo do romance, Hesse explora a ideia de que cada pessoa carrega dentro de si o potencial para o bem e o mal, e que o verdadeiro crescimento espiritual só é possível quando se aceita e integra essas duas forças opostas. O conceito do "Abraxas", uma divindade que incorpora tanto o bem quanto o mal, é um símbolo importante na obra, representando essa dualidade essencial à existência humana.

"Demian" é uma jornada de autodescoberta, onde o protagonista aprende a ouvir sua voz interior e a trilhar seu próprio caminho, em vez de seguir as expectativas impostas pela sociedade.

Henrique Machado 08/08/2024

Entrei em um espiral maluca por causa desse livro: é psicanálise, filosofia, autobiografia etc e etc ?????

lendoclassicos 05/08/2024

"Demian" de Hermann Hesse é um mergulho profundo na jornada de autodescoberta e transcendência. O livro explora a luta interna do protagonista Emil Sinclair, que busca entender sua identidade em meio às dualidades da vida. A relação de Sinclair com Max Demian representa um catalisador para sua transformação pessoal, desafiando convenções sociais e morais. Hesse utiliza simbolismos ricos para refletir sobre a dualidade entre o eu interior e as expectativas externas, criando uma narrativa que ressoa com qualquer pessoa em busca de seu verdadeiro eu.

Pompeia.Carvalho 04/08/2024

Reflexivo
Demian
Herman Hesse
Editora Record

?Antes havia me perguntado muitas vezes por que eram tão poucos os homens que conseguiam viver por um ideal. Agora percebia que todos os homens eram capazes de morrer por um ideal. Mas não por um ideal seu, livremente escolhido, mas por um ideal comum e transmitido.?

Demian foi meu primeiro contato com a escrita de Herman Hesse. Romance de formação, acompanhamos o amadurecimento de Sinclair, nosso narrador, desde sua infância na casa dos pais, vivendo os mais doces momentos de segurança e proteção, até o início da sua juventude.

Durante sua trajetória, Sinclair vive dilemas internos sobre seus demônios e anseios para ?furar a bolha?. Neste percurso, alguns personagens somam essa construção, mas nenhum deles tem o poder de abrir a mente de Sinclair quanto Demian. Um jovem de idade próxima, estudante da mesma escola e que se destaca dos demais pelo seu comportamento ?fora do padrão infantil?.
Ao longo da trajetória na construção de si mesmo, Demian se apresenta como um guia (moral e espiritual) de Sinclair e, ainda que nem sempre juntos na narrativa, os dois nunca estiveram desconexos um do outro.

Demian é um livro interessante, voltado para a principal busca do ser humano: a busca por si mesmo! E a importância de encontrarmos no caminho pessoas que nos elevem, e possam nos ajudar a alcançar o melhor de nós.

Gostei bastante do livro.

Otto.Barros 04/08/2024

Quem quiser nascer?
Eu não quero me alongar. Livro maravilhoso, conversou comigo desde o início.

A busca pelo caminho, conflitos internos, dualidades e paradoxos: é uma pintura de humanidade!

Temos de nascer. Temos de destruir mundos.

Destruam seus mundos!

Lis 04/08/2024

Descoberta de si: caminho repugnante?
Demian é uma obra da primeira metade do século XX, apontada com um dos textos inaugurais do estilo de escrita e das temáticas que tornaram o autor alemão Heman Hess conhecido e reconhecido mundialmente. Entendida como um ?ensaio? do seu livro ?O Lobo da Estepe?, considerado sua obra prima. Nesse livro, Demian, Hess reflete sobre a dualidade do mundo e como essa dualidade deve ser encarada pelo indivíduo na busca pelo autoconhecimento e na construção do eu, autêntico. Entre o mundo ?luminoso? e o mundo ?sombrio? é que reside o indivíduo, que em si reúne luz e sombra, bondade e maldade, entres outros ?extremos?.
Na história, o personagem Sinclair revive algumas etapas da sua vida que foram cruciais para compressão do seu lugar no mundo. Sua primeira memória recordada no livro, na infância, o permite se dar conta, a partir da revelação de um mundo externo, que sua casa é para ele um mundo de luz, onde reina a beleza, a fé, o amor, do outro lado da porta, porém, existe outro mundo, menos bonito, marginal, sombrio. Esses mundos, tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes, despertam sentimentos de confronto, e incertezas no menino Sinclair. Mais tarde, na transição entre o final da infância e o início da adolescência, Sinclair entra em contato com o jovem Demian, um sujeito excêntrico que possui uma maturidade destoante da sua idade, com quem inicia uma jornada de descobertas e questionamentos sobre a ordem, coletividade e o senso comum. Essa jornada se prolonga pelos anos seguintes, sempre a sombra de Demian, e encontra novos contatos a partir da relação do protagonista com Pistórius, outro personagem disruptivo.
A história simples, sem grandes ações ou acontecimentos, focada em reflexões contramajoritária, que dialogam, ainda, com estudos de religiões antigas, questionamentos sobre a moralidade, complexo de Édipo, e busca por desenvolver a vida interior. A leitura é envolvente, apesar monótona em alguns poucos momentos. Esse caráter de envolvência se dar pela beleza da escrita de Hesse. Um texto carregado de delicadeza, com muitas passagens marcantes.
Quanto a experiência de leitura, no início a leitura estava fluída, uma leve atmosfera de tensão que se permeia até três quartos do livro, caminhando para última parte achei o texto mais cansativo e apressado nos acontecimentos, a história dar uma escalada, que para mim, foi pouco desenvolvida. Mesmo com essa ressalva, o livro é muito proveitoso. Excelente para quem gosta de filosofia, psicanálise e autodesenvolvimento.

Thalya.Amancio 02/08/2024

A luz e as sombras, o encontro com o divino?profano em nós
Demian, clássico escrito por Herman Hesse, foi publicado pela primeira vez em 1919, pouco depois da primeira grande guerra mundial (fato citado na obra e influente em diversos sentidos para a cultura, a arte, a história, a formação do conhecimento e a literatura europeia e alemã, de onde a obra se origina e pertence).

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"Demian" é um romance que acompanha a perspectiva e as vivências de Emil Sinclair, sendo assim, um romance de formação, pois homem maduro como é e se tornou, ele resgata e escreve as memórias de sua vida, desde a sua infância, passando por sua juventude e chegando até sua fase adulta.

Acompanhamos então as suas crises existenciais, os seus encontros entre os mundos claros, luminosos, representados por sua casa, sua família que seguia os preceitos cristãos, conservadores, limpos e religiosos, e os mundos sombrios, onde existem as pessoas que caminham contra o que era esperado para elas, sejam os bêbados, os perdidos, considerados pecadores, ou mesmo aquelas que questionam a vida tão contrita e religiosa. Ao apresentar as suas confusões, os seus desencontros consigo mesmo, as impossibilidades sociais, o protagonista nos apresenta um amigo capaz de mostrar que, o bem, a luz e o mal, a escuridão, habitam a nós todos, logo, não precisamos negar as nossas sombras. Não podemos e, muito menos, conseguiremos fugir de nós mesmos, embora tentemos em muitos momentos. E esse amigo, potente como foi, dá nome ao livro: Demian. Um personagem que nos mostra as múltiplas facetas humanas, guiando o nosso narrador ao seu encontro.

Alguns cogitam que Demian seja um dos duplos do Sinclair, mas isso será um detalhe para uma outra conversa, quem sabe. Há muitas outras análises a serem realizadas (o olhar otimista e 'evolucionista' da obra, presente no período de publicação; muitos acreditavam que a humanidade estava evoluindo e progredindo no início do século XX).

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Impressão pessoal

Como superar a leitura? Insuperável! Uma das mais potentes e intensas, ainda que curta e precisa, é também poética, filosófica. Herman Hesse reúne inúmeros elementos expressionistas (a luz e as sombras que nos habitam, como nas pinturas do mesmo estilo), para compor o que existe de mais humano e desumano, mostrando também as crises existenciais e sociais/históricas/culturais que estavam ocorrendo no início do século XX, as quais permanecem, em certa medida, nos nossos tempos: temos salvação, ou somos maus, perdidos? Se existe a natureza humana, o que nos constitui, podemos mudá-la? Se não existe, somos controlados por outras forças? Surgem esses questionamentos, bem como outros com esta obra prima da literatura ocidental.

Malphys 01/08/2024

É uma leitura boa, mas lenta e pouco cativa mente. A história conta o processo de amadurecimento intelectual ético do jovem Sinclair, que passa pela ruptura de sair da bolha dos pais e passa a enxergar o mundo nu e cru.

E quem ele é nesse mundo sem proteção? É isso que ele tenta descobrir e resolver consigo.

Vale a leitura porque faz refletir.


?Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca

Evelin 30/07/2024

A vida é a busca do homem por si mesmo
Comecei a ler esse livro sem ter nenhuma ideia do que se trata e o terminei sabendo menos ainda.

Ok, talvez tenha sido um pouco filosófico demais para meu nível, mas não deu pra tankar o cara entrando numa seita por causa de uma crise de identidade skkskskskks

No início, parece ter umas boas ideias de cultivar um senso crítico, hipnose, ter valores próprios e ai do nada corta pra adoração ao demônio e misticismo demais. No final eu só consegui rir desse "encontro consigo mesmo" do nosso querido Sinclair, porque, ao final de tudo, ele só queria um beijo do seu amigo/ídolo Demian SKKSKSKSKSKKSKSKS

Mah 29/07/2024

Eu comecei a ler este livro quando descobri pelos shorts films que o álbum wings do BTS era baseado em Demian. Vi algumas resenhas e as pessoas em geral disseram que é um livro que você precisa dar uma pausa as vezes para digerir tudo, eu não senti que precisava fazer isso, mas acredito que é um livro que tem tantos significados nas entrelinhas, que talvez eu não tenha captado em alguns momentos qual era a verdadeira mensagem. Eu lia tentando descobrir se Demian exista ou era a sombra do Sinclair, não consegui chegar a nenhuma conclusão. É um livro que fala sobre descobrimento, sobre voce se conhecer. A famosa frase "A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que destruir um mundo.", me faz pensar muito sobre a minha vida, é uma reflexão que sempre levarei comigo.

Amélia Mel 25/07/2024

Expectativas frustradas
Eu adorei o início do livro, o que fez com que as minhas expectativas que já eram altas subissem ainda mais. Me identifiquei com as angústias de Sinclair entre optar pelo lar aconchegante ou atender ao chamado em busca de si e romper com o confortável. Achei que o livro teria um caráter revelador para mim, até porque Hermann Hesse tem minha admiração pela capacidade de elaborar e sintetizar questões existenciais complexas pelo seu amplo conhecimento em psicanálise, religiões ocidentais e orientais e filosofia.

Mas a metade do livro começou a me cansar? achei que quando Sinclair foi ao ensino médio e conheceu Pistórius seus pensamentos, atitudes e insights passaram a ficar demasiadamente melancólicos e cair num niilismo que passou a me aborrecer. A vida se esvai de sentido e a única verdade é seguir o seu fluxo, abstraindo-se dos desejos e ambições.

A última parte do livro, em que Sinclair vai para Universidade e reencontra Demian e a sua mãe, serviu para selar meu entendimento que eu não me identifiquei com o livro. A narrativa fica com um caráter místico, cheio de presságios, revelações, sem contar aquele sentimento de superioridade do grupo em ?não pertencer a manada?.

Ao fim, Sinclair é convocado para guerra, e aí eu fiquei em dúvida se achei que ele foi um jovem que aproveitou mal a vida se entregando demasiadamente a questões existenciais ou se é apenas um livro narrado por um jovem imaturo, frágil e melancólico, e que se fosse narrado em outra fase da vida suas percepções seriam diferentes.

Alemão 13/07/2024

Demian
Excelente livro do autor Herman Hesse!!!
Este livro, e "Sidarta", culminaram na obra prima de Hesse "O lobo da estepe"!! Indico a todos a leitura, se possível os três livros aqui citados, pois relatam de certa maneira "sínteses ou projeções de suas vivências"!!!

oslivrosdagiu 13/07/2024

Romance de formação
Tenho muita dificuldade em fazer algum comentário após leituras como essa que me tiram do racional e me levam a algo inefável. Melhor ler quando mais jovem, que já não é o meu caso? Talvez. Mas mesmo pra você que já amadureceu, mesmo você 40+, tenho quase certeza que vai se identificar em alguns ou vários momentos com as questões existenciais de Sinclair, Pistórius e Damian. Considere dar uma chance a esse livro tocante.
" Não creio ser um homem que saiba. Tenho sido sempre um homem que busca, mas já agora não busco mais nas estrelas e nos livros: começo a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim. Não é agradável a minha história, não é suave a harmoniosa como as histórias inventadas; sabe a insensatez e a confusão, a loucura e o sonho, como a vida de todos os homens que já não querem mais mentir a si mesmos." Hermann Hesse