IvaldoRocha 12/11/2016
Provavelmente o maior fotojornalista de todos os tempos, um mito por ele mesmo.
“Se suas fotos ainda não estão boas o suficiente é porque você ainda não está perto o suficiente” Do ponto de vista da fotografia parece ser um bom conselho, mas quando você lembra que ele era um fotografo de guerra o conselho passa a ser um tanto questionável.
Robert Capa, que na verdade não era Robert Capa, e sim Endre Ernô Friedmann, um fotógrafo húngaro que cobriu as principais guerras da primeira metade do século XX. Revolucionou o fotojornalismo, achava que as fotos ligeiramente fora de foco davam uma sensação de movimento e dramaticidade à imagem registrada.
Enfrentou grandes dificuldades para poder trabalhar durante as guerras, principalmente por ser húngaro. Graças a uma série infinita de artimanhas e golpes de sorte que o destino lhe reservou, conseguiu estar nos lugares certos, embora quase sempre os mais arriscados, no momento certo.
O livro será devorado rapidamente, graças ao modo com que Capa adorava entreter os amigos e os recém conhecidos, com suas histórias um tanto melhoradas, para não dizer, nem sempre fiéis a verdade. Na edição original do livro aparecia na primeira orelha esta frase de Capa:
“Como é evidentemente muito difícil escrever a verdade, no interesse dela eu me permiti às vezes ir um pouco além ou ficar um pouco aquém. Todos os eventos e pessoas nesse livro são casuais e têm alguma coisa a ver com a verdade”.
Embora Capa fotografasse os horrores da guerra, não são apenas fotos da morte que reviram seu estomago. Momentos de solidariedade, solidão, revolta e a inevitável ambiguidade das guerras estão presentes a todo momento.
Sobre as fotos de Capa, quando do lançamento do livro, o Philadelphia Inquirer publicou: “O que Tolstói faz com palavras por Sebastopol, Hemingway por Caporetto, Crane pela Guerra Civil, Capa consegue com sua câmera”.
Falar sobre a guerra, mostrar imagens e vídeos sobre ela, são sempre algo indigesto, mas não deixa de ser necessário. Hoje com a rapidez e a quantidade monstruosa de informações que recebemos, as coisas tendem a ser banalizadas e perdem às vezes o impacto e a indignação a que deveriam estar sujeitas. A guerra é uma dessas coisas.
Principalmente durante o período olímpico, onde disputas diárias eram realizadas e o esforço dos atletas que dedicam uma vida na busca de um ideal olímpico, foi apresentado a todo instante, com os termos: guerreiros, batalhadores e similares, termos que se banalizaram como nunca.
Não, uma busca olímpica nunca pode ser uma guerra, na guerra morre gente, crianças e pessoas inocentes são destruídas com um simples apertar de um botão. A vida não pode ser uma guerra, uma batalha. A vida é para se vivida e os sonhos para serem construídos a cada dia, com esforço sim, com sacrifícios e perseverança, mas sem guerra, sem batalhas. Veja aqui o que é a guerra e depois pense nisso.