camila 09/12/2020
Decidi ler Gabo por duas razões, a primeira é que ele é, de longe, uma das maiores referências literárias latino-americanas e minha vertente de estudos em Letras puxa para esse lado; a segunda é que me descreviam ele como o mestre da fusão entre fantasia e realidade e confesso que isso me despertou muita curiosidade.
Em "El coronel no tiene quien le escriba" não existe esse realismo mágico tão característico do autor, e tampouco é o romance que mais o torna popular. Entretanto ele próprio afirma que essa é sua melhor obra e declara ter tido que escrever "Cien años de soledad" para que esta obra se lesse e ganhasse a importância que merecia.
Eu consideraria essa obra tão rasa quanto profunda. A esperança, a preocupação, a injustiça e a violência que tanto denunciava o colombiano, fazem parte do esqueleto que forma a parte reflexiva e moral desta história que não necessita de um grande elenco de personagens para ser grandiosa, nem de ter muitos cenários para ser ímpar. Todo esse romance e seus personagens estão salpicados de duplas intenções: o galo, a carta, o mês de outubro, o médico, don Sabas... tudo é de uma carga literária tão profunda quanto acolhedora.
Um tanto quanto entediante à primeira leitura, porém, um tédio que abriga.