O Caderno de David

O Caderno de David Daniel Caldeira




Resenhas - O Caderno de David


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Helder 28/12/2016

Leitura depressão
Só tragédias do começo ao fim e quando vc acha que não tem mais o que piorar , mais tragédias no final do livro
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Luciane Rangel 06/02/2011

Inicialmente, o livro me chamou a atenção pelo tema (muitíssimo bem) trabalhado: o preconceito. Chamou-me a atenção por ser algo que eu repudio imensamente. Porém, a minha surpresa foi ver outra coisa que odeio tanto – ou mais – sendo abordada: a hipocrisia – ou falso moralismo – que talvez seja prima ou mesmo irmã do preconceito, já que ambos costumam andar lado a lado.

Em "O caderno de David", vemos personagens perfeitos. Perfeitos enquanto personagens, o que quer dizer que representam seres humanos que, como tais, são cheios de suas imperfeições e sujeitos a erros e acertos. Léo, o protagonista, se destaca por sua covardia em aceitar os próprios sentimentos, o que acaba ocasionando sofrimentos a ele e as pessoas ao seu redor. Enquanto se relacionava com David, o agredia após manter relações sexuais com este, revelando sua dificuldade em aceitar o que fizera e o que sentia. Afinal, tratava-se de um homem casado, com dois filhos, e vindo de uma família religiosa e carregada de seus valores morais. Apenas após a morte de David é que Léo decide abrir o jogo sobre sua sexualidade e, desta forma, abre mais um leque de sofrimento a sua volta: o da esposa, pela dor da traição; dos filhos, pelo abandono sofrido quando o pai decide sair da cidade; dos pais, pela dificuldade de compreensão de que a homossexualidade não é uma doença ou um pecado mortal; e, em especial, seu próprio sofrimento, principalmente pela dificuldade que ainda sente em aceitar a si próprio.

Aliás, o próprio Léo é um homem carregado de preconceitos. E é aí que entra a hipocrisia, que citei no início do texto, tendo em vista que ele próprio encara como doença a homossexualidade quando esta é de alguém de sua família (não vou dizer quem pra não dar spoilers ;) ). Aliás, ao longo do livro enxergamos a mesma hipocrisia em vários outros personagens, os mesmos que apontaram seus dedos para julgar Léo, aos poucos vão deixando cair suas máscaras e mostrando condutas igualmente condenáveis na visão de qualquer outro moralista.

Em meio a tudo isso, vemos sempre a leitura de páginas do caderno que David deixou para Léo, com seus pensamentos que sempre o ajudam em momentos difíceis. São textos lindos, carregados de sentimentos, que nos fazem refletir sobre a vida e nossas condutas em determinados momentos.

O crescimento humano não só do protagonista como de todos os personagens da história é notável. Enfim, um livro lindo, para ser lido com o coração aberto. Uma história de vida, de erros e acertos. Acima de tudo, uma história de amor.


... “Tenho um coração colorido...
Que me perdoem os que vivem no mundo preto e branco”...

http://www.livro-guardians.blogspot.com/
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