Ed 04/11/2016A literatura Japonesa é muito melhor que isso, acredite!Comecei a ler esse livro por saudades do estilo literário japonês, tão sensível e envolvente que conheci através de Haruki Murakami. Kyoichi Katayama tem uma boa narrativa e seu estilo se assemelha ao de Murakami, contudo o autor de "Um grito de amor do centro do mundo" é muito mais pé no chão, e a semelhança de sua narrativa com a de Murakami termina aí.
A história é muito simples, não há nada demais: apenas dois adolescentes que se apaixonam, iniciam um relacionamento e têm a relação interrompida por uma doença mortal, e só. Esse fato me frustrou bastante, pois leio sempre pressupondo que serei surpreendido, que lerei reviravoltas, ainda que o livro tenha 155 páginas (o caso deste), eu sempre espero grandes eventos, surpresas, como costuma acontecer em certos romances ou até em contos. Mas nada além disso ocorreu.
Certos fatores pesaram na minha avaliação final. O casal não me convenceu e o protagonista, Sakuratô, em minha opinião, é muito sem noção, insensível e imprudente. Algumas atitudes dele, e algumas coisas que falava, me deixava irritado, xingando ele por dentro. Já Aki me pareceu mais verossímil e carismática, dela eu gostei. A história alterna entre passado e presente, pra que o leitor conheça como começou o relacionamento do casal até a morte de Aki. então não é nenhum spoiler dizer que a moça morreu, isso é algo dito nas primeiras páginas. No geral o livro é focado no luto interminável que Sakuratô enfrenta devido a ausência de Aki, isso deixa a leitura meio enfadonha, mas como a obra é curta, não é nada que aborreça por muito tempo. Por outro lado o avô de Sakuratô foi um destaque muito positivo no livro, com suas histórias passadas e virtudes.
No geral, para mim foi uma leitura agradável, no entanto nada que me surpreendesse. Não me emocionou, mas também não me aborreceu. Minha admiração pela literatura japonesa e por Murakami continuam intactas.