Um grito de amor do centro do mundo

Um grito de amor do centro do mundo Kyoichi Katayama




Resenhas - Um grito de amor do centro do mundo


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Okayalaniss 18/12/2023

Lembranças erguidas em muros de vidro
"Um grito de amor do centro do mundo", de Kyoichi Katayama, é uma obra que descreve sentimentos complexos com palavras bonitas.
Uma história dolorosa, inevitável e linda, que já começa no fim e mesmo assim você aguarda ansiosamente as páginas seguintes. Uma dessas histórias que fica com a gente mesmo depois que acaba.

Destaques da leitura:

"De manhã, acordei chorando. Ultimamente, tem sido sempre assim. Já nem sei se meu pranto é de tristeza. Acho que meus sentimentos se foram com as lágrimas. Ainda sob as cobertas, estava absorto em pensamentos quando minha mãe se aproximou dizendo: ?Vamos! Está na hora de acordar." p.7

"Ao me virar para trás, vi, para além da cerca de segurança, o mar de inverno. Um mar calmo e sereno, extremamente azul. Isso tudo suscitava em mim lembranças que ameaçavam me tragar. Tratei de confiná-las, lacrando firmemente meu coração. Dei as costas ao mar." p.8

"Gostaria que este sonho se tornasse realidade, e a realidade, um sonho. Sei que é impossível. E é por isso que sempre acordo chorando. Não de tristeza. Choro porque, ao deixar o sonho agradável e retornar para a realidade triste, existe uma fenda pela qual não há como passar sem derramar lágrimas. Já tentei inúmeras vezes; nunca consegui." p.8-9

"De repente, tive uma horrível certeza. Por mais que minha vida fosse longa, eu nunca seria tão feliz quanto agora. A única coisa que eu poderia fazer era preservar essa felicidade com cuidado. Senti medo de estar tão feliz. Se a quantidade de felicidade era determinada para cada pessoa, naquele momento eu talvez estivesse esbanjando a felicidade de uma vida inteira." p.25

""Nossa vida também deve ser assim", pensei tempos depois. A nossa vida se torna longa e entediante quando estamos a sós. Mas, quando a compartilhamos com alguém, num piscar de olhos estamos na bifurcação entre a vida e a morte." p.26

"?Por mais que as pessoas digam coisas bonitas da boca pra fora, a maioria só vive pensando em si mesma, não é? ?continuei a argumentar. ?Para elas, o que importa é poderem comer coisas gostosas; poderem comprar o que quiserem; mas, quando uma pessoa passa a gostar de outra, essa outra se torna mais importante do que ela. Se tivéssemos pouca comida, eu daria a minha parte para você, Aki. Se tivéssemos pouco dinheiro, eu deixaria de comprar o que queria para poder comprar o que você queria. Se você dissesse que a comida estava gostosa, eu me sentiria igualmente satisfeito e, se você fosse feliz, eu também seria igualmente feliz. Isso é gostar de alguém. Você acha que existe alguma coisa mais importante do que isso? Eu acho que não. Uma pessoa que descobriu a capacidade de gostar de alguém com certeza descobriu algo muito mais importante do que as descobertas premiadas com o Nobel." p.57

"?Acabei de me lembrar de uma coisa importante.
?O que foi agora? ?Aki, que até então olhava pela janela, voltou-se para mim, meio aborrecida.
?O seu aniversário é em 17 de dezembro, certo?
?E o seu é no dia 24.
?Isso quer dizer que, desde que nasci, não fiquei nem um segundo sem você neste mundo.
?É. Acho que sim.
?O que estou querendo dizer é que no mundo em que nasci você já existia nele.
Ela franziu a sobrancelha, intrigada.
?Desconheço um mundo sem você e tenho dúvidas se ele realmente existe.
[...]
?Eu estava esperando você nascer, sabia? ?a voz de Aki estava serena. ?Eu estava aqui, sozinha, num mundo em que você ainda não existia.
?Mas foi apenas uma semana. Quanto tempo você acha que vou ter de viver neste mundo sem você?
?Será que a duração do tempo tem tanta importância assim? ?disse Aki, tomando ares de um adulto. ?Ficamos pouco tempo juntos, mas fui muito, muito feliz. Tão feliz que não creio existir felicidade maior que a minha. Com certeza, fui a pessoa mais feliz do mundo. Mesmo agora, neste instante, sinto-me assim. Por isso, para mim, já é o suficiente. Lembra aquela conversa que tivemos? O que existe aqui, agora, continuará a existir para sempre, mesmo após a minha morte?
Suspirei fundo e disse:
?Você se contenta com muito pouco.
?Está enganado ?respondeu Aki. ?Não estou nem um pouco a fim de largar essa felicidade. A minha intenção é levá-la comigo para todo o sempre." p.116-117

"Tinha a impressão de que todas as lembranças que havíamos construído juntos e que nos eram importantes iam sendo deixadas para trás. Avançávamos em direção ao futuro, mas eu não conseguia ter nenhuma esperança nele." p.118

"Ela começou a falar alguma coisa, mas eu já não conseguia escutar o que dizia. "Ela está partindo", pensei. Ela partia, deixando as lembranças erguidas em muros de vidro." p.121

"Minha mente se preencheu com o intenso azul do mar de verão. Lá existia tudo; Não faltava nada. Preenchia tudo." p.121

"Viver era como repetir, dia após dia, um ciclo de suicídio e ressurreição da alma. p.129

"Um novo semestre se iniciou e eu continuava sentindo um imenso vazio. Os colegas de classe não conseguiam me distrair, muito menos me consolar. Digamos que eu até conseguia fingir que me distraía, mas, no fundo, não conseguia me alegrar com a companhia deles. Minhas palavras eram carentes de emoção. E o fato de conversar com meus amigos, sempre manipulando as palavras, tornava-me uma pessoa fingida. Minha voz parecia de outra pessoa. Com o tempo, comecei a me aborrecer com meus amigos. Comecei a evitar os locais em que havia gente e passei a gostar de ficar sozinho. Eu não sabia mais apreciar o convívio com outras pessoas. Era como se eu estivesse completamente sozinho no mundo." p.130

"Cada dia parecia separado do anterior. Para mim, o tempo não transcorria linearmente. O sentimento de que algo tinha continuidade, de que algo se desenvolvia e se transformava, não existia mais para mim. Minha existência se limitava a viver cada segundo, um após outro. Não havia futuro, nem perspectivas de que houvesse algum." p.131

"A tristeza não ocorre porque nos separamos da pessoa amada, ou por sua ausência. Ela ocorre porque é muito difícil nos distanciarmos de quem amamos. Passamos, então, a perseguir as lembranças com saudade. Essa dor nunca tem fim. Será que a tristeza e a dor não seriam apenas uma parte desse sentimento maior, que é o de tê-la amado?" p.133

"?A vida da gente seria muito insípida se acreditássemos apenas no que se pode ver ou no que tem forma, você não acha?" p.134

"O "pensar" é isso, é assim mesmo. A melhor coisa é aceitar que não existe um pensamento definitivo. Mesmo que a princípio pareça existir algo assim, com o tempo isso muda. E aí, basta aceitar a mudança. Aos poucos, os nossos sentimentos vão se adequando ao que realmente estamos sentindo. E é assim que funciona..." p137
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K.P.G 17/03/2024

"É estranho admitir que a vida é finita, não é?"
Ultimamente tenho gostado cada vez mais das obras que tratam o cotidiano, e aqui, nessas poucas páginas, acompanhamos o dia a dia de um casal de adolescentes com um final trágico.

É leve, é lindo, é engraçado e, no fim, arrasadoramente triste.
.GABI. 17/03/2024minha estante
Que bonitinho




Lima Neto 02/03/2011

muito bom livro. suave, sutil, delicado, como só a literatura oriental (japonesa principalmente) é capaz de produzir.
a história é muito simples e ouso até dizer que é "batida", mas que justamente por ser tão comum, por ser tão próxima de nós, sempre nos comove: a história de um amor, lindo, e que é tragicamente interrompido, e uma das pessoas se vê perdido, num mundo sem a pessoa amada. até aí, tudo bem, tudo muito comum, seria apenas mais um livro sobre o mesmo tema, com o mesmo enredo, início meio e fim. mas em "Um grito de amor do centro do mundo" o autor soube dar um toque de inocência e delicadeza que muitas vezes falta a esse tipo de história. ele soube conduzir a história de uma forma tal que o leitor não consegue larga-lo e ao mesmo tempo tem "pena" quando percebe que o livro está chegando ao fim.
livro muito bem escrito, escrito com sensibilidade tal que é impossível o leitor não se ver completamente envolvido por ela.
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belle 07/04/2022

tem uma escrita mt bonita, mas n consegui me conectar com os personagens. o cara me irritava pq ficava falando mt coisa, tipo explicando coisas, e a menina quase não falava nada. não deu pra entender direito a personalidade dela
e ao longo do livro a história vai ficando mais trsite mas eu nao tava ligando pra eles

bom, tem umas passagens bonitas, e alguns diálogos bem interessantes porém n leria de novo
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Paula 13/02/2011

Romeu e Julieta moderno
Um grito de amor do centro do mundo é o primeiro livro do escritor japonês Kyoichi Katayama traduzido para o português. O livro é um dos mais lidos no Japão, com mais de 3,5 milhões de exemplares vendidos. Foi adaptado para o cinema e para uma série de TV, além de ter se tornado um mangá de sucesso no Japão.

Essa é uma história de amor adolescente, uma releitura de Romeu e Julieta, mas contada com a sutileza característica dos orientais. Acho que é típico dos escritores japoneses narrarem a história como se pintassem um quadro, sendo delicado nos detalhes, para por fim criar uma imagem poética, onde o silêncio sempre diz mais que as palavras. Por isso, não podemos esperar grandes "arroubos" nesse livro.

Um grito de amor do centro do mundo traz essa sutileza dos japoneses para contar uma história de amor sem final feliz, final esse que ficamos sabendo antes mesmo de conhecer a história de Aki e Sakutarô. A princípio achei que essa inversão de trazer o final para o início do livro quebraria um pouco da emoção de viver no decorrer das páginas essa história de amor, o que de fato não deixa de acontecer um pouco, mas acho que independente de qual seja o final, a gente nunca se cansa de ouvir histórias de amor.
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Marcela Kühn 15/02/2011

Por que?
Para ser um grande livro de amor, alguém precisa morrer e sofrer?
Achei um livro forçado, daqueles bem bunda mole.
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Silvio 09/01/2012

Romance acima da média
Um grito de amor no centro do mundo é um romance adolescente acima da média por fugir totalmente dos roteiros batidos e das comédias românticas. Trata de forma sensível o primeiro amor de dois jovens que, bem ao gosto dos japoneses, é temperado pela tragédia. Talvez por isso a referência tão direta a Romeu e Julieta.

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Franco 29/06/2021

Singelo e belo, mas também um tanto meloso
enredo:

eles se conhecem ainda crianças, se apaixonam, constroem juntos o mais singelo amor (sabe, aquele, o da adolescência), e aí vem a morte bagunçar tudo. Depois da morte, resta ao protagonista, o jovem Sakutarô, construir um sentido para o luto e para o vazio.

(possíveis) pontos positivos:

- ambientação num Japão interiorano da década de 1990, com direito a montanhas, mares, cerejeiras e vaga-lumes;
- narrativa chamando atenção para os pequenos detalhes do mundo e das coisas;
- entra com mérito na categoria das histórias sobre o primeiro amor;
- discussões metafísicas (mas acessíveis) sobre o luto;
- estrutura narrativa encaixando bem as idas e vindas temporais (as lembranças do protagonista).

(possíveis) pontos negativos:

- tom romântico meio que exagerado, do tipo que 'meloso' se aplica sem muita injustiça;
- personagens, inclusive a dupla principal, pouco desenvolvidos;
- se você já leu/assistiu coisas tipo 'A Culpa é das Estrelas' e 'Um Amor para Recordar', a sensação de repeteco é grande;
- o livro não funciona quase nada se você não acredita em amores sinceros, puros e arrebatadores.

o que mais impressionou:

é uma narrativa que entrega seu ápice dramático, a morte da mocinha, logo de cara. Já na segunda página a morte dela é escancarada, deixando para as 150 e tantas outras páginas a tarefa de dar a dimensão dessa morte. E apesar do mel vertendo de algumas juras de amor, o livro consegue sim manter esse dimensionamento atrativo, mesmo sem outro grande clímax à vista.
.



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alinetiemi 08/08/2023

Aquele livro rapidinho de ser lido, pra ler em poucas horas. Um romance rápido e levinho, que fala muito sobre amor e a separação.
Fiquei pistola que ele conta o que rolou logo no começo, mas a história flui muito bem.
Um romance adolescente muito bem escrito.
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Maiara.Alves 12/01/2022

Doce e trágico
Pensei que seria apenas uma história romântica, mas me surpreendi.
Logo na primeira página sabemos que Aki está morta e que Sakutarô acorda todas as manhãs chorando. Já no início levamos esse soco no estômago.

Aki e Sakaturo se conhecem no colegial acabam se tornando amigos e se apaixonando... e o que parece ser um típico romance adolescente, se torna uma história de vida, de morte, de amor, de perda.

Com uma escrita poética e doce, "Um Grito de Amor no Centro do Mundo" é uma leitura excelente que nos faz perceber o quão frágeis somos. É uma discussão sobre o amor e sobre a vida após a morte. O livro é ainda repleto de mitos, histórias, alusões e descrições do Japão.

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Livrada! 15/03/2011

Nada demais
Não é um livro desagradável de ler, mas é forçadasso, meloso, sem valor literário nenhum. Típica literatura de aeroporto, dessas que você lê só pra passar o tempo. O livro não vai te agregar nada, mas, se você gosta de filmes de romance em que uma das pessoas tem câncer e morre, esse livro é pra você.
Jen. 17/03/2011minha estante
acredito que o comentário não precisava ser tão ofensivo as pessoas que gostam de romance. :/


Kleber 14/01/2014minha estante
Jen, essa é a mesma coisa que dizer que comentários elogiosos demais são ofensivos a quem não gostou! Ninguém questiona elogios, só críticas, por quê? O livro é fraquíssimo mesmo.




Kleber 14/01/2014

Melodrama exagerado recheado de clichês
Esse livro de Kyoichi Katayama é um romance água com açúcar para adolescentes facilmente impressionáveis, um "dorama" em forma de livro, sentimentaloide ao extremo, fenômeno literário Deus sabe como! Clichês e mais clichês até cansar...

A propósito, um dos livros mais previsíveis que já li. A partir do ponto que você lê o fim da estória (que é o começo do livro), já dá para deduzir tudo que vai acontecer, e adivinhe só: acontece mesmo! E tenta emocionar com as situações as mais forçadas possíveis, aquela comoção à força que mais causa incômodo do que toca.

Não, não, a literatura japonesa é muito mais do que isso. Se colocar na balança, esse livro inteiro não vale nem as 10 primeiras páginas de Norwegian Wood do Murakami.
Ed 04/11/2016minha estante
Murakami é um mestre *--*




Grazi 04/05/2012

Simplesmente perfeito! Antes de ler o livro eu já havia lido o mangá "Socrates in love", que relata a mesma história de uma forma bem resumida. Para quem gosta da literatura ocidental, onde na maioria das vezes o final é triste, esse livro é um prato cheio. Enfim, me emocionei bastante e recomendo a todos ^^
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@wesleisalgado 03/08/2023

A sinopse me lembrou bastante BRANCA COMO LEITE, VERMELHA COMO SANGUE, um livro que gosto bastante.

Mesmo a ambientação em terras nipônicas não me pegou. Por ser um livro bem curto, hora nenhuma o fascínio dos adolescentes principais um pelo outro conseguiu me convencer.

A visitação a Austrália no final não fez o livro ser de todo ruim.
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