Bruna Fernández 16/09/2011Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brRumo à reta final da história de 39 Clues, não posso deixar de afirmar que fiquei com um pé atrás com esse volume, afinal, o livro mais "sem sal" da coleção - na minha opinião - foi o terceiro volume O Ladrão de Espadas, escrito pelo mesmo autor desse sétimo livro. Apesar de ter um ritmo mais frenético e ser mais engraçadinho que os dois primeiros livros, achei o enredo curtinho demais. E com tantas coisas a serem reveladas nessa reta final, dá pra entender por que eu estava apreensiva, não é mesmo?!
Porém - ainda bem! - tudo não passou de ideias da minha cabeça mesmo: O Ninho de Cobras é ótimo e mantém a ótima qualidade dos outros volumes. E o melhor? Trás muitas revelações sobre os mistérios da série! Já era hora, não é mesmo?!
No último volume, Nas Profundezas, acompanhamos os irmãos Cahill e a
au pair Nellie em sua passagem pela Austrália, onde eles conheceram um tio de Amy e Dan, Shep, que os ajudou a refazer uma rota que os pais deles fizeram uma vez, em busca do avião de Amelia Earhart, claramente, tudo relacionado à caça das 39 pistas. Ao final do livro, depois da grande tragédia envolvendo a morte de uma das personagens, a história termina sem nos revelar qual será a próxima parada deles. Depois de escaparem da ilha em que se encontraram - e depois uma longa discussão, quase irem para a cidade errada - os três, e Saladin, o gato, seguem para Pretoria, na África do Sul.
Depois de tanto "levarem na cabeça" e serem traídos e/ou enganados por praticamente todos, é muito bom finalmente ver Amy e Dan mais maduros e desconfiados até da própria sombra. Nesse enredo mais do que nunca o lema "Não confie em ninguém" é uma completa confusão, nos perdemos facilmente junto com os personagens sem saber quem realmente é leal ou não. Junto a isso, é perceptível o crescimento dos irmãos e é muito interessante ver como eles abordam essa desconfiança com mais coragem, balanceando os sentimentos dos dois. Quando Amy é durona, Dan está mais maleável. Quando o irmão está mais confiante, Amy segue suas indicações. A união dos irmãos é um yin-yang, um equilíbrio sem igual, e isso está cada vez mais descarado... nesse volume vemos um lado mais família, mais humano de Dan, e um lado mais duro e agressivo de Amy.
Quanto ao conteúdo histórico, nesse livro é abordada a questão do apartheid, que foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, cujo os direitos da grande maioria dos habitantes foram cortados pelo governo formado pela minoria branca. Mais uma vez, o tema é abordado de uma forma leve e que leva o leitor a entender melhor toda a questão e o quão absurda era essa forma de governo de forma lúdica e recreativa.
O ritmo da história é rápido, o que aparenta ser a marca registrada de Peter Lerangis. As coisas acontecem rápido, sem muita enrolação e temos, pelo menos, uns três clímax antes do final. Quando você acha que o momento tenso se resolveu e o autor preparou as últimas palavras da história.... BAM! Mais alguma ação ou revelação bombástica acontece, que deixa os leitores ansiosíssimos para finalmente chegar à última palavra do livro. E então vem a revelação que muitos procuram por tanto tempo, inclusive Amy e Dan: finalmente descobrimos a qual clã os irmãos pertencem, aliás, não só eles como seus pais e Grace também! Não vou relevar aqui qual é o clã dos irmãos, mas posso afirmar que eu desconfiava um pouquinho e secretamente torcia para que eles fossem desse clã! E aí, ficou curioso?! Corre ler o livro e aventure-se com os irmãos Cahill!