Kappa e o Levante Imaginário

Kappa e o Levante Imaginário Ryunosuke Akutagawa




Resenhas - Kappa e o Levante Imaginário


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Filipe 20/12/2020

Como assim eles não gostam do Schopenhauer?
Akutagawa é um escritor único, que reflete sobre o que é ser humano e a variabilidade moral que surge ao longo da existência. Cheio de dilemas pessoais, mistura um tanto desses com eventos históricos e seres surreais para criar narrativas catárticas. Esse livro, assim como os outros do autor, são um misto de charme, conflitos, referências e depressão. É fácil entender a vida que levou o autor após ler ele, e é difícil não cair nos mesmos dilemas dele. Ademais, as histórias são fantásticas! Indico a todos, tanto para se introduzir quanto para explorar um tanto mais do Akutagawa sensei.
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José Cláudio 09/11/2021

Akutagawa foi um dos maiores contistas de todos os tempos, e essa coletânea da Estação Liberdade nos da uma amplitude da qualidade do autor, destaco os contos Inferno, Rashomon e Rodas Dentadas que é autobiográfico
Freezerburn 16/06/2022minha estante
Opa amigo, poderia tirar uma dúvida minha? Estou a procura de 3 contos traduzidos do Akutagawa e os livros nunca falam quais contos tem, estou a procura do Pintura do Inverno(Hell Screen) Teia da Aranha (Spider Thread) e Engrenagens (Spinning Gears), como eu não sei os nomes certos pode ser que estejam traduzidos de outra forma, seria de grande ajuda se você me contasse se este livro tem pelo menos um destes contos


Freezerburn 16/06/2022minha estante
Escrevi errado é Pintura do Inferno rzrrsrdrdr


Katague 15/09/2022minha estante
Olá!

Essa edição possui 2 dos contos que você citou, mas com títulos diferentes: Hell Screen ficou somente como "Inferno", e Spinning Gears como "Rodas Dentadas".

Já li Spider Thread em um artigo publicado em alguma revista, não me lembro qual. Mas dá para ler o conto, traduzido como "O fio da aranha", no site da Editora C33. Segue o link:
https://www.c33editora.com/post/o-fio-da-aranha




Maiara.Alves 09/07/2023

Genial
Akutagawa dispensa apresentações, eu sei. Mas leitores mais novos provavelmente não o conhecem e talvez também nem assistiram ao clássico "Rashomon" de Akira Kurosawa.
Este livro, bem editado pela Estação Liberdade, reúne onze contos do excepcional escritor japonês.
"No Matagal" deve ser sua história mais conhecida, pois o premiado filme Roshomon, de Akira Kurosawa, é baseado nela. De fato é uma história contada com muita precisão.
Gostei especialmente de "Inferno", um conto que fala da soberba, vaidade e arte. É a perfeita imagem da perturbação psíquica de um artista que só conseguia pintar o que via, e que para fazer obras-primas, não tinha escrúpulo algum em provocar coisas terríveis para poder pintá-las. Esse conto me trouxe à mente a obra "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, que também é igualmente genial.
"Rodas Dentadas", conto que fecha essa coletânea e considerado por muitos a obra-prima de Akutagawa, é realmente incrível e também um dos meus favoritos. Conto autobiográfico, guarda o elemento perturbador tão comum ao artista, e por isso isso mesmo, conta com momentos de impecável angústia de alma.
Kappa e o Levante Imaginário é uma interessante reunião de contos, a maior parte deles geniais, e mesmo os mais fracos, dotados de momentos que certamente irão impressionar ou encantar o leitor. Para quem nunca ingressou na literatura japonesa, este seria um primeiro passo interessante, rápido, divertido e muitas vezes, deliciosamente medonho. Assim como é a vida.

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Franciely 03/12/2013

Muito Bom!
Este é um livro de contos/novelas incríveis.
Esta edição tem uma pequena biografia sobre o autor que nos ajuda a entender o porquê de ele escrever da forma que escreveu, principalmente o último conto do livro chamado "Rodas Dentadas".
Vale muito a pena conferir. Quem não é habituado a ler literatura oriental deve mudar isso urgentemente pois tem autores incríveis, super sensíveis que nos dão uma visão diferente do mundo.
Quem quer conhecer o mundo através dos olhos de Akutagawa terá um prato cheio com este livro =)
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Jean Thallis 03/02/2014

Pra quem gosta
Os 4 primeiros contos eu não gostei, mas o restante que se seguem são melhores e alguns bem melhores que esses 4 primeiros.

Gostei mais dos contos "épicos", de qualquer forma uma boa leitura, vale a pena conhecer.
Priscilla Teles 25/11/2020minha estante
estou pra ler esse ainda




Ellen Cassiano 21/02/2021

Akutagawa é genial! Amei todos os contos do livro, em especial "Inferno" cuja ambientação é histórica e se dá no Japão antigo; e "Rodas Dentadas" que possui caráter autobiográfico.
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Wellington Carneiro 22/04/2021

Um passeio pela obra do Akutagawa
É uma ótima coleção de contos. Akutagawa é um autor incrível e consegue escrever sobre os mais diversos temas. O último conto, pelo seu forte teor autobiográfico e sensibilidade, conseguiu me tocar bastante.
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TrizRoss 05/02/2023

SIMPLESMENTE GENIAL
Não tenho nem palavras para descrever o quão boa é essa edição. Akutagawa é um dos melhores autores japoneses até hoje e essa seleção de contos é fenomenal, junto de uma ótima tradução e editoração. Um dos meus livros favoritos de todos, sem dúvidas. Cada conto possui muito conteúdo, trazendo críticas à sociedade da época que seguem pertinentes até os tempos de hoje, realizadas de forma excelente. Cada história te dá mais vontade de continuar lendo, trazendo uma construção incrível e desenvolvimento satisfatório. O prefácio traz uma análise muito bem feita da vida e dos contos de Akutagawa, implementando e enriquecendo a leitura dessa coletânea. Vou comentar brevemente alguns pensamentos sobre cada conto.

Kappa é um ótimo começo aos que estão sendo introduzidos à escrita de Akutagawa. É gostoso de ler e traz bastante críticas com um certo humor e farpas à hipocrisia da sociedade. Os kappas trazem continuamente várias questões filosóficas que fazem com que você pare em meio a leitura e provocam a reflexão. Além disso, mesmo que esse autor não seja tão autobiográfico quanto outros da época, como Dazai Osamu, esse conto tem um significado diferente se você lê sabendo sobre a vida do autor, possuindo várias referências aos seus próprios pensamentos e sentimento, o tornando ainda mais impactante. Ainda mais se considerar que ele foi publicado no mesmo ano em que Akutagawa se matou, revalando o quão cansado de viver naquela sociedade ele estava. O final deixa o leitor com a dúvida se o protagonista realmente era um doido que inventou tudo ou não. Seria possível fazer uma análise profunda sobre esse conto por si só, revelando a maestria de Akutagawa.

Rashoumon é um de seus contos mais famosos e o que deu início a sua carreira de escritor. Já é perceptível a habilidade de Akutagawa de abordar temas da ética humana. Mesmo sendo uma história curta, ela traz o dilema de moralidade e o ciclo das pessoas cometendo atos imorais contra as outras só pra acabarem sendo as próximas vítimas, além dos pensamentos internos do servo e as contradições morais dele serem muito bem escritas. Essas contradições fazem sentido, mostrando que o personagem muda dependendo de suas emoções e da situação presente, mais realista do que se ele seguisse uma decisão o conto todo e não a mudasse por nada. Mais um conto que promove reflexão e uma análise completa de páginas e páginas.

O Nariz é o conto que o fez ser reconhecido pelo mestre da literatura japonesa, Natsume Soseki. Portanto, possui uma grande relevância para sua carreira de escritor. O nome imediatamente traz à mente o conto de Nikolai Gogol, compartilhando certas semelhanças como o tema da imagem própria, reputação e o absurdo fantástico, porém ambos possuem execuções muito diferentes e certas diferenças, como o realismo ser mais presente no conto de Akutagawa, possuindo um peso diferente em cada narrativa. Dá a impressão de ser a história mais alegre e bem humorada da coletânea.

Destino deixa ainda mais explícito o debate moral com as próprias personagens falando em voz alta sobre o assunto. O principal desse conto são as várias antíteses e os conceitos contrapostos, como o velho ceramista x o novo samurai, tradição x modernidade, o interior x exterior da oficina, mito x verdade, materialismo x fé. Mais uma vez akutagawa traz vários pontos que fazem com que você pare e chegue nas próprias conclusões, na conversa final até podendo se colocar no lugar das personagens se perguntando se valeria a pena passar pelos aflitos que a moça passou em troca de uma recompensa material.

Salteadores é o maior conto dessa edição, trazendo várias personagens com um grande desenvolvimento. As relações das personagens, os conflitos internos e os cenários são muito bem descritos, dando a sensação de estar "lendo um filme". Mesmo sendo longo, não é entediante em nenhum momento, causando a vontade de continuar lendo para ver no que vai dar o conflito dos irmãos, o roubo da gangue e o plano da Shakin. A cena de luta é muito bem escrita, transmitindo bem o caos de uma batalha e o desespero daqueles envolvidos. A cena de Jiro com os cachorros é muito simbólica e introduz a reconciliação dos irmãos de forma excepcional. A cena do bebê revela ainda mais os contrastes das personagens, que xingam Akogi e se encontram ensanguentados e de luto por seus companheiros depois da luta, mas demonstram um lado compassivo ao verem a criança, como se fosse a esperança renascida e criando uma atmosfera familiar em torno da gangue. As personagens representam a questão de seus valores morais, que se deterioraram completamente com toda matança e roubo mas ainda assim eles expressam culpa ou dúvida e compaixão. O próprio autor confessa não gostar desse conto por ele estar "cheio de erros", mas mesmo assim ainda foi um dos meus favoritos, fazendo eu me emocionar e me envolver em sua trama enquanto lia. Como de costume, é mais um conto que merece uma análise individual extensa.

Inferno é outro de seus contos mais famosos. Traz narração com descrições muito bem feitas e realistas, logo no começo o narrador já introduz e descreve a pintura, mas só no final o leitor entende porque ela é tão chocante realmente. Além disso, a temática da arte é uma questão que o próprio Akutagawa discutia com frequência, como em uma série de cartas trocadas com Junichiro Tanizaki (Literário, Literário Demais) e em outro conto que não está presente nessa edição (Devoção à Literatura Popular), representando a arte estar acima do bem ou do mal com Yoshihide deixando de lado qualquer emoção para pintar as coisas com maior realismo possível. O macaco de estimação possuir o mesmo nome do pai é como se ele fosse a representação do pai tentando proteger a filha dentro da corte, deixando sua morte ainda mais impactante, como se representasse a alma de Yoshihide morrendo ao lado da filha. O pesadelo de Yoshihide, em que ele imagina a filha falando "venha se encontrar com sua filha no inferno" antes de sua morte traz mais o elemento de foreshadowing, talvez representando o pressentimento que Yoshihide possuía de que sua filha não estava segura na corte.

Dragão possui um estilo narrativo bem diferente dos outros contos, representando a linguagem oral e a passagem da cultura popular. Além de apresentar o dragão oriental (que é diferente da imagem ocidental), tbm discute essa crença de massa que causa todo mundo a entrar em uma histeria coletiva, até mesmo o homem q inventou a história começa a acreditar que pode ser real simplesmente por estar cercado de pessoas que acreditam nela. Akutagawa deixa as coisas ambíguas no final para o leitor imaginar se realmente apareceu um dragão ou se foi só a imaginação do monge, ou até então no caso de ter aparecido se ele conseguiu acertar a data ou se foi esse desejo de ver o dragão que o criou. No começo o leitor pensa em Naigu de O Nariz, o que deixa ainda mais prazeroso o final fazer referencia à ele, conectando as obras.

Laranjas é um conto curto e simples, com um caráter autobiográfico, mas que me emocionou e se tornou um dos meus favotiros. Todo simbolismo envolvendo viagem e trens e túneis e laranjas, a dicotomia dos dois personagens q não se parecem em nada e que só sentem antipatia um pelo outro no começo, mas no fim existe uma certa empatia entre eles e o narrador sentindo que ainda existe felicidade e esperança mesmo nesse mundo que ele acha tão entediante, a menina entrando numa viagem que vai mudar a vida dela pra sempre e vendo a família pela última vez... considerando o contexto da época de vida do Akutagawa que é o ano em que ele deixa o emprego e o pai morre então ele também está passando por uma mudança na vida e entrando em um período incerto igual a menina, mas existe uma esperança do que pode surgir. Tantas frases são bem feitas, o cenário e as descrições são MARAVILHOSAS eu conseguia imaginar tudo como uma curta animação.

A mágica é um conto bem curtinho e mais simples em relação aos outros, com um público alvo mais jovem. Ele traz a questão moral da ganância e possui o elemento do fantástico das magias e um plot twist no final que deixa a leitura leve. Ele é outro dos menos deprimentes, contando com um certo bom humor.

No Matagal é outro dos mais famosos, tendo sido adaptado em filme live action (Rashomon, 1950), possui os aspectos de um mistério de assassinato com um foco na construção das personagens. Cada personagem é uma pessoa própria e com características de personalidade que o leitor consegue diferenciar pelos relatos e deve levar em conta ao analisar o que é verdade ou mentira. Cada detalhe que pode se contradizer só adiciona mais dúvidas do que realmente aconteceu, dos maiores como "quem matou?" até aos menores como "quem estava usando tal cor" e deixam ainda mais interessante de tentar desvendar o mistério (mesmo que não tenha como ter uma resposta definitiva). Até a vítima dá seu testeminho mas não tem como confiar 100% nele, até porque ele era uma pessoa diretamente envolvida que ia deixar as emoções e visões pessoais afetarem a sua versão dos fatos e não conclui todos os misterios em relação aos envolvidos. Esse é um conto que a cada lida você repara em algum detalhe diferente que talvez não tivesse reparado antes, merecendo sua fama.

Para concluir essa coletânea fantástica, Rodas Dentadas é um conto autobiográfico e o último escrito por Akutagawa antes de seu suicídio, tornando os sentimentos transmitidos através das páginas ainda mais impactantes. É maravilhoso e ao mesmo tempo perturbador, a escrita te comove e fica na sua mente por dias. Os acontecimentos sobrenaturais, as alucinações, as coincidências e superstições, o jeito que o Akutagawa parece tão derrotado e sem energia nem pra tentar ativamente se matar produz um sentimento de inquietação durante toda leitura, um pressentimento que algo ruim esta prestes a acontecer (talvez a própria paranoia do autorr transmitida ao leitor ou o fato da gente saber o que acontece com ele depois). Toda vez que ele mencionava alguma coisa q seria recorrente (como a capa de chuva ou a cor verde) só ia aumentando essa sensação. O simbolismo em torno da morte presente durante a história toda vai ficando na mente e criando esse temor em relação ao final, como se, assim como o próprio Akutagawa, você também estivesse apenas antecipando que ele não sobrevivesse. Ele faz muitas referências literárias interessantes e associa elas muito bem ao que ele estava sentindo, fazendo com que o leitor se interesse em ler as obras mencionadas para conhecer suas influências. As descrições como sempre são feitas maravilhosamente e conseguem criar uma atmosfera que reflete o estado de espírito do autor e que facilita imaginar o cenário. E AQUELE FINAL. Não tem como superá-lo, mesmo lendo e relendo a última página o sentimento inicial permanece. É indescritível. Essa é uma história que fica na cabeça mesmo dias depois de ter lido, tem muitos assuntos que ele traz em questão e vários pontos e sensações memoráveis. Verdadeiramente muda a vida do leitor.

Em suma, poderia falar por horas sobre a escrita magnífica de Akutagawa e esses contos escolhidos. Definitivamente recomendo muito, as sensações passadas através das palavras de Akutagawa, mesmo que escritas há quase 100 anos, seguem tocando nosso coração e mente, nos inspirando e causando reflexões. Um conteúdo com muita qualidade e que acrescenta cultura.
Sara.Maria 05/02/2023minha estante
Reizinho ele




aku. 26/03/2023

Uma surpresa positiva
Já há algum tempo eu tive interesse em ler essa coletânea de contos escrita pelo Akutagawa, o resultado é claro me impressionou de forma muito positiva.

Pelo conteúdo dos contos em si, a nota certamente seria 5, entretanto me vi forçada a diminuir a nota por fatores de edição que deixaram a desejar na experiência da leitura: o conto do Rashomon (que eu já li por outra editora) faltou com detalhes que poderiam ser muito importante para uma análise mais profunda, além de que a linguagem usada em alguns contos parece ter sido traduzida de forma muito literal e causa certo afastamento na leitura; em uma determinada página inclusive, tem uma linha textual que se repete duas vezes.
Voltando ao conteúdo dos contos, alguns deles eram tão bons que disputaram o pódio do melhor conto, mas no final não teve jeito, Rodas Dentadas, o último conto que Ryuunosuke escreveu em vida e um texto autobiográfico, foi o que venceu.

Akutagawa está aqui em seu auge poético, as palavras que use e como descreve toda a sua situação é, além de aterrorizante, incrível e até mesmo bonita, de certa forma, é impossível ler e não se sentir tocado pelo sofrimento que ele enfrenta, a última página com certeza ficará na minha mente para toda a eternidade, tamanha sua maestria.

Apesar de ser sem sombra de dúvidas o melhor conto, Rodas Dentadas não é o único conto magnífico, sendo seguido por outros tão impressionantes como Os Salteadores, Kappa e Inferno que também reflete os sentimentos do autor em relação a loucura e o simbolismo que ele tem.

Apesar de ateu, Ryuunosuke Akutagawa morreu ao lado de uma bíblia e retratava vários temas religiosos, a punição depois da morte sendo o maior e mais pessoal dele, fica claro em Inferno o tormento que ele carregava graças ao medo de enlouquecer e acabar em um manicômio, tal como sua mãe, tanto que considerava sua existência repleta de alucinações e delírios e superstições uma tortura, e morreu após sua segunda tentativa de suicídio.

Muitos podem desconhecer esse fato, mas Akutagawa Ryuunosuke era um homem bissexual e existem registros de uma carta que ele escreveu a um colega de classe, relatando como o amava e como tinha ciúmes daqueles ao redor dele, além de ciúmes de saber que outras pessoas poderiam se sentir da mesma forma que ele.
Akutagawa era um homem que tentava escapar do tormento da vida procurando consolo em sentimentos românticos, um pouco desse dilema é observado em Os Salteadores onde dois irmãos se apaixonam pela mesma mulher, o interessante desse conto é que ambos os irmãos mantém sentimentos assassinos em relação ao outro, mas conseguem superar esses sentimentos juntos e percebem que o amor fraternal que sentiam era mais importante e valioso que o "amor carnal" que nutriam pela mulher que tanto insistia em colocar um irmão contra o outro.

Por fim, em Kappa, outro conto muitíssimo interessante e o primeiro da coletânea, um homem "louco" retrata sua experiência em uma sociedade de Kappas que é um tipo de criatura de lendas japonesas, nesse conto é possível ver o descontentamento e o desentendimento de Akutagawa em relação a sociedade, isso sem mencionar a sua ironia em relação a certas hipocrisias.

Termino essa resenha com uma curiosidade: Ryuunosuke significa "filho do dragão" e foi o nome dado a ele porque ele nasceu na hora do dragão (entre 7 e 10 horas)
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iara 16/05/2023

Akutagawa é de uma genialidade sem igual, né? eu já havia lido uma outra coletânea, traduzida pela junko, mas essa daqui se destaca totalmente. acho a curadoria excepcional por começar com um dos contos mais leves do livro, kappa, que por mais que tenha assuntos mais delicados, ainda há aquele ar mais bobinho. por fim, rodas dentadas, algo mais autobiográfico, falando um pouco sobre a loucura da mãe dele, da família, da carreira. a loucura em si, o adoecimento mental inclusive é um tema recorrente por toda a obra, sendo retrato ali desde o primeiro conto ao último. akutagawa, como sempre, justificando sua fama de gênio.
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Bartolomeu 14/07/2023

Ryunosuke Akutagawa foi um dos autores que me fez ter uma grande vontade de conhecer a literatura Japonesa, neste livro, ele traz alguns de seus principais contos e os ultimos de sua vida, os meu favoritos são Kappa, Os Salteadores, Inferno, Dragão e Rodas Dentadas. A maioria se passa no periodo heian, o que é muito bom para quem quer conhecer a cultura japonesa. O meu conto favorito é sem dúvidas Rodas dentadas que é uma autobiografia do Akutagawa, é bem pesado e chega a ser perturbador em alguns pontos, mas é muito interessante ver como foi o fim da vida de um dos maiores escritores da literatura Japonesa, que, teve seu nome dado ao maior premio nacional de literatura Japonesa o prêmio Akutagawa de literatura.
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banana20 20/11/2023

Eu iria dar uma nota baixa pra esse compilado de contos pq nao achei nenhum tao incrivel alem de bom, até ler o ultimo.
O ultimo escrito de Akutagawa foi um pedido de socorro essencialmente triste e me deixou muito pensativa por um tempo.
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Maicon.Douglas 10/02/2021

A algum tempo eu venho tentando conhecer a literatura japonesa comecei pelo 1q84 do Haruki Murakami um escritor contemporâneo e com escrita bem próxima a ocidental.
E bom Akutagawa é o oposto disso um escritor clássico e que constantemente usa o folclore japonês e o antigo Japão feudal como cenário dos seus contos, esses que são tão bem escritos e ambientados que te transportam ao imaginário do Akutagawa, entre os contos vale citar dois "inferno" e "o matagal", inferno fala sobre um pintor que foi capaz de pintar uma tela que retrata o inferno como ninguém já retratou e é capaz de provocar o horror até mesmo no homem mais honrado, mas como e porque o pintor foi capaz de pintar algo assim? Será que ele mesmo presenciou o inferno?
O outro conto "o matagal" que conta um assassinato que tem 3 versões a do assassino, da testemunha e da própria vítima, ambas distintas e foi o conto que o Akira Kurosawa adaptou em seu filme "Rashomon".
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Michelle França 17/06/2023

Bota no teu carrinho da Amazon vale a pena.
Eu não vou dar spoiler dos contos porque eu acho muita sacanagem mas eu vou dizer, são completamente inusitados e totalmente diferentes uns dos outros eu achei que o conto do kappa era o melhor do livro mas posso dizer que ele é o número quatro num top 10.
O meu favorito é Os Salteadores e o conto Inferno, eu achei impressionantes dignos de uma de um livro só deles, que novelão que f*** que bem escrito que inusitado que violento meu Deus que cruel que bizarro que tudo maravilhoso perfeito eu amei esse autor ele é genial ele é o único c******
E vai sem vírgula mesmo porque eu tô empolgada, então assim, quer dar de presente para uma pessoa dá esse livro, eu tenho certeza que se a pessoa gosta de coisas diferentes vai a mais vai assim ó p**** depois eu te agradecer vai ficar feliz da vida excelente para você dar de presente para um grande amigo sério mesmo eu amaria ganhar de presente.
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Nina 25/09/2023

Denso
Tão complexo quanto a biografia do autor, o livro traz uma profundidade imensa de informações e sentimentos.

"Kappa", "Dragão" e "Rodas dentadas" foram meus contos favoritos. Os outros me causaram não só espanto, mas, em certos momentos, horror.

Essa coletânea reflete bem o estado de espírito de Akutagawa.
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