Resenhas - Marina

Jow 28/11/2011

Um homem tentando ser Deus.
The how I can't recall
But I'm staring at what once was the wall
Separating east and west
Now they meet amidst the broad daylight...

[]
It's hard I must confess
I'm banking on the rest to clear away
Cause we have spoken everything
Everything short of I love...

The Fray Hundred

A vida é o dom mais difícil de ser manuseado pelas mãos do homem. Viver é uma tarefa difícil onde muitos desistem cedo, alguns a encaram como uma prisão, e vários outros fazem dela um laboratório para as mais diversas experiências, sem se preocupar com conseqüências e punições. Mas, são poucos os que fazem da vida um momento de encantamento, e ainda menos são os que vagueiam por uma vida sem sentido e encontram um momento de epifania capaz de transformar sua existência de um modo cabalístico e sem retorno. Oscar Drái foi um dos pouquíssimos felizardos que encontrou a sua epifania, e ela veio transformada numa figura que entraria em sua vida de uma forma avassaladora e eterna. Oscar encontrou-se com Marina.

Marina é a personagem feminina mais singela dos livros de Zafón. Talvez seja por isso, que ao decorrer da (infelizmente) curta narrativa, nos apaixonamos por essa garota tão loucamente como Oscar fez. Marina representa para Oscar uma chance de colorir a vida de uma forma modigliana, uma possibilidade de dar a sua vida algo que ele nunca viu, algo que pudesse se opor as sombras lançadas em vida miserável, por uma vida metódica e sem brilho, por uma sociedade inescrupulosa e por uma Barcelona gótica, que mais uma vez é perfeitamente descrita por Zafón.

Mantendo a tradição de seus livros, Zafón cria um mistério principal que deve ser elucidado em sua narrativa. O segredo perdido que remonta a vida de Mijail Kolvenik é sem sombra de dúvidas o mais macabro dos livros de Zafón. A tensão e o perigo de morte que rodam Oscar e Marina deixam o livro ainda mais interessante, e a cada resposta encontrada, o mistério vai ganhando contornos sobrenaturais. É possível ir tentando montar o quebra cabeça, mas é praticamente impossível conseguir desvendar todos os segredos e todas as intenções que permeiam o livro, sem a explicação que nos é transmitida pela própria narrativa.

E no momento em que as histórias se cruzam e os segredos são finalmente revelados, os questionamentos que pairam sobre a nossa cabeça são longos e pesados. As motivações de Zafón na tentativa de explicar o conceito de morte são de uma beleza estonteante e poucas vezes vista em qualquer que seja o gênero. A beleza gótica que paira nos capítulos finais do livro, nos transporta para um limbo onde retomamos a pergunta sobre o que é realmente a vida, e as promessas e possibilidades elencadas pelo livro dão o toque final que o livro precisa para ser perfeito e apaixonante.

Assim, Zafón constrói mais um livro espetacular, que mostra o porquê de sua ascensão como escritor e a causa de seu sucesso, e que não deixa nada a desejar se comparado com as suas obras mais famosas, e não menos perfeitas.

Marlonbsan 31/05/2022

Marina
Nos anos 80, em Barcelona, Óscar Drai, um aluno de um internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com seu pai. O encontro inusitado entre eles faz com que se envolvam num mistério que remonta os anos 40.

O livro é escrito em primeira pessoa e acompanhamos o que acontece com Óscar a linguagem é simples e bem fluida.

Esse livro foi o primeiro contato que tive com a escrita de Zafón e digo que é algo que, por si só, vale a pena, é sensível, instigante e conduz muito bem os acontecimentos.

A história é bastante interessante, tem um ar sombrio e de mistério que atiça a curiosidade. Os personagens são bem escritos e possuem características marcantes e boas para se acompanhar e conhecer as suas relações.

Quanto ao que é apresentado, há certas nuances que segue para o lado da fantasia que não me agradou tanto, estava mais interessado quando as explicações lógicas tinham o peso maior e focando na relação entre os personagens, suas buscas e os mistérios.

Apesar disso, é aceitável e compreensível os caminhos que são conduzidos e fazem sentido no contexto geral do livro. Mas o que prende mesmo é a relação entre Marina e Óscar, que é o ponto chave na condução do livro. O foco de amizade, ternura e aprendizado, assim como a valorização das pequenas coisas são nítidas.

No geral, é uma história muito bem conduzida, interessante, sensível, instigante, assim como emocionante, apesar de já ter entendido o que iria acontecer, mesmo assim, a conexão com a história permite se emocionar.

Meu IG literário @marlonbsan

@vcdisselivros 04/06/2021

"Só as pessoas que têm algum lugar para ir podem desaparecer"
O COMEÇO

Óscar Drai é o solitário aluno de um internato que fica em Barcelona dos anos 1980. Certa noite, ao se aventurar pelo bairro, o garoto escuta uma melodia e envolvido, adentra os muros da casa.

Assustado com uma figura alta, Óscar foge e quando chega ao internato percebe que pegou por engano um relógio de ouro muito antigo. Se sentindo culpado, ele retorna ao endereço para devolver o item e nos portões conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive com o pai nesse casarão antigo.

O PASSEIO

Após explicar a confusão e se desculpar, Óscar explora a cidade com Marina e juntos eles acabam indo parar em um cemitério, onde vislumbram uma mulher de negro visitando uma lápide sem nome, o que instiga a curiosidade dos jovens.

Curiosos, eles seguem a estranha mulher e acabam cercados por um enigma que remonta aos anos 1940.

"Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. "

O PASSADO SEMPRE RETORNA

Tentando escapar da própria memória, Óscar vai embora de Barcelona, acreditando que a distância irá mantê-lo seguro do passado. No entanto, quinze anos mais tarde, as lembranças retornam e fazem o homem regressar à cidade natal para exorcizar a macabra aventura que viveu ao lado de Marina.

"Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu. "

POR FIM

Escrito por Carlos Ruiz Zafón, Marina aborda o amor em suas muitas formas, deixando os olhos de muitos marejados com seu desfecho emocionante.

Apesar do terror que cerca a história, a obra é uma leitura sobre amor juvenil, mas que funciona para todas as idades.

"Eu estava tentando escrever o tipo de romance que gostaria de ter lido na infância, mas que também continuaria a me interessar aos 23, 40 ou 43 anos de idade. "

Embora carregue um clima sombrio, torna-se belo acompanhar os dois jovens se aventurando em algo maior do que eles e ainda assim ir preenchendo com cor as páginas de uma vida que era levada tão preto no branco.

gracireis 14/04/2021

Lindo e sensível! ?
Eu não sei pelo que estou mais apaixonada, se é pela escrita do Zafón, pela história da Marina e do Oscar ou por Barcelona.

O livro conta a história do Oscar e da Marina, que juntos vivem uma aventura com pitadas de terror pelas ruas de Barcelona. Eles buscam respostas para um grande mistério que vai mudar para sempre a vida deles.

Esse livro foi uma grande surpresa, eu não esperava gostar tanto e acabou se tornando um favorito. É um livro que pretendo reler um dia, pois não só a história é incrível como as reflexões que o livro me fez ter foram muito intensas e tocantes.

Zafón tem um jeito muito lindo e sensível de descrever os sentimentos e traz para história frases que te marcam e te pegam de forma tão profunda que quando você percebe seus olhos já estão marejados. Esse foi o meu primeiro contato com o autor e pretendo ler todas as suas obras. Me conquistou!

zamparo 11/01/2024

"O caminho do inferno está cheio de boas intenções"
Sinceramente, que livro espetacular! um livro de mistério que tem um plot que é de deixar o queixo no chão. os personagens sao tao marcantes, me apeguei muito a eles, principalmente pela Marina. que garota esperta. nao imaginava que este livro seria tao bom, um livro com começo, meio e fim. frases icônicas sao presentes também. Pessoalmente, eu adoraria ver um filme deste livro.

Menino Leitor 12/08/2022

Encantador...
Porque demorei tanto para ter meu contato com o Carlos Ruiz Zafon.
Pude viajar por Barcelona, me tornar amigo da Marina e Oscar.
Sofri e pude me aventurar e chorar horrores ...agora sofro da ressaca literária .

VerAnica.Cardoso 11/01/2024

Gostei demais do livro!! A história traz drama, romance, aventura e uma boa dose de melancolia e nostalgia! Tive a impressão que o tempo estava suspenso e tudo girava em torno de Marina e Oscar. Mais uma obra de Zafon que deixa aquele gostinho de quero mais!!!

Rosangela Max 18/12/2020

Muito bom!
Para quem quer conhecer a escrita incrível de Zafón, este livro é mais do que recomendado.

Dodô 12/09/2021

Marina
?O talento visionário de Zafón para contar histórias é um gênero literário em si.? - USA Today


Me faltam palavras para explicar o que é essa obra de arte. A cada palavra dessa história eu me fascinava mais e mais.

O autor me envolveu em suas palavras e quanto mais eu mergulhava no livro, as mais engenhosas perguntas surgiram em minha mente. A habilidade de Zafón para escrever, fez com que o mesmo desenvolvesse um final que esclarece todas as perguntas não solucionadas até então.

?Marina? é uma história de outro mundo. Recomendo a todos que querem entrar em um universo e sairem extasiados com o talento de um autor.

Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Marina, Carlos Ruiz Zafón - Nota 7,5/10
O pano de fundo é Barcelona, apresentada do ponto de vista de Óscar Drai, um garoto de 15 anos. Óscar vive em um internato em Barcelona e passa seus dias de forma solitária pelas ruas da cidade. Em uma de suas andanças, o protagonista se depara com um gato preto e um casarão misterioso, aparentemente abandonado. A partir desse dia, Óscar se envolve em diversas aventuras, nunca antes imaginadas, e conhece Marina, uma garota alegre e que guarda um segredo. A escrita é sensível e intrigante, e o suspense construído pelo autor nos faz querer saber qual será o desfecho da obra. Uma boa leitura para se entreter e descansar de alguma livro mais profundo. Recomendo!

site: https://www.instagram.com/book.ster

Renata CCS 18/02/2013

O romântico e o macabro: são duas histórias distintas em um único livro
MARINA tem um clima bem diferente dos livros que já li de Carlos Ruiz Zafón. Muitos o caracterizaram como um livro mais leve e mais infanto-juvenil. Honestamente eu discordo: MARINA acabou sendo uma surpresa, e não diria que muito positiva. É um thriller de suspense e mistério, com toques de sobrenatural e algumas pitadas de terror que não combinaram com o romance doce e inocente dos protagonistas. A história se passa em Barcelona em meados do ano de 1980. Oscar é um pré-adolescente, estudante de internato, e sua principal diversão é escapar para passear pelo antigo bairro cheio de casarões perto do seu colégio. É num desses passeios que ele conhece Marina. Os jovens ficam cada vez mais amigos, e a atração entre os dois é inevitável. Um dia, em um passeio pelas ruas de Barcelona, os dois acabam indo até um cemitério e lá observam, escondidos, uma misteriosa mulher vestida de preto. Com a curiosidade aguçada, eles resolvem seguir a moça, e aí o terror começa. Sem querer os dois acabam envolvidos em uma história cheia de mistérios, segredos e fantasmas. Com exceção dos protagonistas, o livro desfila personagens que mais parecem saídos de um filme dirigido por Tim Burton: sombrios, macabros e amargurados. A mistura das duas histórias (dos jovens e do mistério que eles perseguem) parece sem ligação, além de ser precária e muito fantasiosa a explicação “científica” para as monstruosidades do livro. Este foi o quarto livro que li deste autor e confesso que gosto muito de Zafón, mas esta obra, diferentemente das outras, não me cativou. A narrativa é bonita em vários momentos, com o lado romântico de uma história de amor que surgiu em meio a terríveis acontecimentos. Mas são duas histórias distintas em um único livro e, apesar da tentativa do autor de cruzá-las, a fórmula não deu muito certo desta vez.

hércules 20/02/2023

Inesperado
Marina é uma mistura de gêneros que incluem romance, drama e terror com traços góticos. Uma aventura inesperada que ocorre em Barcelona e que gira em torno da estranha amizade entre Oscar e Marina.
Acredito que o autor tinha grandes ideias para essa história e que acabaram virando uma grande farofa, na qual as coisas não se misturaram tão bem. A escrita do autor é primorosa, mas acredito que a tentativa de tornar este um livro mais para jovens foi o que o derrubou. Em várias partes dava para perceber a escrita tentando se soltar mas o autor sempre tentando puxar para uma linguagem mais infanto-juvenil, o que não deu sempre certo.
Apesar da falta de conexão entre os acontecimentos e talvez uma falta de experiência do autor com o gênero, achei um livro bom de ser lido e o suspense/terror me agradou bastante. Por ser minha primeira tentativa com o autor, acredito que coisas muito boas virão por aí.

Amanda Azevedo 12/04/2012

Marina - Carlos Ruiz Zafón

Uma das reclamações frequentes sobre livros curtos — poucas páginas — é sobre como a narrativa poderia ter sido mais bem desenvolvida e como os personagens poderiam ser mais trabalhados. Marina é um livro consideravelmente curto, mas satisfaz totalmente os desejos do leitor. Nada falta. Lamentei, é claro, o final do livro. Gostei tanto, que por mim ele poderia ter se estendido muito, muito mais. Mas, Zafón não poderia ter sido mais feliz com essa criação. Com suas 189 páginas, temos em Marina um livro completo, inesquecível.

Barcelona, década de 70. Óscar tem 15 anos e vive em um internato. Nas suas horas vagas ele costuma passear pelas ruas da cidade e em um desses passeios ele acaba em uma ruazinha meio abandonada, com casas que aparentam já terem sido grandes mansões, mas que estão um pouco mal cuidadas... Uma casa em particular chama sua atenção. E em um surto de curiosidade ele adentra o recinto.

Mediante uma circunstância inusitada Óscar conhece os moradores daquela casa — Marina e seu pai Gérman. Entre eles surge uma relação de afeto e amizade, eles parecem uma família. Óscar passa a visita-los com frequência e nessas visitas surgem alguns diálogos e neles temos conversas incríveis. É maravilhosa a forma como o Zafón constrói os personagens. Eles são encantadores.

E um dia, que seria aparentemente somente mais uma visita de Óscar a aquela casa, Marina o chama para um passeio. Durante a caminhada eles vão parar no cemitério da cidade e lá eles veem uma mulher misteriosa... Decidem segui-la. E uma vez tomada essa decisão suas vidas ganham uma dose grande de suspense e terror.

É extremamente difícil — para mim — colocar em palavras as minhas impressões sobre esse livro. Zafón foi capaz de construir uma história com toques sobrenaturais e personagens fortes, profundos que nos conquistam verdadeiramente. Marquei inúmeras passagens durante a leitura, eu simplesmente queria extrair do livro o máximo que eu podia. Sim, me apaixonei pelo livro e ele entrou para os favoritos.

Não sei quanto a você, que me lê agora, mas eu, algumas vezes me pego desanimada com algumas leituras. Algumas não rendem, não fluem, não instigam, não conquistam. Mas livros assim, como Marina, são capazes de trazer para o leitor aquela sensação de: sim, é por isso que eu amo ler!

"O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma. Apodrece." — Página 83



Amanda — Blog: Lendo & Comentando
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Mari.Vasconcelos 21/03/2021

Nem tudo são flores
Que autor das Galáxias.
Fiquei entorpecida com a elegância na escrita de Zafón, no entanto em choque com a história, e com medo, e com angústia, e com medo, e com uma grande tristeza, e com medo...
Foram muitos sustos, real!

Não acabou como eu gostaria, mas tenho que parar com esse estereótipo de "final feliz", afinal, nem tudo são flores...