Tornar-se Pessoa

Tornar-se Pessoa Carl Rogers




Resenhas - Tornar-se Pessoa


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Bruna 02/02/2018

Resumo
Rogers valoriza o auto-entendimento antes de firmar uma relação de ajuda com outra pessoa.
Não se fixa à modelos teóricos, o principal é se colocar no lugar do paciente.
A relação criada é a de ajuda, usando os recursos latentes do paciente, ou seja, ele já tem todo o potencial para a melhora, o terapeuta só vai caminhar junto com ele. Essa relação promove crescimento, desenvolvimento, maturidade, melhor funcionamento e maior capacidade de enfrentar a vida.
Numa relação de ajuda a aceitação democrática do outro favorece o crescimento, já a rejeição ativa retarda o desenvolvimento. Essa relação de aceitação é um interesse sem desejo de posse. O principal é ter o sentimento de confiança no terapeuta, sentir-se compreendido e sentimento de independência por ter liberdade para escolher. O paciente vai ficar com desejo de compreender a ele mesmo.
Rogers julga os conselhos desfavoráveis ao paciente.
A qualidade afetiva dessa relação está ligada à simpatia e respeito. A atitude e os sentimentos do terapeuta são mais importantes do que a orientação teórica.

O terapeuta também tem que ser ele mesmo, autêntico, e se desenvolver junto com o paciente. Tem que ter atitudes de calor, atenção, afeição, interesse e respeito. Ser forte para ser independente do outro e não se misturar com ele. tem que entrar no universo da pessoa tão inteiramente que deixe de fazer julgamentos. Tem que aceitar o paciente como ele é. Tem que ter um comportamento não ameaçador. Tem que libertar o paciente do medo de ser julgado pelos outros. Tem que ver o paciente como uma pessoa em processo de transformação.

Consideração positiva incondicional - aceitar realmente o paciente. Ela é a ferramenta que produz um estado de acolhimento no paciente e por consequência fica mais fácil de expor seus sentimentos e pensamentos conflitantes à ele mesmo. No momento inicial da terapia o paciente se vê e se expõe como alguém diferente da experiência que o incomoda (sentimentos, conflitos...). Isso é o que ele chama de experiência imediata do eu potencial: é como se o paciente estivesse descobrindo peça por peça do seu quebra cabeças interno, apreciando e as entendendo, sem o compromisso de juntá-las.
Com o tempo ele irá perceber que há mais coisas no seu mundo interno do que estava disposto a admitir e poderá (com a ajuda da aceitação) se ver como um todo, como uma pessoa com virtudes e defeitos, com uma satisfação tranquila de ser ele mesmo.
E no processo terapêutico não é imposto nada de estruturas teóricas ou soluções pré-protas, é o próprio paciente que vai se percebendo sozinho com ajuda do terapêuta que faz um papel de "espelho" para ele.

Existem 7 estágios do processo de psicoterapia humanista:

1- O cliente recusa a falar de si mesmo e se resume a falar do que é exterior à ele. Os seus sentimentos e seus significados não são conhecidos por ele e nem mencionados. Não existe o desejo de mudança. A relação entre o cliente e o terapeuta são encaradas como perigosas. Existem bloqueios na sua comunicação interna, seu mundo interior ainda não é visto por ele. Está imóvel e tem uma visão preto e branco das coisas.

2- Conforme ele experimenta o clima de aceitação incondicional, começa a falar com mais fluência sobre as questões que o trouxeram à terapia mas ainda como se fosse externo à ele. Trata seu sentimento como objeto remoto, os trata como se não pertencessem a si mesmo. Fala das suas questões como se estivessem no passado. Na sua percepção as coisas são como são e não se pode muda-las. Ainda trata sua experiência como branco e preto, com um sentido absoluto. As contradições já são expressas, mas com um pequeno reconhecimento de que elas são contradições.

3- Já consegue falar livremente de si mesmo e se vê como objeto. Começa a comunicar os sentimentos e significados pessoais para suas experiências, mas ainda como algo afastado do eu. Já começa a perceber que a sua percepção do mundo não é regra universal, e sim a sua própria percepção. Véê suas contradições com mais clareza. Pode experimentar frustração pois a sua decisão de atuar de um novo modo não condiz com o seu comportamento.

4 - Já fala sobre sentimentos mais intensos mas eles são conjugados no passado. Os outros sentimentos são descritos como se estivessem no presente, mesmo assim sente um pouco de medo de se exprimir. Alguma aceitação destes sentimentos já se manifesta, mas não de forma completa. As experiências são descritas como estando no presente e as vezes com um ligeiro atraso. Já percebe incongruências entre o eu e a sua experiência assim já começa a tomar responsabilidade sobre as questões, mais ainda com uma certa cautela. A relação com o terapeuta ainda lhe parece perigosa, mas está disposto a investir nela suas emoções.

5 - Narra os sentimentos no presente, ou então estão prestes a serem experimentados no presente por ele. Já atina que o sentimento é de sua autoria, e quando estes emergem fica surpreso e receoso, raramente sente prazer. Tende à querer nomear com exatidão sobre o que está sentindo. Quer viver seu verdadeiro eu. A experiência chega mais perto do presente. Há muitas descobertas pessoais (insights) e discussão sobre eles. Está mais pronto a aceitar suas contradições. A sua comunicação interna aumenta.

6- O sentimento bloqueado é experimentado no agora de uma forma imediata e com toda a riqueza de detalhes, flui para o seu fim pleno, ou seja, é digerido. Isso denota que seus conteúdos estão sendo aceitos. A experiência não é mais um objeto, mas sim algo que vem de dentro dele, assim como seu próprio eu. Vê as coisas como elas são e o momento que vive essa clareza se torna uma referência. Seu corpo se mostra mais relaxado. A comunicação interior não tem mais bloqueios.

7 -
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Tiago Conejo 23/01/2017

Ou "Tornar-se terapeuta"
Pra mim a leitura desse livro foi uma experiência de encontro.
Centrado no cliente e suas escolhas o livro fala sobre flexibilidade, autonomia, autenticidade, autoaceitacão e autodirecão baseados no conselhamento não diretivo.
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Yoda 08/12/2010

Muito técnico
Quando recebi referências sobre o livro achei que ele poderia acrescentar algo em meus conhecimentos. Na leitura do primeiro capítulo achei o conteúdo interessante, mas a partir do segundo capítulo tornou-se técnico demais, realmente voltado a psicoterapeutas, para mim a leitura tornou-se maçante e percebi que o que eu buscava com o livro deixou de existir, por isso o abandonei.

De forma alguma achei o livro ruim, achei apenas que, para mim, ele não serviu.
Golbery 09/05/2017minha estante
Isso é bem curioso. Sendo profissional da área, eu achei o livro um tanto superficial e nada técnico em alguns momentos. Técnico mesmo é o livro "Terapia Centrada no Cliente", do mesmo autor. Para mim o "Tornar-se Pessoa" foi um livro suave, fácil de ler.

Gostei do seu comentário porque eu tinha sugerido a leitura do "Tornar-se Pessoa" a uma amiga que não é da área. Talvez eu tenha errado na minha sugestão de leitura.


Jadson Alves 08/02/2018minha estante
Parabéns pela sinceridade.


Cristian 28/05/2018minha estante
A honestidade desse seu relato é muito bom. Obrigado por compartilhar sua perspectiva.




Vânia 09/03/2009

Conjugando o verbo "to be"
Vc não nasce, vc se torna. A pergunta que não quer calar: como fazer isso?
Beatriz 06/04/2014minha estante
Afinal de contas, o que Rogers consegue captar ao longo de sua experiência? O quanto precisamos olhar além das classificações para a pessoa. Antes de um paciente, existe uma pessoa que necessita do olhar empático. Rogers, como sempre sincero, se insere no processo como uma pessoa que olha para outra empaticamente, tornando o momento terapêutico algo rico.




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