Gu Henri 23/07/2019
Creio que no original, e lá em seu tempo, o livro seria melhor apreciado, devido ao seu extremo conteúdo poético e mistico, além das inúmeras críticas quanto à igreja, religião/religiões e à sociedade, mas é apreciável por demais certos momentos, e as figuras retratadas dialogam e convivem com outras personalidades de outras épocas e lugares. O livro parece ao mesmo tempo de uma matriz religiosa, mas mesmo assim, se visto aos olhos das religiões tradicionais, pode soar como profano, e esta dubiedade se dá ao tipo de pessoa que vai lê-lo.
É daqui que Huxley tirou o termo "The Doors of perception", mas ao ler esta parte me surpreendi porque há uma menção bem explícita à caverna de Platão, e certamente isto reflete uma visão gnóstica do autor. Uma pena que, pelo livro ser um manuscrito contendo letras escritas à mão seja impossível apreciá-lo num formato digital. Não é apenas um livro/poema, mas era como que se fosse uma arte onde se fundissem ilustração e poesia, uma sem a outra não faria sentido. Bem diferentemente de dizer que há ilustrações em um livro, o que em muitos casos isto não faz diferença.