Felipe 31/08/2021
Zadig ou o Destino
O segundo livro que leio de Voltaire, e particularmente afirmo que esse autor me toca. Não apenas com suas palavras, contudo pela consequência delas em sua própria trajetória vital. Voltaire desafiou todos afim de escrever como desejava e não como esperavam e por isso pagou o preço sendo preso e tendo que mudar de cidade e país várias vezes. Seu estilo em Zadig ganha um ar de conto Sufi, dessas histórias com h que trazem mais ensinamentos quanto maior for a humildade em aceitá-los, desses contos que fabulamente e parabolicamente estão cerceados de sentidos subliminares capazes de confundir os que se tomam por sábios aos próprios olhos e instruir aos pequeninos que sabem que ainda possuem muito a aprender. O destino de Zadig estava imbuído das consequências de suas próprias decisões, nas tentativas de modificar (para melhor) o mundo que o cerca. Uma busca típica do arquétipo de um mártir, que sagradamente doa a própria energia vital para amenizar as dores dos que padecem de vitalidade e bom senso. Um livro que vale a pena ser lido, cita ainda passagens do "zoroastro" e narra o cotidiano dos habitantes de uma Babilônia, ficarei por aqui, mas deixo um trecho como forma de balisar o que resenho, tendo muitas vezes feito o bem e encontrado apenas a ingratidão o livro explica "Geralmente os serviços prestados ficam na antecâmara e as suspeitas entram no gabinete". Quem tem olhos para ler leia, e ao que tem será dado.