Brunov 07/03/2017
Lindo, lindo, lindo!
Já tem um tempo que li "Eu Sei Que Vou Te Amar" do Arnaldo Jabor; nunca iria imaginar que aquele canastrão do Jornal da Globo tivesse esse lado. Que pena que o chumbo da política envenena o vinho de tantas doces almas.
Totalmente maravilhoso (e sem qualquer modificação em relação ao filme) tem uma narrativa bem lúdica, psicológica, romântica. provocante, intensa, patética e erótica da relação, ou relações, de um casal descasado que versa, conversa e "diversa" sobre o si e o outro, e o si no outro e o outro em si. E, sobre os nós e laços, através do tempo e da loucura com verdades e contradições.
O livro é curto e o texto é bifônico e usa umas brincadeiras de justaposição, contraponto, e elipses que adoro. A posição psicossocial manifesta deles dança pelo relevo acidentado da vida, vendo as sombras de frente, em corte ortogonal. E é uma noite só que só é noite até o amanhecer.
Deu-me tesão, risos, choro e reflexão. Me senti totalmente dentro da trama, mesmo naquilo que não tem nada a ver comigo. E, amei, amo, vou amar a forma como elementos e momentos tão diversos e naturais de casais apaixonados são soprados, inflados, inspirados e transpirados em transições meio bipolares, quase esquizofrênicas, com transtorno de identidade, sublimação e conciliação, contudo tudo tão sensível... ai, que faz todo sentido. E bobo afinal! Ao menos para quem sente. Eu sinto, sinto muito, sinto tanto. Quero sentir mais. Só uma vez. Só mais uma vez. Mais...