Resenhas - A vida secreta da guerra

Humberto Abdo 27/05/2016

Pungente e honesto
Este livro é tudo o que o noticiário de guerra e conflitos não costuma ser. Supre a falta de certas informações estampadas nas notas sem sabor das agências e replicadas pelos principais jornais do mundo: 'A vida secreta da guerra' nos faz sentir os cheiros, gostos e texturas da guerra, descreve detalhes e especificidades, como a estrutura de uma arma ou a aparência de uma cidade devastada por bombas, fome e violência. Peter Beaumont deu atenção a tudo aquilo que pouco se ouve falar desses conflitos, como o medo, a vida diária de civis que convivem com a possibilidade constante de morrer e possíveis razões que motivam a guerra, mas passam despercebidas.

Seja pelo nível de realismo que consegue reproduzir ou por não termos um contato tão direto com a guerra nessa frequência, a leitura consegue ser sufocante e bem emocionante em alguns trechos, mas sempre honesta. Cada capítulo serve para desmistificar ideias que temos sobre conflitos mundiais e também para compreender melhor o papel do repórter de guerra, sem qualquer glamurização e sem construir ao redor do jornalista uma atmosfera de heroísmo fictício. Um dos melhores livros da coleção Jornalismo Literário.

karol 16/05/2013

O pior sao os estilhaços que voam em consequencias das bombas.
Bom, a verdade é que eu esperava muito mais desse livro. Pensei em algo como: Ele vai explicar as causas dos conflitos (dar mais detalhes sobre a guerra), comentar algo a respeito da origem das armas (como são adquiridas ou algo do gênero) entre outras coisas. Não digo que seja um livro ruim, mas é que falta alguma coisa. Mas vamos a resenha de fato.
Peter é um jornalista que decide escrever este livro, e no entanto vai ao oriente médio para buscar mais detalhes da guerra. Algo que achei interessante é a forma descontraída que ele interage com o leitor, bem como os detalhes ¬¬- na qual não estamos acostumados a ouvir ou mesmo ver nos noticiários e livros – ocultos da guerra, talvez seja essa a razão do título. No mais, ele conta “casos “de famílias que são obrigadas a sair de seus países de origem devido a guerra, pessoas que passaram por sua vida ao longo dessa viagem entre outros. Outra coisa na qual achei curioso é a forma como ele descreve o preparo de bombas, bem como os seus resultados. Devo confessar que se por acaso eu passar por uma guerra tenho certeza que vou saber o que fazer e como me proteger de tal. A parte que mais gostei foi justamente essa, ele explicando às consequências das bombas. Mas outra passagem do livro que faz você parar para refletir são as armas, e o poder que elas exercem sobre o ser humano. Ele cita os homens bombas, o terror, a destruição no país causada pelos conflitos, crianças que desde cedo são ensinadas a guerrear, conflitos em Israel, xiitas e sunitas e mortes. Principalmente morte, descreve ele a situação dos cadáveres como são insignificantes e esquecidos, pois ficam na rua junto com as “merdas” como ele mesmo diz. No mais, a leitura vale a pena, porém fica aquela sensação de que poderia ter mais alguma coisa. Bom é isso...