Resenhas - O noviço; O juiz de paz na roça; Quem casa quer casa

J. Silva 14/01/2024

O Teatro de Martins Pena
Essa edição de número 29, da Editora Martin Claret, traz três conhecidas comédias do dramaturgo Martins Pena, a saber, O noviço/O juiz de paz na roça/Quem casa quer casa.

Essas peças como as demais obras do autor, são curtas histórias que abordam os costumes da sociedade brasileira à época, esboçando a natureza dos personagens por meio da sátira, da ironia e da denúncia de maus comportamentos.

Em ?O Noviço?, uma peça extensa em relação as demais, o autor apresenta a história de um jovem casal - Carlos e Emília - que é impedido de se casar, por conta das maquinações do espertalhão Ambrósio, que almeja colocar os namorados perpetuamente à serviço da Igreja para ficar com toda a fortuna da família.

A segunda peça traz casos de pequenas corrupções, encabeçadas pelo juiz local e, a terceira, um curioso e inverossímil caso, onde residentes de uma mesma casa - pais, filhos e seus respectivos cônjuges -, vivem em verdadeiro pé de guerra pelo comando da residência.

No geral, as peças de forma leve e cômica apresentam lições de verdadeira fé, honestidade, paciência e compaixão.

marcosandrade.e 02/02/2021

Várias obras em um livro
Aproveitei a leitura, por que como estudante de teatro, quis conhecer novas dramaturgias e esse livro trouxe de um mesmo autor três obras que se distinguem muito entre si.
Recomendo muito para os que estão começando suas aventuras pelo universo das peças de teatro e também para os que já tem alguma bagagem.

Ana 07/02/2018

Teatro brasileiro no segundo Reinado
Ganhei esse volume com três peças de Martins Pena em 2006, e apesar de não conhecer o autor, eu gostei bastante.
São peças teatrais que contam com certa ironia e malícia como era a vida no século 19, mais precisamente no começo do Segundo Reinado.
O noviço (1845) é uma das comédias mais famosas de Martins Pena, que conta a história do vigarista Ambrósio, que por querer ser o único herdeiro de sua rica mulher, tenta forçar a filha desta a ir para um convento, mesmo que a enteada não tenha a menor vocação para a vida religiosa.
O juiz de paz na roça , de 1844, retrata a vida provinciana daqueles tempos, e por fim, em Quem casa quer casa, o autor satiriza a vida de uma família que vive em pé de guerra, aproveitando para criticar também a corrupção, o oportunismo e a hipocrisia religiosa no Brasil do século XIX. O mais engraçado de todos na minha opinião é Quem casa quer casa, por causa de alguns termos que o autor coloca na fala de seus personagens, e que há muito tempo não se usam mais. Divertidíssimo.

Coruja 22/08/2011

Já tinha lido antes algumas peças de Martins Pena e foi por me lembrar delas que acabei colocando esse título na minha lista do Desafio Literário 2011.

A peça é, infelizmente, tão curtinha – acho que não levei 20 minutos para ler até o fim – que não oferece muito em termos de enredo. Contudo, como recorte de época, é muito interessante.

É bom notar que essa peça é considerada a primeira comédia de costumes brasileira. Sua ação se desenrola em 1834, período da Revolução Farroupilha – motivo pelo qual é preso o José, noivo de Aninha, que tentava fugir de ser convocado para o exército.

A história se transcorre principalmente em virtude das decisões do juiz de paz do título, corrupto e arbitrário, um verdadeiro Salomão às avessas, como se pode ver da decisão que ele dá no caso do leitão com que abri a resenha.

Curta, mas divertida e extremamente atual, O Juiz de Paz na Roça é uma leitura curiosa e que eu gostaria de ver encenada numa versão moderna – não tenho quaisquer dúvidas que ela é de facílima adaptação para nossos dias...

Rafnir 30/05/2011

O teatro de Martins Pena
Embora tivesse escrito alguns dramas, Martins Pena destacou-se por suas comédias, através das quais fundou o teatro nacional. A origem destas obras resulta de uma curiosa característica da época: normalmente após a apresentação de um drama, os espectadores assistiam a uma breve farsa, provinda da dramaturgia portuguesa, e cuja função era desopilar as emoções excessivas causadas pela peça principal. Favorecido pelo interesse de João Caetano, o mais famoso ator e encenador do período, Martins Pena percebeu que podia dar ao gênero um caráter brasileiro, introduzindo tipos, situações e costumes facilmente identificáveis pelo público do Rio de Janeiro. Na verdade, a comédia de costumes (em geral, de um ato apenas) era a única espécie teatral que se adaptava às circunstâncias históricas do Brasil, na primeira metade do século XIX, rendendo-lhe assim certa importância na história cultural do teatro em nosso país.

Elô 02/03/2011

Nao gostei
eu li so o quem casa quer casa, e o final é mt obvio, alem da linguagem terrivel, super ruim de entender