Adriana 05/08/2011Brava, indomada, indomesticada, selvagem. Se você, assim como eu, não sabia o significado literal de “indômita”, aí está sua resposta. Estes adjetivos, assim como o título, retratam muito bem a essência deste livro. Considerado um clássico norte-americano, Bravura Indômita foi lançado originalmente em 1968 e já teve duas adaptações para o cinema, sendo a mais recente deste ano.
Tenho que confessar que nunca havia ouvido falar nesta obra até ver o trailer muito legal do filme nos cinemas, o que me chamou a atenção. Depois disso, o vi inúmeras vezes nas livrarias, mas sempre tinha outros livros na frente para serem adquiridos e não tinha certeza se gostaria da temática proposta. Por isso, quando o vi na biblioteca, soube que era minha chance de conhecer mais sobre livros de faroeste, assunto que eu acho fascinante.
Não é para menos que adorei a obra. Mesmo tendo sido escrita há algum tempo, a narrativa é comovente e me prendeu às páginas. O livro tem uma linguagem rústica, algumas palavras são escritas conforme a pronuncia e não a gramática. Porém isso não me atrapalhou em nada durante a leitura.
O enredo conta a estória de Mattie Ross, uma garota de apenas 14 anos que levava uma vida confortável ao lado da mãe, do pai e dos irmãosem Yell County, Arkansas. A família tinha uma propriedade, um luxo naquela época, e contava com algum conforto. O pai de Mattie, Frank Ross, era um bom homem que sempre ajudava os necessitados quando podia. Porém ele se enganou com Tom Chaney, um rapaz que um dia chegou em sua porta quase morto de fome. A ele foram dados trabalho, um teto e comida, além da confiança de Frank. Mas em uma viagem que os dois fizeram à outra cidade, Ross acaba levando uma bala na cabeça e tem os seus pertences roubados por Tom.
A obra, que é narrada em primeira pessoa, começa com Mattie indo até a cidade de Fort Smith resgatar o corpo do pai. Só que acima da vontade de levar o corpo de volta está a vontade de vingar a morte de Ross. Para isso, ela vai cotar com a ajuda de Rooster Cogburn, um agente federal caolho e barra pesada, que já matou muitos foras da lei, com ou sem autorização. Ela escolhe este senhor em especial porque sabe que ele é durão, um homem de fibra, como ela mesma diz. O problema é convencê-lo a ajudar uma criança a encontrar um assassino perigoso em uma jornada extremamente arriscada.
O que mais me surpreendeu no livro foi a força de vontade da garota. Ela é brava, indomada, indomesticada e selvagem mesmo, não se deixa intimidar na presença de assassinos, homens perigosos ou poderosos. O poder da vontade dela é que faz tudo acontecer, porque não importa para Mattie como ela conseguirá, o que importa é que ela vingará seu pai custe o que custar!
E assim começa uma trama de ação e aventura, que é rápida e fácil de se ler. O livro não é muito extenso, entretanto nos conta tudo que desejamos saber. Os acontecimentos são bem embasados e amarrados, enquanto lemos temos a ideia de que é uma Mattie mais velha que conta a estória, o que é um detalhe interessante. Algumas cenas sanguinárias são fortes, mas nada que não dê para ser lido (A Queda, de Guilhermo Del Toro e Chuck Hogan, que li esta semana, é com certeza bem pior).
Bem, depois e ler este livro, vou procurar ver o filme (claro) e ler mais obras do gênero, que é fantástico. Para quem gosta de um estilo de literatura um pouco diferente de vez em quando, este livro é uma ótima pedida!
Resenha em: http://mundodaleitura.wordpress.com/2011/08/05/charles-portis-bravura-indomita/