Kennedy 31/07/2011
"Bravura Indômita" = narrativa porca
"Bravura Indômita" é um romance escrito por Charles Portis, na década de 1960. Conta a jornada de Mattie Ross - uma garota de 14 anos - que quer vingar a morte de seu pai, que foi morto por Tom Chaney. A menina fica revoltada com o fato de seu pai ter dado abrigo ao homem, e esse mesmo homem o matar a tiros.
A premissa da estória é bem simples: Mattie tem que encontrar Chaney para matá-lo, vingando, assim, a morte de seu pai. Em sua jornada vai conhecer pessoas adultas e experientes, algo muito inovador.
Pois é, a estória é interessante e simples. Desde quando uma estória, para ser boa, tem que ter uma trama complexa? Mas parece que quando um autor tem uma boa estória em mãos, na grande maioria das vezes tudo dá errado. É o que acontece com "Bravura Indômita", um livro sem ritmo, que enche linguiça com coisas inúteis e na hora mais esperada de toda a estória a situação é resolvida rapidamente. O que era para ser um clímax, acaba sendo um verdadeiro anti-clímax. E é óbvio que estou falando da morte de Tom Chaney, isso não é "spoiler", pois a morte dele já é previsível desde quando você lê a sinopse. Ou seja, o livro é totalmente previsível, consequentemente, sem emoção. Tom Chaney tinha que morrer e morreu. Não, não estraguei a surpresa de você, que está lendo essa resenha e que pretende, um dia, ler esse marasmo escrito por Charles Portis.
E os defeitos não acabam por aqui - aliás, não encontrei pontos positivos nessa estória, pois tudo que era bom estava do lado do que era "ruim", e é evidente que o "ruim" se sobressaiu. Além do ritmo lento, sem emoção e outros defeitos, temos outro. A narrativa. Porca, é isso que eu defino essa medíocre narrativa. PORCA. As palavras não se conectam da forma certa, é uma escrita confusa - não no sentido de entender o que o autor está querendo expôr, porque o livro NÃO É COMPLEXO, e sim porque ele escreve mal mesmo. Não raro me deparava com diálogos assim: "NUM vou com você". Bom, isso é a fala dos personagens, vai ver o autor queria dá um realismo maior a eles, ou seja, eles falam como nós falamos no nosso cotidiano e não certinho como lemos na maioria dos livros. Era o que pensava até ler partes em que o narrador - que é a protagonista - cumpre sua função, que é narrar, ora bolas! Não era difícil encontrar trechos da obra com o uso do famoso PRA.
É claro que isso varia de autor para autor, ainda mais quando estamos falando de um livro narrado em primeira pessoa. Mas dói, dói ver, ou melhor, ler isso. Com erros de escrita ou não, nada salvaria a narrativa, que é forçada, e olha que estamos falando de um livro que não chega a 200 páginas. Uma verdadeira decepção foi ler "Bravura Indômita", que não conquista o leitor com nenhum atributo, seja com uma narrativa bem polida, ou uma estória mais impactante.