Lídia 16/03/2015No final do ano passado conheci o maravilhoso universo criado por Stephanie Perkins através de Anna e o Beijo Francês e Lola e o Garoto da Casa ao Lado (já resenhados aqui). Então quando descobri sobre um terceiro volume, não pensei duas vezes: decidi comprar em inglês mesmo no site da Amazon, e me deliciei com a história da nova protagonista: Isla. (E pronuncia-se “Eye-la” e não “Iz-la”. Que nem “Island” em Inglês. É a primeira coisa que Isla explica na segunda página do livro e sim, eu não sabia que o “s” era mudo até verificar no Macmillan Dictionary)
A história começa com Isla, uma ruiva mignon que adora vestidos fofos, reencontrando Josh, seu “crush” de longa data, numa situação um tanto embaraçosa. (Para quem não se lembra dele, Josh é o melhor amigo de St. Clair e tem como projeto de vida desenhar sua autobiografia em graphic novel. Dispensável dizer o quanto ele é cool, né?). Depois de uma conversa meio bêbada por conta de analgésicos, Isla termina o encontro com a perspectiva de que o novo ano letivo na SOPA pode trazer boas surpresas.
Voltando à Paris, somos apresentados a novos personagens: Hattie e Kurt, respectivamente a irmã chata e o melhor amigo de Isla. Umas das características que mais amo nas histórias da Stephanie Perkins é que, mesmo com uma premissa aparentemente “clichê”, seus personagens são lindamente bem desenvolvidos e tridimensionais, até mesmo os secundários. Kurt, por exemplo, é um autista aficionado por cartografia que sofre constantemente bullying por sua dificuldade em interagir com as pessoas “normais”. Por se conhecerem desde bebês, Isla e Kurt são inseparáveis.
Se sua mente gritou “TRIÂNGULO AMOROSO”, volte duas casas. Stephanie Perkins optou por algo bem diferente dessa vez, e ainda não me decidi se gostei disso. Enquanto em Anna e o Beijo Francês temos uma protagonista tentando não se apaixonar pelo amigo que já tem namorada, e em Lola e o Garoto da Casa ao Lado outra que tem namorado e tenta não se apaixonar pelo cara que lhe magoou no passado, Isla já começa a história caidinha por Josh, o que eliminou um pouco da tensão do “se apaixonar e descobrir o outro aos poucos”. Houve até alguns momentos em que eu clamava por um momento em que acontece algo que me fizesse ficar na ponta da cadeira, que me fizesse surtar, como nos outros livros. E, bem meus amigos, o drama pode ter demorado a chegar, mas, como sempre, tia Stephanie não decepciona.
Com subtramas que abordam a dificuldade do jovem adulto em escolher o caminho certo a tomar na vida (ou nas palavras de Kurt, “The Right Way”), assim como o medo de tomar riscos e evitar aventuras fora das páginas dos livros, Isla and the Happily Ever After é um romance delicioso que nos faz se identificar com a situação vivida pelos personagens, assim como suas inseguranças.
A edição da Dutton é uma coisa linda: a capa de papel é fosca com letras laminadas; já a capa dura possui lombada com letra metalizada; as folhas amareladas tem a gramatura levíssima que tanto amo nos livros importados.
O Inglês é super fácil e indicado para iniciantes, embora consultas no dicionário, e até mesmo no Urban Dictionary, foram necessárias. Para os que estão aguardando completar sua coleção em Português, saibam que Isla and The Happily Ever After vai ser publicado pela Intrínseca (e não pela Novo Conceito, como os dois primeiros livros da autora) com o título de Isla e o Final Feliz. Até a presente data, a capa ainda não foi definida, mas estou torcendo para que siga o padrão da original. *u*
E você deve estar me perguntando: e aí, o final é mesmo feliz? Bem, isso não posso dizer. Você terá que ler para descobrir. Mas só posso prometer uma coisa: nas últimas páginas existe um momento fan service que vai fazer todos os amantes de Anna, Lola, Cricket e St. Clair soltarem gritinhos de felicidade.
site:
http://jatracei.com/post/113472202177/resenha-21-isla-and-the-happily-ever-after