Cannery Row

Cannery Row John Steinbeck




Resenhas - A Rua das Ilusões Perdidas


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Ebenézer 29/06/2020

John Steinbeck é um mestre em oferecer ao leitor obras exuberantes tiradas de contextos inusitados.
A Rua das Ilusões Perdidas é uma narrativa que se torna maravilhosa porque dá dignidade a personagens consideradas do submundo, os párias da sociedade, e cuja obra revela muito ao leitor perspicaz que a felicidade pode habitar, sim, nos ambientes menos prováveis.
Não é trivial o pressentimento burguês de que para se alcançar o contentamento é condição 'sine qua non' a existência de abundância material.
Steinbeck em sua obra põe em evidência aspectos sublimes da vida simples e da existência ordinária que estão presentes em nosso cotidiano, e cuja realidade é frequentemente ignorada pela sociedade capitalista hegemônica. E nem por isso essa sociedade se apresenta mais exuberante na percepção da essência da Vida.
John Steinbeck percorre em A Rua das Ilusões Perdidas um caminho alternativo vital que pode se constituir uma bandeira sob a qual o autor sugere e instiga a possibilidade de resgate da nossa verdadeira Humanidade.
Livro recomendadíssimo.
Entusiasmado para reler As Vinhas da Ira.
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EduardoCDias 08/06/2020

Vidas unidas
Um quitandeiro chinês, um grupo de desocupados, mulheres de um prostíbulo, o dono de um ?laboratório biológico?, responsável por fornecer espécimes animais para estudos e dissecações, um garoto deficiente mental... todas essas vidas se misturam numa pequena rua, à beira do mar, dividindo suas esperanças, suas frustrações, suas alegrias...
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Moacir 30/05/2020

"Acho que tudo o que sai da boca humana é venenoso", respondeu Doc.
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Marcos 26/04/2020

A princípio, cabe esclarecer que Cannery Row é o nome da rua ?das ilusões perdidas? que intitula a versão tupiniquim da obra. A referida rua fica na cidade de Salinas no condado de Monterey, no Estado da Califórnia, e o romance se passa no cotidiano de um bairro de operários, pequenos comerciantes, costureiras, carpinteiros, um pequeno prostíbulo e até de pessoas em situação de rua.

Este é o segundo título do autor que leio e já o considero tão bom quanto a minha primeira experiência que fora ?Ratos e homens?. Ao contrário daquele - que narra alguns acontecimentos na vida de dois amigos e focando na amizade, carinho e cuidados recíprocos - este se situa ao entorno dos dilemas e dos desafios enfrentados por aquela coletividade que ali vivia. Apesar da roupagem continuar sendo a essencialmente similar (trabalhadores comuns e operários, pessoas bem e mal intencionadas etc), o enfoque aqui é exaltar que muita vezes, mesmo diante de situações/condições degradantes, o ser humano pode, coletivamente, transformar a realidade ao seu redor.

Fica nítido que a ideia do autor é deixar claro que os moradores de Cannery Row podem ser pessoas melhores não ?apesar das diferenças?, mas que são grandiosos justamente por haver tantas diferenças. Steinbeck nega, portanto, que as boas atitudes, a harmonia, o amor e a sensação/dever de se buscar fazer o certo não é característica exclusiva de grandes heróis ou de uma casta idealizada.

Um contraponto brasileiro séria ?O Cortiço? do nosso Aluísio de Azevedo. Todavia, antes que me repreendam, faço esse paralelo apenas no que concerne a roupagem do romance e do público alvo tratado nestas duas obras.

Steinbeck, reitero, é um autor sensacional. Com sua narrativa simples, enredo simples e personagens simples todos colocados propositalmente para reforçar a ideia que já se dissera: o simples também pode ser heroico e honrado.
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karlinismo 19/01/2020

Este livro causou-me alguma impressão a qual não sei nomear. Algo relacionado a miséria interior de todos os homens. Os personagens vivem sob uma profunda e triste falta de elementos que elevam a dignidade humana. São ignorantes, pobres, sensuais, despretensiosos em seus sonhos, quase como indiferentes ao grande e afortunado mundo que pertecem.

É uma obra melancólica e seus personagens trazem isso consigo abertamente. Os capítulos são intercalos por pequenas estórias paralelas a contada e, a cada um deles, instala-se um silêncio em quem os lê; são mui penosos! Vinte páginas para o término e não ousava deduzir o seu curso sem imaginar alguma terrível desgraça. Terminando-o, então, entristeço-me apenas com a reflexão de como certas realidades podem ser desprovidas de bondade, beleza e felicidade.
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Maria.Luiza 09/03/2019

A contradição da beleza marginal
Analisarei de forma diferente, com o que eu nunca li sobre essa obra, serei metonímica, a parte pelo todo, introduzindo mas figuras de linguagem, o que tenho a dizer é que o capitulo 31 dessa obra é um encanto metafórico.

Começa falando sobre um geômis uma espécie de mamífero roedor, parecido com um esquilo que vive em “cavernas” cavadas no solo. O geômis tenta se estabelecer na Cannery Row faz uma linda “casa” no terreno baldio entre o Laboratório de Doc, a Mercearia de Lee Chong e o “Palace”, a historia é aparentemente desconexa, mas na realidade é uma analogia a vida e ambiente em que se passa a historia. Como todo animal, instintivamente, tenta sobreviver e tem por finalidade a reprodução da espécie, acontece que embora tenha feito uma linda casa, essa deve virar um “lar” e para isso precisa ser composta por uma “família feliz”. O podre animal não alcança seu objetivo, ele construiu um sonho de “casa”,mas não consegue atrair uma fêmea para “formar uma família”, tenta, luta se machuca, mas... então desiste da Cannery Row, que é uma dessas ruas “desprezada” das cidades, mas que na realidade é um tesouro, antagonicamente “é um poema”, mas tb “um mau cheiro”, “um rangido, um tipo de luz, uma cor, um hábito, uma nostalgia, um sonho”, mas não os do tipo “socialmente aceito”. Para quem vive pela lei na natureza como o geômis não sobrevive, essa “lei da natureza”, é para nós, humanos, a “lei da sociedade”, o “esperável”, o “aceito”, quem segue essa lei, não “sobrevive” aquele “poema”.

O livro começou bem, e sua frase inicial é o resumo perfeito da historia: “Os habitantes são, como disse o homem certa ocasião, ‘meretrizes, cafetões, jogadores, e filhos da puta’ pelo que se referia a Todo Mundo. Se o homem tivesse olhado por outro ângulo, poderia dizer “santos e anjos, mártires e abençoados” e significaria a mesma coisa” essa é a beleza do livro, em um mundo desprezado habitado por pessoas marginalizadas, encontra-se o que é encantadoramente humano, o geômis é o contradito disso, é a metáfora para a “pessoa comum” adequada ao “socialmente aceito” e, portanto, não pôde ali sobreviver. Mas quanto se perde em “humanidade” acalentando o sonho do “socialmente adequado”?! E é nesse ponto de vista que quem vive em Cannery Row são “santos e anjos, mártires e abençoados”, são “parias”, porém pelo que há de mais humano neles sobrevivem. São encantadores, pedras preciosas jogadas a “sarjeta”, e a sarjeta é justamente parte fundamental deles a sarjeta é o “sonho”. Lá não se vive a fantasia entre o desejo e o resultado, ninguém ali quer “conquistar o mundo” e preserva-se “virtuosos”, pois, isso em si, é uma grande e ilusória contradição, nas palavras de Doc “Sempre me pareceu muito estranho. As coisas que admiramos nos homens, bondade e generosidade, franqueza, honestidade, compreensão e sentimento são os elementos do fracasso em nosso sistema. E as características que detestamos, astúcia, ganância, cobiça, mesquinharia e egoísmo, são os fatores do sucesso. Enquanto os homens admiram as qualidades que citei, adoram o resultado das outras características”... Em Cannery Row não se vive de ilusões, essas se perderam no caminho até aquela rua, lá apenas se vive.

site: https://instagram.com/maria_pas000
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Beatriz3345 26/10/2018

O terceiro livro do Steinbeck que tive a oportunidade de ler. Esse autor sempre deu um jeito de se superar em cada obra escrita.
Em: A rua das ilusões; seguimos a rotina de vários personagens que residem em Cannery Row, dentre eles há um cientista que todos amam, um chinês que tem a única e mais bem abastecida mercearia de todos os tempos, uns bandoleiros que são muito gaiatos porém com um coração maravilhoso, um bordel com meninas amáveis etc.
Ás vezes parece que tudo dá errado mas sempre tem uma reviravolta e volta tudo aos conformes, uma exemplificação perfeita da vida cotidiana e sentimentos ocultos de cada um.
LINK DO LIVRO: https://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/info.cgi?livro=1413400486
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Valério 15/09/2017

Insuspeito
A rua das ilusões perdidas em algum momento me deu a impressão de que John Steinbeck pegou vários personagens pensados (mas não utilizados) e juntou todos em um livro não muito extenso - aproximadamente 200 páginas.
Há, por exemplo, um capítulo somente para falar sobre a epopeia de um geômis - nunca havia ouvido falar. Trata-se de um roedor.
Se foi isso mesmo que fez, só aumenta o brilhantismo do autor perante meus olhos.
Fiquei muito impressionado com a leitura de "As vinhas da ira". Mas não se espere de "A rua das ilusões" toda a crua e pungente história de As vinhas...
Aqui, os personagens parecem estar à beira do drama vivido pelos personagens de As vinhas. Mas vão levando suas vidas com relativa tranquilidade. O desconfiado Lee Chong, dono de uma mercearia, os rapazes que habitam um casebre abandonado - batizado de Palace, as garotas do prostíbulo de Dora e o pesquisador Doc, querido por todos.
Dizendo assim, certamente não parece muito atraente.
Mas como não rir e visualizar Lee Chong?
A vida boa dos rapazes do Palace: A certa altura, Doc, o mais inteligente e cultural e socialmente mais desenvolvido de todos os personagens, entende que eles sim, ao não ligara para dinheiro, emprego ou bens de consumo, sempre arranjando bicos e rolos para se manter, é que descobriram a filosofia primordial. Mesmo morando em um casebre sem quase nada e tendo que lutar pelos comes e bebes diários.
Doc, com seu cuidado e atenção extremados.
A caracterização é o forte de John aqui.
Um livro não tão forte quanto as Vinhas da Ira. Mas com a sensibilidade sociológica de Steinbeck ainda mais afiada.
Excelente.
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Paulo Sousa 26/02/2017

Cannery Row
Livro lido 6°/Fev//12°/2017

Título: A rua das ilusões perdidas
Título original: Cannery Row
Ano de publicação: 1945
Autor: John Steinbeck (EUA)
Editora: BestBolso
Páginas: 192
Minha classificação: ??????

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Este é meu primeiro contato com a obra do Nobel de Literatura de 1962, John Steinbeck, o aclamado autor de "As vinhas da ira". É um livro simplório, não traz príncipes ou nobres, mas o retrato de pessoas comuns, pobres, vagabundos e prostitutas, o pequeno comerciante que vende de tudo, do profissional liberal que se utiliza da ciência para ter seu ganha-pão.
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Nesta pequena novela, a história gira ao redor do universo da rua chamada Cannery Row. Como qualquer lugar do mundo, Cannery Row é uma espécie de microcosmo pululante de vida, onde os habitantes de sua pouca extensão trazem, a seu modo, a simplicidade extraída das suas ilusões próprias na forma como deixam a vida tomar rumos próprios e independentes.
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Tendo como personagem principal Doc, uma espécie de cientista que gasta seu dinheiro e tempo em capturar e analisar animais para institutos de pesquisas, a vida de Cannery Row é dividida entre o "Laboratório" e suas saídas corriqueiras à costa, onde pode recolher crustáceos e polvos, o armazém do ambicioso e mesquinho Lee Chong, no boldel de Dora e no casarão abandonado chamado de Palace.
Doc faz ainda as vezes de farmacêutica e veterinário, costumando ministrar remédios aos demais moradores de Cannery Row, humanos ou não, e por isso mesmo, é tido em alta conta, principalmente pelos rapazes do Palace, o casarão abandonado onde residem Mack, Gay, Hughie e os demais.
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Aliás, esse curioso bando de desocupados são os responsáveis por muitas páginas divertidas no livro,onde pude rir bastante com a "cara de pau" deles toda vez que tentavam dar o golpe em troca de uns goles de uísque barato. A relação dos rapazes do Palace com Doc muitas vezes impeliram-nos a sair pelos charcos em busca de rãs e gatos, mas as tragicômicas festas que deram em homenagem a Doc me fizeram pensar no estranho código de ética que permeia em qualquer grupo, e em quão grandes podem ser os problemas quando se ajuntam vários homens bêbados num ambiente fechado...
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Como é de se esperar Cannery Row também tem seus malogros. As ilusões se tornam mais evidentes à medida que cada personagem experimenta a decadência, a sua própria e dos demais. Talvez pela própria limitação imposta a todos, dali se extrai também seu escape. Seja na mesquinhez de Lee Chong, o chinês dono do mercado local, seja nos moleques de rua sempre buscando uma vitrine para estraçalhar, sejam nos porres provenientes da estranha mistura do cântaro de Eddie, importa que notemos esses laivos de vida, nem sempre perfeita sob a ótica burguesa, mas a seu próprio modo.
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A simplicidade na escrita de Steinbeck, essa mistura de lirismo, cor, sabores e sensações, além de expor a constante sinestesia provenientes dos animais e outros seres vivos que povoam Cannery Row (acho que senti algo similar ao ler "O cortiço", de Aluizio de Azevedo, no século passado) me fazem concluir que avaliar esse pequeno livro é uma tarefa não fácil, o que certamente me levará a relê-lo.
Maxi 20/07/2019minha estante
Excelente resenha.


Paulo Sousa 25/07/2019minha estante
obrigado, Maxi!




Djeison.Hoerlle 28/11/2016

Eu, como bom admirador da contra-cultura, desde suas vertentes artísticas e teatrais até as manifestações variadas do ócio adorei cada página desse livro. O autor é extremamente sensível para com os vagabundos que geralmente são excluídos da sociedade apenas por estarem vivendo à sua maneira. John Steinback partilha da mesma visão que eu, de que os não alienados são aqueles que não aspiram a nada, desejam pouco e satisfazem-se com menos ainda, mas felicitam-se por qualquer coisa. Eu recomendo este livro a todos aqueles que querem entender a natureza da ambição e ganância, e porque aqueles que não possuem tais características são sempre considerados a escória.
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Bia 19/09/2013

Caravana de destinos
Finalmente me comprometi a terminar de ler este livro.
Eu gostei, é uma leitura fácil para passar o tempo. Não existem grandes vilões e nem grandes pontos altos na história, mas é agradável.
Tudo gira em torno de poucos personagens que moram na rua Cannery Row. Conta a história da vida cotidiana (esquisita) deles. Todos se integram em algum momento para ajudar nos conflitos diários.
Basicamente é um lugar idealizado pelo autor, onde por mais que exista a pobreza material, a riqueza de todos está na convivência.


-- A minha versão deste livro tem o nome de "Caravana de Destinos".
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Aline 29/11/2010

Cannery Row é do tamanho do mundo
Na Cannery Row pode-se encontrar de tudo: Bananas, comida enlatada, ferramentas e roupas na loja do Lee Chong; espécimes marinhos, ratos e pererecas para dissecação no laboratório biológico do Doc; a fábrica Hediondo; um lugar para dormir a preços módicos no terreno baldio dos Malloy; uns tragos no Palace, antigo depósito de peixe-seco onde moram Mach e quatro vagabundos por opção. Se você ainda não achou o que queria, vá até o Bandeira do Urso, onde estarão Dora e as suas meninas.
Esses elementos e personagens interagem de forma surpreendente. Porém, o livro é mais uma descrição da vida em Cannery Row do que uma história em si. Cada capítulo se parece com um conto de 2 ou 3 páginas e só.
Enfim, apesar de ser uma ótima leitura, senti falta de uma história com início-meio-e-fim e uma mensagem geral.
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Têco 23/08/2009

Ilusões perdidas, perderemos ilusões e entraremos na realidade
Acho que o livro mostra muito de realidade, da realidade, e transitoriedade da vida, e da matéria, do orgânico, do industrial (e vai além com a questão do espírito, unidos e aliados da importância nas, das, pessoas, da vida e sobre a vida)... da vida exposta e nua... crua... cada qual com a sua posição "social" e "deveres" a serem cumpridos por causa dela, mesmo que seja para manter as aparências...

Talvez um convite para se ser mais humilde e simples, porque por um lado "tudo" não passa de uma "merda" e "não adianta", não tem jeito. O que há de se tirar é a vida de verdade, a importância do verdadeiro e relevante e que tudo vai passar e vamos morrer, e o legal é estarmos mais próximos, tentar estar mais próximos da "morte" diária, de um caminho de significado e evolução, quando se é mais sábio e real, e tem mais vida e um servir e doação sinceros sendo que ao mesmo tempo se consegue ter um maior "desprendimento".

Um despertar pras coisas verdadeiras e simples, "pro carne e osso", pro que realmente vale a pena e tem sentido.
Djeison.Hoerlle 28/11/2016minha estante
Adorei cara!




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