spoiler visualizarKarla 27/09/2012
Durante todo o livro tentei me simpatizar com a narradora, mas não consegui, ela é extremamente egocêntrica, egoísta e solitária. Muitas vezes, eu entendia ela, percebia que ela não tinha muitas pessoas na vida e acabava por fazer as pessoas como objetos dela, mas voltamos para a história principal. Eu diversas vezes ficava entra uma raiva e uma pena dela, raiva pelo egoísmo e pena, por entender sua situação. Só que ela é muito dura consigo mesmo e muito dura ainda com outros.
Já Sheba é linda, simpática, todos a adoram, tem uma família grande e tenta ser adorável com todos, o que por diversas vezes também me irritou, Sheba apesar de sua idade, era infantil, talvez como ela mesma disse, pelo fato do marido ser mais velho e fazer dela sempre a "mais jovem da rodinha". As duas, viviam realidade distintas, mas compartilhavam o mesmo sentimento de solidão, pois pelo que eu percebi na leitura, Sheba apesar de tudo isso, nunca foi completamente satisfeita com a vida que levava.
Acho que esse sentimento de vazio de Sheba foi mostrado claramente em seu relacionamento com o Connolly, creio que se fosse qualquer outro aluno que tivesse mostrado interesse por ela, ela iria se apaixonar pela carência e não por algo além disso. Fico até agora tentando entender Connolly, pois no final do livro era evidente que ele não estava mais com Sheba por ter sentimentos, queria um livro com a versão dele da história, até procurei na internet sobre o caso, mas não achei nada além de livros e filmes.
Enfim, ninguém nessa história foi mais vítima que Sheba, e eu não considero ela em nenhum momento errada, ela foi infantil, mentalmente, Connolly que se aproveitou dela e não o oposto.
Parece que todos desse livro sofriam de algum tipo de problema psicológico, o marido de Sheba era egocêntrico e se achava o dono da razão, a filha dela era mimada e pseudo-burguesa-revolucionária de sofá, Barbara era amargurada, Sheba infantil... Tudo bem que a narração de Barbara é dura e fazem todos terem defeitos, mas é como se fosse um hospício.
E a frase "O erro de uma pode ser a oportunidade da outra", sinceramente, não entendi, apesar da Barbara ser tudo isso, eu não acredito que ela entregou Sheba por oportunidade e sim por raiva, ela não planejou se vingar, falou demais e orgulhosa do jeito que é, não quis admitir no momento.
É um livro que eu recomendo, mas eu gostaria e muito de ver as fotos da verdadeira Barbara, Sheba e Connolly.