Primavera num espelho partido

Primavera num espelho partido Mario Benedetti




Resenhas - Primavera Num Espelho Partido


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Felipe 05/12/2020

Bom livro
Um bom livro sobre a ditadura uruguaia e seus desdobramentos na vida dos personagens, e do próprio autor.

Dividido em diversas vozes narrativas, temos a história contada e estruturada como se fosse realmente o "espelho partido" pelos desdobramentos da Ditadura no Uruguai, que assim como as demais que ocorreram na América Latina no século XX, acabou por destruir a vida de muitas famílias, e gerou uma grande demanda de exilados e presos políticos nesses países.

Os conflitos narrados que são vividos por cada personagem, são como uma peça desse espelho que se partiu e busca uma reconstrução. Mas daí fica o questionamento. Essa reconstrução é possível? Tanto para os personagens, como também para o país que viveu esses anos de censura, é possível ser o mesmo de antes? As mudanças ocorridas nesse período foram benéficas para todos os envolvidos? Qual caminho trilhar durante a primavera, depois que esse espelho se partiu? Aquele mesmo que foi trilhado no passado, ou um novo, com novos rumos e com cicatrizes que precisam ser curadas, ou até mesmo carregadas?

Não achei um livro arrebatador como foi sugerido que seria na sinopse, mas gostei da forma como Benedetti estruturou a narrativa. Inclusive com sua contribuição autobiográfica do período em que também ficou exilado.

Enfim, uma leitura para apreciar mais um grande nome latino-americano na literatura.
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Carol 29/10/2020

Narrativa muito envolvente
Eu dei esse livro de presente para o meu namorado e permaneceu na nossa estante por algum muitos anos. Ele tinha lido e adorado. Esse ano, decidi pegar pra ler e adorei! Eu gosto muito de livros que tenham mais de uma voz contando a história. Nesse, temos Beatriz, o Velho, Graciela, Santiago, Rolando e o próprio Benedetti. O plano de fundo da história é uma família uruguaia que se exila em Buenos Aires por conta da ditadura militar. Santiago era atuante no confronto com os militares e acabou sendo um preso político. O Velho (pai de Santiago), Graciela (esposa de Santiago) e Betricita (filha de Santiago) são os exilados, juntamente com Rolando, amigo de Santiago e também parte do grupo. A história vai de desenrolando e vamos tendo acesso a vida deles, tanto durante a ditadura quanto durante o exílio, suas esperanças e sentimentos. No meio disso, ainda temos relatos do exílio do próprio autor. Particularmente, adoro a narrativa de Beatriz. Benedetti conseguiu criar um tom infantil, mas sem apelar ou acabar soando bobo demais.
Para quem já teve a oportunidade de conhecer Buenos Aires ou Montevideo, ainda dá um gosto a mais pelo fato de ter algumas citações e descrições de lugares.
Recomendo muito! A literatura latina é realmente magnífica.
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Lírian 22/09/2020

Fantástico
Este livros fala sobre a ditadura a partir da perspectiva de cada membro de uma familia.
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mila_braz 07/09/2020

Narrativas
Livro de vários personagens relevantes, sem que eu consiga destacar o principal e desmerecer os demais. Narrativa previsível, mas o que importou para mim foi a transformação suave dos personagens ao longo do texto.
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Tati Vizú 17/08/2020

Lindo e profundo
Leitura necessária, o livro aborda a trajetória de uma família no contexto do regime ditatorial. Vale a pena!
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Tatiana Patrícia 11/08/2020

Mais ou menos!
Nessa história sobre exílio, prisão e vida que segue de quem permanece livre numa época de diversas prisões políticas, sinto que o livro poderia ser mais cativante...
Fica cansatativa a narrativa. A única parte mais suave, é qdo a pequena Beatriz narra sua versão dos fatos.
No mais, não é o tipo de leitura que gosto, por isso a nota é 2,5.
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Clara 11/07/2020

Um romance esplêndido
Benedetti, conseguiu fazer desse romance algo esplêndido, ao misturar ficção com realidade, o autor nos faz ver pelos olhares dos adultos o lado mais cruel das ditaduras latino-americanas e pelo olhar de Beatriz o lado mais "bonito", a inocência da criança.
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Steph.Mostav 29/06/2020

Fragmentos da primavera
Minha oitava leitura da #MLI2020 também foi minha preferida até agora e por motivos muito diversos aos quais gostei dos livros lidos durante essa semana. Primavera num espelho partido é um romance que nos conquista pela forma, mais que pelo enredo. É a história que serve à estrutura e não o contrário, mas com isso não quero dizer que não há conteúdo: o contexto é fundamental, mais do que os acontecimentos. Como representar a perspectiva dos exilados, dos prisioneiros políticos, de todos os que sofreram com as ditaduras latino-americanas, especificamente a uruguaia? Benedetti escolheu a fragmentação, como esse espelho partido do título: vários pontos de vista muito diferentes entre si para destacar as semelhanças dessas tragédias sociais, mas também as diferenças da maneira pessoal de lidar com elas. Temos então a visão de Santiago, um preso político; Graciela, sua esposa; Beatriz, sua filha, uma criança ainda; Rafael, seu pai; Rolando, seu amigo de militância; e o próprio Benedetti, que insere na ficção seus fragmentos de realidade. As formas de narrar, com isso, são múltiplas: epístola, monólogo, discurso indireto livre, diálogos e frases curtas, a visão inocente mas sagaz de uma criança que não compreende muito bem, mas se esforça para que a nova realidade do exílio faça sentido. Só assim nos aproximamos ao menos um pouco da dimensão do horror, ainda que um horror esperançoso, que foi a vida dos que lutaram contra governos opressores e dos que foram obrigados a deixar o próprio país sem ter um prazo para voltar. Foi dessa maneira que o autor decidiu traduzir as angústias de quem não sabe bem como vai voltar, não no sentido de "com que recursos vou retornar ao meu país?", mas sim "que tipo de pessoa eu serei ao voltar?". Porque é impossível passar pela prisão ou pelo exílio e continuar o mesmo, é impossível não ser afetado por essa experiência traumatizante. E o trauma também está na espera por essa primavera que não chega, nessa inquietude sem fim definido. Esse romance não é um livro que se lê para saber o final e quem espera respostas muito bem definidas pode acabar se frustrando, tanto porque algumas perguntas são respondidas de maneira sutil e implícita quanto outras perguntas permanecem sem resposta até hoje e isso faz parte da desumanidade intrínseca às ditaduras latino-americanas.
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Matheus Gonçalves 22/06/2020

Muito bom.
Pelo olhar de diversas personalidades podemos observar o mundo.
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Jefferson Vianna 01/06/2020

Primavera num espelho partido...
Se você é fã de livros que retratam episódios da ditadura, este livro apresenta de forma marcante o sofrimento causado por este período tão conturbado da história. “Primavera num espelho partido” do autor Mario Benedetti aborda um tema pesado, mostrando de forma clara e realista a tristeza das pessoas que tiveram suas vidas marcadas pelo exílio e pela repressão política. A narrativa é fluída, revela os sentimentos com objetividade, mostrando os anseios, sonhos e perspectivas daqueles que perderam a liberdade por possuírem ideais diferentes e por nutrirem no peito a esperança de dias melhores. A narrativa apresenta diferentes pontos de vista e em minha opinião, os capítulos mais interessantes foram os narrados por Beatriz, uma criança, filha de Santiago, um dos exilados da ditadura. A narrativa transcorre com leveza e muita sensibilidade, apesar das consequências do exílio. O final decepciona um pouco, no entanto, como bem orientou uma amiga, devemos nos perguntar: “Que história o autor quis realmente nos contar?” Leitura recomendada.
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Quotes do livro: “Apesar de tudo, o corpo é mais adaptável do que o espírito...” – pag. 10 e "[...] haverá escombros que ninguém poderá remover do coração e da memória." - pag. 211 .
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Sumaia.Gomes 19/05/2020

Não sei se a melhor escolha de leitura nesse momento desolador, mas senti que queria mesmo me afundar e levar um chacoalhão literário. Não se trata de uma história brasileira, mas são enredos tão semelhantes não é mesmo? A ditadura e seus efeitos colaterais, seu massacre físico e emocional...

Apesar de todo o pano de fundo triste e pesaroso, a escrita de Mario Benedetti é de uma doçura ímpar. Acho que a maioria dos poetas, ao decidirem escrever em prosa, conseguem trazer o seu tom sabe-se lá como. Tenho essa sensação, foi assim com Patti também.

Uma leitura arrebatadora, reflexiva, questionadora e pesada. Mas maravilhosa.
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Clara Vellozo 19/05/2020

O título convida, o tema assusta e a leitura surpreende
A primeira vez que ouvi falar desse livro lembro que o título me chamou muita atenção. Entretanto, quando a TAG enviou para nós assinantes não me entusiasmei muito porque descobri que tratava-se de um tema muito pesado: os anos de chumbo da ditadura no Uruguai. Ainda bem que persisti com a minha mania de organização de leitura e li este maravilhoso livro que rompeu as barreiras do meu pré-conceito e tornou-se o melhor do ano até agora.

As consequências da ditadura em uma família cujo pai está preso é contada de uma maneira muito lírica e torna a leitura mais suave, mesmo com a presença de alguns relatos da violência militar do período.

A cereja do bolo é a técnica narrativa utilizada: diversas vozes que vão narrando a história e deixam a leitura muito dinâmica.
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Joselene.Monteiro 17/05/2020

Benedetti sabe semear frases que transcendem a experiência pessoal dos personagens e que tocam o cerne do que nos faz humanos: nossa forma de lidar com as dores enodando-as com palavras (e silêncios). As diferentes vozes ao longo do livro mostram como as dores podem ser suportáveis através da esperança e da ingenuidade de uma criança; através da fidelidade de alguém aos seus ideais ou aos seus desejos; ou através das reflexões daquele que, ao fim da vida, percebe que até as piores dores são transitórias, mas algo delas sempre sobrevive no coração e na memória.
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