Victor Dantas 15/04/2020
De Infanto-juvenil à ficção histórica.
Esse é o segundo livro que eu leio da autora, e o primeiro que ela publicou.
Na obra, iremos conhecer a Abilene Tucker, uma menina de 12 anos e, que se muda para uma cidade no oeste dos EUA, especialmente, no Kansas, chamada Manifest. Cabe ressaltar, que a cidade foi inspirada em uma cidade real, chamada Frontenac, cidade qual viveu os avós da autora.
Bom, Abilene, é uma menina muito perspicaz e curiosa, e o motivo pelo qual ela foi para Manifest, foi um pedido feito pelo seu pai, para passar as férias de verão, na cidade em que ele viveu durante sua juventude.
Ao chegar na cidade, Abilene fica hospedada na casa do senhor Shady Howard, e logo na sua primeira noite, ela acaba encontrando uma caixa misteriosa no seu quarto, que contém objetos pessoais e cartas de um rapaz que aparentemente morou naquela mesma casa e dormiu no mesmo quarto que ela. Isso é o suficiente para Abilene fica com uma pulga atrás da orelha e querer saber o porquê daqueles objetos e quem era o dono.
A garota, acaba fazendo amizade com Lettie e Ruthanne, e as três decidem então investigar o passado que aquela caixa carrega consigo. Abilene logo percebe, que Manifest, guarda muitos segredos para uma cidade do interior, e isso é confirmado, quando ela conhece a misteriosa vidente, senhora Sadie, que começa a lhe contar relatos da Manifest de 1918 (dezoito anos antes do ano que a história é narrada, 1936). Abilene, começa sentir que de alguma forma aqueles relatos não seja apenas sobre Manifest, mas, que tem a ver também, com o seu pai, Gideon, e que pode explicar o porquê ele a mandou para aquela cidade.
Com uma narrativa fluída, a autora consegue mesclar o caráter infanto-juvenil, por ter protagonistas crianças, com a ficção histórica e até mesmo fatos reais, por retratar os EUA, dos anos 20 no auge da 1ª guerra mundial, a imigração europeia para o país, a Lei Seca implantada, a gripe espanhola que dizimou boa parte da população norte-americana e do mundo, e os primeiros indícios da 2ª guerra.
A meu ver, os pontos altos da obra foram justamente esses fatos históricos, pois, apesar da escrita leve, eu sentir que a autora poderia ter feito mais. O começo é bem parado, e a história vai crescendo aos poucos.
Mesmo com os protagonistas crianças, o personagem que mais me chamou atenção, foi a vidente Sadie, e no final, ela consegue se destacar muito bem na trama.
É um livro que não acontece nada de grandioso, na verdade, eu diria que, o grandioso está nas relações pessoais dos habitantes da cidade Manifest. E o mais interessante, é que, eu consigo visualizar uma “Manifest brasileira”, sendo qualquer uma cidade pequena na região sul do Brasil, formada por imigrantes europeus.
Por fim, recomendo a leitura, para quem gosta de história com protagonistas crianças, e, que queira aprender mais sobre as guerras mundiais e as imigrações europeias do século XX.