Memórias de Um Sobrevivente

Memórias de Um Sobrevivente Luiz Alberto Mendes
Luiz Alberto Mendes




Resenhas - Memórias de um sobrevivente


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Saulo Cruz 06/06/2016

Carta aberta a Luiz Alberto Mendes
Caro Luiz,

Levei pelo menos quinze anos para encontrar seu primeiro livro. Conheci seu texto através da Revista Trip. Adoro essa publicação, uma das poucas coisas relevantes que a gente encontra na banca. Cada edição costuma ser temática e, por mais interessante que o assunto seja, sempre pulo direto pra sua coluna nas últimas páginas. Pra mim é o norte da edição, difere do “zen-surfismo” que norteia esse periódico paulista. Gosto dos editoriais do Paulo Lima mas me encontro em sua escrita. Acredito que seja porque os outros colunistas, entrevistados e demais envolvidos morem em uma realidade distante da que estou inserido (o que acho bacana para ampliar meus horizontes, claro!)

“A intenção do livro não foi a de ter uma mensagem. Não tenho essa pretensão. Apenas escrevi para ter uma sequência que permitisse que eu mesmo entendesse o que realmente havia acontecido” - Epílogo de “Memórias de Um Sobrevivente”

Também não sei se tem alguma mensagem. Mas o “Memórias de Um Sobrevivente” é um livro importante por vários motivos, os quais refleti e escrevo abaixo:

- Todo mundo deveria encarar sua existência com honestidade e marcar sua passagem no mundo com a vida interpretada em suas próprias palavras. Acredito que todo mundo tem alguma coisa a dizer. Sua história é sobre alguém que mergulhou no inferno e voltou pra contar como foi. Incrível.
- Ajudar na interpretação do Vade Mecum do Direito Criminal. Os jogadores da jurisprudência deveriam ter acesso a “Memórias de Um Sobrevivente”. Tenho receio de gente responsável pela criação, manutenção e execução da Lei que jamais se envolveu com as consequências do que defende. Um livro não é um fim, mas é um passo na direção de uma consciência menos limitada.
- Nós precisamos falar sobre nossas cadeias. Jogam as pessoas lá dentro, são como problemas afastados do corpo da sociedade. O sistema prisional torna invisível essa gente. Corta a comunicação com a civilização. Onde o Estado/Sociedade não chega o empreendedorismo do mal conquista. Acredito que o caminho deveria ser o oposto: os olhos do mundo deveriam estar ali dentro.
- O erro é natural. Mas existem pessoas que podem errar muito mais que outras. Segundo Rachel Sheherazade o “marginalzinho” linchado e amarrado nu em um poste teve o que mereceu. Já Thor, filho do Eike Batista, foi absolvido após atropelar e matar um ciclista. Duas juventudes iguais, diferentes em suas condições de uma nova chance.
- A redenção nem sempre vem da palavra dos textos sagrados. É estupendo se achar em “O Ser e o Nada”, do Sartre ou nos livros da grande literatura universal. Existem vários caminhos. Uma tonelada de perguntas que foram pensadas por pelo menos milênios. Esse conhecimento é extremamente relevante mas não é popular porque fica instalado no castelo do academicismo. A entrada é franca mas o preconceito/ideologia/status quo é o guardião cruel…

Enfim, o que mais quero lhe dizer mesmo é OBRIGADO.

Grande abraço,

Saulo Cruz.
skuser02844 26/05/2019minha estante
Muito reflexiva sua resenha (carta). Me fez colocar como prioridade de leitura. Quanto a essa frase "Segundo Rachel Sheherazade o ?marginalzinho? linchado e amarrado nu em um poste teve o que mereceu. Já Thor, filho do Eike Batista, foi absolvido após atropelar e matar um ciclista. Duas juventudes iguais, diferentes em suas condições de uma nova chance" me fez lembrar de um documentário muito importante chamado "Bagatela", que aborda as injustiças do sistema judiciário (como roubar um shampoo e ficar presa por 3 anos). Mostra também uma advogada que tenta tirar essas pessoas da cadeia através do argumento do princípio da insignificância ou Bagatela.




Mica Lopes 13/01/2009

Muito bom.
A vida de um cara que desde criança quis ser bandido, e foi.
Ou seja, a maldade existe sim.
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claudioschamis 11/02/2009

Testemunho do próprio autor sobre sua vida, começando pela sua infancia pobre até chegar ao crime, o que o faz passar pela sua descoberta pela literatura. O autor foi preso aos 19 anos de idade e 30 anos depois, quando publicou o livro (2001), continuava preso. Um livro forte e que mostra também sua vida na cadeia.
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Naty Fênix 22/08/2009

Valores distorcidos
Realista e direto, a vida de um homem criado com valores distorcidos e com uma mentalidade paralela e complexa.
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Murilo 28/10/2009

Recomendo
Uma história de injustiças e crimes mas que no final renova nossa esperança no ser humano, e nos revela uma arma poderosa nessa guerra "a leitura".
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Andrew 30/01/2010

Um dos melhores livros que já li!
Sensacional, parece que você está assistindo um filme! Recomendo a todos!
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Bbel 23/10/2011

Excelente!!
No epílogo o autor diz que foi uma história que "merecia ser escrita".
Me lembrei do Projeto Missy, que divulga "A Cabana" como um livro que "merecia ser lido".
É isso o que tenho a dizer sobre "Memórias de um sobrevivente". Uma história que merece (MUITO) ser lida!!
O autor é visceral e, além de escrever mto bem, apresenta uma riqueza inenarrável em suas descrições e detalhes.
Absurdamente intenso, sensível e chocante.
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Ba 23/02/2013

Tenho em papel. Pretendo ler
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MaC 04/07/2020

Um livro muito forte. O autor contou sua história de uma forma que me envolveu e me fez sentir extremamente privilegiada. Eu o recomendo, mas com um alerta pra quem tem intolerância a cenas fortes.
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Caroline.Queiroz 05/11/2020

Gostei mais do que imaginava
No meio do livro achei que ia me arrepender de ler. Parecia que a história tomar um rumo qual eu não fosse gostar. Mas me surpreendeu e eu adorei.
Leitura fácil, o livro te prende. A história é impressionante e comovente.
Indico sim
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Literatura e Acessibilidade 01/02/2022

O autor narra e descreve sua história antes e dentro da prisão, traz uma visão aberta de como os presídios são e as consequências que o levaram a experenciar a vida como presidiário, sendo assim um livro autobiográfico. Considero um livro importante para a caminhada dos jovens, uma vez que o personagem começa sua tomada de consciência e reflexão acerca da vida, de aprender a ter compaixão com a dor do próximo, respeito, e acima de tudo se vê em outros âmbitos significativos para sua evolução pessoal e como cidadão, tudo isso através da leitura, do conhecimento da filosofia, literatura...

-Bruna Araújo
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@wesleisalgado 12/06/2022

Bom...com ressalvas e ressalvas
O livro narra a história da juventude de Luiz, nos idos dos anos setenta, ápice da ditadura militar.

Fatos parte um: a história de toda tortura sofrida por ele por parte dos militares é realmente bastante pesada, de causar desconforto físico somente em pensar que alguém pode ter sido tratado daquela maneira. Independente do que tenha feito.

Fatos parte dois: o final foi iluminador, principalmente o epílogo com a justificativa de porquê o livro foi escrito. E o modo como foi colocado, mesmo que superficialmente, que livros salvam vidas.

Fatos parte três: apesar da redenção de Luiz, e do escrutínio pelo qual passou, não estava entendendo as passadas de olho nas resenhas. Sendo a vida dele colocada como exemplo e ele em um pódio. Luiz teve uma infância difícil, mas quantos não tiveram? Luiz escolheu roubar, se drogar, matar. Sinto que colocar ele em qualquer pedestal que seja, mesmo pós redenção, é ser desleal a qualquer outro ser humano invisível, que teve ou tem a vida tão mais difícil do que a dele foi e não foi para na cadeia em decorrência dela.
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Antonio Maluco 25/06/2022

Biografia
O livro conta histórias de vida de um escritor que foi bandido e quando o livro dele saiu nos anos 2000 ele ainda continua preso e essa história daria um ótimo filme nacional
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Dea 06/07/2022

Mais uma prova do poder mágico dos livros
16° livro de 2022. É uma autobiografia de um presidiário condenado a mais de cem anos de prisão e preso há mais de 20 anos no Estado de São Paulo por diversos crimes como roubos/latrocínios/homicídios. O autor narra o pesadelo de viver por tanto tempo nos presídios, mas também não nega que fez por merecer as condenações. A melhor parte do livro está no final, quando ele tem uma epifania impulsionada por um amigo-presidiário-leitor voraz e que lhe apresenta ao maravilhoso mundo do conhecimento proporcionado pela leitura. A partir daí, o autor descobre a esperança, começa a ver o mundo de outra forma e decide mudar de vida. Em suma, ele descobre o que sempre foi um dos meus principais lemas de vida: estuda que a vida muda!!! A leitura é pesada, narra muita violência, relações sexuais bizarras, pobreza, gírias da população carcerária e coisas do gênero, mas é interessante, principalmente para quem não convive com esse nicho da população com frequência (o que não é o meu caso, pois o que li, infelizmente, faz parte do meu dia-a-dia profissional). #tksGod #bookaholic
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Nato.Reis 20/08/2022

Livro realista e necessário, que nos leva ao caos do sistema social e carcerário que transforma seres humanos em máquinas de ódio e violência. Luiz Alberto Mendes tem sua história de vida como epítome de quais erros (e acertos) não devem ser negligenciados - como direitos básicos de qualquer cidadão -, e a importância destes para dignidade individual na construção de uma sociedade minimamente saudável.

"Estávamos cientes de que aqueles que nos barbarizaram o fizeram em nome de uma sociedade. Uma sociedade que nos repelia, brutalidade, segregava, e que quase nos destruía. E o pior: uma sociedade que precisava dessas monstruosidades para se manter. A tortura era uma instituição social."
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