O Castelo das Águias

O Castelo das Águias Ana Lúcia Merege




Resenhas - O Castelo das Águias


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Antonio Luiz 20/04/2011

Dois passos à frente, um passo atrás
A capa de "O Castelo das Águias" sugere um livro para moças à moda antiga – e nesse caso as aparências não enganam, não, como diz a canção do Belchior. Embora a linguagem da narrativa seja ágil e elegante, o livro deixa a desejar para quem espera mais que uma bem-comportada aventura sentimental.

A autora Ana Lúcia Merege, bibliotecária carioca, tem no seu currículo (além de contos dispersos em várias antologias e uma obra crítica sobre contos de fadas) dois pequenos romances de fantasia muito interessantes e originais: O Caçador (autopublicado, 100 págs, 2004, republicado em 2009 pela Editora Franco) e O Jogo do Equilíbrio (Fábrica do Livro, 72 págs., 2005), ambos com tramas e protagonistas masculinos incomuns.

No primeiro livro, o herói é aquele caçador que, encarregado pela Rainha Má de matar Branca de Neve e trazer-lhe o coração, desiste de fazê-lo e manda a moça fugir. No conto tradicional, desaparece após enganar a Rainha entregando-lhe um coração de veado, mas no romance de Merege, ele foge para iniciar sua própria jornada através de vários outros contos – As Roupas Novas do Imperador, João e o Pé de Feijão, Cinderela, Bela Adormecida e outros – e constrói sua personalidade e seus próprios sonhos e opiniões enquanto se defronta com outros personagens e seus problemas e questiona os papéis sociais e sexuais estereotipados aos quais se submetem. Ao final, preparado para ser ele mesmo, guiado por sua consciência e não pelas expectativas dos outros, junta os trapinhos com outra personagem mais famosa, também reinterpretada de maneira não ortodoxa.

O segundo, ainda melhor, é a história de um saltimbanco e pai solteiro que vive numa cidade vagamente renascentista e é um artista da corda bamba tanto no palco quanto na vida, pois recorre a todo tipo de expediente para precariamente ganhar a vida, cuidar do filho e reconquistar a mulher que ama. É um personagem vivo e divertido, que foge dos estereótipos dos protagonistas de histórias de fantasia e se relaciona com o sexo oposto de maneira espontânea e autêntica, sem se prender às expectativas tradicionais.

Infelizmente, este terceiro livro não prossegue na mesma linha. O cenário é uma escola de magia instalada no Castelo das Águias, que evoca a Hogwarts de Harry Potter. Situa-se num mundo de fantasia habitado por humanos e por elfos que lembram menos Tolkien do que o RPG D&D: salvo por longevidade, traços delicados e atitudes esnobes, não se distinguem dos humanos com os quais convivem, se casam e conspiram politicamente. Os deuses são os da mitologia nórdica e os nomes lembram a Europa do Norte.

A protagonista, Anna de Bryke, é uma professora órfã e bem jovem (a rigor, adolescente) chamada por essa escola a ensinar as “sagas” (ou seja, literatura) e desde os primeiros capítulos envolve-se com Kieran, o Mestre das Águias, um mago sério e reservado com o dobro de sua idade, que como ele é um humano com pouco sangue élfico em uma escola dominada por elfos.

E é pouco mais que isso: o essencial da história são as expectativas e inseguranças da mocinha que tenta timidamente atrair seu homem dentro das regras usuais do jogo, com uma conclusão muito previsível. O restante – magia, castelo, águias, intriga, vilões – serve apenas para criar obstáculos ou pretextos para o relacionamento e achata-se num cenário bidimensional e pouco memorável de uma história romântica convencional. Particularmente os personagens secundários que, superficialmente caracterizados, são prontamente esquecíveis e não parecem ter vida própria além de suas intervenções na vida do casal. Uma delas é apresentada no início como alguém que será uma grande amiga da protagonista, mas acaba por não fazer nada relevante. Outra, presente quase desde o início, mas pouco mencionada na narrativa, de repente desempenha um papel relativamente importante no final sem que o leitor tenha tido oportunidade de se interessar por ela.

Frustra quem apreciou os livros anteriores da autora. Ainda mais considerando que a heroína é pagã (e devota de Loki, o que há de mais parecido com Exu na mitologia nórdica) num mundo em que o monoteísmo começa a prevalecer e iniciada na “Casa do Lobo” de uma tribo da floresta, com a tatuagem do totem no braço. Seria de se esperar atitudes mais ousadas e afirmativas, mas ela estaria mais à vontade nas páginas de Joaquim Manuel de Macedo ou José de Alencar. Garota acanhada e vacilante, espera do homem todas as iniciativas, “Cai das nuvens” e se dispõe a desistir à primeira vaga suspeita (injustificada, é claro) de que, talvez, ele estivesse noivando com outra.

Paralelamente, há uma trama política: representantes de cidades aliadas à Vrindavahn do Castelo das Águias, liderados pelo vilão, o mago elfo Hillias, querem permissão para levar consigo, permanentemente, algumas das famosas aves da região, que podem ser transformadas temporariamente em armas de guerra por um encanto conhecido do Mestre das Águias e seus discípulos. Kieran não se incomoda em emprestá-las se houver real necessidade, mas recusa-se a cedê-las dessa forma, pois as águias adoecem e morrem quando se tenta mantê-las permanentemente como guerreiras. Hillias está, porém, convencido de que será capaz de resolver o problema e se esforça por persuadir o conselho da cidade. Isso dá a Anna a oportunidade de brilhar aos olhos de seu amado, ao ser enviada por Camdell, o Mentor da escola, a aplicar seu conhecimento de retórica e literatura aos conselheiros e persuadi-los a recusar o pedido dos aliados.

Mas essa trama tem pouca densidade ética, porque o uso das águias e sua transformação em monstros guerreiros não são realmente colocados em questão – apenas a competência de Hillias para fazer isso de maneira permanente. Por tudo que se argumenta, é preciso concluir que, se o vilão realmente demonstrasse essa capacidade, não haveria o que discutir. E uma vez que Anna só se envolve nessa causa depois de se interessar por Kieran e a esquece quando pensa que ele ficou fora de seu alcance, fica-se com a impressão de que a questão das águias, no fundo, pouco lhe interessa a não ser como uma forma de se aproximar do mago.

Para não se dizer que não há nada na vida de Anna além de Kieran, ela parece ter um interesse genuíno por suas aulas sobre as “sagas” e alguns dos alunos chegam a mostrar um pouco de personalidade. Mas à primeira vez em que uma elfa arrogante a censura por ensinar tolas histórias humanas às crianças élficas, Anna chora e foge, querendo abandonar a escola e voltar para sua terra. Depois, muda de ideia e acata a determinação.

Esclarecidos os quiproquós, o Mestre das Águias a pede em casamento – e ela aceita na hora, mesmo sendo óbvio para ela e para o leitor que os dois mal se conhecem. Antes do primeiro beijo, já começa a discutir a data do casamento – não para já, mas para dali a uns três meses, para que a avó possa comparecer. Já devia soar antiquado para as adolescentes dos anos 1950.

O prólogo faz prever um enfrentamento violento, mas este só vai se concretizar quase no final. Não sem incorrer em outros clichês antiquados, inclusive o da troca de desafios prolixos e altissonantes entre inimigos e o do vilão que, no auge do conflito, explica detalhadamente seus planos às vítimas.

E mais uma vez, a suposta filha dos lobos se mostra uma ovelhinha. Sabe usar um arco, mas ao ter um dos vilões sob sua mira, deixa de atirar por medo de ferir o orgulho masculino do amigo que o enfrenta. Sua chegada ao campo de batalha serve para que desempenhe o papel de donzela a ser salva por Kieran daquilo que um cavalheiro vitoriano chamaria de “destino pior que a morte” – e para acalmar o noivo já a ponto de liquidar o vilão. “Por que usar o arco, se você dispõe de armas tão superiores?”, consola-a o Mestre Camdell, cumprimentando-a por ter deixado aos homens o que lhes compete e desempenhado um papel feminino tradicional. É uma pena, mas este romance soa como um passo para trás em uma trajetória literária promissora.
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Bruna Lima 03/07/2022

Demorei um pouco para gostar deste livro. Acabei demorando para pegar um ritmo de leitura, mas a partir da metade do livro senti que estava mais envolvida com a história. Me atrapalhei para decorar os personagens (que são muitos), talvez isso tenha atrapalhado um pouco. Mas acredito que os próximos livros da série sejam empolgantes. É uma boa leitura!
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Anny Lucard 31/07/2011

Fantástico mundo encantado
O livro O Castelo das Águias da autora Ana Lúcia Merege, uma publicação da Editora Draco, trata-se de uma fantástica história com magos e seres mágicos incríveis. Humanos, elfos, animais mágicos e outros seres fantásticos dividem as páginas desse livro que encanta em vários sentidos. Uma história de aventura e romance na dose perfeita, que consegue agradar tanto ao público feminino, como ao masculino, com personagens interessantes, intrigantes e apaixonantes.

A história tem uma sociedade mágica revelada de forma interessante, onde se fala da magia e de problemas de carater social de uma forma natural que o leitor começa a se identificar com os dramas pessoas dos habitantes do Castelo das Águias e fica difícil não tomar partido desse ou daquele morador, apoiá-los, criticá-los ou mesmo se apaixonar por eles.

Ambientado em um misto de escola e universidade, temos personagens com idades variadas e logo, a história se mostra perfeita para leitores de todas as idades.

A história é narrada do ponto de vista de Anna, uma jovem que chega para ser uma Mestra no Castelo e ensinar Saga aos jovens alunos. Entre os outros Mestres, está Kieran um mago misterioso e charmoso, que chama atenção de Anna logo de primeira. (E a minha também.)

Os dois tem um relação meio conturbada e em certos momentos até divertida, pois Anna é impulsiva em algumas ocasiões, enquanto Kieran faz o tipo mais estrategista. (Além de um pedaço de mau caminho!)

Ana Lúcia Merege revela nesse livro através da personagem Anna um universo mágico, que mistura várias lendas mundiais conhecidas, mas com um toque de realidade, que o torna bem original, com personagens que tem até um jeito de ser bem brasileiro em dados momentos. O que torna a história original e fascinante e mostra que no Brasil, mesmo sem uma tradição em literatura fantástica, como tem a Inglaterra e a Alemanha, temos autores fantásticos de grande criatividade e talento, que possuem referências clássicas e textos interessantes. O Castelo das Águias é um bom exemplo da atual literatura fantástica brasileira, o qual vale a pena ser lido e relido, dada a riqueza de detalhes desse universo mágico de pura fantasia.

O livro tem 192 páginas de pura aventura e eu recomendo para todos que gostem da boa literatura fantástica, com um toque verdadeiramente mágico.
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S. G. Conzatti 03/01/2020

Um livro de fantasia Brasileiro com personagens bem desenvolvidos, um mundo mágico com várias referências conhecidas e ao mesmo tempo apresenta originalidade. Gosto muito como a autora desenvolve sua escrita sendo direta e ao mesmo tempo bela. Super recomendo para quem gosta de fantasia.

site: https://www.instagram.com/autorasgconzatti/
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carol.anjolin 23/12/2023

O Castelo das Águias
Uma fantasia nacional que me deixou bem curiosa, já que nunca tinha lido algo do gênero aqui do Brasil antes. Não me gerou grandes emoções e sinto que demorei um pouco a engatar na leitura pois muitas coisas do universo do livro foram apresentadas brevemente, como se já devessem ser algo familiar para o leitor. Apesar disso, achei muito interessante e rico esse mundo de Athelgard e fiquei curiosa para ler os outros livros (até porque esse final deixou com gostinho de quero mais). Recomendo também para que valorizemos mais as obras e os autores nacionais e vejamos o quanto nosso país pode proporcionar obras criativas.
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Amauri 17/09/2015

Vale a pena, com reservas...
Estava eu passeando pela Bienal de 2015 quando encontrei o estande da Editora Draco. Os preços estavam MUITO em conta, então peguei alguns livros que me chamaram atenção... Desculpe, mas uma capa bacana chama sim minha atenção #souDesses ¯¯\_(ツ)_/¯¯ #meProcesse

A sinopse de O Castelo das Águias, romance de Ana Lúcia Merege, me chamou a atenção porque fala tanto da trama maior, que é a treta com as Águias que dão nome ao castelo, quanto da personagem Anna de Byrke e seu envolvimento com Kieran.

Cento e setenta e seis páginas depois, estou pensando em como enxergar as diferentes faces desse livro.

Temos um lado da Anna, que é uma jovem de seus 20 anos descobrindo um mundo fora de sua tribo. Assim como nos leitores, que estamos junto com ela descobrindo o mundo de Athelgard. E assim como a jornada do adolescente em entender o mundo que ele conhecia a distância.
Ao mesmo tempo vemos Anna se descobrindo como profissional apaixonada pelo que faz e seu papel na comunidade do Castelo, que também fala com o adolescente, publico-alvo do livro.
E finalmente temos a Anna mulher, que se une ao mago Kieran. Ah... A jornada do coração :)

Para quem tem familiaridade com magia, temos o papel de Anna como Mestra de Sagas, que ensina aos alunos o conjunto de lendas e mitos que formam um paradigma sobre a realidade. Usando-se desse paradigma, é possível executar procedimentos mágicos de forma "fácil". Alunos de nível avançado podem mudar a realidade pois aprenderam a "Magia dos Nomes".
Curte mitologia nórdica/celta? Então divirta-se encontrando as referencias cruzadas a Thor, Homem Verde, Cernnunos, Criança da Primavera... Freya esta na cara :)

Tem conspiração, tem politica, tem luta... Tem um monte de personagens... Tudo isso em apenas 176 páginas...
...
...

E eu acho que foi esse ritmo, ente outras coisas, que não me pegou:

O começo apresenta uma pá de personagens de forma superficial, e esse elenco vai ser pouco explorado ao longo do livro, ao ponto de não fazer a menor diferença tentar decorar os nomes e descrições. Quem é importante realmente aparece tantas vezes que você vai decorar com o tempo...
O meio é a melhor parte do livro, onde tem um interessante conflito interno de Anna, seguido de umas boas cenas dela resolvendo tretas. A Anna que começou tímida fica bem confiante e realmente se assume como Mestra das Sagas e membra valorosa da comunidade do Castelo das Águias.
O final é ruim. Não por ser clichê com MUITA força, com direito a festa e pessoas se pegando. Clichês bem executados são ótimos de se ler. Mas alguns conflitos que deveriam se resolver justamente aqui no final passaram batidos. Conflitos e dúvidas que vimos na Anna ao longo do livro sumiram sem explicações.

Momento "amiga, assim não posso te defender!" do livro: Kieran, na frente de Anna, se comportando como um adolescente frustrado que ficou vários dias sem se masturbar (o que não estava muito longe da realidade da história) na página 119. MENAS Kieran, SEJI MENAS...

Conclusão: Não se engane com a resenha de tom negativo, pois eu RECOMENDO SIM o livro para jovens que estão começando a ler. O ritmo do livro vai agradar essa galera que curte uma leitura mais rápida. Ponto adicional por deixar espaço para que o leitor faça uma pesquisa adicional para entender mais a fundo alguns pontos do livro.
Quero voltar depois ao mundo de Athelgard e ver mais das aventuras de Anna de Byrke :)

site: http://www.leiturasdemarie.com.br/2015/09/resenha-o-castelo-das-aguias.html
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neo 29/06/2015

Eu já tinha ouvido falar sobre O Castelo das Águias bem antes de criar coragem pra começar a lê-lo. Na verdade, foi de tanto vê-lo por aí pela internet que fiquei interessada, já que à primeira vista a sinopse não chamou minha atenção muito não apesar dos elementos que geralmente me agradam (I mean, elfos e águias guerreiras >>>). E não me chamou a atenção justamente pelo motivo que, no fim das contas, me fez não gostar desse livro: o romance.

Sinto como se já tivesse escrito isso em resenhas umas mil vezes, mas é a verdade. O romance estraga histórias pra mim com uma frequência assustadora.

Mas enfim, voltemos a O Castelo das Águias.

A protagonista, Anna, me decepcionou um pouco. Não há nada de errado com ela, mas eu acho que ela poderia ter sido muito melhor. Quero dizer, ela morou a vida inteira em uma floresta, aparentemente é devota do deus considerado por muitos como o inimigo de todos (Loki) (sim, os deuses aqui têm nomes de deuses nórdicos, ou quase) e supostamente ela sabe usar o arco muito bem... Mas a gente nunca chega a ver isso mesmo, esse diferencial dela todo, sabe? E, falando do arco, quando parece que ela vai usá-lo para salvar o dia (já nos momentos finais do livro) ela hesita porque se ela acertar o vilão, o mocinho que está lutando com ele vai ficar com o orgulho ferido. I mean:

"Se o pusesse sob mira, ele seria obrigado a largar a espada - mas como ficaria, nesse caso, o orgulho de [mocinho]?"

Impedir um dos vilões (e assim talvez impedi-lo de matar o mocinho) ou se importar com o ego de um homem? #prioridades

Aliás, vale falar que a Anna chega no Castelo para ensinar as Sagas (meio que como professora de literatura, acho?), mas aí ela não sabe direito o que fazer e teria que pedir orientação para outra professora (o que acaba não acontecendo por n motivos). O que uma coisa meio... hein? É bem bizarro pensar que uma instituição tão prestigiada como o Castelo parece ser aceitaria uma professora sem checar se ela sabe como as coisas serão ou não (mas o conflito entre o modo como Anna queria ensinar e o modo suposto como certo foi bem interessante sim).

Foi o romance, porém, que me incomodou de verdade. Pra mim, ele acontece simplesmente do nada, se desenvolve do nada e culmina em um dos momentos românticos mais wtf que eu já li. Desde que eu li a sinopse pela primeira vez já fiquei meio ehhh com "poço de sentimentos confusos e turbulentos", já que livros que já indicam a presença de romance na sinopse são os que me decepcionam com mais frequência, mas fui adiante pelos elementos que me agradam citados lá em cima. Não deu certo. A plotline do romance é mega cliché e depende somente da falta de conversa dos dois pombinhos, ou seja, de mal entendidos bobos que o leitor sabe imediatamente não serem verdade, mas que a Anna continuou acreditando por um bom tempo. Um saco. [SPOILERS ADIANTE!] Quando eles se beijam pela PRIMEIRA vez, o Kieran vai lá e... pede ela em casamento. Porque ela é A Mulher, sabe, que ele esperou a vida inteira e blá blá blá. E a Anna... aceita.

A aquariana dentro de mim esperneou e gritou durante toda essa cena. Tipo, muito.

E o pior é que a Anna reconhece em alguns momentos que ela não conhece o Kieran de verdade (principalmente se tratando dos ataques de raiva dele lá). Então fica algo meio por quê? Por que fazer eles se casarem tão rápido? Quero dizer, lá pelo fim do livro eles já estavam debatendo nome de filho, gente, socorro.

Nope. [FIM DOS SPOILERS]

Mas tirando o romance e a cena do arco que me deixou irritada, o resto do livro é legal sim. A escrita da Merege é boa, bem fácil de ler, e rápida, e apesar da diferença entre elfos e humanos ser bem pouca (mais cultural/social mesmo), eu gostei do worldbuilding. Não saquei muito as formas de magia though, mas aí deve ser eu que sou lerda mesmo.

But os personagens eu achei bem fraquinhos no geral. Não ruins, mas não bons também. Meio mais ou menos mesmo.

Enfim, provavelmente não lerei o segundo volume (aparentemente o Kieran é o foco lá e #nope). 2.5 estrelas para O Castelo das Águias.

site: http://chimeriane.blogspot.com.br/
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Allana 25/04/2011

O Castelo das Águias
“Elfos e homens dizem que os bardos têm sorte.
Sempre pensei que isso incluísse os mestres de sagas, mas agora tudo levava a crer que não. Meus amigos estavam longe, cada qual entregue à sua própria batalha; meu arco se encontrava fora de alcance. Quanto a mim, o que podia ser pior do que estar à mercê do inimigo?”

Uma jovem que deixa sua terra natal para lecionar em uma escola de magia, um mago de passado misterioso, águias fantásticas receptáculos de magia e uma conspiração para roubá-las são os principais elementos do romance O Castelo das Águias, de Ana Lúcia Merege, publicado pela Editora Draco, uma história de fantasia passada na ilha de Athelgard.

Tendo por base religiosa os mitos nórdicos, bem como a expansão de uma religião monoteísta, o livro constrói um cenário em que convivem elfos e humanos, e que a magia permeia de maneira muito peculiar. Descendentes dos Vanir, os elfos chegaram a Athelgard há tempos imemoriais, onde ergueram cidades e, eventualmente, criaram laços com os humanos que já habitavam a região.

Com uma narrativa cativante e envolvente, Anna de Bryke conta sua chegada à cidade de Vrindavahn, onde passa a exercer a função de Mestre de Sagas no Castelo das Águias. Apesar de não ser uma maga, seu conhecimento a respeito das histórias humanas levam Camdell, um dos fundadores da escola, a convidá-la para o cargo. É aqui que a jovem Ana conhece Kieran, um mago misterioso que parece ter uma forte ligação com as águias douradas do Castelo, particularmente receptivas à magia. Por ele, a jovem se percebe apaixonada (assim como boa parte do público feminino, sem dúvida), e em meio a isso, conta como se desenrola uma trama envolvendo interesses políticos e pessoais.

Apresentando perifericamente diversos atores da história, como os professores e os membros do conselho de Vrindavahn, embora ainda de uma maneira que nos permita identificá-los individualmente, temos o desenlaçar de uma trama bem armada, mas que pode não surpreender o leitor mais atento aos sinais dados pela autora.

A concepção do cenário pode agradar aos jogadores de RPG, principalmente no tocante à magia, embora alguns elementos comuns ao gênero não estejam presentes (como assim, não há anões?!). A parca caracterização de alguns personagens também pode incomodar alguns leitores, apesar de não ser nada que atrapalhe o ritmo de leitura. Destaque para a já mencionada narrativa, que guia o leitor de uma forma natural.

O melhor? É saber que, provavelmente, teremos uma trilogia.
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renatashindler 06/04/2011

Fico lisonjeada de ter lido quase que em primeira mão o mais novo livro dessa autora. Como uma apreciadora de longa data dos seus contos me arrisco a dizer que sua escrita é fantástica pois é capaz de prender a atenção de pessoas de todas as idades.
No "Castelo das Aguas" cada um dos personagens apresentados no enredo possui uma história intrigante e isso dá ao livro um ritmo diferente para os acontecimentos.
Parabens de verdade, adorei o prazer de ler sua mais nova "filha" e espero que o lançamento seja um sucesso.(impossível não ser).
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W Nascimento 09/12/2012

A personalidade brasileira no mundo medieval
O romance de Ana Lúcia Merege traz um enredo que muito pode se confundir com o badalado Harry Potter, por girar em torno de uma escola de magia onde alunos vivem em regime de internato e os professores usam túnicas das mais diversas cores. Contudo, mais do que uma projeção abrasileirada da história de Rowling, O castelo das águias trás coisas originais, com personagens carregados de traços latinos, um temática que trabalha política e meio ambiente, e linguagem sóbria.
Ao chamar a atenção para estes detalhes, quero dizer que, ao contrário de uma tendência natural que observo na literatura nacional hoje, onde os personagens parecem viver os dilemas, possuir as formas de pensamento, e viver um contexto, que muito se assemelham a nossos vizinhos estadunidenses e europeus, o Castelo das águias abriga personagens bem brasileiros, em seus modos de pensar, agir e sentir.
Em seu enredo, apesar de trazer questões que podem ser vistas como batidas, como a magia em si, ou uma história de amor, este romance também preocupasse em trabalhar dimensões ambientais, com a questão das águias do reino que são usadas para fins perversos, mas também reflexões acerca do próprio papel da linguagem no mundo, como ela nos forma, nos liga e como elas possuem um poder próprio, que se manifesta na forma do discurso, da dramatização e da poesia.
Como último ponto, gosto de chamar a atenção para a narrativa do livro. Ao contrário de mim, que gosto de uma fala mais intensa e dramática, Ana Merege parece preferir o estilo mais sóbrio e centrado. Sua história corre naturalmente, sem grandes exaltações ou até exageros da fala de sua narradora, Anna de Byrke. Talvez isso acabe por retirar de determinadas cenas a intensidade que precise, mas ganha em termos de coesão com a psique de sua personagem principal, narradora da história.
Para concluir, gostaria de destacar que o romance é uma boa alternativa para uma leitura agradável e interessante, que vale a pena ser apreciado. Um mundo bastante original que mescla um enredo simples e reflexão rebuscada.

Willian Nascimento.
Autor dos livros "O Véu" e "De Corpo e Alma"
Esta e outras resenhas você encontra em:
http://pordetrasdoveu.blogspot.com.br/
George Facundo 20/06/2011minha estante
Ummm... Apesar de sua crítica positiva ao livro, não me senti inteiramente convencido. Me parece um pouco "mais do mesmo"... Mas de qualquer forma valew! :-)




lukaum.freak 05/11/2018

Após se mudar para uma escola de magia, Anna se torna a nova mestra de sagas. Além de se adaptar a nova vida, também divide sua atenção entre um interesse romântico e uma certa conspiração envolvendo as águias.
Com um estilo de leitura bem leve em uma linguagem acessível, o ponto alto do livro está na ambientação que bebe muito nas fontes mitológicas. Com referências ao mundo real e a fantasia, Athelgard passa a sensação se ser um localizado na divisa entre os dois.
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A.Z.Cordenonsi 14/12/2012

Alta Fantasia de verdade
O livro da Ana Merege é um livro de alta fantasia de verdade. Interessante como alguns leitores traçaram paralelos com o Harry Potter, pois não vejo, em absoluto, nenhuma semelhança entre as duas obras, a não ser a existência de uma escola (que é um elemento da literatura juvenil, pasmem, que NÃO foi criado pela Rowling).
A história se passa em uma terra fictícia, algo bastane comum em romances de alta fantasia. O interessante da obra é que existe toda uma história que se passa ao seu redor, que é explicada ao leitor sob o olhar de uma pessoa (a protagonista) que se deslumbra pela primeira vez com uma realidade muito mais complexa (e perigosa) do que ela estava acostumada. Desta forma, o seu descobrir se torna o descobrir do leitor e isso a autora faz com maestria.
Para quem gosta de alta fantasia com elementos medievais, é um prato cheio. Recomendo sem moderação.
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Zimmerer 09/11/2021

Um ótimo ritmo
Uma história muito legal com tudo q um amante da fantasia quer.
O ritmo é muito bom, e a autora sabe conciliar bem entre a apresentação do mundo e o desenvolvimento da trama, sem chatura muito descritiva, é uma leitura bem leve e gostosa.
Só não gostei do romance, de verdade achei a unica coisa ruim na história, mas essa parte é gosto kkkkk
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Liége "Astreya" 17/05/2012

Maravilhosa leitura
Realizei a leitura de O Castelo das Águias em um dia. Acho bastante difícil resenhar algo de que tenha gostado muito, mas vale a pena realizar esse esforço.

A história é contada pela perspectiva de Anna de Bryke, uma jovem humana com um pouco de sangue élfico que é chamada para lecionar na escola de magia localizada no castelo que dá nome ao livro. Anna será uma mestra de sagas (algo como ensinar história e literatura ao mesmo tempo!), e embora se sinta insegura no início por ser jovem e inexperiente, aos poucos ela começa a compreender qual é a função das sagas no desenvolvimento do talento mágico dos alunos. Nesse universo cativante e mágico do castelo, Anna conhece seus colegas de trabalho e é Kieran de Scyllix, um austero professor humano, que mais chama sua atenção. Isso também se dá pela apresentação um tanto brusca de Kieran no primeiro dia de Anna na escola, por meio da qual ela já descobre haver algum problema em relação às águias que vivem próximas ao castelo, das quais Kieran é guardião. As águias são solicitadas pela cidade de Scyllix para serem utilizadas em conflitos bélicos, o que é inadmissível para Anna. E assim a história se desenrola, focando-se no destino das águias e no desenvolvimento de Anna como professora e de seu relacionamento com o conturbado Kieran.

Primeiramente, devo comentar a narrativa de Anna: centrada e agradável! Anna é uma protagonista muito cativante, que expõe suas opiniões com naturalidade e sem petulância. Advinda de uma cultura tribal e pacifista, existem alguns conceitos que ela simplesmente não consegue absorver, e seus modos simples e diretos são reflexo disso. Anna sabe lutar mas vem de uma cultura de paz, e sempre prefere o diálogo ao conflito e à agressão, física ou verbal. Essa concepção ela mantem até o final, o que achei muito bacana. Anna é coerente e sempre tem um motivo para agir como age, passando longe do estereótipo pasteurizado da protagonista que precisa ser bocuda, teimosa, e sair batendo em todo mundo para ser marcante, ou mesmo da garota romântica e frágil que não enxerga defeitos em seu amado. Anna é equilibrada e inteligente.

As explicações envolvendo magia e sua relação com a arte, com a palavra e com o pensamento são absolutamente encantadoras e também acessíveis. Gostei muito de ver a magia explorada dessa forma, já que muitas vezes a magia é tratada na fantasia como algo natural ou já estabelecido, e suas formas e desenvolvimento nem sempre são expostos. As divisões do castelo com suas torres e cores também me encantaram, bem como o conceito de combate mágico e as modalidade ensinadas por cada professor e sua relação com os alunos da escola. Embora algumas participações sejam pequenas, elas são eficientes no sentido de estabelecer o cenário e o "clima" da história, e os personagens sempre parecem ter sua vida própria, tanto que terminei a leitura curiosa para saber mais informações sobre muitos. A boa notícia é que vários deles têm seus backgrounds explorados no blog de o castelo das águias - castelodasaguias.blogspot.com - vale muito a pena conferir!

O enredo sobre as águias e o debate feito em torno delas cativa bastante, assim como o relacionamento de Anna e Kieran. O conflito de valores e personalidades dos dois é muito interessante, e é bonito ver como os dois se complementam e se amam aceitando as diferenças um do outro. Um romance delicado, bonito e nada meloso.

O Castelo das Águias é um livro leve e fluído, e talvez quem prefira mais ação e grandes sobressaltos sinta falta de um pouco mais de adrenalina. Esse não é o meu caso, e confesso aqui que me sinto encantada e orgulhosa ao saber que uma autora brasileira escreveu uma fantasia de tanta qualidade, com pitadas de mitologia nórdica, xamanismo, cultura hippie e misticismo, tudo junto em uma mistura encantadora e bem-estruturada. Eu quero saber mais e mais sobre o mundo de Athelgard, e faço campanha para que O Castelo das Águias seja mais conhecido! Recomendo, e MUITO!

P.S: e a capa é uma das mais linda que já vi!






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Carol 23/08/2015

Ansiosa para ler a sequência
A história se passa no mundo Fictício de Athelgard, mais precisamente em Vrindavahn. Mas, apesar de ser uma história de fantasia, a autora apresenta assuntos do mundo real. Ela conseguiu nos passar mensagens sobre fé, machismo, política e muitas outras coisas de uma forma sutil. É isso que deixa o livro mais incrível.

LEIA A RESENHA COMPLETA NO BLOG

site: http://www.estantedememorias.com/
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