O Castelo das Águias

O Castelo das Águias Ana Lúcia Merege




Resenhas - O Castelo das Águias


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Paulo 03/11/2017

Uma das qualidades de um bom livro é saber criar um mundo cativante, apresentando-o de uma forma atrativa ao leitor. A arte de contar histórias envolve encantar o leitor, envolvendo os seus cinco sentidos para fazê-lo sentir o ambiente ao seu redor. Essa é a proposta de Ana Lúcia Merege, não apenas uma autora, mas uma contadora de histórias que nos introduz seu mundo de Athelgard pelos olhos de Anna de Bryke.

Posso dizer de cara que o que mais me surpreendeu na leitura de O Castelo das Águias foi a construção de mundo. O leitor consegue sentir a veia RPGística da autora com um cenário tradicional de fantasia, apesar de ela colocar o toque dela aqui ou ali. Athelgard é um mundo enorme e nesse primeiro volume conhecemos apenas a pontinha do iceberg que nos aguarda em outras histórias. O mérito da autora está em nos apresentar o seu universo literário, mas sempre deixando margem para incluir inúmeras outras coisas. Quando eu estava acompanhando a história eu me encantava com as descrições dos lugares, dos hábitos e dos costumes e quando eu terminei a história, decidi olhar o mapa. Quando me dei conta de que tudo aquilo que eu tinha visto na história se passava em alguns poucos lugares, e que havia ainda muito mais por vir fiquei absolutamente abismado com o tanto de informação que a autora passou e o quão pouco isso representa dentro de todos os lugares do mundo.

Há toda uma riqueza nas descrições. Ficamos sabendo das tradições locais, somos apresentados a algumas festividades e até como cada cultura entende a do próximo (alteridade). Por exemplo, a maneira como os elfos enxergam os humanos ou até as hierarquias dentro da sociedade élfica. Ou como a cultura do norte entende os elfos que não é a mesma que a cultura do oeste. São pequenas sutilezas que apenas o leitor mais atento vai perceber. Apesar de a trama ser bem simples e direta, nada em O Castelo das Águias é simples. Existe mais sendo dito nas entrelinhas. Não significa que ao final da história nós saberemos tudo sobre Athelgard, mas certamente chegaremos ao segundo volume da série com mais informações. Embora isso não tire a possibilidade da autora nos maravilhar com alguma surpresa escondida.

Ao mesmo tempo em que a construção de mundo é o ponto mais alto de O Castelo das Águias, ele também é sua vulnerabilidade. É como uma espada de Dâmocles capaz de oferecer força, mas também pontos fracos. São muitas informações colocadas para o leitor em um curto espaço de tempo. Apesar de a autora ter conseguido usar algumas estratégias muito eficientes para superar o info dumping, ele está ali. Aliás, fica a dica para autores que desejam encontrar tais estratégias em suas histórias. Vou citar duas que achei muito bacanas: quando Anna chega ao Castelo das Águias, um dos professores apresenta a escola para a personagem, tecendo alguns comentários a respeito; outro ponto interessante é quando Anna está dando aulas e ensinando um pouco da mitologia do mundo para os alunos. São duas maneiras simples, porém eficientes. E não cansam tanto o leitor que entende que aquilo faz parte da história. A primeira estratégia além de apresentar o castelo para a protagonista, mostra ao leitor como o lugar de onde Anna veio é muito diferente em relação ao clima cosmopolita do castelo; já a segunda se trata da maneira como Anna consegue se relacionar com seus alunos e até como a sua forma de ensinar é diferente do padrão dos demais. Apesar disso tudo, ainda senti que muito da narrativa acabou precisando ceder espaço à construção de mundo. E isso era algo inevitável: a autora precisava fazer essa construção, ou seja, estabelecer essas fundações para que em outros volumes ela não precisasse fazer isso.

Nem sempre é necessário criar uma narrativa destruidora de universos para se criar uma história competente. Em O Castelo das Águias, a autora nos coloca no meio de uma disputa de duas cidades pela posse de águias guerreiras, animais usados no combate no universo de Athelgard. E é isso. Não temos a deformação de universos, o aparecimento de uma singularidade, uma magia proibida, nada disso. A trama não podia ser mais direta. E mesmo assim a história é muito boa. Não é o escopo de uma narrativa que a torna inesquecível, mas a forma como ela é contada. Por isso que eu vou sempre me referir à Ana Lúcia não só como uma autora, para mim ela é uma contadora de histórias (uma storyteller). Porque ela vai nos encantando com suas histórias e pouco a pouco vamos sendo enredados em sua narrativa até o ponto em que já estamos tão presos que não somos capazes de parar até terminar. Uma sensação semelhante a essa eu senti quando li Os Portões do Inferno, escrito pelo André Gordirro. Uma história absolutamente simples de enfrentar um ser maligno, mas conduzido com tanta eficiência que nos esquecemos disso.

Vale também colocar o emprego de uma barda como protagonista. Pronto... vou fazer uma blasfêmia para aqueles que gostam do livro... mas, fala sério. Que Kvothe, que nada. Sou mais Anna de Bryke. Sim, o público-alvo da Ana Lúcia é diferente do público do Rothfuss. Sim, com certeza. O espaço dado ao personagem é infinitamente maior? Com certeza. Mas, acho que em pouco mais de 180 páginas, a autora conseguiu construir uma personagem credível, com suas forças e fraquezas, dilemas e inseguranças, capazes de fornecer alguém sólido o suficiente para carregar a narrativa nas costas. Não temos uma personagem incrivelmente poderosa, filha de um semideus, nem nada do gênero: Anna é uma mestra de sagas que procura resolver os problemas com sua inteligência e perspicácia. Em diversos momentos ela se encontrou em perigo e não descobriu que era capaz de se tornar um dragão, ou era capaz de disparar raios elementares das mãos. Ela precisou do apoio de seus aliados, feitos ao longo da história para poder se sair de uma enrascada. Ou até mesmo contar com um pouco de sorte.

Só achei que a narrativa poderia ter ficado melhor se tivesse sido escrita em terceira pessoa. Achei que a narrativa em primeira pessoa acabou limitando um pouco as possibilidades de apresentar outros pontos de vista. Senti que a autora quis aprofundar um pouco mais os personagens, mas este acabou precisando ficar um pouco de lado para poder se focar nas aventuras da protagonista. Como a narrativa pertencia a ela, o leitor era conduzido por aquilo que ela via e depreendia. Há muito mais a ser explorado nas demais histórias, mas senti que isso pesou um pouco tanto na escrita final (tá... admito... sou chato com narrativas em primeira pessoa...insuportável mesmo) quanto no desenvolvimento dos personagens. Entretanto, senti que alguns personagens receberam bastante atenção e parecem ter muito mais a oferecer posteriormente como o Kieran e até mesmo o Doron.

Enfim, para quem está procurando uma boa história de fantasia, o livro de Ana Lúcia Merege é um prato cheio com ação, romance e muita aventura. Uma construção de mundo impecável que só tende a melhorar em futuras edições tornam a narrativa riquíssima em detalhes. Temos também uma personagem extremamente credível e que precisa lidar com suas limitações para solucionar os problemas com inteligência. Nas próximas edições quero poder conhecer mais dos outros personagens e tenho certeza que continuarei a ser encantado pela pena da autora.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Vanessa 17/10/2017

Resenha - O Castelo das Águias
Música em Suas Tranças (Um conto gratuito que você pode ler aqui) foi a primeira história que li do mundo de Athelgard.  Ali já percebi quão simples e bonita era a história de Kieran e Anna. Em O Castelo das Águias, não é diferente. Essa seria uma narrativa simples, se não fosse por seu universo fantástico. Ana Merege une a magia, com humanos e elfos, deuses mitológicos, xamãs e águias em mundos únicos, com culturas e histórias próprias. Dentro disso, ela trás a tona assuntos como diversidade, meio ambiente, política e poder. Isso tudo, nas mãos (ou na cabeça) de outros, poderia ser uma incrível confusão. Mas Ana consegue contar a história com tal capricho que torna tudo fluido e natural.

Acho que posso aqui recomendar O Castelo das Águias para todas as idades, pois foi feita para encantar todos os seres - homens ou elfos - de todas as idades. Afinal essa não é só uma história de amor, mas também uma história sobre a importância da liberdade. Já estou na ansiedade para ler A Ilha dos Ossos, segundo livro da saga. E claro, quando isso acontecer, conto pra vocês.
Uma observação final: Além da linda capa de Carolina Mylius, o livro foi impresso em papel pólen bold de ótima qualidade e trás lindas ilustrações de mapa e arabescos (se é que posso chamar assim).
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Rox 16/09/2017

Opinião do blog "Doce Sonho Alado"
Por se tratar de um primeiro volume, "O Castelo das Águias" já começa cheio de informações e personagens para conhecer. Isso pode ser um pouco desanimador para um primeiro contato, mas acredite: vale a pena insistir e continuar lendo, pois muitas coisas boas se encontram nessas páginas.
A primeira coisa que me chamou atenção foi a questão da miscigenação das raças e o preconceito que existe mesmo em uma sociedade que convive há muito tempo no mesmo lugar, algo que certamente pode ser transportado para a nossa realidade, um tema muito atual.
Outra coisa que me encantou foi a mistura de magia e arte, algo que deu um colorido a mais ao mundo criado pela autora, sem dúvidas faz a obra se destacar em meio a muitas outras.
Mais um ponto que vale a pena destacar é a forma como no ápice da história cada personagem teve sua importância na resolução do problema, não deixando tudo no encargo de um único herói.
Apesar de ter o foco em um casal principal, não me incomodei com a dosagem de romance, principalmente porque a personagem principal não se torna dependente de seu parceiro. Há toda uma diferença de idade, cultura e personalidade entre os dois, algo que enriquece sua interação (e que pode chocar leitores que não estejam atentos a detalhes e não percebam a passagem do tempo, mas é só uma questão de entender o que foi proposto).
Como é um romance relativamente curto, não me arrisco a dizer que cheguei a me apegar a algum dos personagens, mas já admiro a personalidade de muitos deles. A Anna, como protagonista, mostrou ter seus defeitos e momentos de fraqueza nos lugares certos, o que também é muito positivo.
Claro que recomendo o livro a todos que curtem uma boa fantasia épica, principalmente àqueles que estejam procurando algo que fuja do "mais do mesmo". Já estou curiosa para saber o que vem a seguir, com certeza continuarei a acompanhar a série.

site: http://www.docesonhoalado.com/2017/08/livros-contos-fantasia-ana-lucia-merege.html
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Taverneiro 11/04/2017

Ótima Fantasia Nacional ^^
...
Esse livro de fantasia se passa no mundo de Athelgard e é o primeiro de uma trilogia que inclui A Ilha dos Ossos e A Fonte Âmbar. Trilogia por serem os mesmos personagens, porque todo o arco de história que nasce aqui nesse livro termina aqui mesmo, fazendo ser bem autossuficiente.

O Castelo das águias é uma escola de magia encontrada nas terras férteis de Athelgard. Uma terra fantástica de elfos e homens. Nós acompanhamos aqui Anna de Bryke, uma moça nascida longe das cidades grandes e que foi chamada para ser a nova Mestre de Sagas do castelo. Ela é jovem para essa posição, e tem que se acostumar com essa nova responsabilidade e com o modo de vida da “cidade grande”.

O castelo tem esse nome por um motivo, eles treinam águias aprimoradas magicamente para a batalha, e essas águias precisam da agua de uma fonte que só existe nos arredores do castelo, e a mestra Anna acaba caindo no meio de uma trama política liderada pelo mago elfo Hillias, que deseja transportar essas águias para outras cidades, mesmo elas não aguentando muito tempo longe da fonte. Por meio de experiências cruéis com as aves ele deseja leva-las para toda a Athelgard.

O Mestre das Águias Kieran é o principal ponto opositor dessa ideia. Com o apoio do castelo, mas vai ser necessário mais do que a bravura de Kieran para impedir que esses animais sejam maltratados, e a mestra Anna com sua sensibilidade vai ter uma importância vital nesse empasse.

O livro é bem curtinho se comparado a qualquer outra fantasia medieval de atualmente, e tem muita coisa legal nessas quase duzentas páginas.

O primeiro ponto que destacou a obra para mim foi o tratamento dado aos personagens. A protagonista é explorada emocionalmente, e acaba sendo fácil criar um laço com a personagem e pelo que ela está passando. A temática de escola de magia não é novidade, mas a autora sabe usar isso de uma maneira mais sutil, não é tão presente na trama esse detalhe, e, além disso, a protagonista tem o ponto de vista de uma professora, e não um aluno, o que deixa tudo bem interessante.

Combinado com isso vem o fato de ser uma escrita muito mais “sóbria”, sem exageros de enredo ou traços muito destoantes na história. É uma leitura mais sublime, para ser lido como um passeio enquanto se ouve o barulho de ondas e sente o vento da maresia no rosto (gostaram da minha analogia? 😄 ). Esse não é o tipo de leitura que eu procuro ativamente e eu já estava imaginando que iria odiar antes de começar, mas de repente eu me vi empolgado com os grandes momentos da história (até mesmo os de romance, por mais incrível que pareça 😄 ). A autora me amarrou aos seus personagens e qualquer coisa que abalassem eles ia me atingir também, o que é ótimo.

O livro tem seus momentos de combate e tensão bem pontuais. Eu achei o suficiente, mas alguém com maior desejo de ação pode ficar um pouco decepcionado. O prologo revelando o que ia dar errado na trama espalhou o tom de tensão por todo o livro, isso foi uma escolha muito acertada da autora.

E o sistema de magia dela é muito, muito legal, com suas divisões entre magia de forma, magia de pensamento, e principalmente a base de toda a magia, que é o conhecimento de sagas! Eu adorei essa associação com livros e grandes histórias como sendo a base da magia, e o “mago” é o conhecedor dessas histórias. Isso toca qualquer leitor ou escritor e é um dos pensamentos desse livro que eu vou levar para a vida. ^^

“Você tem que entender as bases da Magia, não para pratica-la, mas para explicar aos seus alunos que as sagas contêm mais do que apenas uma trama bem elaborada.”

“Descobrir as histórias de vidas daqueles jovens. Fazer com que as contassem, as representassem, as enlaçassem a outras historias que existiam no mundo. Só assim poderiam viver segundo o lema da escola. Pela Arte e pela Magia!”

Obviamente o livro não é perfeito. Os personagens secundários são quase um monte de nomes sem proposito. Eu li o conto dos mares gelados, onde um dos coadjuvantes aqui é o protagonista lá e, se o background de metade dos nomes citados nesse livro foi trabalhado como o desse homem, já seria um grande trabalho de criação de mundo, mas não é isso que eu senti enquanto lia o livro. A maior parte deles eu nem consigo lembrar.

E outro ponto que me deixou meio para baixo foi a falta de participação da protagonista na cena final. É uma cena incrível, mas é outra pessoa que tem o foco lá, e eu queria que a Anna fizesse mais coisas. Mas isso é só uma questão pessoal mesmo, a cena é muito boa.

Conhecer Anna de Bryke, a Mestre de Sagas e Filha dos Lobos, foi um privilégio. Ana Lucia Merege criou um ótimo mundo aqui, e conseguiu me deixar com vontade de continuar acompanhando esses personagens em mais aventuras.

Livro muito recomendado, e se você quiser ver outros trabalhos da autora, tem também uma pequena resenha de um conto por aqui mesmo, e ela tem diversos textos menores pra quem não quiser ler um livro inteiro, vocês podem conferir mais no blog ou na pagina do facebook do livro, vocês não vão se arrepender. ^^

“O fogo me revelou que a Magia e a Ciência não bastam. Precisamos da Imaginação. E quem melhor para isso do que a nossa Mestre de Sagas?”

site: https://tavernablog.com/2017/03/19/o-castelo-das-aguias-de-ana-lucia-merege-resenha/
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Dear Book 09/04/2017

Escola de magia criada por uma brasileira
[Resenha com corte de trechos ilustrativos e imagens; confira no link no blog]
Por Eliel: Anna de Bryke é uma jovem apaixonada por histórias, conhece muitas delas, seja por estar sempre lendo ou ouvindo de seu povo. Sempre trocando cartas com Mestre Camdell logo ela recebe o convite a se juntar ao corpo docente da escola de magia como Mestre das Sagas no Castelo das Águias.  Lá os aprendizes aprendem sobre magia e arte, uma escola única nas Terras Férteis. Longe de sua tribo Anna terá que se adaptar à vida em uma cidade grande.

Com a ajuda do mestre das águias Kieran de Scyllix e do seu conhecimentos das sagas, Anna luta para manter a salvo as águias de magos que gostariam de usá-las contra Althergard. As águias desse lado das Terras Férteis são muito especiais, elas têm acesso à uma fonte de águas mágicas que as transformam (com a ajuda do mestre) em águias guerreiras que são usadas em momentos de conflito. O grande impasse desse livro é que há um grupo que deseja reproduzir essas águias em massa para proteger Althergard mesmo em dias de paz. Anna, Kieran e outros não concordam com esse uso abusivo desses animais como armas. Juntos enfrentarão muitas dificuldades para proteger as águias e os alunos da escola.

Personagens bem construídos e narrativa bem amarrada,leitura clara e fluída. Fiquei surpreso com a qualidade da escrita de Ana Lúcia Merege, ela tem um talento nato para a literatura fantástica. Esse é o primeiro livro que leio dela e com certeza já quero ler a continuação dessa saga.

O próximo livro é A Ilha dos Ossos, esse terá como foco o misterioso Mestre Kieran. Ao chegar ao final de O Castelo das Águias não pense que acabou. Ainda teremos muito mais, foi um prazer descobrir Ana Lúcia Merege, quero ler mais e você também vai querer.
P.s.: Fãs de Harry Potter, podem ler e se tornarem fãs dessa escola de magia criada por uma brasileira. Vale a pena.

site: http://www.dear-book.net/2016/06/resenha-o-castelo-das-aguias-athelgard.html
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Marcos Antonio 05/04/2017

O castelos das àguias
Livro conta a história de Anna moça de avós Elfos Brilhantes e com descendência humana que e vivia na vila dos Elfos no clãs dos Lobos e professora de Sagas ( História de heróis) que foi convidada para dar aulas em uma escola de magia, lá conheceu as águias que era usada na guerra e o enredo do livro é esse. Ana se apaixona por um dos magos da escola responsável pelas águias. O que eu achei falho foi a autora modificar a aparência Élficas, a meu ver todos deveria se manter no Padrão dos Elfos de TOLKIEN.
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Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 09/08/2016

Multiculturalismo, identidade étnica e defesa da natureza em um cenário de fantasia e magia.
Mais do que uma simples narrativa do gênero fantasia, O Castelo das Águias, livro da autora brasileira Ana Lúcia Merege, traz em seu bojo uma multiplicidade de temas, alguns de forma não muito explícita, mas que vão além da costumeira atmosfera que encontramos nos livros do gênero. São discussões que podem chamar a atenção daqueles leitores mais antenados com questões como cultura, identidade, docência e ambientalismo, mas que vão se mostrando subjetivamente presentes na narrativa, permeando a construção da personalidade e da identidade de suas personagens.

Quem lê o livro de Ana Lúcia de imediato percebe algumas de suas referências, sobretudo, o universo de Harry Potter e alguns poucos elementos de O Senhor dos Anéis. Não sei se a autora deliberadamente se inspirou nestes livros, mas em alguns pontos as histórias se aproximam, sobretudo na ideia de uma escola de magia e seu singular séquito de professores, presente na série da britânica J. K. Rowling, e as criaturas mágicas representadas pelos elfos, cuja presença é marcante no livro de J. R. R. Tolkien.

Porém, a autora com criatividade soube demonstrar sua originalidade ao se concentrar em um dos mestres da escola, indo em sentido contrário ao que vemos em Harry Potter, cuja história se encontra centrada nas experiências e aventuras de um grupo de estudantes da escola de magia idealizada por Rowling. Mas a originalidade do livro não para por ir e a criatividade da autora desponta, sobretudo, ao criar um universo de convivência íntima e amistosa entre criaturas mágicas e humanos – muito perceptível na sociedade multicultural que é formada na cidade de Vrindavahn – e ao criar uma personagem com referências étnicas tão fortes como as existentes em Anna.

Quem pensa, logo ao iniciar o livro, que a história será uma reprodução de tudo que já foi visto nos livros citados descobre o engano ao conhecer mais profundamente as personagens e a bagagem por elas trazidas.

Confiram nossa resenha completa.

site: http://conhecertudoemais.blogspot.com/2016/08/o-castelo-das-aguias-ana-lucia-merege.html
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Monique 06/07/2016

Resenha - O Castelo das Águias (Athelgard #1)
O Castelo das Águias é um livro de fantasia, onde podemos conhecer personagens cativantes, bem estruturados e misteriosos. Cada um com sua história e personalidade diferentes.
A autora conseguiu criar um universo mágico onde elfos e humanos convivem juntos em aldeias e cidades.
O que falar da Escola de Magia ? Eu diria que é uma Hogwarts diferente, pois além de haver magos, há também humanos e elfos (e descendentes de elfos) estudando e lecionando na escola. Além de que durante a história, vemos a narração nos mostrando o lado dos professores, principalmente o de Anna, a personagem principal.
Falando nela, eu adorei a personagem! Inteligente, decidida e forte!
Anna foi criada pela avó em uma aldeia de elfos, onde existem várias Casas, a sua é a dos Lobos (podemos nos lembrar de Game Of Thrones, talvez). Ela foi convidada pelo Mestre Camdell (o Mentor da Escola) para ser a Mestra das Sagas e lecionar na escola.
O livro é todo narrado pela Anna, o que nos deixa mais íntimos da personagem.

"- Não sou princesa nenhuma! - repliquei, esquivando-me ao toque grosseiro. - Nem dançarina, aliás. Sou Anna de Bryke, mestra de sagas... e professora da Escola de Artes Mágicas."

As cenas de ação são descritas com simplicidade o que facilita na compreensão e imaginação, além de nos deixar aflitos para saber o que vai acontecer em seguida.
Não tem muita enrolação na narração, tudo é descrito de forma simples e madura.

Acho que podemos comentar sobre o romance entre Anna e o seu prometido (não irei dizer o nome, para não dar spoiler).
Logo quando Anna chega no castelo, já podemos perceber por quem ela se sente atraída e logo ficamos pensando se o sentimento é recíproco.
Aqui o romance não é algo clichê que podemos ver na maioria dos livros de fantasia. É algo mais leve, mais "fofo".

"- Eu, escrever ? Você é a mestra das sagas - lembrou meu prometido. - É você que vai contar a nossa história um dia."

Queria comentar que a mitologia criada pela autora me fez lembrar da Mitologia Nórdica. Não sei se a referência é de fato, mas me fez lembrar dos Deuses Asgardianos!

Enfim, posso dizer que amei a história e que com certeza irei ler os outros livros da série!
Me apaixonei pelo universo criado pela autora e pelos personagens principais.

Minha nota: 5/5

site: http://invernode1996.blogspot.com.br/
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Carol 06/06/2016

Encantador!
O livro nos conta a história de Anna de Bryke ao aceitar dar aulas e se tornar a nova Mestra das Sagas da Escola de Magia. Com narração em primeira pessoa, vamos conhecendo junto com Anna todas as maravilhas fantásticas que a escola e a cidade de Vrindavahn tem.

“Vista de cima, Vrindavahn tinha um aspecto acolhedor. As construções imponentes, ornadas de colunas, que davam tanta fama às cidades grandes, não faziam a menor falta naquelas ruas estreitas, calçadas por seixos redondos, onde se alinhavam as casinhas de madeira e tijolos.”

Nessa escola, conhecida como Castelo das Águias, também somos apresentados à Kieran, o Mestre das Águias. Com o decorrer do livro vamos entendendo o quão importantes as águias são e as razões para que hajam tantas pessoas pessoas interessadas em ter total controle delas. Nem sempre a pessoa interessada vai estar do bem… e é aí que as coisas começam a desenrolar na hostória.

A Ana Lúcia criou em O Castelo das Águias um universo muito belo e encantador, cheio de magia e histórias fantásticas, além claro, daquele toque romântico.

Do que posso falar da edição visto que só tive contato com o livro digital: não percebi erros de revisão, a diagramação, os detalhes no livro ficaram muito bons e a capa reflete muito bem o contexto da história.

Não quero falar muito mais para não dar spoilers.

Fico aqui curiosa para ler logo a continuação.

site: http://livroseversos.com/resenha-o-castelo-das-aguias-ana-lucia-merege/
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sentilivros 02/06/2016

resenha de O Castelo das Águias
"E o nome e as palavras... eram mais que Magia do Pensamento, não é?"
Recebi o livro em e-book através de uma parceria com a editora Draco. Havia alguns títulos para escolha, mas quando vi O Castelo das Águias não tive dúvidas e não me arrependi. Amei o livro. Já conheci a escrita da Ana e como sempre ela nos envolve totalmente em sua história.
Aqui vamos conhecer Ana e ouros mestres da Escola de magia Castelo das Águias.
Quando falamos em magia lembramos quase que imediatamente de Harry Potter. Porém, aqui estamos mais intimos aos mestres e as relações com a sociedade no geral. Não apenas as rotinas da escola. Também ative um deja vu com Tolkien, talvez pela questão da águias mesmo e as relações entre os seres. Pois em Athelgard temos elfos, meiohumanos e humanos se relacionando. Em alguns lugares até pacificamente e em outros nem tanto. Mas, ainda assim há aqueles que acreditam-se superiores devido sua raça.
"Bom, mesmo nesses números eu percebi que estávamos lidando com magia - respondi, um pouco envergonhada. - Não era a da Forma e a do Pensamento, não ainda, mas era a do ser, a do fazer, a do acreditar. É aquele tipo de magia presente, e necessário, na vida de todas as pessoas"
O livro começa cem um momento crucial para a história e se desenrola como uma lembrança até chegar na parte citada. Vemos como uma jovem, digamos recém formada,vai crescendo como personagem e na história. descobrimos alguns segredos, romance, brigas e amizade.
Eu li o livro em um dia. A leitura rápida e prazerosa nos proporciona bons momentos e algumas reflexões.
Eu amei e super indico!
"Descobrir as histórias de vida daqueles jovens. Fazer com que as contassem, as representassem, as enlaçassem a outras histórias que existiam no mundo. Só assim poderiam viver segundo o lema da Escola. Pela Arte e pela Magia!"

site: http://sentimentonoslivros.blogspot.com.br/2016/06/o-castelo-das-aguias-ana-lucia-merege.html
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Kimm_2k 31/05/2016

Leitura agradável e envolvente
O Castelo das Águias, apesar de ser um livro com poucas páginas, contém um história envolvente, onde somos levados a conhecer um mundo diferente, no qual, habitam humanos, elfos e outros seres mágicos.

O livro trás uma narrativa em primeira pessoa, onde acompanhamos a Anna, que é uma humana que viveu toda a sua vida em uma vila de elfos, mas que acabou de se mudar para a cidade, para se tornar a nova Mestra de Sagas na Escola de Magia.

Para ela tudo é novo e diferente, tudo é fascinante e ela está animada para viver essa novidade e dar o seu melhor, ensinando aos seus novos alunos um pouco de seus conhecimentos.

No começo da história somos apresentados ao castelo de Vrindavahn, aos personagens e a história, e conforme a mesma vai caminhando, vamos entendendo como funciona o novo local de trabalho da Anna, bem como, qual o conflito entre as pessoas da Escola de Magia e os mestres da cidade de Scyllix.

O conflito em questão se baseia, na disputa pelas águias, criaturas mágicas, residentes no castelo e que tem a habilidade de serem transformadas em águias guerreiras, que podem ser utilizadas para lutar junto aos Mestres das Águias.

De um lado da disputa está a Escola de Magia de Vrindavahn, que defende que as águias devem continuar vivendo onde estão, pois, isso é o melhor para elas. E do outro lado está os mestres de Scyllix, que veem as águias apenas como armas e não se importam com o bem estar delas.

Essa disputa acarretará várias discussões, conflitos e perigos, mas ainda sim, no meio de tudo isso, há espaço para surgir um romance, um amor entre duas pessoas muito diferentes, contudo, que não deixa de ser verdadeiro e forte.

O livro possui ação, aventura e um romance daqueles que aquecem o coração. Não é daqueles romances de te fazer chorar ou se revoltar, mas é algo doce e singelo, algo agradável de acompanhar o desenvolver.

Em resumo, o livro é uma ótima leitura, a qual recomendo que leiam. Ela não é uma leitura que irá marcá-los, mas é uma boa história para passar o tempo e viajar em um novo universo.

site: http://www.abobrinhacomchocolate.com.br/2016/05/resenha-o-castelo-das-aguias.html
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joanice.oliveir 25/05/2016

[Resenha] O Castelo das Águias - Ana Lúcia Merege
Olá, Leitores!

Estou aqui para falar do Livro O Castelo das Águias é o primeiro volume da série da Autora Ana Lucia Merece, um romance com selo de qualidade da Literatura Brasileira, publicado pela Editora Draco, meus sentimentos ficaram à flor da pele em cada página lida desta linda obra.

Começa a saga da jovem Anna de Bruyke, ao qual logo me identifiquei de cara, pois é uma personagem forte que não teme os obstáculos que são colocados à sua frente, ela simplesmente seguir em frente.

A sua jornada começa nas Terras Férteis onde se localizada à vila chamada Athelgard, é uma cidade que habitada três tipos de povos: homens, semi-humanos e elfos, aonde foi travado uma guerra entre eles que deixaram muitas marcas e feridas profundas.

"Não deveria. Você pensou mesmo que eu deixaria a sorte das águias em suas mãos? Ou de qualquer outro que não houvesse sido iniciado por mim?"

Na mesma região, se encontra a Escola de Magia de Vrindavahn, também conhecida como O castelo das Águias, onde Anna vai ser tornar A Mestres das Sagas (professora de História), a narração é feita em 1 pessoa, podemos perceber os medos e inseguranças que envolvem a vida da personagem.

Imaginem um Castelo lindo e grandioso, com homens e elfos convivendo nos mesmo lugar, mas era uma aparência externa, quando Anna conheceu o Mestre Camdell, e além é claro do jovem Kieran, o Mestre de Magia da Forma e do Pensamento, que logo iria se apaixona por aquele que descobriu ter sido um antigo Mestre das Águias, da cidade de Scyllix (vocês saberá só desfrutando da leitura!)

"Sei que foi por você que eu sempre procurei a vida toda. E sei o que você sente por mim. Então, por que esperar?"

Ah, confesso que o romance entre Anna e Kieren é muito lindo e vocês vão se apaixonam com eu!!

Foi quando percebeu que havia um grande segredo que girar em torno das Águias, qual dá o nome do Castelo. Isso consiste em o enredo do livro, a Autora conseguir desenvolve muito bem uma história de romance, ação, fantasia e um pouco de drama.

" Nosso momento tinha chegado."

Outro ponto muito interessante abordado pela autora foi sobre o casamento, amor e o papel da mulher em uma sociedade machista, tudo pelo fato de ser uma mulher, e podemos até pensar que Anna abaixar a sua cabeça, mas ela se impõe e mostra seu talento e potencial que todos nós temos é muito bem colocando na trama.

Enfim, eu mergulhei na Terra de Athelgard, aprendi alguns feitiços e encantamentos mágicos, me senti uma Mestre das Sagas e terminei essa leitura fascinante e maravilhosa em apenas 3 horas e fiquei mais feliz por ter a continuação da série do Livro chamando “A Ilha dos Ossos”.

Então, meus queridos leitores, estar mais do que Recomendado à leitura do Livro O castelo das Águias e vamos embarcar nessa viagem fantástica!

site: http://poesiaqueencantavida.blogspot.com.br/2016/05/resenha-o-castelo-das-aguias-ana-lucia.html
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Bruno1041 24/05/2016

[Resenha] O Castelo das Águias
Em O Castelo das Águias acompanhamos a trajetória da protagonista Anna de Bryke como nova Mestre de Sagas na Escola de Artes Mágicas de Vrindavahn. No decorrer dos capítulos vemos a adaptação dela a nova rotina de vida e claro que ela não poderia estar mais segura do que tendo como protetores do Castelo das Águias justamente águias. Isso mesmo, o castelo da escola é guarnecido por esses voadores, mas eles são especiais. Ali perto existe uma fonte que ao beberem dela os transformam em águias guerreiras.
Kieran de Scyllix é o guardião delas, é ele quem as protege e sabe todos os trâmites para a transformação ocorrer de forma correta, mas essas águias não só protegem o Castelo não, elas são usadas - quando solicitadas - como armas de batalha pelo Conselho de Guerra das Terras Férteis. A trama do livro é a do Conselho almejar realocar as águias de Vindravahn para Scyllix onde a reprodução seria em quantidade abundante mesmo em tempos de paz. Não basta somente algumas águias como aliadas.
Nossa protagonista, Anna, não partilha do pensamento de que águias deveriam ser usadas como armas militares e logo fica claro que em quanto puder rechaçar o desejo do Conselho ela irá dialogar para as águias permanecerem em Vindravahn.
A autora criou Athelgard com uma riqueza de detalhes que não é difícil desejar querer morar em algum cantinho desse espaço.
Tudo foi criado com bastante cuidado, não havendo furos no enredo e cenário.
O cotidiano no Castelo das Águias me lembrou bastante a Harry Potter, não sei se a autora tem como referência o mundo criado pela Rowling mas que eu senti um ar de Hogwarts no castelo isso eu senti. kkk
Os personagens são muito bem construídos e isso me facilitou a minha permanência na leitura, mas não senti apego suficiente para admirar algum deles.
Gostei bastante da divisão dos alunos no castelo, saber o que cada Círculo estuda me interessou. Outro detalhe também foi a menção dos deuses que existem. Sim, no mundo de Athelgard existe o politeísmo e isso me fascinou bastante ao ponto de ainda não ter escolhido um deus deles para admirar.
Como toda obra não é perfeita alguns pontos negativos necessito mencionar. Um deles é o romance criado. Sim, eu não sou a favor de romance em enredos de fantasia, perde o ar de incerteza sobre tudo porque querendo ou não sabemos que em algum ponto da história o casal vai se lascar com um deles sendo usado como franqueza do outro fora que não curti muito não como o romance foi construído, achei a evolução dele muito rápida. O outro ponto negativo foi que localizado a ponto X da trama do livro não foi difícil adivinhar as reações futuras dos personagens malvados. Claro que eu não previ as reviravoltas que sucederam, mas por altos eu acertei o que pensei e isso não posso esconder.
O livro é escrito em primeira pessoa aos olhos da Anna. Isso foi algo bom, mas que ao meu ver deveria ter sido em terceira pessoa para ter uma visão mais rica do Castelo e da guerra que se sucedeu no passado em Athelgard.
Estou sem palavras para elogiar a editora Draco na arte da capa e pela edição! Gostei bastante da letra capitular no começo de cada capítulo, deu todo um ar medieval ao mundo onde Anna vive. As folhas são amareladas - meus olhos agradecem - e a fonte das letras é mediana. O único problema no livro é ter uma altura pequena, quase pocket. É prático para guardar mas ruim para ler rapidamente porque diminui o espaço dos parágrafos, tudo fica muito junto.
E o que eu mais gostei de toda a edição foi o mapa de Athelgard. SIM, dentro da obra tem um mapa!
Para os fãs de fantasia que buscam sentir um gostinho de algo que lembre HP, O Castelo das Águias é uma pedida nacional certeira. :D

site: http://www.refugioliterario.com.br/2016/05/resenha-o-castelo-das-aguias.html
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Victor Burgos 14/05/2016

Descubra Athelgard
Sejamos francos, a fantasia é um gênero que tende ao exagero. Às vezes parece que todo livro dessa estripe tem que lutar contra o impulso de transformar seus heróis em semi-deuses, seus vilões em horrores cósmicos, e espalhar sua narrativa pelos quatro cantos do multiverso. E mesmo as obras mais “realistas” tem uma inclinação a mostrar personagens extremos criar tramas politicas tão complexas e amplas que elas se tornam uma ameaça maior à suspensão da descrença do que qualquer mago ou monstro.

Todavia, a autora Ana Lucia Merege escolheu trilhar outro caminho.

“O Castelo das Águias” é um livro diferente. Bem, não “raça de cactos humanoides são o mais próximo que temos de anões enquanto mariposas-psicodélicas-gigantes-devoradoras-de-mentes ocupam o nicho de dragões em um mundo steampunk” diferente, mas… diferente, ainda sim. Ele é modesto.

A protagonista não é uma pessoa extraordinária para seu contexto, o destino do mundo não está em jogo, os vilões são definitivamente mundanos e, mais impressionante, a história se passa em uma única cidade. E do que o livro trata então, você pergunta?
Com uma linguagem ágil e agradável, “O Castelo das Águias” mostra a história clássica do “protagonista se adaptando a uma escola mágica” sob um ângulo incomum. Ao invés de seguir um jovem aprendiz de feiticeiro, aqui acompanhamos o de uma professora, e melhor ainda, uma professora de sagas —de literatura — se adaptando à rotina acadêmica.

Nos primeiros capítulos, vemos com Anna a chegada na escolha e seus vários docentes, e seu primeiro contato com os animais que dão nome ao castelo: às águias, que, graças aos poderes de uma fonte mágica próxima não só são especialmente majestosas e inteligentes, como podem também ser transformadas temporariamente criaturas de guerra pelos encantamentos apropriados, o que as torna alvo de cobiça por muitos olhos…

A partir daí a história se desdobra em duas linhas narrativas principais: o nascente romance de Anna pelo antigo mestre das águias, Kieran, e os debates políticos se as aves podem ou não ser transformadas permanentemente em animais de guerra.
Essa primeira linha flui bem, e o romance entre os dois é crível. O único problema dela, é que ela transcorre sem basicamente nenhuma posição genuína rumo a um final previsível. A maioria dos empecilhos à relação estavam só na cabeça da protagonista.

A segunda linha, focada nas lutas — metafóricas ou não — pelo destino das águias demora um pouco mais do que devia para engatar, mas responde pela maior parte da tensão do livro. Além disso, a discussão sobre se é valido arriscar a saúde de animais em prol de interesses humanos é bastante interessante, o que só torna mais lastimável o fato de que em terminando momento “O Castelo das Águias” abandona qualquer pretensão de ambiguidade moral e transforma um dos lados do conflito em vilões descarados. Além disso, teria sido interessante ver um personagem que desse um passo além dos protagonistas e lutasse para que as águias não fossem transformadas em momento algum.

Ambas as linhas interagem com o arco da protagonista de amadurecimento. Anna é uma personagem com qual a maioria dos leitores irá se identificar — afinal, assim como eles a mestra das sagas é uma recém-chegada em um mundo estranho e cheio de seres mais poderosos. Inclusive, esse é outro ponto em que o livro é extremamente corajoso: Anna não é uma figura excepcional em seu mundo, ou sequer entre seus companheiros. Sim, é uma mestra das sagas, sabe usar o arco, é uma boa rastreadora, conhece a diplomacia e sabe usar elas habilidade ao seu favor, mas para por aí. Ana Lucia Merege tem confiança suficiente na sua protagonista para narrar a história dela sem inflar as habilidades dela.

Todavia, é impossível não ficar com a impressão que a mestra das sagas é “pasteurizada” demais para a origem dela. Para alguém que cresceu em um ambiente tribal e se identifica com o deus Loki, Anna é muito dócil, sendo várias vezes mais ligada à etiqueta que os personagens urbanos — com destaque para os momentos em que ela desiste de perseguir o amor de Kieran pela mera insinuação de que talvez ele estivesse se relacionado com outra, e a hora que ela se abstém de atirar uma fecha em um inimigo apenas para não ferir “o orgulho” de um companheiro. Uma personagem mais ativa e alheia — intencionalmente ou não — às regras de comportamento teria gerado situações mais interessantes.

Confesso, todavia, que nenhum dos outros personagens mostrou o crescimento de Ana, e que para piorar o livro sofreu de um excesso de personagens que são nomeados no começo para só aparecer de relance na história.

A filosofia de humildade se reflete até no mundo onde a história se passa. Athelgard não está presa em uma luta eterna contra o senhor do escuro nº 586, não é consumida por guerras infindáveis, não possui cidades flutuantes localizadas dentro de furações e nem magos pirotécnicos conjurando bolas de fogo a torto e a direito. Até os animais fantásticos presentes na narrativa — as titulares águias — são mais razoáveis que o padrão. Como resultado, o mundo se torna mais crível. Confesso que teria sido interessante ver um pouquinho mais sobre a cultura das Terras Férteis, especialmente o porquê de divindades da mitologia serem cultuadas em um mundo à primeira vista independente da terra… Mas reconheço que isso fugiria ao ponto do livro.

“O castelo das águias” representa um passo na diversificação do cenário de fantasia local, e certamente será um balsamo para os que buscam um livro de fantasia mais leve sem ser no humor e pé no chão sem ser brutal, mas pode desapontar os que buscam uma trama mais complexa.

site: http://blogcinefilosreview.blogspot.com.br/
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Helena Eher 22/04/2016

Blog/ Canal Leitora na Holanda
O Castelo das Águias é um romance fantástico infanto-juvenil escrito pela autora brasileira Ana Lúcia Merege.

Num cenário onde há elfos e humanos, a história conta sobre Anna de Bryke que será a nova Mestre de Sagas da Escola de Magia de Athelgard. (Essa escola lembra bastante Hogwarts, por termos professores entendedores de assuntos ligados à magia).

Lá, Anna conhece Kieran, um professor bem rígido que cuida da águias, animais peculiares que têm o poder de se transformar em verdadeiras armas de guerra.

A história gira em torno de Anna e os desafios de sua nova profissão; do sentimento que começa a surgir entre ela e Kieran; e da necessidade de proteger as águias de pessoas poderosas que querem se apropriar delas.

Por ser um livro infanto-juvenil, a história se desenvolve com facilidade, é rápida e bem gostosa de ler. Gostei do enredo, mas senti falta de conhecer melhor esse mundo fantástico, achei que o romance, por exemplo, teve mais ênfase do que o universo em si Eu, particularmente, gostaria de saber mais sobre os elfos e sobre o que se passava na escola.

site: http://leitoranaholanda.com.br
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