neo 29/06/2015Eu já tinha ouvido falar sobre O Castelo das Águias bem antes de criar coragem pra começar a lê-lo. Na verdade, foi de tanto vê-lo por aí pela internet que fiquei interessada, já que à primeira vista a sinopse não chamou minha atenção muito não apesar dos elementos que geralmente me agradam (I mean, elfos e águias guerreiras >>>). E não me chamou a atenção justamente pelo motivo que, no fim das contas, me fez não gostar desse livro: o romance.
Sinto como se já tivesse escrito isso em resenhas umas mil vezes, mas é a verdade. O romance estraga histórias pra mim com uma frequência assustadora.
Mas enfim, voltemos a O Castelo das Águias.
A protagonista, Anna, me decepcionou um pouco. Não há nada de errado com ela, mas eu acho que ela poderia ter sido muito melhor. Quero dizer, ela morou a vida inteira em uma floresta, aparentemente é devota do deus considerado por muitos como o inimigo de todos (Loki) (sim, os deuses aqui têm nomes de deuses nórdicos, ou quase) e supostamente ela sabe usar o arco muito bem... Mas a gente nunca chega a ver isso mesmo, esse diferencial dela todo, sabe? E, falando do arco, quando parece que ela vai usá-lo para salvar o dia (já nos momentos finais do livro) ela hesita porque se ela acertar o vilão, o mocinho que está lutando com ele vai ficar com o orgulho ferido. I mean:
"Se o pusesse sob mira, ele seria obrigado a largar a espada - mas como ficaria, nesse caso, o orgulho de [mocinho]?"
Impedir um dos vilões (e assim talvez impedi-lo de matar o mocinho) ou se importar com o ego de um homem? #prioridades
Aliás, vale falar que a Anna chega no Castelo para ensinar as Sagas (meio que como professora de literatura, acho?), mas aí ela não sabe direito o que fazer e teria que pedir orientação para outra professora (o que acaba não acontecendo por n motivos). O que uma coisa meio... hein? É bem bizarro pensar que uma instituição tão prestigiada como o Castelo parece ser aceitaria uma professora sem checar se ela sabe como as coisas serão ou não (mas o conflito entre o modo como Anna queria ensinar e o modo suposto como certo foi bem interessante sim).
Foi o romance, porém, que me incomodou de verdade. Pra mim, ele acontece simplesmente do nada, se desenvolve do nada e culmina em um dos momentos românticos mais wtf que eu já li. Desde que eu li a sinopse pela primeira vez já fiquei meio ehhh com "poço de sentimentos confusos e turbulentos", já que livros que já indicam a presença de romance na sinopse são os que me decepcionam com mais frequência, mas fui adiante pelos elementos que me agradam citados lá em cima. Não deu certo. A plotline do romance é mega cliché e depende somente da falta de conversa dos dois pombinhos, ou seja, de mal entendidos bobos que o leitor sabe imediatamente não serem verdade, mas que a Anna continuou acreditando por um bom tempo. Um saco. [SPOILERS ADIANTE!] Quando eles se beijam pela PRIMEIRA vez, o Kieran vai lá e... pede ela em casamento. Porque ela é A Mulher, sabe, que ele esperou a vida inteira e blá blá blá. E a Anna... aceita.
A aquariana dentro de mim esperneou e gritou durante toda essa cena. Tipo, muito.
E o pior é que a Anna reconhece em alguns momentos que ela não conhece o Kieran de verdade (principalmente se tratando dos ataques de raiva dele lá). Então fica algo meio por quê? Por que fazer eles se casarem tão rápido? Quero dizer, lá pelo fim do livro eles já estavam debatendo nome de filho, gente, socorro.
Nope. [FIM DOS SPOILERS]
Mas tirando o romance e a cena do arco que me deixou irritada, o resto do livro é legal sim. A escrita da Merege é boa, bem fácil de ler, e rápida, e apesar da diferença entre elfos e humanos ser bem pouca (mais cultural/social mesmo), eu gostei do worldbuilding. Não saquei muito as formas de magia though, mas aí deve ser eu que sou lerda mesmo.
But os personagens eu achei bem fraquinhos no geral. Não ruins, mas não bons também. Meio mais ou menos mesmo.
Enfim, provavelmente não lerei o segundo volume (aparentemente o Kieran é o foco lá e #nope). 2.5 estrelas para O Castelo das Águias.
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