Paulo 29/04/2012
Este é um livro para ler, reler depois de um tempo, para refletirmos com mais maturidade, anotar passagens e repetir estas ações de tempos em tempos, considerando tanto a abrangência dos temas como do tempo em que os assuntos abordados continuarão sendo atuais.
Nos dois primeiro capítulos, ele já questiona a prepotência do homem e a importância dele na Terra perante as demais espécies que já existiam antes de ele aparecer e vão continuar se ele desaparecer, sem fazer falta alguma para elas.
Citações:
"O sucesso ou fracasso ecológico de uma espécie nada tem a ver com a importância que ela atribui a si mesma (os dinossauros que o digam)." (pág. 16)
"A evolução não cria mecanismos especiais para nenhuma espécie." (pág. 19)
"Mulheres e homens têm apenas 30 mil genes! A divulgação desse dado pelo Projeto Genoma foi um balde de água fria no orgulho do homem: imaginávamos que fossem pelo menos 100 mil. Se as moscas têm 13 mil genes, qualquer verme, 20 mil, um abacateiro, 25 mil, e os camundongos que caçamos nas ratoeiras têm 30 mil, 100 mil para nós parecia uma estimativa razoável. Afinal, não foi culpa nossa havermos sido criados à imagem e semelhança de Deus.
(...)
Admitir, no entanto, que nosso genoma é formado pelo mesmo número de genes e que somente trezentos genes são responsáveis pelas diferenças entre nós e eles, representa humilhação inaceitável.
(...)
(...) No 'ranking' evolutivo não existe primeira posição. A prova é que as bactérias foram os primeiros habitantes do planeta e não só ainda estão por aí como representam mais da metade da biomassa terrestre, isto é, se somarmos o peso de cada uma, obteremos mais da metade da massa de todos os demais seres vivos somados, incluindo árvores, epefantes e baleias. Não fizemos nenhuma falta à vida na Terra durante praticamente toda a existência dela, e se um dia formos extintos, nenhuma formig, cigarra ou besouro chorará a nossa ausência. A evolução continuará seu caminho inexorável de competição e seleção natural, como ensinaram Charles Darwin e Alfred Wallace." (pág. 23-24)
"O que intriga na evolução não é a proximidade genética entre as espécies, mas os genes responsáveis pelas diferenças." (pág. 25)
A frase acima foi dita para complementar a semelhança fisiológica nossa com os ratos (por isso eles são utilizados em laboratórios para entendimento da fisiologia humana) e a pouca diferença (5%) entre nós e os grandes primatas, que foi decisiva para povoarmos o planeta aos bilhões, o que jamais ocorreria com outra espécie.
Este livro é importante para refletirmos a importância da preservação do planeta para a vida global. Uma coisa que sempre enfatizo, quando este tipo de tema surge entre conversas, é o que o homem já deve ter eliminado de espécies (que nem sabia que existiam e nunca vai saber) com as inúmeras bombas (em guerras e/ou simplesmente em testes realizados na história da humanidade, tudo em função da prepotência do homem de poder mais) e que, se um dia tais espécies seriam cruciais para a preservação da vida na Terra, nunca saberemos, e ela poderá ser destruída.