Zona Morta

Zona Morta Stephen King
Stephen King
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Resenhas - Zona Morta


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Mateus 15/08/2010

Quando li meu primeiro livro do Stephen King, Carrie, fiquei fascinado com seu modo de escrever. Ele conduz a narrativa de um jeito ímpar, que nenhum outro autor consegue fazer igual. Muitas pessoas abandonam seus livros por achá-los sem sentido e estranhos, mas são exatamente essas duas características que levaram Stephen King a ser o maior gênio da literatura sobrenatural e o fizeram ser conhecido como "O Mestre do Terror".

Muitos autores começam suas carreiras com um livro totalmente inovador, levando a um grande sucesso literário. Mas depois de escritos outros livros, percebemos que o autor escreve todos do mesmo modo, sem variar as histórias e fazendo com que todos os livros sejam praticamente iguais. Depois de um tempo, isso acaba cansando. Já Stephen King não. Embora eu tenha lido mais de dez livros seus, todos continuam sendo sensacionais e diferentes entre si. Cada um tem uma característica que o faz se diferenciar e se destacar um do outro. Cada um é único e inédito ao seu modo, e nunca irei me cansar de ler seus livros.

Posso dizer que A Zona Morta é o mais incrível e sensacional livro deste célebre autor. A história é totalmente eletrizante, quando se começa a ler, as páginas o prendem do início ao fim. É difícil resistir a personagens tão carismáticos e quase reais. Um ponto totalmente inovador nesta obra de King é que, ao contrário da maioria de seus livros com personagens paranormais, o personagem principal é um telepata nacionalmente conhecido. Na maioria de seus outros livros, como Carrie, A Incendiária, O Apanhador de Sonhos, dentre diversos outros, os personagens com poderes sobrenaturais são sempre encobertados e não são conhecidos pelas pessoas.

O livro conta a história de Johnny Smith, um homem aparentemente normal, mas que de vez em quando tem marés de sorte e consegue adivinhar certas coisas. Quando sofre um acidente de carro, entra em coma e fica nesse estado por quase cinco anos. Ao acordar, uma parte do seu cérebro se mostra inativa, e Johnny a chama de Zona Morta. E após despertar do coma, um estranho dom também é despertado: ao encostar em alguma pessoa ou algum objeto, é capaz de dizer diversas coisas, como seu passado, presente ou futuro. E a partir disso, sua vida vai mudar drasticamente. Este será um dom ou uma maldição?

Conduzida genialmente, a história constantemente dá reviravoltas, saltos e desvios. O suspense e a ação são predominantes, e as coisas mudam o tempo todo. Meu coração subia à boca em quase todas as páginas, e me sentia com um frio na barriga constantemente. Como em todos os seus livros, Stephen King faz com que este não seja apenas mais um livrinho com um rótulo. Ele consegue misturar ação, aventura, humor e romance, tornando-o uma mescla assombrosa. Posso dizer sem a menos dúvida que A Zona Morta é um dos melhores livros do King, e um dos melhores que livros que li na vida. Se King já não fosse meu autor preferido há muito tempo, estaria se tornando agora após esse fenomenal livro.
Carlos 17/05/2013minha estante
nunca achei nenhum livro dele sem sentido...discordo nesse ponto, fora isso, achei uma grande resenha.


Mateus 17/05/2013minha estante
Também nunca achei sem sentido, mas já vi algumas pessoas associando a característica aos livros do King. Essas pessoas sim não fazem sentido, hehe.


17/06/2013minha estante
Querido Matheus,passeando no skoob, entrei numa página qualquer e o acaso me levou agora a ler sua resenha sobre "Zona Morta " de Stephen king.Li e adorei.Mais um livro pra minha lista.Parabéns!Ótima resenha, bjos!


Heloka 23/02/2015minha estante
Olá Mateus, comecei a ler King agora, e A Zona Morta foi meu segundo livro dele (o primeiro foi Sob a Redoma), achei sua resenha incrível, não poderia descrever melhor o que senti enquanto lia essa obra prima.... Confesso que esse livro mexeu comigo, eu lia com um misto de ansiedade e euforia que nunca experimentei ao ler alguma coisa... e também foi o único livro na minha vida, que eu chorei quando terminei de ler.. incrível, envolvente e perturbador.. King esta sem dúvidas no primeiro lugar dos meus autores favoritos...


Pri 13/09/2016minha estante
Amei sua resenha Mateus! Ainda estou "descobrindo" King. Li Carrie e me apaixonei. Com certeza esse vai para a minha lista de leitura. Abraço!


Malk 10/04/2020minha estante
Eu cometi um erro medonho quando li esse livro... Eu tinha acabado de ler o Iluminado. Então eu esperava algo que me prendesse muito, o que não aconteceu. Eu acho que o que faltou no livro foi um toque a mais de terror, um toque a mais de sobrenatural. Não digo que não seja um bom livro, apenas minhas expectativas que estavam altas demais.




Flah 30/01/2014

A Zona Morta - Stephen King
Já faz algum tempo que meu namorado vem me falando do Stephen King e de seus aclamados livros. Aliás, eu mesma muitas vezes me pego envergonhada por ainda não ter lido nenhum deles. Afinal, não é um estilo muito longe do que eu gosto. Portanto, em uma de minhas últimas viagens ao Rio, peguei emprestado com a minha avó – olha ela aqui de novo xD – “A Zona Morta”, uma das obras que ela já vinha me indicando a algum tempo. E, como normalmente eu faço com livros emprestados, coloquei-o no topo de minha lista de próximas leituras. O resultado foi algo que beira a paixão e ao ódio, mas... Vamos por partes. (:

A Zona Morta conta a história de um professor que sofre um trágico acidente de carro e acorda quatro anos e meio depois, quando todos já nem acreditavam mais em sua recuperação. Aliás, quando Johnny acorda sem nenhuma lesão aparente, a surpresa é geral e ele é submetido a diversos testes e tratamentos com os melhores médicos do país. Porém, o estrago maior aconteceu psicologicamente e não fisicamente, pois, ao acordar, Johnny vê a sua vida toda de cabeça para baixo: a garota que amava seguiu em frente, casou-se e teve um filho; sua mãe adoeceu e ficou mentalmente desequilibrada; sua carreira foi desfeita. Absolutamente nada restava de sua antiga vida. Aliás, tudo era novo demais, principalmente quando ele se descobre dotado de um dom – ou seria maldição – de prever coisas que vão acontecer, de achar objetos perdidos, ou rever memórias. De repente, Johnny se vê afundado em cartas e notícias de jornais sobre seu misterioso presente e, então, sua vida se torna de vez uma verdadeira bagunça.

O livro é, no mínimo, estranho. Quero dizer, não exatamente estranho no sentido pejorativo da coisa. A história é muito bem narrada. As descrições, as ações, os personagens... Tudo te faz ter uma noção exata daquilo que o narrador quer passar. Stephen consegue realmente criar o ambiente e dar vida a ele de forma que chega a ser deslumbrante. O único problema é que, para isso, ele enrola demais o livro. Veja bem, a versão que eu li (a de bolso) tem 610 páginas, a história propriamente dita – com o político, a visão apocalíptica e tudo o mais – começa à partir da 471. Sério, eu escrevi um post-it na página comentando isso. Você simplesmente passa o livro inteiro dando voltas e mais voltas antes que ele finalmente resolva que as páginas já se estenderam demais e esta na hora de concluir a história.

Veja bem, isso não é algo ruim. A enrolação é pertinente, já que, com ela, você vai lentamente evoluindo junto ao personagem, sentindo com ele tudo aquilo que o faz mudar e tomar as decisões que ele acaba tomando. O problema é que é enrolação demais. Tem muitas passagens completamente desnecessárias que servem pura e simplesmente para encher as páginas e fazer a obra parecer maior. Isso torna a leitura muito chata e, por vezes, confusa. Eu já tive uma experiência traumática com “A Hora das Bruxas”, chegar às desesperadoras 400 páginas do livro sem ter nem começado a história quase me fez abandonar a leitura.

Um ponto positivo para o autor é a boa estruturação de seus personagens. Todos têm personalidades bem feitas; mutáveis, mas não exageradas ou descuidadas. Há uma malícia intencional em todas as pequenas mudanças que ocorrem neles durante a história, algo cuja enrolação ajudou a tornar mais sutil, porém, notável. Não tive muitos afetos, mas também não tenho o que reclamar de nenhum deles. Exceto a mãe de Johnny, que eu juro que estava me dando nos nervos com a sua paranoia.

Em geral, o único defeito do livro foi perder o encanto de uma história bem bolada com páginas alongadas de enrolação. O final, apesar de um pouco previsível, causou arrepios e horas de meditação pós-leitura. Eu não o recomendaria para pessoas que preferem leituras rápidas e intensas. É, algo para ser lido quando se tem mais tempo e paciência, mas que não deve ser desprezado por se tratar de um livro mais lento.
Vitão 23/12/2014minha estante
Se você achou que este livro tem enrolação, então se prepare quando form ler outros livros deSK, pois este eu considero um dos livros mais diretos dele, ou seja, onde ele menos enrola rs! E olha que eu já lí 15 livros do SK, digo com propriedade rs!


Alisson.Santana 21/05/2015minha estante
Como o vitão disse, o SK gosta de explicar as coisas nos miiiiinimos detalhes. rsss A propósito. Por que a pressa? :)


Andreza 27/12/2017minha estante
Também achei que o autor enrolou demais até chegar no foco do livro, que demorou tanto a chegar que me deu a sensação de um final meio que às pressas.


Flah 27/12/2017minha estante
Uma história muito boa, mas que infelizmente cansa bastante o leitor =(
Eu sinto que o Stephen King faz muito disso, e ler o seu livro "Sobre a Escrita" me fez entender porque eu sempre penso isso dos livros dele xD


Andreza 28/12/2017minha estante
Geralmente eu leio os livros dele bem rápido porque me apego a algo da história e fico querendo saber o que vai acontecer nas próximas páginas, mas demorei pra ler esse, porque fiquei bem cansada e entediada, só queria mesmo que acabasse! Haha Ainda bem que o final compensou.
Ah, quero muito ler Sobre a escrita, falam muito bem dele.




Mila Araujo 14/03/2024

Adorei!!
Gente, eu que sou iniciante no universo King, tive a impressão que esse foi um dos livros que achei o final mais satisfatório!! Kkkk aahh eu gosto de um final, final!! Rsrs
A leitura achei fluida, bem montada, um trecho ou outro mais monótono, mas gostei demais! A construção, desenvolvimento, personagens, tudo!!
Fabio 15/03/2024minha estante
Aeeeee ?????????


Fabio 15/03/2024minha estante
Que venham muitos mais do King, MIla!
Só toma um pouco de cuidado com a ordem de leitura, para não levar spoilers, que estão quase todas as obras do King kkkk


Mila Araujo 15/03/2024minha estante
Fabinho!! Ainda não tô passando pano pra ele não!! Kkkk (não me mataaa!! Kkk) mas tenho gostado bastante de alguns!! O Dança, esse!
Estou lendo na ordem de lançamento nas LCs da Lari! ?
Gratidão pela dica e preocupação amore! ?
Alguns que não tenho afinidade, pulo! Rsrs
Mas tem sido muito bom conhecer a obra dele! ?


Fabio 15/03/2024minha estante
Que isso Mila, não precisa agradecer, minha querida!???
Espero que leia muitos dele (King)... para termos muito o que debater!!!
Obs. Ler em ordem cronológica é bem mais seguro kkkkk




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Tatha_literaria 03/02/2022minha estante
Ai to loka pra ler esse!


Talita.Chahine @cutucandoahistoria 03/02/2022minha estante
é muito bom, quando tiver oportunidade pega pra ler !


Tatha_literaria 03/02/2022minha estante
Ja ate coloquei na meta pra n esquecer kkk, tomara eu gostar tbm!




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Claudia.Correia 28/06/2021minha estante
Nunca li nada dele, mas o Zé gosta e tem alguns.


Karine 29/06/2021minha estante
Não sei se é teu estilo, mas eu gostei desse... O primeiro não foi muito meu estilo, era muito sangrento :/


Claudia.Correia 04/07/2021minha estante
Ele está lendo um, disse que precisou dar um tempo kkj




gabriel 23/03/2022

Uma introdução
Há muito tempo queria ler alguma obra dele e resolvi começar por essa que deu origem ao seriado homônimo. Alguns dizem ser parado, não achei... Só não é nada que arrepia, não tem o terror que deixou o King tão famoso, é mais umas pitadas de sobrenatural. Gostei bastante.
jonathanrausch 23/03/2022minha estante
A maior parte dos livros de King não são terror terror, são um horror momentâneo que se encaixa bem no trama. Um livro que recomendo muito para sentir isso bastante na pele é O Cemitério (também encontrará como O Cemitério Maldito); é uma das minhas obras preferidas dele, junto desse que você leu e 'Salem


jonathanrausch 23/03/2022minha estante
Lá para os décimos livros do autor verá ele falando que não é um escritor de terror, mas que utiliza esses elementos para dar forma aos seus personagens e tocar nas pessoas


gabriel 23/03/2022minha estante
Legal. Tô catando mais livros dele.




isa :) 19/07/2021

Um dos melhores clássicos do King que eu já li!
A Zona Morta tem uma premissa muito interessante. Gosto da ideia e do desenvolvimento, foi um livro que eu peguei para ler e nem percebi as páginas passando, juro por Deus! A história é tão atraente, gostosa e os personagens, principalmente o Johnny, são tão cativantes, que A Zona Morta simplesmente me levou e tomou inteira. Não achei uma obra cansativa e, apesar de ser um livro de quase 500 páginas, achei uma história completa, mas bem corrida.

Eu gosto muito como o sobrenatural se encaixa aqui e só tenho a dizer que A Zona Morta vale a pena! É um dos clássicos do mestre que, na minha opinião, merece muito reconhecimento. Se você gosta do King assim quanto eu gosto, pode comprar essa belezura sem dó! Ela vai te entreter do começo ao fim e vai ficar linda na sua estante! :)
Nashi 28/07/2021minha estante
AAAA eu já tava com vontade de ler, agora entaoooo


isa :) 28/07/2021minha estante
Ele é MUITO bom! Pode ler sem medo!




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Andrea 25/02/2020minha estante
Ando pensando muito nesse livro ultimamente. Não gostei quando li, mas quero muito reler porque li outros do King que fazem referência a essa história e eu sinto que perdi um pouco da magia quando li na época por não saber muito...


Gilvania4 25/02/2020minha estante
Às vezes, devido aos outros, relendo você consiga ver com outros olhos, mas eu sinceramente não pretendo reler não, este livro não me empolgou.




@Umpouquinhodemim 12/10/2022

Zona morta
Foi o meu 1º contato com a escrita de SK e confesso que gostei, porém eu acho que por falta de conhecimento mesmo, achei o começo meio lento por ser muito detalhado, daí depois de umas 50 páginas o livro entra em uma fase de frenesi e fica impossível parar de ler e assim até quase nos momentos finais, o final não foi bem o que imaginei, mas infelizmente não teria como ser de outra maneira. Mas no total é um bom livro, se vou ler outros livros dele, provavelmente.
Juliana Raasch 14/10/2022minha estante
Eu como leitura assídua do King, acho que realmente não é o melhor livro pra entrar no universo dele. Tenta ler livros como o cemitério, o iluminado e até mesmo Salem. Servem como boas portas de entrada!


@Umpouquinhodemim 14/10/2022minha estante
Obrigada Ju pelas dicas.




hanny.saraiva 07/04/2017

Pode o fim de um livro estragar toda a jornada?
Tinha tudo para levar 5 estrelas, mas o final foi tão decepcionante que de 4 foi para 3.
Mesma sensação que tive com o season finale de Dexter.
Bernardo 07/04/2017minha estante
Oo mesma sensação de Dexter? Agora fiquei com medo. Final de dexter foi a coisa mais cagada do mundo


hanny.saraiva 07/04/2017minha estante
Será que exagerei? rs Mas fiquei bem desapontada...




Alisson Augusto 02/12/2016

Na página 348 na edição em que li, o narrador diz que o embate entre o protagonista e antagonista deverá acontecer em breve, pois Johnny Smith está sem tempo. E partir deste ponto eu acho que quem ficou sem tempo foi o Sr. King.
A história é ótima! Muito instigante e envolvente, te faz querer ler mais e descobrir o que está para vir. O dom de Johnny é bem explorado e tem um papel fundamental em quatro momentos chaves da história. Contudo, no último deles, o embate de fato com "vilão", é tão atropelado em si mesmo que King perdeu a oportunidade de fechar esse livro com chave de ouro.
Pelo menos foi essa a minha impressão: King escreveu a história no seu ritmo costumeiro, mais quando estava próximo ao clímax, tudo começou a correr e perder um pouco o foco. Não que o final seja ruim, só necessitava de mais umas 30 páginas para ser bem explorado - algo fácil para um escritor tão produtivo.
Quem já leu, pode rebater o argumento de que x situação estava transcorrendo naquele momento com o personagem principal, mas mesmo assim... nada que um pouco mais de detalhes não pudesse melhorar. E é engraçado dizer que King escreveu pouco e detalhou pouco, mais como disse, é só minha opinião.
De qualquer maneira, a história vale a pena. Aventurem-se.
Filipe 05/12/2016minha estante
Concordo que o embate final foi corrido, pouco explorado, mas acredito que a história como um todo não era sobre esse conflito entre os dois personagens e sim sobre o "poder" que ele tinha e suas consequências. Em outras livros de King o final muitas vezes me incomoda, mas nesse caso achei realmente muito bom.


Alisson Augusto 09/12/2016minha estante
Sim, Filipe, também vejo que o emante não seja o foco do livro. Mais o antagonista tinha uma personalidade tão forte que seria bem interessante ver ambos os personagens em um contato direto.




Fabio Shiva 04/02/2018

Bota na cara
Li “Zona Morta” aos 15 anos, e reler o livro agora foi como vestir de novo uma velha e confortável calça jeans. Esse está bem na média na vasta obra de Stephen King: não é uma de suas obras-primas, mas também está longe de figurar entre as piores. A história gira em torno de John Smith (algo como “João Silva” em português), que enfrenta inúmeros perrengues ao despertar de um coma de quatro anos e meio com poderes paranormais.

Stephen King foi meu autor favorito na adolescência, depois enjoei. Desde o ano passado cismei de ler (ou reler) mais alguns de seus livros, tentando entender não tanto o que faz dele um escritor tão bom (pois isso percebi bem nas dezenas de livros dele que já li), mas principalmente o que me fez gostar menos dele. Pois então, curti bastante reler “Zona Morta”, mas percebi aqui uma incongruência muito interessante, que talvez seja crucial na obra do autor: Stephen King é essencialmente um materialista, apesar (ou justamente por causa) de ter ficado célebre tratando de temas sobrenaturais. A concepção de um médium ateu é totalmente inverossímil, mas de um modo invisível para um materialista. Talvez só os ateus possam escrever histórias de terror no estilo moderno, ocidental. Lembrando de certas passagens escabrosas do Mahabharata, penso que um olhar espiritualizado é capaz de conceber um tipo de terror totalmente diferente, o que me enche a cabeça de ideias e possibilidades...

Mas como a Literatura tem o poder de nos surpreender, a maior parte dessa releitura girou em torno da inquietante pergunta que Stephen King faz na segunda parte do livro:

“SE VOCÊ PUDESSE VOLTAR NO TEMPO ATÉ O ANO DE 1932, NA ALEMANHA, VOCÊ MATARIA HITLER?”

Isso me levou a viajar por lugares inesperados. Pois recentemente me pus a refletir sobre o que levaria uma pessoa em sã consciência a querer a volta da ditadura militar, ou a alternativa democrática mais próxima disso, que seria querer votar em Bolsonaro. Tenho notado um número alarmante de amigos e parentes defendendo esse tipo de ideia, por isso fiz um esforço honesto de tentar compreender suas motivações. O me levou a traçar um perfil básico de um defensor da ditadura / eleitor de Bolsonaro:

* Sente-se lesado em seus direitos ou injustiçado de alguma forma. Devido ao componente de raiva muito forte em seus sentimentos, talvez a palavra mais adequada seja “ultrajado”.
* Acredita fazer parte de uma elite moral ou virtuosa (os “honestos”, “trabalhadores” ou “de família”).
* Possui uma noção muito estreita de coletividade. Seu “próximo” limita-se à sua família imediata e/ou ao grupo virtuoso ao qual acredita pertencer.
* Sente raiva, muita raiva. E acredita que a solução para a sua raiva seja uma bota na cara de alguém, de preferência alguém rotulado como pertencente a um grupo oposto ao seu: os “desonestos”, “vagabundos” e “imorais”.
* E aqui está o ponto central da coisa: acha certo delegar poderes a alguém que se propõe a meter a bota na cara dos outros, e acredita estar protegido dessa bota, por pertencer ao grupo virtuoso.

A imagem da “bota na cara” vem do clássico “1984”, de George Orwell, que traz a frase mais apavorante que já li em um livro, a ponto de ter ficado gravada a ferro e fogo na memória:

“Se queres uma imagem do futuro, pensa numa bota esmagando um rosto humano – para sempre.”

Essa questão da raiva motivou Stephen Hawking a declarar recentemente que teme pelo futuro da humanidade, a partir de situações como a eleição de Trump e o Brexit. Bolsonaro e a volta da ditadura são as manifestações brasileiras dessa ameaça planetária.

De Bolsonaro a Hitler, e daí à “Zona Morta”: pensar nessas questões realmente aterrorizantes me fez perceber que Hitler não foi esse monstro todo-poderoso, capaz de arrastar seu país – e o mundo – para o caos da violência sem sentido. O povo alemão, que se sentia ultrajado e raivoso na época da República de Weimar, é que tornou Hitler possível. Por isso, respondendo à pergunta de Stephen King, não adiantaria muito matar Hitler em 1932. O povo encontraria outro candidato disposto a meter a bota na cara dos outros. Desde a época das cavernas, infelizmente, esse tipo de ser humano nunca esteve em falta no mercado.

http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/2018/02/zona-morta-stephen-king.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Nathalia.Ramos 02/04/2018minha estante
Amei! Quero ler


Fabio Shiva 02/04/2018minha estante
Boa leitura, querida!




Fred 04/10/2020

Poderia ter sido um ótimo romance policial, mas...
Eu tive um pouco de dificuldade em avaliar esse livro entre razoável e bom.
A gente tem uma introdução que te apresenta 3 acontecimentos com pessoas distintas e em épocas diferentes: O primeiro acidente de Johnny ainda quando criança, o primeiro assassinato de um serial killer e a frustrada vida de um vendedor de bíblias. Tudo dando a entender que em algum momento no futuro, essas 3 pessoas vão se encontrar. O problema é que até lá, temos cerca de 250 páginas contando a vida amorosa de Johnny já adulto e principalmente como foi a recuperação dele depois do 2º acidente do qual ele sai de um coma que durou mais de 4 anos e dotado de poderes paranormais.
Embora tenha sido interessante acompanhar a recuperação de Johnny, achei que ficou extenso demais falando de algo quando poderia ter usado esse "espaço" pra se aprofundar mais na caça ao serial killer que foi muito pouco explorado e que pra mim teria sido muito mais interessante do que a história do vendedor de bíblia que por meios escusos tem uma ascensão meteórica na política e um futuro que poderia levar a grandes destruições.
No geral, não é um livro chato, mas fiquei um pouco frustrado porque esperava algo mais policial e o que se vê aqui é mais um drama sobre as escolhas do personagem, sobre aceitar ou negar seu poder, se é uma benção ou uma maldição poder te-lo.
Andrea 13/03/2021minha estante
Eu detestei quando li há muitos anos e hoje ele tá na minha listinha de releitura porque quero saber se o problema era o livro mesmo ou eu li na época errada. ?


Fred 13/03/2021minha estante
É, a cabeça da gente muda com o tempo, com outras experiências...
Vai que agora vc gosta...
Sinceramente, hoje eu só tenho ele pq gosto da coleção que fiz na prateleiras com os livros do King, se não, já tinha passado pra frente




Jow 29/09/2011

Iridescent - Linkin Park
Parece estranho acreditar que o mundo vem girando há milhares de anos, acho que isso foi deixando a gente alucinado, tonto, nauseado, porque nós fazemos as coisas como que para se livrar de um peso inexistente, talvez com as voltas que o mundo dá, ele acabe jogando nossa consciência no espaço, onde a roda do Ka gira ininterruptamente, onde os sonhos extraviados vão parar, e por ali reinaria meu deus, com seus olhos, seus ás, sua tez, e uma cama onde a noite sonhasse comigo, talvez... Fran Kotipelto

No milagre da vida o sobrenatural tem o seu lugar! E o mais irônico é que as interpretações sobre aquilo que se identifica como algo sobrenatural estão inteiramente ligadas a nossa percepção do que é real. É comum acreditarmos que a morte é algo místico e sem explicação. Mas, será que a vida também não o é?! Nossa percepção de mundo e de tudo aquilo que se faz presente naquilo que chamamos de vida, está inteiramente ligado a nossa mente. É essa máquina inteiramente desconhecida que produz os mais bizarros acontecimentos e nos proporciona todas as sensações para que a nossa condição de existência seja algo lendariamente singular.

É trabalhando os mistérios da mente que o grande Stephen King desenvolve mais uma obra magistral. Mas, em minha opinião, esta é uma obra particularmente perturbadora, que nos abre um verdadeiro leque de possibilidades e interpretações sobre a espetacular história de Jonny Smith. Um homem comum que sofre um acidente automotivo que o deixa em coma, que o faz perder consideráveis sete anos de sua vida, mas que desperta, em Jonny, uma curiosa sensibilidade para prever os acontecimentos passados, presentes e futuros relacionados à vida de uma pessoa. A sensibilidade com que King narra essa história é especialmente particular. Temos um livro que engloba várias camadas de pensamentos sobre um único ser humano, mas que desperta questionamentos vitais sobre a existência humana em muitos aspectos.

Embalando todo esse contexto, King entrega uma narrativa espetacular, cadenciada, empolgante. É um dos raros livros do autor em que ele é objetivo e sucinto naquilo que ele propõe contar. As personagens são extremamente bem desenvolvidas, desde Jonny e os seus conflitos existenciais, passando por Sarah que é um dos melhores personagens femininos criados por King, possuindo participações extremamente pensadas e importantes para o desenvolvimento da história, além dos pais de Jonny que são um show à parte nos momentos em que os conflitos familiares tomam proporções gigantescas. E por fim, temos Greg Stillson, um inescrupuloso candidato a deputado que possuí um modo operante bastante primitivo para realizar os seus desejos, e que vai jogar nas mãos de Jonny a decisão mais difícil de sua vida, algo que poderá mudar definitivamente o rumo da humanidade.

É neste universo múltiplo e ao mesmo tempo singular que A Zona Morta discute as mais diversas questões atreladas ao pensamento sobre a existência humana, sobre o destino e as possibilidades que a vida pode proporcionar a alguém, sobre a existência de Deus ou de algum Ser Superior, e sobre as possibilidades que o amor poderia construir. Aqui, o amor é algo que perpassa a realidade física e temporal! King constrói uma definição belíssima para o maior sentimento que o homem é capaz de sentir, definindo-o como um sentimento capaz de transformar pessoas e mundos, capaz de contornar as maiores barreiras impostas pelo destino, e encontrar um consolo mesmo quando um fato único muda a vida de uma pessoa para sempre. Sendo assim, não é nenhuma loucura eleger A Zona Morta como um dos melhores livros já escritos por King.
Alan Ventura 01/10/2011minha estante
Acho que precisou demorar um pouco, para que pudesse ficar pronta com tanta maestria.Resenha como sempre maravilhosa, e essa citação da Fran no começo é uma das coisas mais bonitas que eu já li na vida (sem saudosismo nenhum). Meus parabéns ao King pelo excelente livro, meus parabéns a Fran que escreveu algo muito belo e por fim, meus parabéns a você Jow, que a cada resenha vem se superando e mostrando que é um gênio dessa arte. Abraço.


Fran Kotipelto 01/10/2011minha estante
Olha que privilégio, ter uma frase minha inclusa no texto de um dos maiores resenhistas do skoob. Lindas palavras como sempre dear Jow. Sempre escrevendo um show! Parabéns.




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