Perto do coração selvagem

Perto do coração selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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cosmic guy 28/03/2024

"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome"
Não esperava nada e entregou tudo. Não tem como esperar menos de Lispector não é mesmo?
Neste livro tem frases que tocaram intimamente no fundo do meu coração e desde o começo ao fim me apeguei a leitura de uma forma surreal. Simplesmente incrível!
Vitor922 28/03/2024minha estante
A resenha me deu até vontade de ler KAJDWKAKAK


Juliaaa2 28/03/2024minha estante
Clarice é incrivel! voce é obrigado a ler Água viva!!!!




vertisus 26/03/2024

?vou continuar, é exatamente da minha natureza nunca me sentir ridícula, eu me aventuro sempre, entro em todos os palcos?.

diva
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SraLisStark 26/03/2024

REFLEXÃO SOBRE A AUTENTICIDADE E A BUSCA PELA LIBERDADE DE SER
REFLEXÃO SOBRE A AUTENTICIDADE

Ser livre era seguir- se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de si. Pág.10

O Que é ser selvagem? E o porquê de se estar perto dele? Talvez nem Clarice soubesse o impacto das palavras escolhidas, desse jogo de tantos significados, desse caleidoscópio de sensações que vão desde a estranheza ao reconhecimento. No fim, estamos tão distantes dessa selvageria, pois passamos a olhar Joana e reconhecer nela nada mais do que a nós mesmos.

Através das pistas deixadas ao longo do texto é possível deduzir que o que Clarice convencionou chamar de SELVAGEM, nada mais é que a essência autêntica de uma pessoa, seu verdadeiro e indomesticado eu, não oprimido ou refreado pelas convenções sociais. Aquilo de mais puro e real na obra, assim, nasceu Joana.

A BUSCA PELA LIBERDADE DE SER

"Tudo o que possuo está muito fundo dentro de mim. Um dia, depois de falar enfim, ainda terei do que viver? Ou tudo o que eu falasse estaria aquém e além da vida? Tudo o que é forma de vida procuro afastar. Tento isolar-me para encontrar a vida em si mesma.” Pág. 18

Joana é retratada como essa pessoa autentica, ansiando por liberdade de ser e de ter uma compreensão mais profunda de si mesma, mesmo que isso a leve a desafiar as expectativas da sociedade ou que choque as pessoas, a sua volta, pois seu interesse está em ser. Ela está em sua jornada particular em busca do que significa existir e ser, o porquê disso e daquilo.

A construção que Clarice faz na obra a torna singular e dentre elas eu gostaria de destacar o Fluxo de Consciência, que foi essencial para mergulhar na mente de Joana. Essa permissão para o leitor de acompanhar os pensamentos e as associações de ideias da protagonista em tempo real, oferecendo uma visão imersiva de sua experiência interior e entender melhor Joana nos aproximou dela, é claro que ainda há uma certa estranheza ao olharmos para a personagem, mas ela é abrandada quando a olhamos com seus próprios olhos e estranhamos as coisas com o seu estranhamento.

O uso de Fragmentação Em Eventos, essa forma episódica torna a narrativa fragmentada, com eventos e memórias sendo apresentados de forma não linear. Forma essa que se adequa a própria estrutura da personagem que soa como esse caos, essa desordem os eventos narrados soam mais como algo marcante para a personagem, de acordo com seu grau de importância e sem qualquer relação com a importância cronológica.

O romance é dividido em três fases distintas, cada uma representando uma fase específica da vida de Joana. Essa estrutura tripartida permite a Lispector explorar o desenvolvimento psicológico e emocional de sua personagem ao longo do tempo, desde a infância até a idade adulta. É possível perceber as mudanças de vozes e posturas da personagem, o que a torna viva.

Ser viva a ponto de viver conflitos, muitos deles com seus próprios pensamentos. Ser viva a ponto de desejar, sonhar, construir, refletir… Clarice/Joana, nós visitamos questões profundas sobre identidade, alienação, solidão e a busca pelo significado na vida, além de questões de natureza feminina como a maternidade e o elo com masculino.

Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome. Sou pois um brinquedo a quem dão corda e que terminada esta não encontrará vida própria, mais profunda. Procurar tranquilamente admitir que talvez só a encontre se for buscá-la nas fontes pequenas. Ou senão morrerei de sede. Talvez não tenha sido feita para as águas puras e largas, mas para as pequenas e de fácil acesso. E talvez meu desejo de outra fonte, essa ânsia que me dá ao rosto um ar de quem caça para se alimentar, talvez essa ânsia seja uma ideia e nada mais. Pág. 58

Devemos ter em mente o contexto da obra, que foi escrito em meados do século XX, publicado em 1943. Período prolífico para do desenvolvimento do existencialismo, que aparece na obra apresentando uma certa Angústia Existencial que é uma característica central da corrente filosófica. Temos essas tais marcas por meio das reflexões e questionamentos de Joana sobre sua própria existência, suas relações com os outros e o significado da vida. Joana frequentemente se sente desconectada do mundo ao seu redor, lutando para encontrar um propósito ou significado em sua existência.

Se tratando de existencialismo, não poderia deixar de citar Camus que absorve esse tema e expande as fronteiras, criando conceitos que se encaixam nesse quebra-cabeça de tal forma que eu poderia ouvir Joana proferir as palavras escritas por ele…

"Posso negar que tudo desta parte de mim que vive de nostalgias incertas, menos esse desejo de unidade, esse apetite de resolver, essa exigência de clareza e de coesão. Posso refutar tudo neste mundo que me rodeia, que me fere e me transporta, salvo o caos, o acaso-rei e a divina equivalência que nasce da anarquia. Não sei se este mundo tem um sentido e o ultrapassa. Mas sei que não conheço esse sentido e que por ora me é impossível conhecê-lo. O que significa para mim significação fora da minha condição? Eu só posso compreender em termos humanos. O que eu toco, o que me resiste, eis o que compreendo" 

– CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo. Página 88.

Joana é essa estrangeira que experimenta do absurdo e que esgota as possibilidades de sentidos que a sua imaginação pode criar sendo fiel a si mesma.

site: https://cafelibrarium.substack.com/p/perto-do-coracao-selvagem
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sleepinthegarden 26/03/2024

"O que não sou deixaria um buraco enorme na terra."
Fato de Clarice ser tão jovem ao escrever um livro tão complexo me pega de um jeito inexplicável. 

Ela criou Joana complexa e completa, uma personagem que é quase intocável, mas na maior parte do tempo, é muito fácil se conectar com ela, se identificar com os sentimentos dele, que o tempo todo parece ser muito palpável.

Todo o livro é carregado de um sentimentalismo, de uma realidade incrível, a percepção sobre o mundo, tudo nesse livro, de alguma forma, é real demais pra mim.

Clarice é brilhante demais na escrita, ela escreve com intimidade e com mestria, sempre deixando para o leitor uma experiência linda.
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Arthus.Mehanna 22/03/2024

Tudo, tudo
Arte da escrita excepcional!
A construção e desenvolvimento da personagem principal criou uma conexão e intimidade ampla e múltipla comigo.
Acompanhar Joana, através do fluxo de consciência, é libertador, inquietante e complexo.
A mulher-não-mulher, o tudo tudo que traz a dor e liberdade de sentir intenso, alegria que se confunde com o turbilhão sensorial e ao mesmo tempo frio de Joana. Múltiplas cronologias se sobrepõem na experiência da personagem, unindo cada momento à infância e ao futuro e, como surpresa, ao nada de tempo algum.
A busca pela intensidade de viver internamente de si para si, ou em desconexão e negação de si mesma, intercaladamente em espiral, inunda Joana do bombardeio da própria mente e em seguida esvazia-a. Livre para inventar e também ater-se à sua prática de vida, Joana ganha de Lispector a reflexão primordial de sua criatividade, perturbação e desalinho com a realidade comum.
Sara.Chagas 22/03/2024minha estante
Clarice...


Sara.Chagas 22/03/2024minha estante
Indico o meu preferido dela "Um sopro de vida" é magnânimo como toda a obra dela e ela própria.


Arthus.Mehanna 22/03/2024minha estante
Muito obg!




Rafael1878 22/03/2024

A linguagem do livro achei um pouco complicada. Tinha mais expectativas e acabou se tornando um livro chato pra mim.
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Iaiá 21/03/2024

Primeiro romance de Clarice
Perto do coração selvagem é uma obra prima da literatura brasileira, principalmente contando com o seu teor revolucionário para com a época de escrita da obra. Clarice Lispector é gênia em seu primeiro livro, escrito quando só tinha 22 anos. Em perto do coração selvagem, Clarice usa e abusa do fluxo de consciência, levando o leitor para dentro da cabeça, por vezes confusa, da protagonista do nosso romance de formação, joana, caminhando sobre a linha temporal da vida da personagem, mesclando acontecimentos com lembranças por meio do impecável fluxo de consciência construído pela autora.
No final digo que, perto do coração selvagem, é um livro que te faz refletir, pensar. É uma obra densa e complexa, que, eu, realmente acho não ter compreendido por completo nessa primeira leitura e será preciso de pelo menos mais uma ou duas para ter plena certeza do que é a contrução dessa literatura. Mas, isso não tira o fato da genialidade de Clarice ao escrever, muito pelo contrário, somente edifica o trabalho de uma das maiores autoras da literatura brasileira.
Leia perto do coração selvagem preparado para sentir a emoção e pensar acerca do sentimento, mesmo não sendo fácil.
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Gabi 21/03/2024

Mais um livro que prova que não há ninguém que consegue apresentar uma protagonista de forma tão íntima, intensa e profunda como a Clarice. É como se estivéssemos dentro da cabeça dela, pensando como ela e vendo como ela - o problema é acompanhar, já que ela é a efemeridade em pessoa.
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pedronaosabeler 21/03/2024

Coisas que apenas Clarice consegue fazer
Nem sei se tem como começar a falar sobre esse livro de algum jeito especifico. Tem sentimentos que eu nunca imaginei que alguém poderia descrever e expressa-los na escrita, pois bem, a Clarice conseguiu. É uma obra dotada de uma significação de momentos efêmeros.

É sobre acompanhar essa jornada de Joana, acompanhar ela se afastando aos poucos daquela zona onde as coisas têm forma fixa, onde tudo tem um nome sólido e imutável. Cada vez mais se afundando na região líquida, quieta e insondável.

Joana é uma mulher peculiar, um animal estranho posto no mundo, e suas divagações... são as mais sinceras possíveis.
"Joana sorria, mas não podia evitar que o sofrimento começasse a lhe palpitar em todo corpo. Mais que sofrimento, um desejo de amor crescendo e a dominado-a"

É uma jornada bela, sofrida e poética. Sobre os momentos que também nos fazem eternos, sobre morrer varias fazes de forma simbólica, juventude e velhice, ciclos, a vida.

"Agora a certeza de imortalidade se desvanecera para sempre. Mais uma vez ou duas na vida - talvez num fim de tarde, num instante de amor, no momento de morrer - teria a sublime inconsciência criadora, a intuição aguda e cega de que era realmente imortal para todo sempre".
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pietra 19/03/2024

Apenas Clarice
Fluxos de consciência e frases fortes. Não importa o que está acontecendo em si, mas sim o que está sendo dito, para explicar Clarice me faltam palavras.
É tudo tão ambíguo mas ao mesmo tempo profundo e verdadeiro. É como uma libertação de seu eu que nada sabe, que nada pode.
?Era uma mulher fraca em relação às coisas. Tudo lhe parecia às vezes precioso demais, impossível de ser tocado. E, às vezes, o que usavam como ar de respirar, era peso e morte para ela.?
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Sofidajaca 19/03/2024

Nem o prazer me daria tanto prazer quanto o mal
Esse é meu segundo livro da autora e não me canso de dizer q agradeço a professora de literatura por ter me apresentado essa escritora maravilhosa. Diferente de "laços de família", "Perto do coração selvagem" traz uma narrativa mais profunda selada por questionamentos e reflexões.
Confesso que nessa estruturação encontrei mais dificuldade para ler e fluir, por conta de parágrafos compridos e períodos longo, mas ainda assim valeu muito a pena. Joana é a protagonista da história e o centro dos pensamentos, há muitas vezes inversões de tempo o que salve engano, se chama in ultimas res, a narrativa tbm é mt interessante e envolvente.
Sim, Joana também sinto q me transformo em ondas ?
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Francisco 18/03/2024

Ela tinha só uns 18 anos quando publicou esse livro
Fiquei impressionado com essa idade, parece um livro duma perspectiva de alguém que realmente já viveu tudo

me causou uma nova impressão de amor e escrita, inspirou uma "crônica"

no final teve várias coisas muito interessantes, tirei fotos pra revisitar daqui muitos tempos
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Mila105 16/03/2024

Tudo é vago, leve e mudo
Um leitura em que temos acesso a ir entendendo a Joana criança pra aceitar a Joana adulta.

A gente acompanha a dificuldade dela com o mundo exterior, os traumas, a formação da identidade, sonhos.

E ao mesmo tempo vislumbrando suas reflexões e frases tão famosas de Clarice.
"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome".

Foi minha primeira leitura dela, fiquei intrigada em alguns momentos com tanto mistério, de por exemplo, do nada Joana aparecer na praia sem avisar e nem nada ao leitor. Mas bem depois explica o porquê.

Porém em outros momentos tal peculiaridade da escrita de Clarice deixou a leitura muito interessante.
Guardei frases no meu coração.

"Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la".

"Há impossibilidade de ser além do que se é ? no entanto eu me ultrapasso".

?A personalidade que ignora a si mesma realiza-se mais completamente.?
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