Maria - Blog Pétalas de Liberdade 28/03/2019Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeA história se passa nos anos quarenta e é narrada em terceira pessoa. O europeu Daniel MacGregor vai para os Estados Unidos por causa de seus negócios. Ele é de orgiem humilde, mas com muito trabalho, especialmente nos últimos cinco anos, conseguiu se tornar milionário. Aos 30 anos, Daniel decide que é hora de se casar e ter filhos. Ele quer uma família de comercial de margarina, perfeita, com uma esposa que esteja sempre disponível para ele e para cuidar dos filhos e da casa.
A jovem Anna Whitfield, ao invés de se contentar em ser enfermeira como era o comum para as mulheres da época que queriam trabalhar na área da saúde, contraria os padrões da sociedade e é a única mulher da sua turma de medicina, estando no último ano do curso para realizar seu sonho de infância e se tornar uma cirurgiã.
Daniel se interessa por Anna, e ela também se interessa por ele. O problema é que o sonho de Anna é ajudar a salvar a vida das pessoas, não ser dona de casa, e Daniel não consegue entender que Anna possa achar melhor trabalhar fora do que ser sua esposa. Daniel quer um casamento, Anna que um companheiro. Há possibilidade de esse romance dar certo? Quem cederá? Quem sairá vitorioso?
"Hoje e sempre" foi o meu primeiro contato com a escrita da Nora Roberts, e foi uma leitura que me surpreendeu muito. A Nora é famosa por seus inúmeros romances românticos, mas também escreve fantasia e romances policiais. Peguei o livro para ler por ser pequeno, com cerca de 188 páginas, e foi sim uma leitura rápida (mas a história é bem desenvolvida e vale lembrar que bastaria uma mudança de tamanho de letra para a história ter mais páginas).
"Hoje e sempre" foi publicado pela primeira vez nos anos oitenta, e eu fiquei positivamente surpresa por ver que, há décadas atrás, a autora já falava sobre o empoderamento e a independência feminina. É notável nos livros lançados atualmente a quantidade de mocinhos semelhantes ao Daniel: bonitos, muito ricos e dominadores, que acham que podem comprar/ter tudo o que quiserem, inclusive uma mulher. Infelizmente, são poucas as mocinhas como Anna, que vão atrás dos seus sonhos profissionais. É uma realidade na nossa sociedade o fato de ser mais difícil para as mulheres conciliar carreira e família/maternidade do que para os homens, e esse livro vem para nos mostrar que podemos sim desejar sermos realizadas profissionalmente e num relacionamento (lembrando que um relacionamento não é indispensável para a felicidade, e que a relação amorosa depende de um outro ser humano, enquanto o trabalho depende na maior parte de você).
Eu não gostei do Daniel na maior parte do livro, pela dificuldade dele em enxergar a Anna como um ser humano com necessidades semelhantes as dele. Felizmente, temos a Anna para compensar e muito, foi maravilhoso ver como ela não abaixava a cabeça para ele, Anna é uma personagem inspiradora, diferente de todas as mocinhas que eu já vi. Os personagens secundários também são interessantes e servem como apoio pra trama principal.
Foi o primeiro livro que li da Harlequin e gostei do trabalho da editora. A capa é linda, as páginas são amareladas, há poucos erros de revisão, a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho.
"- É tão tolo pensar que você tem que se contentar com pedaços" (página 92)
Enfim, "Hoje e sempre" foi um livro que eu gostei e que recomendo, vale a pena deixar de lado quaisquer ideias pré-concebidas que tenhamos sobre romances ou sobre a Nora e dar uma chance à essa leitura que nos transportará para os anos quarenta. "Hoje e sempre" é o quinto livro da série MacGregors, mas você pode lê-lo sem ter lido os anteriores, que falam sobre os filhos do casal. Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha.
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