O remorso de Baltazar Serapião

O remorso de Baltazar Serapião Valter Hugo Mãe




Resenhas - O Remorso de Baltazar Serapião


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Camila 14/11/2022

Quando a semântica causa mal estar
VHM me conquistou esse ano e sabia que, em algum momento, eu precisaria encarar O Remorso de Balthazar Serapião. É preciso compreender a genialidade de um autor que te leva às lágrimas e a um ódio brutal com seu lirismo. É isto que acontece neste livro. Alcancei o ódio. Ainda que de forma pouco evidente, a história dos Sarga se passa numa provável Idade Média. Numa época em que a mulher era vista como um ser submisso com duas funções: cuidar da casa e servir aos prazeres carnais dos homens. A descrição literal de inúmeros estupros enoja. A misoginia e a ignorância imperam nesta história que, guardadas as devidas atualizações, se repete até os dias de hoje. Saramago escreveu o prefácio do livro e descreveu a obra como um tsunami literário. E é isso mesmo. Uma leitura que arrasa a alma. A bestialização humana pela qual passam os Sargas me remeteu a Ensaio sobre a Cegueira, do próprio Saramago. VHM escreveu um livro que merece ser estudado e discutido em grandes círculos. O quanto disso é ignorância e o quanto é maldade?
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Bia 29/10/2022

Brutal e angustiante.
O primeiro livro que li de Valter Hugo Mãe foi O Filho de Mil Homens, que achei maravilhoso, por isso me aventurei em mais uma de suas obras, o premiado livro O remoroso de Baltasar Serapião. Não se pode negar o quão bem escrito é, mas para mim achei extramente indigesto. Tão pesado que não conseguia ler mais do que poucas páginas por vez, sem parar para refletir, voltando nos parágrafos para entender se tal crueldade me tinha sido bem compreendida. É uma crítica profunda ao patriarcalismo e a objetificação feminina,e fortemente inspirada na escrita de José Saramago, onde a pontuação é feita apenas com vírgulas e pontos e sem distinção entre letras minúsculas e maiúsculas, o que, para mim, dificulta a compreensão, principalmente numa escrita tão rebuscada. Na minha opinião a leitura não flui, é difícil e extremamente angustiante.
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Helissa 25/09/2022

A violência que ainda temos
Esse livro costuma gerar polêmica por causa do sei conteúdo. Afinal, a denúncia aqui realizada percorre um caminho inusitado.
Mas vale a leitura. Difícil, penosa leitura. Mas vale.
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Mariane Bach 18/05/2022

Difícil de digerir e não gostei.
Recentemente, eu escrevi uma resenha para "O filho de mil homens", também de Valter Hugo Mãe, a qual dei o título de "O livro mais bonito do mundo", pelo encantamento que me causou. Muito diferentemente, com "O remorso de Baltazar Serapião", teria que chamar a resenha de "o livro mais cruel ou grotesco do mundo".

Retratado numa provável Idade Média, a desumanização, a misoginia e a crueldade são tantas, que por vezes foi árduo seguir lendo. Outro fator que dificultou minha leitura: achei o livro chato. Eu tinha altas expectativas depois do comentário de Saramago, mas simplesmente não me cativou e tive que me forçar a terminar de ler.
Diego 19/05/2022minha estante
Também não gostei.




bobbie 14/05/2022

Ainda digerindo.
VHM fala da vida crua, sem adornos. Começa falando de morte e santidade, em "o nosso reino", mas envereda pela convicção hipócrita do papel do homem em educar, moldar e, principalmente, castigar a mulher supostamente amada. O remorso de Baltazar oscila entre a hipocrisia de saber que pune sua mulher, como o pai puniu a mãe, ainda que não tenha provas concretas de uma traição, e a autocomiseração por pensar que não foi capaz de "educá-la" o suficiente. Machismo e misoginia estão no cerne deste livro. As mulheres existem para satisfazer os desejos carnais e domésticos dos homens, que devem, a todo custo (mesmo os que impactem em sua integridade física), domá-las e adequá-las à sua vontade e mentalidade. Óbvio que esses homens não lhes devem o mesmo decoro e comportamento. Mais evidente se torna o choque do destrato e animalização da mulher quando o leitor se dá conta de que uma vaca, humanizada, em um percurso inverso ao da mulher, recebe mais respeito e ocupa um lugar de maior destaque no imaginário dogmático desses homens do que suas contrapartes humanas.
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sara320 25/01/2022

petrificante
a leitura do remorso de baltazar serapião foi a mais forte que já fiz na vida, sem exageros. toda a crueldade presente no livro unida com o jogo de palavras responsável por animalizar o feminino me deixou, em vários momentos da leitura, chocada, enjoada e desnorteada. o incômodo gerado pela denúncia de vhm acerca da estrutura patriarcal que nos rodeia é intenso e profundo. a desumanização da mulher é evidenciada pelo autor da forma mais nua possível em todos os capítulos da obra: o patriarcado é exposto de modo incomensuravelmente nauseabundo. o livro é muito bem escrito. valter hugo mãe é incrível.
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Sabrina758 14/01/2022

O remorso de Baltazar Serapião é um dos livros mais brutais que já li, sem deixar de conter a marca registrada de VHM, com sua escrita poética, onde eventos traumáticos são contados com tanta naturalidade. Ao longo da narrativa, conhecemos a família Serapião, ou os Sargas, como são conhecidos. Vivem em constante sofrimento e são animalizados, tratados como um nada. Ironicamente, a criatura mais estimada do livro é Sarga, a vaca e animal de estimação da família. As mulheres ainda sofrem o triplo, violentadas em todos os aspectos possíveis, isentas de qualquer direito. Pessoas que vivem na verdadeira miséria, e é triste conseguir identificar traços na realidade de hoje, ainda que seja um livro que retrate um período medieval. Não foi fácil de ler, pois muitos dos eventos violentos são retratados com detalhes, mas ainda vale a leitura. VHM é realmente brilhante em nos fazer sentir, e eu senti muito pela vida de cada personagem neste livro.
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Paula 06/01/2022

Genial.
Eu amo a escrita de VHM, e nesse livro ele usa a linguagem poética para nos chocar e até me deixou nauseada algumas horas (me lembra Saramago em ensaio sobre a cegueira, mas uma temática totalmente diferente).
Só não dei o total de estrelas pq não acho que li esse livro no momento certo, vou ter que reler.

?E assim ficou revirada no chão, esfregada de dores corpo todo, a respeitar-me infinitamente para se salvar de morrer?

?As mães são como lugares de onde Deus chega. lugares onde Deus está e a partir dos quais pode chegar até nós. Porque só através delas nos encontramos aqui. E, por isso, não há mãe alguma que não mereça o céu, porque, em verdade, as mães transportam o céu dentro delas, e multiplicam-no a custo?

?Se por dentro o coração se pudesse soltar, haveria de se ter soltado o meu para se diluir nas lágrimas que chorei.?
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Diego 03/01/2022

maneirismos?
Escrevi o título começando por minúscula para espelhar um dos maneirismos do autor.
Ele subverte regras da língua portuguesa de uma forma que me parece meio pueril, mas é sua marca registrada. Por outro lado, a forma aproxima um pouco mais a prosa da poesia.
Festejado por Saramago, talvez em grande parte pelo citado caráter subversivo, é um autor que creio se deve conhecer, até para que se possa formar opinião mais fundamentada sobre ele.
O livro em si é uma sucessão de episódios dolorosos de ler. Descrição de parte da vida de um homem, digamos, não muito equilibrado?
Foi uma leitura estranha, que me incomodou, mas interessou.
Comecei a ler baseado em informação da orelha do livro que o comparava rapidamente a Guimarães Rosa. Talvez esse tenha sido o erro: as expectativas foram altas demais.
Não sei se teria chegado ao fim caso fosse obra mais longa. O tamanho é adequado.
(Opiniões de um leitor bastante leigo.)
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elske 30/12/2021

Grotesco
Algumas partes foram difíceis de ler pelo seu conteúdo. A história se passa na Idade Média, mas não é algo idealizado e idílico, e sim muito violento, sujo, grotesco. 4/5
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Garcês 03/09/2021

O remorso....
estou extasiado com esse final, esses últimos capítulos
o que foi tudo isso que aconteceu
ermesinda. mal dito baltazar mal ditos todos
nao sei oq sinto
apenas sinto
me marcou
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asteuwick 25/03/2021

Me faltam palavras
Esse livro me desfez de tal forma que me falta vocabulário e repertório para sequer tentar explicar.
É de uma violência tão brutal, contata de forma natural e simples que assusta o espírito.
A história tem como pano de fundo a Idade Média e eu tive que me lembrar disso a todo momento para conseguir mastigar os textos.
Eu só pude respirar quando terminei de ler a última palavra do livro. Inspirei, soltei e entrei num completo estado de introspecção.
Esse livro acabou comigo e é exatamente por isso que eu amei.
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Thales 26/02/2021

Que livro!
Favoritado! Escrita belíssima e história impactante, nunca havia lido nada de Valter Hugo Mãe e facilmente pode se tornar um dos meus autores favoritos. Com certeza lerei outras obras.
O ponto chave dessa obra é a escrita! Muito satisfeito com a leitura. Obviamente, talvez, o modo como livro foi escrito, não agrade todo mundo, bem como a linguagem agressiva em vários momentos, por meios de palavrões e expressões indesejadas.
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Fernanda Quinderé 07/01/2021

Um livro a ser digerido
Quando Saramago chamou essa obra intensa de Valter Hugo Mãe de um tsunami literário, não foi exagero. E o tsunami te atinge, sem escapatória. Seja através da semântica que causa um estranhamento inicial, mas que percebe-se tão autêntica e poética ou seja através dos temas abordados, que embrulham o estômago, arrepiam e provocam revolta. Não é um livro fácil de ler, por ambos motivos, mas com certeza não se sai ileso a ele.
O remorso de Baltazar Serapião nos faz refletir principalmente sobre o machismo, a violência doméstica, o feminismo e como a mulher era vista no período medieval, e o quanto isso mudou com o passar dos anos (não totalmente, infelizmente). É um duro retrato da realidade com um toque de fantasia e aspecto folclórico. Depois de ler o livro é impossível não se sensibilizar e entender a luta das mulheres por sua emancipação e o quanto isso foi e é urgente.
Um livro impactante e que não recomendo para pessoas sensíveis ou que tenham passado por situações de violência.
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