O remorso de Baltazar Serapião

O remorso de Baltazar Serapião Valter Hugo Mãe




Resenhas - O Remorso de Baltazar Serapião


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Bruce 14/06/2020

Um livro bastante diferente dos demais do autor. Incomoda, é direto, e a temática é bem mais pesada que os demais. A escrita poética é a mesma, talvez seja a razão de eu ter lido inteiro. Seria interessante começar a ler VHM por outras obras.
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Camila 14/11/2022

Quando a semântica causa mal estar
VHM me conquistou esse ano e sabia que, em algum momento, eu precisaria encarar O Remorso de Balthazar Serapião. É preciso compreender a genialidade de um autor que te leva às lágrimas e a um ódio brutal com seu lirismo. É isto que acontece neste livro. Alcancei o ódio. Ainda que de forma pouco evidente, a história dos Sarga se passa numa provável Idade Média. Numa época em que a mulher era vista como um ser submisso com duas funções: cuidar da casa e servir aos prazeres carnais dos homens. A descrição literal de inúmeros estupros enoja. A misoginia e a ignorância imperam nesta história que, guardadas as devidas atualizações, se repete até os dias de hoje. Saramago escreveu o prefácio do livro e descreveu a obra como um tsunami literário. E é isso mesmo. Uma leitura que arrasa a alma. A bestialização humana pela qual passam os Sargas me remeteu a Ensaio sobre a Cegueira, do próprio Saramago. VHM escreveu um livro que merece ser estudado e discutido em grandes círculos. O quanto disso é ignorância e o quanto é maldade?
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Thales 26/02/2021

Que livro!
Favoritado! Escrita belíssima e história impactante, nunca havia lido nada de Valter Hugo Mãe e facilmente pode se tornar um dos meus autores favoritos. Com certeza lerei outras obras.
O ponto chave dessa obra é a escrita! Muito satisfeito com a leitura. Obviamente, talvez, o modo como livro foi escrito, não agrade todo mundo, bem como a linguagem agressiva em vários momentos, por meios de palavrões e expressões indesejadas.
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Tha 10/04/2020

Indicações imprescindíveis
Um livro sobre o ódio. Ódio à mulher. Sua diferença. Sua voz. Seu lugar. Sua maternidade. Seus saberes. Aqui reinam as adúlteras, bruxas, empregadas, chatas esposas. E a figura forte, sensata, do saber, da razão e da ordem está nas diversas figuras masculinas que passam pela narrativa.

Com toda sua violência, o livro torna-se imprescindível para o debate de violência doméstica e o debate sobre as desigualdades de gêneros imperantes em nossa sociedade que não esta apenas no lar ou no trabalho, mas principalmente no discurso cultural que nos diminui e oprime. Devemos considerar que as falas e pensamentos trazidos pelos personagens não estão longe da individualidade de muitos homens e mulheres, sendo reproduzidos muitas vezes por meio de discursos políticos nesses últimos tempos.

Indico para todos com certeza.
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karine.viana.3762 16/02/2023

Vou querer reler com a cabeça mais madura de ideias.
-A escrita necessita de uma imersão. Não espere algo para ler corriqueiramente. Não utiliza letras maiúsculas, parágrafos longos, mistura de tipos de discursos (direto, indireto, indireto livre).
-O enredo é bem cheio de violências, fala sobretudo sobre a violência contra a mulher. Prepare o estômago. Precisei fazer pausas para sentir a raiva das injustiças.
-Penso que deveria dar esse livro aos homens, e assim que eles ficassem horrorizados dizer "você não é tão diferente".
-Livro necessário mas que não vem com moralidade escrachada e bonitinha, ela deixa que a monstruosidade se mostre dentro da gente também, quase como uma lanterna que ilumina as partes sujas e aí você é que tem que lidar com isso, seja bem ou mal.
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Condor 15/08/2011

Pedra
Tsunami, Saramago? Muito mais!!!
O remorso se baltazar serapião é tudo isso: obscuro, nefasto, pesado, nebuloso, um soco no estômago! Forte e duro como fumo-de-rolo!
laura 28/07/2012minha estante
Nossa, Que discrição! Parabéns.




Lusia.Nicolino 22/11/2020

Quais são as emoções que nos compõem em camadas?
O remorso de Baltazar Serapião – Mãe, Valter Hugo
Biblioteca Azul

Saramago, quando esse título ganhou o Prêmio Literário José Saramago, em 2007,
o chamou de tsunami na literatura portuguesa. Quem há de discordar de Saramago? Só podemos complementar que é um tsunami não só na literatura portuguesa.
A escrita poderosa, visceral de Mãe, nos arrebata e nos faz sofrer os eventos. É para rir, é para chorar, é para questionar: mas como isso é possível?
Como Baltazar foi capaz de fazer isso com seu grande amor? Que amor? Primogênito da família que teve o sobrenome suplantado pelo nome da vaca, os Sargas são pobres, não tem esperança no futuro, moram numa casa miserável, distante o suficiente da casa grande para não atrapalhar a paisagem, mas possível de chegar rápido para servir. A narrativa não poupa a violência, a submissão e o desprezo que as mulheres sofrem e, mesmo assim, há poesia e leveza na escrita de Mãe. Situado em um recorte da Idade Média, porém como um tempo presente ou utópico, a saga da família passa pelo animalesco - à medida em que no vilarejo há a crença de que Baltazar e Aldegundes são filhos da vaca Sarga.
Quais são as emoções que nos compõem em camadas? Quais atingimos delicadamente e em quais fazemos apenas buracos para descobrir subterfúgios ou rotas de fuga?
Ah, e não espere que a escrita siga todas as regras, apenas embarque nessa leitura, que pertence à safra dos trabalhos escritos em minúscula. Desfrute ou descubra Valter.

Quote: “quando chovia noite inteira era o pior. O aldegundes, fraco, um repolho de gente quase a querer ser homem, era descarnado e enfezado de altura e largura.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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eduarda 07/10/2023

O poder que é exercido sobre o outro
O livro retrata sobretudo, as relações de poder que permeiam uma família de escravos durante a idade média. A história é narrada pelo filho mais velho, que logo se casa com ermesinda, que para mim, seria uma das personagens mais intrigantes da trama, se não fosse submetida a uma hierarquia. Nesse caso, Sarga, a vaca, e Gertrudes, a mulher queimada, roubam a cena. Sarga é praticamente um plano de fundo, ao mesmo tempo que é essencial pra história, percebi ela como uma centralizadora da afetividade da família, e uma figura que passa por uma humanização, principalmente quando, hierarquicamente, é posta superiormente às mulheres da família. E a mulher queimada, trouxe uma ideia de sobrenatural que combinou muito com o livro, uma figura representativa do inferno e dos males aos quais os personagens são submetidos. Em alguns momentos, pensei que Gertrudes poderia também representar o próprio remorso em relação ao caso da morte da mãe da família, algo que assombra após o mal que é feito. O livro é bom, com uma narrativa fluída, apesar de não achar tão envolvente quanto outras obras do autor. Acredito que algo que tenha complicado um pouco a minha leitura, é o autor não aderir às formas convencionais de escrita, utilizando sinais de pontuação. O livro possui alguns desenhos maravilhosos que retratam fragmentos da história.
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Bia 29/10/2022

Brutal e angustiante.
O primeiro livro que li de Valter Hugo Mãe foi O Filho de Mil Homens, que achei maravilhoso, por isso me aventurei em mais uma de suas obras, o premiado livro O remoroso de Baltasar Serapião. Não se pode negar o quão bem escrito é, mas para mim achei extramente indigesto. Tão pesado que não conseguia ler mais do que poucas páginas por vez, sem parar para refletir, voltando nos parágrafos para entender se tal crueldade me tinha sido bem compreendida. É uma crítica profunda ao patriarcalismo e a objetificação feminina,e fortemente inspirada na escrita de José Saramago, onde a pontuação é feita apenas com vírgulas e pontos e sem distinção entre letras minúsculas e maiúsculas, o que, para mim, dificulta a compreensão, principalmente numa escrita tão rebuscada. Na minha opinião a leitura não flui, é difícil e extremamente angustiante.
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Ercilia 05/01/2021

A natureza e os Sargas
Na primeira leitura de 2021, fui surpreendida por esse livro, o segundo em prosa desse escritor angolano, radicado em Portugal e que também é artista plástico, músico e poeta. Com uma escrita absolutamente inovadora e diferente, esse livro deu ao autor o premio José Saramago em 2007. Quando me acostumei com o estonteante estilo literário do autor, passei a ler trechos em voz alta, da forma como gosto de ler poesia. José Saramago que escreve o prefácio dessa obra prima considera esse livro um tsunami literário. Baltazar, o filho mais velho da família Serapião mais conhecida como família Sargas, jovem de 17 anos, é o narrador dessa história que se passa num tempo de reis, abusos, mulheres queimadas, maldições, bruxas, homens submetidos à suas ignorâncias, naturezas impensadas e covardias. Contada com crueza, livre de pudores, entrelaçando violência, sexo e poesia, é uma leitura que arrebata o leitor para uma experiência literária inusitada e personagens densos.
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May - @may.book.s 24/03/2020

Intenso e cruel
Sem palavras para descrever tamanha intensidade e crueldade que esse livro apresenta. Uma narrativa simplesmente avassaladora de VHM: poética e crua de escrita livre e suja...

Pesado mas que não se consegue largar. O melhor livro que li essa ano até agora...

Vale muito a pena!!!
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Ana 07/06/2023

Misógino
Achei a leitura difícil, arrastei por meses. Talvez pelo tema indigesto na forma de tratar as mulheres, utilizando de grande violência física e mental- ?as mulheres só são belas porque têm parecenças com os homens?, mas também pelo jeito da escrita. Ainda sim, inegavelmente, Valter Hugo consegue transformar tudo em poesia, não à toa o livro figura como um dos muitos premiadíssimo do autor.
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sonia 16/12/2012

com a palavra a posteridade
tá, o autor ganhou o premio Saramago, o livro imita o estilo medieval.
há autores medievais e outros antigos que continuam reeditados e lidos por terem um assunto impactante ou serem geniais.
não gostei do assunto, nem da maneira como foi abordado, fico no aguardo para ver se daqui a 200 anos alguém se lembra deste livro...
Juliana 10/07/2020minha estante
Bom, já se passaram 8 anos e o livro continua sendo aclamado. E o autor, cada vez mais.




Natalia Cunha 07/05/2019

Livro excelente, mas não indico!
Primeiro livro que leio de Valter Hugo Mãe. Que livro triste, dolorido, solitário. O autor consegue realmente te transportar pra essa sociedade distópica (podia ser uma sociedade real, podia ser o interior do Ceará), onde a solidão dos indivíduos e a separação entre eles só não é maior do que o machismo presente (a vaca causa maior interesse no pai do personagem principal do que as mulheres). Muito bem escrito, mas só leia com estômago.
Cecilia 05/07/2019minha estante
Foi sua primeira leitura de VHM? Comecei por O Filho de Mil Homens, depois li A Máquina de Fazer Espanhóis (????) e A Desumanização. Vou ler esse agora.


Cecilia 05/07/2019minha estante
Comecei a ler VHM por O Filho de Mil Homens, acho que é mais suave. A Máquina de Fazer Espanhóis é maravilhoso! A Desumanização não curti tanto. Agora comprei esse. Acho que já deu pra me ambientar à escrita do Valter. Eu particularmente amo ?




Eduardo1994 03/10/2019

o espanto...
... é duplo: pelo tema, cortante, cru, visceral; pela escrita, inventiva, fascinante, verbo exposto. causa atração e repulsa, um dualismo inescapável. valter hugo consegue essa proeza de colocar a nu o pensamento do homem superior, filho de deus, regido por uma ignorância brutal do feminino, amparado por certa religiosidade tosca, distorcida a seu favor, levando às últimas consequências os desdobramentos de tal brutalidade de postura. é quase impossível continuar a ler, igualmente difícil não continuar. valter hugo precisa ser lido.
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