Honey & Clover 10

Honey & Clover 10 Chica Umino




Resenhas - Honey & Clover 10


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Angélica 26/04/2013

Honey & Clover (Volumes 1 à 10)
O mangá Honey & Clover é um dos raros joseis já publicados no Brasil. Ele narra a história de cinco amigos durante seus anos na faculdade de Artes. Ao invés de focar-se apenas em relacionamentos amorosos, como alguns mangás do gênero fazem, este título foca um tema muito mais amplo e complexo, que atinge todas as pessoas, homens ou mulheres: o amadurecimento.
Os cinco amigos encontram-se naquela idade que, usando um termo de Tolkien, podemos chamar de “vintolescência”: eles já são mais independentes e responsáveis que os adolescentes, porém ainda não podem ser considerados adultos, já que ainda estudam e dependem financeiramente da família. As personagens são muito bem trabalhadas e desenvolvidas durante a obra. Temos Takemoto, o rapaz sem nenhum talento especial e cheio de dúvidas sobre o futuro, certamente uma das personagens mais interessantes desta história; Hagumi, a garota-gênio da pintura por quem Takemoto se apaixona, e que vive um dilema entre seguir uma carreira estelar como pintora ou ser fiel ao seu desejo de continuar a viver pacatamente; Mayama, o desengonçado veterano recém-formado que se apaixona pela chefe; Yamada, a garota bonita e ingênua que não tem seus sentimentos correspondidos; e por fim o tresloucado Morita, um gênio das artes completamente pirado que quase não conseguiu se formar simplesmente porque faltava em quase todas as aulas. Além deles ainda temos toda uma gama de personagens secundários tão ou mais cativantes do que os principais.
A obra trata de todos os dramas deste período da vida: as dúvidas sobre qual caminho tomar, as dificuldades de arranjar o primeiro emprego, a dor de ver cada um dos amigos tomar o seu rumo e saber que, depois da faculdade, mesmo que vocês continuem a se ver nunca mais poderão passar tanto tempo juntos quanto antes. A história também fala é claro, sobre o amor, mas de uma maneira menos cor-de-rosa do que os mangás shoujo, por exemplo. Há muitos amores não correspondidos e desencontrados, e ao invés de o mangá jogar um novo amor na vida dos personagens rejeitados, ou então fazer com que eles finalmente se acertem com seus pares, ele prefere seguir outro caminho: a reflexão sobre como superar e conviver com a dor de um amor que não deu certo. O mangá também tem muitos momentos de comédia quase surreias, e que se mesclam surpreendentemente bem com as partes mais dramáticas, dando um toque de leveza à narrativa. Todos os dramas tratados ao longo da trama são desenvolvidos de maneira madura e consciente, e não há finais de contos de fada, estilo “todos viveram felizes para sempre” – o que não quer dizer que as personagens não consigam encontrar sua felicidade.
Como dito acima, a história mistura bem momentos de drama e comédia, e apesar de alguns momentos meio tresloucados da história, eu posso dizer que o mangá segue um estilo bem “pé no chão”, próximo da realidade - mas sem cair no dramalhão. A arte da autora é muito bonita e bem executada, apesar de não agradar a todos por seu estilo um tanto diferente do utilizado por outros(as) mangakás do gênero. A tradução foi bem executada e há poucos erros nos volumes. A edição da Panini está como de costume: não é lá uma maravilha, mas também não é a pior coisa do mundo. Há imagens coloridas e comentários da autora na contracapa.
Para quem gosta de uma história reflexiva, Honey & Clover é um prato cheio. Misturando bem drama e comédia, é o tipo de história universal capaz de cativar até mesmo quem torce o nariz para mangás shoujo/josei. Para mim, é sem dúvidas o melhor mangá do gênero já publicado no Brasil; uma obra para ler e reler, e guardar para toda a vida.
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