valen ! 18/04/2024
A obra de Érico Veríssimo relata sobre a vida de Clarissa Albuquerque, uma menina ingênua de 13 anos que morava em um sítio no interior e se mudou para a pensão de sua tia, D. Eufrasina, na capital Rio Grandense. Ela não tem licença de passear, ir ao cinema, nem nada, é uma menina boba, como diz sua tia, e que não tem com quem conversar.
Na pensão onde Clarissa vive, mora também seu tio Couto, que está desempregado; D. Ondina e seu marido, Barata; Belmira, a doméstica; Zezé, estudante de medicina; Levinsky, judeu; Gamaliel, protestante; Belinha e D. Glória; Major Pombo; Nestor; Amaro, o homem quieto, triste, pianista e poeta; o gato Micefufe; e o papagaio chamado Mandarim.
A narrativa conta a rotina cotidiana de Clarissa, que está sempre fazendo descobertas. Ela tem uma amiga, Dudu que “está avançada demais para sua idade”, como diz sua tia, e brinca com seu vizinho Tonico, que só tem uma perna, anda de cadeira de rodas e Clarissa tem pena de sua situação.
Ao longo do livro, Clarissa vai para a escola, cuida das galinhas da pensão e vira uma bela moça de pele e cabelos morenos. Quando ela completa 14 anos, ganha um peixe que ela chama de Pirulito, de Amaro. Ela pensava que Amaro era um homem amargurado e triste, mas depois de fazer uma visita no quarto dele agradecendo o presente, ela descobre que ele é um homem muito gentil e atencioso.
Amaro é assim, pois sente saudades da infância com seus pais. Hoje, ele é um homem que está sempre na frente do piano alugado da pensão ou fazendo poesia e relembrando de suas memórias quando criança, quando não está trabalhando no banco. Como mencionado no livro, Amaro sente muita alegria e ternura por Clarissa, porém, o autor da obra não explora esse romance entre os dois. Amaro tem mais de o dobro da idade de Clarissa, mas mesmo assim, o homem de 32 anos, viaja em seus pensamentos pensando em Clarissa. “Porque és poesia, és música [...]”
Em uma noite, Tonico acaba passando mal e tio Couto comenta que talvez ele não passa daquela noite. Clarissa, preocupada, começa a chorar pelo seu amigo, pois D. Tatá, mãe de Tonico, não têm muitas condições para ajudar nas medicações do filho; ela é costureira e não ganha muito com suas costuras. Na manhã seguinte, todos vão à casa de Tonico para seu velório. Quando o doutor Maia, aparece, Clarissa o acha um homem muito bonito e começa a fantasiar histórias com ele, imaginando que era o Príncipe Sapo de uma de suas histórias.
No início do ano seguinte, já de férias, Clarissa começa a ficar triste pois irá voltar para o interior e ficará com saudades de todos da pensão e de tudo que rodeia a casa onde mora. Depois de 10 dias, se despede de todos da pensão e viaja para sua antiga casa no sítio. Eles ficam muito tristes com sua partida e Amaro, muito mais.
Na verdadeira arte nada morte. A mocidade e o encantamento se renovam perpetuamente: e a eterna luminosidade, a eterna graça.